O último Soneto escrita por Amanur


Capítulo 1
O Último Soneto


Notas iniciais do capítulo

Esta é uma versão da continuação do último episódio de Blood + que eu tinha que escrever. É como eu acredito que a história deveria ter terminado! Espero que gostem! Boa leitura.



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Eu estava correndo livremente por um lindo campo de girassóis amarelos, sob esses maravilhosos raios de sol aquecendo minha pálida pele.

  O céu, completamente pintado de azul, exibia o dia perfeito que fazia.

E lá estava eu, apreciando o vento que soprava suavemente contra o meu rosto, ouvindo os pássaros cantarem comigo. Até que depois de um tempo, um novo som me tira de minhas distrações. Uma canção, vindo de algum lugar distante daquele campo sem fim. Uma bela e suave melodia que logo reconheci.

 

E assim, corro para alcançar a fonte daquele novo som. No entanto, meus passos apressados pareciam nunca por chegar ao fim. Até que tudo começou a desvanecer-se. De repente, tudo a minha volta perde as cores e harmonia. Mas sei que ainda tinhas os olhos bem abertos; que ainda estava acordada.

 

Levantei minhas mãos para tatear todos os lugares ao meu redor, a fim de fazer um reconhecimento. Mas estranhamente, percebo que meus músculos não queria me obedecer; estava dolorido e muito difícil para me mover rapidamente. Então me dou conta de que meu corpo estava deitado dentro de uma caixa estreita.

 

Com muito esforço, tentei empurrar o topo desta caixa. E então, finalmente, uma forte e intensa luz branca invadiu meus olhos, me deixando cega por alguns segundos. Até que minhas pupilas se acostumaram e pude voltar a ver coisas. Lentamente, formas fizeram sentido para mim.

 

Eu estava dentro de um caixão, no qual parecia isolado do resto do mundo, dentro uma espaçosa sala de concreto. E nesta “sala” havia apenas este caixão onde eu estava deitada.

 

Com um esforço maior, eu me sento. E olho a mim mesma tentando reconhecer algo a mais, e me vejo dentro de um longo e simples vestido de cetim branco.

Meus cabelos eram mais longos do que me lembrava. Caídos sobre meu ombro, alcançando meu colo.

 

E em seguida, sinto um mal-estar. Instantaneamente, tudo passou a girar em torno de mim mesma. Era tão rápido, que senti náuseas. Primeiro senti muitas emoções, me invadir de uma só vez: dor, angústia, alegria, raiva, amor, ódio, felicidade, tristeza, medo, coragem, a fome, o desespero, o alívio.

 

Até que imagens começaram a se formar diante dos meus olhos. Imagens das memórias de meu último despertar.

Sangue, lutas, arranhões, um jardim zoológico, um campo, uma canção, uma fita azul, uma voz, azul, vermelho, uma espada, uma mansão, monstros, um violoncelo, rosas e depois... Pai, Kai, Riku, David, Louis... Todos! Atém mesmo Solomon, Diva, os gêmeos... No entanto, por algum motivo oculto, minha mente deixou por último o flashback das imagens mais dolorosas para me mostrar. Seu rosto de expressões suaves... A nossa promessa, o nosso primeiro beijo e sua confissão... E logo em seguida, o teto cai sobre ele. E mais dor no peito.

 

Lembrei-me que alguns dias depois, tentei esconder toda a dor e sofrimento de sua perda,  voltando à escola e trabalhando com Kai no restaurante do pai. Mas me dói agora, tanto quanto doeu naquela época... Com meu coração a sangrar dentro do meu peito. A dor era tanta que eu queria arrancar meu coração apenas para fazer parar essa terrível aflição.

 

Mas toda essa angústia que trava minha garganta, me impedia de gritar até ficar muda e explodir meu pescoço. Toda essa dor que não quer calar, fazendo meu frágil corpo congelar de dentro para fora era mais do que sufocante.  E agora, eu teria de viver com essa mesma dor pelo resto de minha eternidade, infinita... Porque a única coisa que poderia me matar... Eu mesma matei.

 

Eu estava condenada a viver sozinha pelo resto da minha eternidade!

 

Mas de repente, eu posso ouvir novamente aquela música que eu perseguia em meus sonhos. A mais bela melodia que me fez acordar novamente. Essa canção, que somente uma pessoa sabia tocar. E então, tento desesperadamente sair daquele caixão. Mas meus músculos ainda não cooperava com os meus desejos, e por isso, caí naquele sólido chão. Arranhei meus cotovelos, mãos e joelhos, mas rapidamente me regenero, e logo começo a arrastar o meu corpo inútil, rastejando até a porta. Mas percebo que a maçaneta estava muito alta para alcançar. E uma profunda agonia invade meu peito, pois eu tinha que levantar a todo custo. Então, obriguei-me a curar os meus músculos daquele longo sono.

 

Dentro de um curto segundo consegui erguer-me sobre meus pés, ainda que instável. Segurei a maçaneta com minhas mãos trêmulas de dores e anseios.   Meu coração pulava tão rápido, que fiquei quase sem fôlego. Então eu finalmente abri a porta.

 

Havia um lírio... Um lírio vermelho abraçado por uma fita azul, caída no chão. Lentamente, me pus de joelhos para pegá-la.

 

Lágrimas caíram dos meus olhos, e antes que eu pudesse pensar em algo, havia duas mãos quentes envolvendo meus ombros.

 

'Estou sonhando? Isso é realidade? Isto está realmente acontecendo?'

 

Mas sim. Cá estava ele... O meu amado e tão dedicado Chevallier. Esperando meu despertar. Olhando para os meus olhos encharcados de lágrimas, de joelhos... Bem em frente a mim. Ele se aproximou de meu rosto, e lentamente, toca suavemente os lábios em meus ouvidos.

 

Percebi que ele estava a oferecer-me seu pescoço macio e quente.

 

Sentindo seu delicioso cheiro tão de perto, senti-me tentada. E instantaneamente, deixei meus instintos me dominarem. Mas desta vez fui mais gentil. Primeiro, lambi suavemente seu pescoço... Seu delicioso pescoço! Para amaciar sua pele, e para que não sinta muita dor neste momento tão esperado. E depois o beijei, beijei seu pescoço por um longo tempo. Suave e delicadamente. Eu podia ouvir seu coração bater mais rápido, assim como sua respiração ficara mais forte.

 

- Saya! - Sua voz suave e profunda, invadiu meu corpo com arrepios.

 

Aquela suave e reconfortante voz, ainda era a mesma. Tal qual lembrava com perfeição, me falando tão educadamente.

 

Mas a próxima coisa de que me dou conta, foi essa sensação frenética de excitação que atravessava minhas veias, causada por esse único doce sabor de seu sangue, deslizando nos meus lábios, língua, garganta... Me fazendo perder as forças.

 

Haji também estava excitado. Sua respiração ficou mais profunda e ele segurava minhas costas com firmeza. E assim, deixo esse luxurioso prazer de beber sangue - que só o seu sangue tinha o poder de me dar - fazer toda a dor que eu estava sentindo, minutos antes, desaparecer por completo.

 

E por um longo tempo, ficamos ali, desfrutando daquele orgasmo mútuo que nos envolvia, nos dominando.

 

Era bom perceber o quanto senti sua falta. Ou o quanto senti falta de sua constante companhia e dessa cega devoção a mim, que uma vez, achei ter perdido perdido para sempre. Ele era tudo que eu queria, tudo o que eu precisava. E agora ele estava ali, meu precioso Chevallier, brincando com o meus longos cabelos, abraçando-me; envolvendo-me em seus longos braço, para nunca deixar-me partir outra vez. Para apartir de agora, vivermos finalmente juntos... Oara sempre. Sem luta, nem dores.

 

- Haji... Eu também te amo! - finalmente lhe disse.

 

 

 


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