Minha Doce Maldição. escrita por Nath Di Angelo


Capítulo 2
Meu limite.


Notas iniciais do capítulo

Heeey! Cheguei ^^
Cá estou com o primeiro capítulo da fic! As coisas começam a evoluir aqui então bora lá!
Obrigada a todos vocês, leitores lindos, que me mandaram reviews divonicos no prólogo. Vocês são divos!
O capítulo está meio pequeno, mas prometo capitulos maiores na fic Ok?
Boa leitura!



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Abri os olhos piscando algumas vezes.Grunhi sonolenta sentando-me na cama preguiçosamente. Olhei meu quarto parando meus olhos na janela aberta constatando que já era tarde.

–Bom dia...Sol?-Perguntei me levantando. Arrastei-me até a janela tentando espiar entres as grossas grades soldadas ali. O dia estava bonito, crianças brincavam com mangueiras correndo e rindo na rua calma e ensolarada. Meus olhos passaram calmamente pela rua até bater com um sorriso branco apontado em minha direção. Meu rosto corou fortemente e eu me escondi ofegando.-Ele olhou pra mim...-Gemi, tentando regularizar minha respiração espiando entre a janela novamente. Dessa vez o garoto não olhava para mim, estava entretido regando algumas plantas do jardim. Droga, eu deveria ficar tão envergonhada apenas com um sorriso? Afinal ele é uma pessoa como eu não é?-Ah quem eu estou tentando enganar? Ele é normal...-Falei para mim mesma dando um leve tapa em minha testa. Enganchei meus dedos em meus cabelos puxando-os para trás soltando um forte suspiro. Sai de perto da janela caminhando descalça até meu pequeno guarda-roupa pegando, literalmente, a primeira roupa que vi pela frente. Uma calça jeans surrada e uma regata rosa simples. Me despi olhando-me no espelho. Eu não sentia nada de especial em relação a minha beleza.Minha pele era pálida demais pela falta de sol, meu cabelo era castanho escuro quase preto ,tão broxante que penteá–lo me deixava até deprimida; e meus olhos eram verdes. Meus olhos...Eu os achava um tanto duvidosos por serem verdes, afinal minha mãe tem olhos castanhos. Talvez eles sejam dessa cor por causa de meu pai mas não sei responder se os dele eram verdes pois eu nunca o vi. Segundo minha mãe ele fugiu quando eu nasci e perguntas sobre o assunto fazia a mesma ficar terrivelmente triste,me fazendo evitar ao máximo tocar nesse assunto. Mas sinceramente...Assuntos para "se conversar com sua mãe" estavam realmente se esgotando, afinal nada acontecia em minha vida.

Buongiorno mio amore!-Exclamou minha mãe entrando apressada em meu quarto.

–Bom...-Murmurei terminando de me vestir. Eu era muito parecida com ela, o tom de pele, a cor do cabelo,apenas tínhamos uma pequena diferença de altura e é claro, a cor dos olhos. Mamãe tinha os olhos cansados e uma ruga de preocupação na testa. Seu nome era Nina e a mesma vinha de uma família Italiana. Pelo que eu sabia ela morou na Itália até ficar gravida de mim e depois,por algum motivo desconhecido ,se mudou aqui para Manhattan. Moramos em uma casa simples em um bairro calmo e ligeiramente isolado de tudo e de todos.

Non quer colocar uma blusa?-Perguntou minha mãe com seu indescritível sotaque.

–Esta calor mamma.-Protestei. Eu não a culpava por ser super-protetora afinal eu sou doente. Sim, isso mesmo,segundo minha mãe, eu sou terrivelmente doente. Doente demais para respirar o ar lá de fora, doente demais para falar com outras pessoas, doente demais para ter qualquer amigo...Tão doente, mais tão doente,que os 15 anos já vividos por mim foram passados, literalmente, dentro dessa mesma casa. É, eu nunca sai daqui, nunca pisei um minuto se quer do lado de fora de casa, nunca me relacionei com ninguém a não ser ela, minha mãe... Mas o mais engraçado de tudo isso é que eu me sinto bem saudável e por algum motivo a mesma nunca me contou a minha tal doença. Sempre que eu perguntava e insistia no assunto ela sempre dizia "É uma síndrome rara, instável e perigosa" e então, dava um jeito de mudar de assunto. A única coisa que eu realmente sabia sobre minha saúde era minha dislexia e meu deficit de atenção...Mas acho que isso não faz de você uma paciente terminal,certo?

–Vamos,precisa se alimentar.-Disse arrastando-me do quarto.Descemos as escadas de casa juntas e assim que pisamos na sala ela paralisou.

–Oque foi?-Perguntei jogando-me no sofá. Chutando da mesinha de centro alguns pacotinhos de remédios. Todos eles estavam ali sem motivo algum, afinal eu nunca bebi nenhum. Alguns até já venceram e eram totalmente sem serventia assim como os três umidificadores de ar estavam ligados deixando tudo com um clima úmido e nojento e o cilindro pequeno de oxigênio estava encostado na parede. Mas isso definitivamente não era a maior estrepolia de minha mãe, a coisa que me deixava ainda mais chocada e coma sensação de "Estou morrendo, minha doença é um monstro" era uma grande porta de vidro colocada na divisão entre sala e a cozinha. Isso ai, além de não poder sair de casa eu também não podia pisar na cozinha da minha própria casa. Bem legal minha vida, não?

–Maria.-Riu mamãe nervosa- Você já chegou?-Perguntou olhando para cozinha entre a porta transparente que dividia minha casa. Arqueei a sobrancelhas vendo a senhora baixinha e roliça sair apressada da pia chegando bem perto do vidro. Maria era empregada de minha casa. Minha mãe dizia que a mesma era melhor empregada do mundo, pois alem de empregada a mesma era nossa vizinha.

Buongiorno Maria!-Cumprimentei sorridente, tentando imitar minha mãe. Maria juntou as mão olhando-me com ternura.

–Ah, querida, como está linda e tão crescida!-Exclamou feliz. Eu sorri,mas parei logo depois, ao olhar para minha mãe. A mesma ainda estava estática murmurando coisas sem nexo como "Garoto...Afrodite...e Maldição".

–Hã...Mamma? Qual é o problema?-Perguntei. Maria separou as mão tendo um sobressalto ao ver para onde minha mãe olhava.

–Vicenzo, venha já aqui!-Exclamou a empregada adquirindo uma cor púrpura. Um garoto arrastou-se até ela e meu coração deu um solavanco.Céus...Era ele...O garoto gostoso do jardim!-Sra.Ruggiero, espero que não se importe...Esse é meu neto, Vicenzo.

–Eai...-Disse o garoto de mais cedo. Céus...Ele estava ali mesmo?

–Fale direito,Vicenzo!-Rosnou Maria.- Ah sra. realmente me desculpe...Vicenzo arrumou briga na escola e levou uma suspensão de três dias.Estou colocando grades nas janelas para o mesmo não fugir durante a noite por isso tenho que ficar de olho nele durante o dia.

–Vovó...Quem ouve a sra. pensa que sou um delinquente.-Reclamou Vicenzo. Meu corpo tremeu estranhamente e sem querer fiz cair mais alguns remédios no chão, chamando a atenção do garoto para mim.-Ei, é a vizinha da janela!-Exclamou o garoto dando mais um de seus sorrisos iluminados. Eu corei tentando falar algo.

–Você...Lembra de mim?-Perguntei. Vicenzo riu.

–Claro, nos vemos faz uns 15 minutos...-Disse.-Ah, e eu arrumei o jardim da casa de vocês...Espero que não se importem.-Deus...Oque é esse menino? Por qual motivo ele não perguntou o porque deu estar isolada e porque ainda não saiu correndo com medo de pegar minha terrível doença?

–Eu...Hã...É.-Murmurei fazendo-me soar terrivelmente idiota.

–Não se dá muito bem com as pessoas não é?-Perguntou Vicenzo rindo.-Isso é legal, pessoas tímidas não são mais vistas por ai!- Céus, esse garoto foi um enviado diretamente a mim, só pode. Vicenzo aproximou-se da porta de vidro fazendo-me suspirar discretamente. Sua pele era bronzeada de um jeito que me dava inveja, seus olhos eram âmbar , seu cabelo era preto e curto e seu corpo era forte. O mesmo vestia um macacão jeans sujo de terra que o deixava ainda mais charmoso. Pronto...Já posso atualizar minha listinha de pessoas que eu conheço para três, que conquista maravilhosa para minha pessoa.

–Eu...Meu nome...Hã, Natália.-Falei. Vicenzo sorriu e eu retribui. "Vá até ele" Murmurou algo em minha cabeça e eu instintivamente obedeci. Sem perceber levantei do sofá e dei um passo em direção ao vidro.

–Eu sou Vicenzo.-Apresentou-se como se eu não soubesse disso.-Muito prazer.-Dei mais um passo em direção ao vidro e isso pareceu fazer minha mãe acordar de seus devaneios.

Dio Mio!-Exclamou minha mãe puxando-me de volta colocando-se protetoramente em minha frente.-Ah, é...Non a problema algum trazer seu neto para o trabalho, Maria, é só...A saúde de Natália que me preocupa...Apenas isso.

Mamma eu estou...-Comecei mas minha mãe me cortou.

–Sabe que a saúde dela é frágil, então a levarei para o quarto.

–Está doente? Não parece doente...-Comentou Vicenzo franzindo a testa recebendo um cutucão de Maria logo depois

–Eu não estou...

–Ela é doente.-Respondeu minha mãe parecendo de algum modo com raiva ressaltando mais seu sotaque. A mesma puxou-me com força arrastando-me de volta para meu quarto. Tentei me soltar da mesma mas sua mão estava apertada em meu pulso. Minha mãe entrou marchando em meu quarto arrastando-me atrás dela, me soltando enfim.

–Porque fez isso?!-Gritei.

–Natália...

–Porque insiste em estragar minha vida?! Eu não estou doente não é? Nunca estive...

Non, non ... Mia cara...Já conversamos sobre isso! Você é doente!

–Não, eu não sou!

–Sou estou tentado lhe proteger!

–Não,esta! Esta apenas me impedindo de viver,Mamma!

–Você non entende!-Exclamou.-Não vou deixar que te tirem de mim, Nunca!-Gritou lançando um olhar raivoso ao céu. Sufoquei um soluço apertando minha mão em punhos.

–Me deixe sozinha..-Murmurei.

Ma mia figlia...-Começou mas eu a cortei.

–Pedi para me deixar sozinha !-Rosnei.Mamãe respirou fundo fechando os olhos por alguns segundos. A mesma passou sua mão por meu rosto mas eu virei a cara não dando atenção alguma a sua caricia. Seu suspiro saiu doido mas mesmo assim a mesma sorriu.

Ti amo...-Sussurrou mamãe antes de sair de meu quarto. Soltei o soluço preso em minha garganta jogando-me frustrada em minha cama abracei meus cobertores sentindo meu coração se acelerar de raiva...Não, eu não iria mais aguentar isso. Definitivamente eu não vou mais aguentar isso!


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Notas finais do capítulo

E então? Oque acharam? O.O
Mereço reviews? :3