Silene de Claire: O Apoteose escrita por Jace Jane


Capítulo 9
Capítulo 9 - De encontro com o Passado


Notas iniciais do capítulo

Silene começa seu primeiro dia como deusa, mas sua mente esta perdida e ela precisa se encontrar, um dia seria o suficiente para a mais nova deusa olimpiana encontrar seu caminho de volta? Veremos como um encontro inesperado com o seu passado pode lhe ajudar.

Ps: Sorry, sei que demorei muito pra atualizar, mas ando muito desanimada e nem consigo escrever direito.



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Nas memorias que eu vi da funcionária do Cassino Lótus tinha uma frase que era bem marcante para mim, que me fez pensar bastante nela quando Hades foi embora.

“É preciso se perder para se encontrar”

Depois da minha briga com a Emilly e minha apoteose as coisas ficaram bem confusas para mim, eu era uma deusa agora, que não faz ideia do que fazer, talvez eu devesse me perder, quem sabe assim eu me encontro?

Com esse pensamento rondando minha mente eu pensei em um lugar, o único que eu conseguia imaginar agora. Meu corpo ficou ligeiramente quente e brilhante, fechei meus olhos e me concentrei na imagem, quando abri meus olhos eu estava exatamente no lugar onde eu tinha imaginado, era estranho estar ali, olhar para meu próprio tumulo, sendo que eu estou viva. A estatua da morte esta ali e no pedestal estava meu nome e o dia do meu nascimento e o da minha morte. Na primeira vez que vim aqui foi em um sonho, fiquei assustada em descobrir sobre o lugar que fui enterrada, mas olhando para o meu nome esculpido, com a leve brisa da tarde, aquele sentimento de medo e pavor não me atingiam mais. Olhei para baixo do meu nome e vi algumas flores mortas, alguém trazia flores para mim?

— Olá? – chamou alguém atrás de mim.

Virei-me e dei de cara com um garoto que deveria ter no mínimo uns quinze anos, sua pele era levemente pálida, seus cabelos castanhos eram levemente aparados nos lados e tinha um pequeno topete repicado. Seus olhos eram castanho escuro. Usava roupas normais, Uma blusa branca debaixo da jaqueta preta, usava um jeans escuro e calçava um All Star preto. Seu rosto era-me familiar.

— Oi – respondi depois da minha breve analise

— Normalmente só eu visito esse tumulo – comentou o garoto me olhando desconfiado.

— Eu vim visitar o tumulo da minha mãe, já estava de saída quando eu vi esse tumulo, o nome dela me pareceu familiar – inventei, esperava que ele caísse na minha desculpa.

— Ah sim – sorriu, aquele sorriso torto e nostálgico era idêntico ao do Edward – Meu avô chegou a conhecê-la, ele me contou várias histórias sobre ela.

— Pelo seu sorriso ela parece ter sido uma boa pessoa – comentei vendo se conseguia alguma informação sobre ele.

— Pelas histórias ela era bem impulsiva e muito corajosa, eram as qualidades que meu avô mais gostava nela – comentou depositando um pequeno buquê de rosas brancas na grama em frente ao pedestal, removendo o antigo buquê.

— Onde esta o seu avô agora? – perguntei deixando escapar minha curiosidade

— Ele esta velho demais para vir aqui pessoalmente, passa a maior parte do tempo na cama descansando – respondeu depois de ajeitar o buquê.

— Entendo – me afastei um pouco do tumulo e comecei a andar para ir embora, mas o garoto andou apressadamente para acompanhar meus passos.

— Você não se apresentou – observou

— Nem você – retruquei – Meu nome é.... – tinha que pensar rápido, mas o único nome que me vinha à mente era da pessoa que mais me trouxe problema na minha vida passada – Lorelai Bullet – sorri, esperando que ele não percebesse que tinha acabado de inventar o nome.

— Sou James Kaned – apresentou-se com um sorriso em quanto olhava para frente – É meio estranho conhecer uma garota bonita como você em um cemitério. – riu.

Minha surpresa deve ter ficando evidente para o James parar de andar e me olhar curioso.

— Algum problema? – perguntou mostrando um pouco de preocupação.

— Se sobrenome me lembrou a uma pessoa que minha mãe comentou quando estava viva – menti novamente.

— Qual era o nome?

— Edward Kaned – respondi encarando seus olhos escuros. Só agora o observando atentamente percebi algo em seu cheiro, talvez por estar em um cemitério eu não tenha percebido isso antes, mas ele tinha cheiro de morte.

— Que coincidência, esse é o nome do meu avô – disse me encarando surpreso.

Era tudo o que eu precisava para saber que o Ed ainda estava vivo, meu antigo amor tinha sobrevivido à guerra e tinha uma família, o sentimento de felicidade me atingiu, uma lagrima escorreu pelo meu rosto.

— Preciso ir agora, James – disse andando com passos apressados para o portão do cemitério.

***

Quando atravessei os portões do cemitério me teletransportei direto para o primeiro lugar que me veio em mente, o chalé de Hera no acampamento meio-sangue. Caí de joelhos e comecei a chorar.

— Depois de todo esse tempo, meu sacrifício valeu apena – disse limpando as lagrimas e me recompondo – Mas o garoto não esta seguro, ele é descendente de um deus, preciso voltar!

Voltei ao cemitério no mesmo instante, James tinha acabado de atravessar os portões, caminhava na calçada, indo em direção ao ponto de ônibus próximo. Fiquei parada observando-o, uma mulher parecia o seguir, por algum motivo a mulher olhou para trás e me viu, deu um sorriso e voltou-se para o garoto, precisei de um segundo para perceber que não era uma mulher mortal, mas sim um monstro.

— JAMES! – gritei, mas ele não pareceu ouvir. Vi a verdadeira face do monstro, era uma quimera, eu precisava salva-lo. Invoquei o meu arco e a aljava e preparei para atirar, tinha que ser rápida. Soltei a corda e a flecha foi desviada e a atenção da quimera se voltou para mim. A criatura não gostou do meu envolvimento e nem da flecha que eu lancei. Seu olhar me desafiava, eu mataria aquela criatura, não deixaria que chega-se mais perto do neto do meu amado, eu o protegeria. Deixei meu arco plano e peguei três flechas, a cabeça de dragão abriu a boca.

— Planeja destruir minhas flechas com o fogo? Coitada, minhas flechas são de boa qualidade – zombei, a quimera cuspiu fogo e eu lancei as flechas, uma delas atravessou a cabeça da cabra, a outra perfurou o rabo e a ultima parou no céu da boca da segunda cabeça. – Três flechas de uma caçadora de Ártemis, valeu a pena ter ido em missão com as caçadoras. – abaixei o arco orgulhosa, vendo a pilha de pó de monstro.

— Você é uma semideusa? – perguntou James olhando para mim completamente surpreso, seus olhos iam para o meu arco e para a pilha de pó que restou da quimera.

— Como você sabe sobre nós? – perguntei surpresa, não esperava que ele soubesse sobre os deuses, mas se ele sabia como raios não reparou no monstro?

— Eu perguntei primeiro – disse James tirando os fones do ouvido.

Então foi por isso que ele não me ouviu o chamando, mas seu instinto de sobrevivência? Puxou o avô, Ed era desatento da mesma forma, salvei a vida dele mais vezes do que me lembro, ser filho de Hades o deixava mais perto do submundo.

— Deusa – respondi o encarando – Como você não ouviu eu te chamando? – perguntei andando até ele – Poderia ter morrido, sabia? – disse indignada.

— Deusa? – disse perplexo – Devo fazer alguma reverência? – perguntou confuso.

Esse garoto era tapado.

— Não! – as coisas mudam quando você vira uma deusa, teria que me acostumar com isso. – Você é tão descuidado quanto seu avô, se eu não volta-se você teria morrido. Você precisa ser treinado ou vai acabar morrendo.

— Calma mulher! – gritou – Parece minha avó falando – disse parando meu sermão.

— Mas ela esta certa! Sabia que deuses não podem se intrometer na vida dos semideuses?

— Então porque interviu? – perguntou confuso

— Sou nova nisso, acabei de virar deusa – respondi cruzando os braços, tendo já guardado o arco e a aljava no anel.

— Uma deusa menor? – disse pensativo

— Sou filha de uma Titanide, cuidado com o que fala! – disse agressiva

— Desculpa – falou rapidamente, colocando as mãos para cima.

Suspirei.

— Como disse sou nova – olhei dentro de seus olhos e vi uma lembrança, procurei sua casa – É melhor você ir para sua casa, mas antes tem alguma arma com você ou em casa? – perguntei.

— Tenho uma adaga em casa – respondeu

Dei um tapa na minha cara, o moleque burro, acha que só vai ser atacado em casa? A rua não é segura não. Olhei para o cristal do meu anel e vi as imagens do meu arsenal, tinha muitas armas guardadas, mas tinha uma que seria perfeita para o James, uma antiga katana que eu usava no passado. Invoquei-a e estendi para o moleque.

— Primeiramente, sempre esteja armado, os monstros gostam de surpreender suas presas, então cuidado e segundo, fique com a minha katana, ele se transformará em uma corrente que ficará presa em sua calça, assim ela sempre estará com você. – com um olhar de surpresa James pegou a katana pelo cabo e a bainha, me olhou surpreso.

— Um presente meu a deusa mediadora do olimpo e conselheira olimpiana – disse dando um leve sorriso – Agora vá para casa e diga aos seus pais que você precisa ir para o acampamento meio-sangue. – Toquei seu ombro e o teletransportei pra sua casa.

Se ele mostra-se aquela katana para o Edward ele ligaria os pontos, saberia que eu estava viva e que sou uma deusa agora. Uma parte da minha vida estava resolvida, agora eu precisava dar atenção a minha missão de proteger a filha da rainha do olimpo, não seria fácil, mas quando as coisas foram fáceis para os deuses e semideuses?  


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, veremos Silene agir um pouco diferente, como ela fazia no passado, mas com novas preocupações graças a missão que Hera lhe deu.



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