De Outro Ponto de Vista escrita por Biaa Black Potter, Tris Pond


Capítulo 2
Remus - How To Save a Life


Notas iniciais do capítulo

Ok, me desculpem pela demora. Sim, eu sei que eu demorei 4 meses para postar, mas juro que tentei escrevei essa fic várias vezes, mas nenhum personagem saia, fora a Dorcas que já foi.
PS: Tris Pond é uma nova conta minha, como vocês podem ver na discrição dos dois perfis, ok?



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“Onde eu errei, eu perdi um amigo

Em um momento de amargura

Eu ficaria acordado com você a noite toda

Se eu soubesse como salvar uma vida.”

How To Save A Life – The Fray

Muitas pessoas não me entendem. Acham que eu sou distante demais ou mesmo arrogante. Elas não entendem que eu preciso fazer isso para a proteção delas. Não é seguro ficar perto de mim. Os Marotos costumavam dizer que toda Lua Cheia eu me transformo em um monstro, o que eles não é entendem é que eu sou um monstro. Aquele com instinto de matar, de destruir, não deixa de ser eu, de ser uma parte de mim. Posso parecer normal, mas eu não sou e nunca serei. Eu não posso ignorar o que pode acontecer se... eu não tiver sorte e encontrar alguém.

Eu não nasci um monstro. Fui transformado em um. Meu pai um dia teve uma briga com um forasteiro em um bar, ele o deixou bem machucado. Mas quem sofreu mais foi ele, porque depois o homem – Fenrir Greyback – voltou na Lua Cheia e me mordeu. Ele tinha me visto antes com o meu pai e achou que seria uma vingança justa me atacar.

Ás vezes desejo sair atrás de Fenrir para matá-lo, mas não posso. Já sou considerado uma paria, uma criatura das trevas, e se eu fizesse isso morreria em Azkaban ou em uma prisão trouxa. Mas ainda desejo isso ás vezes. Talvez eu consiga matá-lo agora, usando como desculpa a guerra.

A guerra destruiu todos os meus velhos amigos. Já tinha perdido alguns colegas, mas James Potter foi o primeiro Maroto a morrer. O sempre invencível James. Ele sempre agia como se não tivesse medo nada, como se não tivesse nada a perder. E nunca se renderia sem lutar, ele podia ter ficado neutro – afinal era um puro-sangue e Voldemort pouparia a vida dele. Mas ele era corajoso e lutador demais para isso. Lutava sempre ao lado de Sirius, perseguindo comensais e acabando com eles. Já estava começando a ficar um pouco louco pela guerra, assim como todos nós, quando descobriu a profecia que envolvia o seu filho.

Foi nessa hora que Marlene McKinnon morreu, um pouco antes de James e Lily decidirem usar o feitiço Fidelius. Ela era como Sirius, uma pessoa impulsiva que sempre se mantinha em encrencas, mas que tinha o coração bom. Ela foi a única que conseguiu conquistar Sirius. Eles estavam juntos até uma semana antes da morte dela, brigaram por uma besteira – quem duelava melhor. Mas sendo os dois do jeito que eram, nenhum queira pedir desculpas e voltar a falar com o outro. Quando Sirius foi pedir desculpas era tarde demais.

Lily mandou uma carta para o amigo, o informado da morte de Marlene. Sirius nunca disse nada, mas soubemos que ele tinha lido a carta simplesmente pela loucura dele. Sirius não era mais objetivo com sempre em relações aos comensais e várias vezes James teve que o levar para casa porque o achou bêbado. Ele estava totalmente inconsequente. Por isso quando Dumbledore falou do plano de fazer o Fidelius, eu alertei James e Lily para o perigo que isso podia ser se colocassem Sirius – ele já não era ele mesmo. Ofereci-me como voluntário, mas eles recusaram, dizendo que seria Sirius mesmo.

O que veio depois eu não podia imaginar. Dorcas Meadwes morreu. Eu era apaixonado por ela, mas sabia que não poderia ficar junto dela. Eu era um monstro e não queria machucá-la. Ela foi a única pessoa que eu amei fora Ninfadora. Dorcas me ensinou um modo diferente de ver a vida, um jeito menos sombrio – o que era irônico, já que depois descobri que a garota tinha bulimia. Ela era um anjo. E eu me odiava por não poder ficar junto dela, mas sabia que não podia causar a morte dela. Então, eu a dispensei de um jeito tão cruel que até hoje tenho vergonha.

Quando eu disse para ele que jamais ficaria com ela era porque eu nunca suportaria a ideia de machuca-la. Quando eu disse que ela não era o suficiente para mim, era porque ela era mais do que suficiente, nunca chegaria aos pés dela. Disse que ela era uma idiota por sequer achar que ela era suficiente para mim, era porque ela merecia muito melhor e eu tinha pena dela por ela não se ver do jeito que realmente é.

Foram palavras duras, e se eu pudesse voltar no tempo faria diferente. Mas naquela época estava convencido que isso era o melhor para ela. Só quando ela morreu, eu me dei conta que ela morreria de um jeito ou de outro, mas talvez se ficasse comigo tivesse tido uma vida mais feliz.

Dorcas era única. Ela conseguia trazer paz a qualquer um. Mas agora... Tudo que me causa é tristeza. Mais uma morte que nunca será superada.

Ainda estava me recuperando da morte dela quando veio a de James e Lily. Foi tudo tão rápido. James e Lily já temiam pela vida deles, sabendo que Voldemort estava irritado com eles, por ter sobrevivido duas vezes a um duelo com ele. Quase não conseguiam na terceira, e Lily teve que passar uma semana nos cuidados da enfermeira de Hogwarts. E mesmo depois de estar “curada” não voltou a ser a mesma. Ficou paranoica e James se irritava com isso, e era mais imprudente ainda. Tudo piorou ainda mais quando eles descobriram sobre a profecia. Eles ficaram mais paranoicos ainda e fizeram o feitiço Fidelius, mas nem isso bastou para impedir Voldemort. Ele os achou e os matou.

O pior de tudo era que eu acreditava que Sirius tinha traído os Potter e matado Peter. Então, eu perdi quatro pessoas de repente e uma para algo pior que a morte. Traição. O grande problema da traição de Sirius é que nunca acharia que ele fosse capaz de fazer isso, mas como ele “fez”, eu achei que não o conhecia mais. E se eu não conhecia mais, eu não sabia mais nada da vida. E não tinha por que viver. Então, eu quis escapar de todo aquele local de dor e consegui. Fui para a Bélgica.

Aqueles foram anos difíceis também, não tinha muito dinheiro e precisava sobreviver, então trabalhava duro e sempre precisava aparatar para um lugar isolado da Bélgica, para não morder ninguém. Mas valeu a pena porque aprendi várias coisas novas, como francês e feitiços mais úteis e pude me recompor. Pude superar a morte dos meus melhores amigos. Nunca entender, nem esquecer. Só superar.

Recebi a noticia que meus pais tinham morrido quando o Gringots me mando uma carta avisando da leitura do testamento. Fiquei em choque, já que era muito próximo dos meus pais e não tinha mais ninguém que pudesse ter me avisado sobre a morte deles. Não quis acreditar. Eles eram os únicos que me restavam. Fui atrás da causa da morte deles e descobri que na rua que eles moravam – que era trouxa – tinha ocorrido um incêndio em uma das casas e passou para casa mais próximas. Como era tarde da noite, minha mãe e meu pai já estavam dormido. E meu pai tem o sono muito forte, então nunca acorda por nada... E a minha mãe estava tomando um remédio que como efeito tinha muita sonolência, então ela também não deve ter acordado.

Fiquei na Inglaterra para organizar as coisas do enterro deles e para me despedir deles, mas de algum jeito, nesse meio tempo, Dumbledore descobriu que eu estava lá e me ofereceu o emprego de professor de Defesa Contra As Artes das Trevas. Hesitei antes de aceitar, eu podia ser descoberto ou pior, podia morder alguma criança. Mas Dumbledore me prometeu que meu “problema” ficaria em segredo e que eu não morderia ninguém, era só ir para a Casa dos Gritos. E tudo que que eu queria era voltar para Hogwarts, contudo, ainda não tinha certeza se isso era o certo a fazer. Mcgonagall me lembrou que Harry estava indo para o seu terceiro ano em Hogwarts e eu não pude não aceitar. Precisava ver o filho de James e Lily.

Muitas vezes, tivera vontade de falar com Harry antes, mas eu não podia porque eu não podia largar o meu emprego e também sabia que ele estava vivendo feliz, como Dumbledore prometera, o que eu descobri ser mentira depois.

Aquele foi o melhor ano da minha vida adulta porque pude ser professor e pude cuidar de Harry, mesmo que um pouco. E eu descobri que Sirius era inocente que era tudo culpa do covarde do Peter. Odiava aquele traidor. Eu nunca vou o perdoar pelo que ele fez, ele matou meus dois melhores amigos – indiretamente – e fez o outro ser preso injustamente por 12 anos na pior prisão do mundo bruxo.

Claro que eu fiquei chocado e revoltado. Eu nem sabia se quer se queria saber. Por um lado, eu passei 12 anos pensando as piores coisas possíveis do meu melhor amigo. Por outo lado, agora tinha a possiblidade de ter meu melhor amigo de volta.

.. Esse Sirius não era bem o Sirius que eu conheci em Hogwarts. Esse Sirius parecia mais com o Sirius depois da morte de Marlene, mas menos desequilibrado. Só um pouco menos.

Mas eu também não era mais o Remus que ele conheceu em Hogwarts. Eu estava mudado. Mais sério ainda. Impossível não estar com as coisas que eu vi.

Fiquei feliz de ver o tão bem que ele estava se dando com Harry. Eu conseguia ver o bem que essa aproximação fazia aos dois. Pela primeira vez em muito tempo, eles tinham uma família.

Eu ainda me dava bem com Sirius, mas mesmo assim, os anos separados nos distanciavam. Eu confiava em Sirius e ele em mim, mas não era mais como antigamente. Era tarde demais para isso.

E quanto a Harry... Ah, eu fiquei de ver como o filho de Lily e James era bom. Com tudo o que aconteceu com ele, era para ser uma pessoa horrível, mas ele era uma pessoa bondosa e gentil. Eu via muito além da cara e o talento de James nele, eu via a lealdade e a coragem de James, mas com a bondade de Lily. Harry era uma perfeita união deles e algo mais.

Fiquei feliz em ver que ele encontrara amigos tão leais e que ele ficara com Gina Weasley, que parecia ser uma boa garota e que era amiga de Dora.

Ah, Dora... Nunca teria imaginado que eu fosse me apaixonar por ela.

Ninfadora era uma pessoa atrapalhada, mas isso só a deixava mais charmosa. Ela é gentil e justa, e leva seu trabalho a sério.

Quando eu percebi que estava apaixonado, quis deixar Ninfadora e até hoje agradeço por ela não ter me deixado fazer isso. Ela foi firme e não desistiu, mesmo quando eu teria desistido.

Em um momento de insanidade quando Dora estava grávida, eu fugi de casa e falei para Harry que o acompanharia na missão desconhecida dele. O garoto gritou comigo como todo bom filho de Lily faria (James me daria um soco). E me envergonhei depois em perceber que ele foi mais responsável que eu.

Estou feliz em dizer que Harry é o padrinho de Teddy Remus Lupin, o metamorfomago mais lindo do mundo (junto com Ninfadora). Não posso evitar me sentir o cara mais feliz do mundo quando ele muda o olho ou cabelo para um igual ao meu.

A única tristeza ainda não superada é a morte recente de Ted Tonks, pai de Dora, e a pessoa que eu homenageie com o nome do meu filho. Eu sinto falta dele, ás vezes. Ele era um bom homem, sábio. Ás vezes, ele se parecia com o meu pai.

Queria poder voltar para o tempo que eu era só criança inocente brincando e me divertindo com James, Sirius, Peter e depois com Lily, Marlene e Dorcas também. Porém, eu nunca vou poder voltar. Nunca nada será o mesmo que aqueles anos anos incríveis.

Mas acho que só de estar vivo e com uma família linda é bom o suficiente. Com certeza, é mais do que a maioria tem atualmente.

Espero que tudo termine bem.

Remus John Lupin.


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Notas finais do capítulo

Estou realmente triste pela demora, mas pelo menos espero que gostem do capítulo... Vou tentar escrever o de Sirius ou Lene pela décima quinta vez.