Minha Doce Maldição. escrita por Nath Di Angelo


Capítulo 9
Um presente de Erós.


Notas iniciais do capítulo

Gente....Oi? '-'
Sei que demorei e blá.blá,blá mas...Vocês sabem como é a mente de uma escritora né. Idéias vão, idéias vem e as minhas só vão '-'
Bem,mas cá está o capítulo. Boa leitura!



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PDV NATÁLIA.

Eu estava deitada em minha cama, abraçada aos meus braços. Minha pele estava avermelhada depois de ficar três horas no banheiro tentando tirar a droga da lama que pareceu se fundir a minha pessoa. Eu estava acabada...O dia se tornará o mais feio possível depois do "pequeno acidente" que tive com Michael. Aquele garoto...Oque ele ganha com isso?! Porque não me deixa em paz?!

—Merda.-Grunhi.Eu não queria, realmente não queria, me se sentir assim. Porém, saber que Nico era apaixonado por meu irmão me fez ficar ainda mais perturbada. Me fazia sentir raiva da vida, raiva de Afrodite e até mesmo raiva de Percy. Se não fosse pela deusa do amor eu não estaria vivendo tudo isso, porém, se não fosse por ela também , eu não estaria viva, eu não existiria. Eu estava confusa, totalmente confusa.

Pisquei os olhos repetidamente sentindo um sono descomunal me atingir.Virei-me na cama automaticamente caindo no sono...Ou melhor, em sonhos.

~Flash Back sonho on~

Eu mal fechará ou olhos quando fui cuspida no templo de Eros. Cai no chão com tudo enquanto o deus do amor encarava-me com uma sobrancelha arqueada.

—Oque faz aqui?-Perguntou.

—Se você não sabe como eu vou saber?-Perguntei ríspida. Eros encarou-me questionador.

—Eu sei. Eu te chamei aqui.-Respondeu obvio fazendo-me semicerrar os olhos. O deus do amor levantou-se de seu divã vermelho, rodeando-me pensativo. Suas asas estavam abertas e suas penas brancas esvoaçavam. -Eu me pergunto...Porque sempre que vem aqui você sai do teto?

—Eu também queria saber...-Murmurei massageando meus braços, aborrecida.

—Isso é perigoso. Você precisa ficar viva até o final de sua profecia. Depois disso, se sobreviver , é claro, pode pular de tetos a vontade...Até lá, tente vir por um caminho diferente.

—Céus...Obrigada pela gentileza.-Respondi áspera.-Porém, eu não posso escolher. Apenas venho quando você solicita minha presença...Afinal, isso é real?-Perguntei levantando-me do chão. Eros arqueou uma sobrancelha.

—Usa esse tom arrogante com um deus? Pretende perder a vida agora, garota?-Perguntou.

—Oque eu tenho a perder?-Questionei. Eros semicerrou os olhos desafiativo.-E você não me respondeu.

—Sua pestinha...-Murmurou deixando-me incrédula.-E sim, isso é real. Não totalmente,é claro. Seu corpo ainda estava no Acampamento, dormindo feito um bebê, porém, seu subconsciente está aqui.

—Céus...Oque quer comigo, Eros?-Perguntei cruzando os braços. O deus suspirou pesadamente abrindo as asas enormes.

—Te ajudar.-Declarou. Arqueei as sobrancelhas.

—Ajudar?-Perguntei desacreditada.-Por favor...

—Vi oque Michael fez para você e, sinceramente, não gostei.-Cortou-me.-Oque ele está fazendo não era para acontecer. Suas intervenções apenas estão atrapalhando o destino e te desviando do caminho certo. Não é justo.

—Justo? Tem alguma coisa justa em minha vida?!-Perguntei.

—Olhe garota...Podem falar oque quiserem de mim ou de minha mãe, só não podem falar que nós somos injustos ou que trapaceamos em algum jogo. Queremos que sua profecia se cumpra com honestidade, e um filho de Ares atrapalhando você não estava no script.

—E oque vai fazer?-Perguntei.-Mata-lo? Michael é incansável...Esta fazendo de tudo para me deixar longe de Nico. Ontem mesmo eu chorei nos ombros dele, sabe oque é isso? Nico deve estar me odiando!-Murmurei.

—Eu sei, eu vi. E sinto que Michael esta fazendo isso de propósito. Ainda estou fazendo minhas investigações mas acredito que ele esta trabalhando para algum deus.

—Um deus? Porque um deus iria querer me atrapalhar?-Perguntei. Eros sorriu.

—Sua inocência é questionadora...Porém, discutimos isso mais tarde.-Falou.-Bem, eu ainda não tenho certeza de nada, mas tenho minhas suspeitas.

—De quem você suspeita, então?

—Na hora certa você saberá criança, na hora certa.-Suspirei pesadamente passando as mãos pelo cabelo.

—Certo...Irei esperar.-Murmurei.

—Tenho certeza disso...Agora.-Eros tirou uma aljava das costas. O observei rondando os dedos em cima das variadas flechas até escolher uma. O mesmo a pegou esticando-a para mim.

—Oque é isso?-Perguntei.

—Meu presente.-Falou.

—Uma flecha?

—Não uma simples flecha, mocinha. Uma de minhas flechas. Uma das armas mais poderosas do mundo...

—E...?-Perguntei encarando Erós sem entender. O deus do amor revirou os olhos.

—Oque está segurando é uma de minhas flechas que correspondem ao amor instantâneo. As duas pessoas que foram feridas com essa flecha se apaixonariam em segundos, é uma parecida com a que foi usada em você. Só sem a maldição....Então, use-a com sabedoria.

—Porque eu iria querer isso?-Perguntei incrédula.

—Oras, garota...Uma flecha dessa é a melhor vingança que alguém pode ter. Guarde-a com cuidado e use-a apenas em quem mereça. Ah, e um detalhe. Não adianta espete-la em Nico, não vai adiantar em vocês.-Falou. Encarei a flecha em minha mão, apertando-a.

—Só isso? Posso ir agora?-Perguntei.

—Ainda não. Tenho mais um concelho para te dar.-Falou.

—Oque é?-Eros tocou meu peito e uma luz saiu do mesmo. Arregalei os olhos quando uma esfera colorida saiu de meu corpo brilhando na mão do deus do amor. Várias cores se misturavam dentro da esfera luminescente, porém, a cor que prevalecia era azul. Um azul forte que engolia toda as outras cores sem dó.-Oque é isso?-Questionei.

—Seus sentimentos.-Murmurou Erós, como se fosse a coisa mais normal do mundo.-Veja...-O mesmo apontou para a luz azul.-Essa é a sua tristeza. Veja como ela engole os outros sentimentos... É oque está acontecendo com você nesse momento.-O mesmo apontou para outra luz colorida, dessa vez uma preta, que mal se dava pra ver.-E essa é a sua maldição. Quando a azul prevalecer em seu coração ela tomará conta de tudo e então você morrerá.

—Oque?!

—Está errando em seu modo de agir, Natália. Precisa ser mais fria, mais forte! Deve relevar algumas coisas ou não conseguirá completar seus objetivos.

—Mas eu não consigo! É impossível não ficar triste, não querer morrer ao saber que Nico é apaixonado por meu irmão!-Rebati.

—Releve.-Murmurou Eros frio.-Me escute, é para seu próprio bem..-Prendi a respiração aborrecida e ao mesmo tempo confusa. Como posso fingir que um fato desse não existe?! Céus...Eu vou enlouquecer.

—Tudo bem...Eu vou tentar-Grunhi.

—Tentar? Deuses, Okay...Já é alguma coisa.-Falou Erós. O deus veio até mim apertando meus ombros.-Boa sorte.-Desejou.

—Obrigada.-Respondi, mesmo sem acreditar que o "boa sorte" de Erós foi verdadeiro. O deus sorriu.

—Tenha um bom dia.-Falou tocando minha testa com o dedo indicador. Senti meu mundo rodar diante de meus olhos e, de repente, tudo ficou absurdamente escuro.

~FlashBack sonho off~

Ergui meu corpo, sugando uma grande porção de ar para meus pulmões. Olhei para os lados vendo que eu estava em meu chalé. O sol fraco adentrava a janela mostrando-me que, estranhamente, já era de manhã. Retirei meus cobertores de cima de mim, pronta para levantar quando senti algo pesar em minha mão. Abaixei os olhos, prendendo a respiração.

—Droga...-Murmurei. Eu segurava fortemente uma flecha roxa e altamente pontuda. Merda, então não foi um sonho?!

—Bom dia!-Desejou Percy saindo do banheiro com os cabelos pingando. Arregalei os olhos escondendo a flecha debaixo de meu travesseiro.

—Dia...-Murmurei. Encarei meu irmão lembrando do conselho de Erós. "Releve". Suspirei enfim tomando uma dose de consciência. Percy não tinha culpa, ele se quer sabia que Nico gostava dele. Nesse história, Percy era o que menos tinha culpa.

—Dormiu bem?-Perguntou.

—Hn...É, acho que sim.-Falei coçando a nuca. Percy sorriu colocando contra-corrente dentro do bolço.

—Não se atrase para o café, mana...Estou te esperando.-Assenti vendo meu irmão sair do chalé, deixando-me sozinha. Bufei olhando desgostosa para meu travesseiro.-Eu não preciso de você...-Murmurei para o nada caminhando para o banheiro, tentando esquecer o sonho com Erós.

(...)

Enquanto eu estava na fila da comida meus olhos passeavam pelo pavilhão. Eu fitava intensamente a mesa de Ares e não havia nenhum sinal de Michael ali. Balancei a cabeça negativamente tentando parar de ser tão paranóica estendendo uma mão para a bandeja de bolinhos.

—Parece que só rola um clima entre a gente quando tem bolinhos envolvidos, não é?-Perguntou uma voz atrás de mim. Senti meu coração palpitar fortemente fazendo meu sangue bombear mais rapidamente por meu corpo. Se a esfera que Erós tirou de mim estivesse aqui tenho certeza que toda a cor azul desaparecia, sendo substituída pelo vermelho mais profundo já existente. Sorri, virando-me para trás vendo Nico parado cético atrás de mim.-Está melhor?-Perguntou.

—Eu...Hã...Sim.-Falei, pegando dois bolinhos do prato, entregando um a Nico. O mesmo agradeceu com um aceno de cabeça caminhando comigo para fora da fila. Porém, não me preocupei em ir até minha mesa. Parei junto com o filho de Hades em uma sombra de arvore observando-o comer. Abaixei a cabeça tentando esconder o rubor de minhas bochechas.

—Ontem...Porque Michael estava fazendo aquilo com você?-Perguntou. Levantei o rosto não acreditando que Nico estava mesmo puxando assunto comigo.

—Hã...Eu não faço a menor ideia. Parece que ele achou divertido me irritar desde que eu cheguei aqui.-Respondi.

—Hm. Ele te disse coisas sobre...Mim, ontem. Você não vai....

—Fique tranquilo, Nico. Não vou contar pra ninguém.-Cortei. Nico me encarou por alguns segundos virando o rosto em direção ao pavilhão.

—Obrigado.-Murmurou mais baixo do que eu gostaria, mas mesmo assim, sorri. Ficamos em silêncio depois disso até Nico corta-lo novamente.

—Você parecia bem triste ontem...Michael te machucou tanto assim?

—Eu...Não.-Falei.-E ah, desculpe pelo abraço. Sei que não gosta de contato.

—Não se desculpe, agradeça. Apenas agradeça por mim ter te salvado. Precisa parar de falar desculpa para tudo.-Brigou,colocando o prato de lado. Assenti.-E então? Qual é o motivo da sua tristeza?-Perguntou. Eu o olhei surpresa. Céus...Oque havia acontecido com o Nico?-Se não quiser falar tudo bem.-Adiantou-se a dizer.

—Não! Não é isso é só...Ah, eu só estava lembrando de minha mãe.-Menti.

—Mãe? Você tem uma mãe?-Perguntou.-Quer dizer...Achei que era órfã.

—Não, eu tenho uma mãe sim, mia mamma.—Sorri sem humor.

—Ela sabe que você está bem? Deve ligar pra ela. Imagine sua preocupação.-Falou. Neguei com a cabeça.

—Não.-Cortei.-Não irei ligar.

—Porque?-Bufei, passando as mãos pelo cabelo cansada.

—É uma longa história...Aquele dia em que você me achou eu havia brigado com ela e fugido de casa. -Contei. Nico arqueou as sobrancelhas.-Foi uma briga feia. Porém, eu sinto sua falta mas...Não vou ceder. Não a isso. Oque ela fez não tem perdão.

—Do que está falando? Ela é sua mãe!-Exclamou Nico, estranhamente irritado.

—Você não entende! Foram tantos anos vividos em vão. Ela me escondeu coisas, nunca me deixou sair de casa, sabe oque é isso? e...-Me calei tampando a boca com as mãos. Droga...porque eu tive que abrir a boca?!

—Espera...Você disse que nunca saiu de casa?!-Perguntou incrédulo.

—Shiii! Por favor, Nico...Não conte para ninguém.-Supliquei.-Minha vida já está um saco sem todos saberem que eu uma estranha, por favor...

—Calma, fica calma!-Cortou o Di Angelo gesticulando coma s mãos.-Não vou contar nada!

—Não?-Perguntei. Nico riu rouco.

—Oque acha que eu sou, garota? Não tenho nada com você e nem quero ter.-Franzi o cenho.-Porém você tem um segredo meu e eu tenho um segredo seu...Estamos quites. -Declarou.

—Um segredo por um segredo?-Perguntei. Nico assentiu estendendo uma das mãos.

—Isso ai. Você topa?-Sorri abertamente pegando na mão do Di Angelo. Ondas de choque foram enviadas ao meu corpo assim que minha pele tocou a sua.

—Porém...Quero saber mais sobre isso, pode me contar?

—Claro, eu contarei tudo!-Exclamei. Nico abriu um sorriso amarelo enquanto eu sentia sua mão na minha. Deuses...Esse menino, realmente, é o garoto de meus sonhos.

PDV AUTORA.

Erós seguia com os olhos sua mãe que caminhava de um lado para outro no grande salão de seu templo. Afrodite estava preocupada, preocupada demais. A deusa assistia temerosa o aperto de mão de Natália e Nico, não acreditando que a garota estava mesmo conseguindo se aproximar do filho de Hades.

—Ela não pode...Ela não pode vencer essa maldição!-Gritou a deusa.

—Minha mãe, com todo o respeito, Natália não está fazendo nada demais! Ela apenas esta tentando salvar sua vida, nas regras do jogo.-Argumentou Erós.

—Eu sei!-Rebateu Afrodite frustrada.-Mas ela está conseguindo! Isso não podia acontecer...Ela não deveria reagir assim! Qualquer um ficaria aterrorizado, esperando pela morte mas ela não! Essa maldita cria de Poseidon está lutando e , por minha honra, não poderei deixa-la triunfar tão facilmente!-Erós trincou o maxilar irritado. A 15 anos era esse mesmo blá, blá,blá entediante. Afrodite querendo brincar com uma vida inocente e o forçando a cumprir seus caprichos. Ele estava de saco cheio. Por isso resolverá ajudar Natália, revelar pra ela as regras do jogo de sua mãe; te dar , até mesmo, uma de suas preciosas flechas.

—Oque pretende fazer?-Questionou Erós. Afrodite sorriu.

—Separa-los...Eu preciso separa-los.

—Isso seria trapacear!-Protestou o deus.-Como pretende fazer isso?!

—Deuses não trapaceiam, Erós. Deuses sempre estão certos.-Afrodite riu tão maleficamente que, por um segundo, a deusa se tornou feia.-Venha comigo, Agora. Precisamos sair.

—Para onde?-Perguntou Erós eriçando as penas de sua asa.

—Para o inferno. Precisamos fazer uma visita para Hades.


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Notas finais do capítulo

E então gente? Como está?
Gostaram? odiaram?
Desculpem os errinhos, glr!
Mandem reviews!