Fractais escrita por Prih


Capítulo 4
Cerúlio


Notas iniciais do capítulo

OI!! Eu tive que dividir em dois por que ficou Enorme! Mais de 2000 palavras só um cap, e ainda nem terminei de escrever, e como estava louca para posta tive que dividi-lo.
Boa Leitura!
(agradeço a todos os leitores persistentes nessa fic, serio o comentário de vcs é o que impulsiona a escrever)



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Arendelle, Avenida principal. 1706.

Ordenou que suas pernas corressem mais rápido, porém essa ordem custou ser obedecida, já alcançou seu limite. Mesmo na corrida a fera era mais hábil, estava claro que o dragão logo a abocanharia. Elsa podia senti-lo aspirar o ar por sua costa. Não precisou olhar para traz para saber que ele se preparava para cuspir fogo. Na rua espaçosa calcada de pedras perfeitamente encaixadas, não havia lugar onde poderia se proteger com eficácia, ela estava muito próxima à fera, ser atingida de tão perto sem dúvida a queimaria por inteira mesmo com a proteção de gelo. Um local lhe saltou aos olhos, como se fosse iluminada por alguma misteriosa luz prata vinda do céu, um pequeno beco, na realidade uma fenda minúscula entre duas casas de pedras. A fera parou e cuspiu o fogo em lava laranja. O fogo lambia tudo que encontrava, deixando um rastro de cinzas e destruição. As pedras das ruas e das casas foram as únicas coisas que permaneceram firmes, apesar de levemente derretidos, resistiram bravamente. O que foi tocado pele fogo ficou completamente destruído, postes, Placa de ferros, Barris de água, carroças e até as portas e janelas de madeira, tudo foi consumido pelas chamas.

O dragão farejou o ar, certificando que finalmente derrotara a mulher. Rangeu seus caninos quando captou o cheiro do maldito inseto. A rua ainda fumegava, e os metais derretidos borbulhavam, mas a alta temperatura não incomodou o dragão, as garras eram envoltas por uma proteção de escamas terracotas. Sua íris vermelha espreitaram a pequena fenda entre as duas casas, grunhiu de ódio ao vê-la, espremida naquela minúscula fenda, mal tinha espaço para respira ou se mover, um palmo era a medida que a separava da parede de pedra a sua frente, mas graças a essa fenda, que apareceu como mágica a sua frente, salvou sua vida do fogo infernal.

Elsa respirava descompassada, assim como as batidas desordenadas em seu coração, acabou de escapar da morte iminente, contudo não tinha a menor idéia do que fazer. Tentou recuar ao encarar o olhar de ira do monstro, mas o não tinha para onde fugir, a única saída era por onde ela entrou. A língua bifurcada lambeu os beiços saboreando o perfume de pânico que emanava do inseto acuado. O local que foi sua salvação tornou-se a armadilha para perdição. Tentou passar suas garras na garota, sorte a fenda ser pequena o suficiente para elas. Elsa intacta percebeu novamente o pavor correr em suas veias, não conseguia se mexer, queria continuar lutando mesmo não sabendo o que fazer, rezava para que aparecesse uma oportunidade de sair desse impasse.

O dragão calculou a distância e posicionando sua boca mais perto da abertura aspirou o ar, Elsa antecipou a próxima ação, ele cuspiria novamente sua torrencial de fogo. Ele estava muito próximo, uma idéia passou a mente dela e ao ver as chamas brotar em sua garganta, moveu o braço em sua direção. Mirou o fundo da boca e atirou seu raio azulado, congelando instantaneamente o céu da boca e a garganta da fera. Bradado dor afastou-se da entrada com as garras sobre a sua garganta, desesperadamente tentou rasgá-la e arrancar a dor. Finalmente a oportunidade que precisava apareceu, A loira rapidamente rompeu em uma corrida para fora daquele lugar, enquanto a fera gemia de dor caída no chão abrindo uma ferida em sua garganta, logo o cheio de enxofre e carne podre exalou da ferida, deixando correr um sangue negro purulento.

Em quanto corria Elsa sentiu seus pés repuxarem, percebera que estavam descalços, perdeu seus calçados quando caiu no mar. Algumas bolhas se formaram na sola de seus pés, que pisavam nas quentes pedras, tratou logo de mandar uma quantidade de magia aos pés para resfriar e congelar o chão. O dragão voltou a segui-la. Ferozmente saltava pelos telhados destruindo-os instantaneamente, rugindo para todos os lados, ao aproximar dela desceu dos telhados pulando para a estrada, fazendo que algumas pedras se soltassem a baixo de suas poderosas patas. Avançando não importava com a dor em sua garganta aberta. Um som amedrontador, fazia oscilar o chão e os telhados.

Elsa finalmente teve um plano em mente, parou de correr, visualizou rapidamente as sua pegadas que ainda estavam congeladas. Esticando os braços impetuosamente deixando a luz celeste fluir de seus dedos elevando a mão fazendo com que subitamente erguessem estalagmites sólidas como o próprio aço e mais cortante que navalhas. As estacas de gelo acertaram em cheio o peito da fera, Elsa as forçavam mais assim que entraram em contato com a couraça marrom da fera.

Infelizmente isso não surtiu o efeito esperado, antes que furasse a proteção de escamas, a fera, utilizando de suas garras, estilhaçando o gelo em várias partes. Elsa criou uma barreira de gelo com suas mãos, empurravam com força na direção oposta que o dragão caminhava, quanto mais o gelo era empurrado maior ficava. Novamente fizera algo espantoso com sua mão, muralha ficou maior que o monstro. Com as duas mãos estendidas, usava toda a sua força para recuar as passadas firme da fera. Contudo, viu atônita, sua enorme muralha ser destruída pela fera, como se derruba um castelo de cartas. A rainha começou a desesperar sem saber o que fazer, seu gelo era inútil contra a couraça de ferro, necessitava de tempo para bolar um plano, como desejou ser salva por algum cavaleiro em uma armadura prateada. Afastou essa ideia de sua mente, isso não iria acontecer ela era a heroína nessa historia, nada de príncipes encantados para ela hoje.

Um pedaço de madeira voou e acertou a calda do monstro, A rainha pode ver, perplexa, uma menina ruiva, de vestido verde, coberto por barro. Podia reconhecer aquele par de tranças em qualquer lugar. Era Anna, que fugindo dos fortes braços de seu noivo, correu em direção a batalha para ajudar sua irmã. A cabeça oca não sabia como ou se tinha força o suficiente para deter a fera, mas não ficaria sem tentar. Mais as madeira e pedras eram arremessados, se quer desconcentram o dragão

一 Elsa! Eu crio uma distração! – Gritava a vário metros de distância. – Seu bicho feio, deixa a minha irmã em paz! – Jogou outra pedra que quicou em suas escamas.

Algo chamou sua atenção, com certeza não foram as ofensivas pedras, mas foi a voz da garota. Girou parte de seu dorso para vislumbrar a ruivinha. E um ganido saiu entre os dentes.

“Clave, invenies.”

Mesmo que fisicamente fosse impossível emitir sons com a garganta dilacerada, aquele gemido Elsa compreendeu: “chave, encontrei”. Ele girou por completo agora estava colocando em posição de caçador em busca da presa. Sua língua bifurcada lambeu dos dentes, pretos pelo liquido que saia de sua garganta fatiada.

一 Corra Anna! – Em um movimento rápido prendeu as patas da criatura ao chão, e criou uma nova barreira entre o dragão e Anna, muito maior que a anterior, e muito mais densa ela se estendia de ponta a ponta o reino.

A nevasca intensificou sobres eles, ambos emitiam instintos assassinos, Elsa não permitiria que nem um fio de cabelo de sua querida irmã fosse imolado. A tempestade finalmente chegou e a rainha não a deteve, a porta de seu coração abriu, era hora do dragão sentir o poder destrutivo da fúria do frio.

Iniciou um tormento, o vento açoitava em todas as direções. Elsa cercou o dragão com montanhas de neves brancas. O ser colossal não renderia facilmente, chicoteava a neve com sua calda pontiaguda. Ele empregou sua atenção em destruir a neve que só aumentava. Distraído, a fera não notou quando Elsa mudou sua posição, Não deixou tempo para a fera se mover logo o soterrou com seu poder. Selando-o na montanha de neve com uma espeça camada de gelo. A camada de gelo rapidamente formou uma cápsula, talvez pela alma de cristal ou sua feminilidade, mas uma pessoa que não presenciasse a luta juraria que a esfera azulada era uma majestosa escultura de flor em botão e não uma prisão mágica.

Com as mãos unidas Elsa segurava toda a estrutura de gelo, chegou a pensar que finalmente o derrotara. Porém estalos surgiram do interior da prisão, indicando que a fera ainda lutava. A rainha redobrou a força, uma forte luz celeste tremeluzia dentre seus dedos cravados como em oração. Outra batida com muito mais intensidade e o monstro libertou de sua prisão espalhando fractais de gelos em todas as direções. A pancada forte também fez com que Elsa fosse repelida para longe, graças às forças extras que usava em sua magia, que quando quebrada, sofreu uma grande quantidade de danos.

O dragão sacudiu sua cabeça, aturdido, logo focalizou a humana caída. Elsa ainda tentou levantar, sua cabeça chiava com o impacto da queda. Logo ficou a posta quando o viu se aproximar. Uma batalha de contato magia e fera era travada, deferindo golpes de suas garras o dragão tentava a todo custo esfarrapar a rainha, que bloqueava com gelos e quando isso falhava ela esquivava, se jogando em sobre o chão ou recuando o seu corpo. A luta ficou em impasse, não precisava ser atingida mais que uma vez para a luta acabar, por isso ela desvia de todos os golpes da fera, que entre chicoteadas de sua calda e golpes de suas garras a tentando fatiar. A batalha começou a cobrar da rainha um esforço que ela não tinha de onde tirar.

Uma camada de gelo se formou na pata direita o prendendo o no chão, dando a ela espaço para correr. Tropeçando em seus próprios pés a loira corria ao seu redor a neve tomava toda a cidade, tingindo tudo em um único tom branco. Nada que tentou até o momento funcionou, Algo devia ter escapado de seus julgamentos. Mesmo um ser demoníaco tem que existir alguma fraqueza, essas dúvidas nublavam sua mente, correndo sem saber ao certo para onde ir. Virou-se para calcular a distância entre ela e o monstro, não era muito grande que, com a pata livre, iniciou uma perseguição enfadonha. A distância era suficiente para feri-la com suas chamas: “por que não esta cuspindo fogo?” uma pergunta saltou a sua mente. O dragão tentou urrar e ao abrir sua bocarra um novo plano foi formulado na mente da jovem.

Seus dedos tremiam, suas pernas cambaleavam, não conseguia correr, essa seria sua última tentativa, seu corpo não sobreviveria por muito mais. A fera fechou a boca engolindo alguns flocos de neve quase que imperceptível. A rainha fechou os olhos usando toda a sua concentração pode sentir as pequenas partes de gelo ainda na boca do dragão, empregando seu poder não permitiu que derretesse e as moveu para o estomago, abriu os olhos, mesmo o percebendo que o intervalo entre eles diminuíra consideravelmente, não se abalou. Estendeu os braços na horizontal, os separando bem. O dragão arregalou os olhos, brecou a metros dela. Um soído dentro da fera foi escutado o que foi seguido de gruído horripilante, carregado de agonia. Desabando ao chão a fera gemia e contorcia. Elsa, imponente, continuava firme, com os braços estendidos, implicando a sua magia.

Ganidos aflitos eram emitidos pela criatura, sons bizarros surgiram de dentro dele. A fera voltou a fitar a humana, um olhar carregado de ira, os movimentos ficaram cada vez mais lentos até ficar completamente imobilizado, mas ainda não estava morto. Os barulhos dentro do corpo do monstro continuavam, estalos tornaram-se mais e mais forte. Pontos cortantes rasgavam a couraça da fera, de dentro para fora, um fluido negro logo jorrou da ferida. Os poderes de Elsa pareceram falhar, mesmo assim, ainda insistia em dobrar o tamanho o floco de neve, que agora era uma grande lâmina afiada. A criatura, paralisada, sucumbiu, a lâmina de gelo que emergia dobrou de tamanho dentro de seu estomago e cortante como navalha, serrou seu órgão e destruiu suas estruturas internas, e finalmente, o partiu em dois.

Os braços pesados desabam, seu corpo dolorido não aguentava a batalha. A Rainha contabilizou os danos em seu corpo, pés descalços e sangrando, um pulso deslocado, hematomas por todo o corpo, o vestido que ganhou de sua irmã, rasgado e com as barras queimadas, seus cabelos engrenhado ainda persistiam em ficar unidos aos dois últimos noz da trança. Fitou o dragão e a passos vagarosos deu a volta por ele, o mau cheiro do enxofre e podridão embrulhou seu estomago.

O liquido viscoso corria de seu corpo partido, seu intestino saltava para fora, vermes de sua barriga, sacolejavam frenéticos ao serem expostos ao frio. Elsa virou a face para outra direção, enojada, estava prestes a vomitar, concentrou-se em desfazer a nevasca que criara o que lhe consumia ainda mais poder. Desmanchou a barreira que esperava que Anna viesse buscá-la.

A linda dama caminhava com dificuldade. Seus pés nus tocavam a terra fria e úmida a carne de seu corpo tremia, pois nunca usará tanto poder, seu corpo alcançou o limite da exaustão. Sua respiração estava ofegante até seu vestido de linho se tornou um peso a arrastar. Seus olhos azuis dançaram procurando ter uma melhor visão de toda a destruição gerada. A sua volta todas as casas foram destruídas. Cerrou as pálpebras, queria fugir dessa realidade aterrorizadora, tentou tranquilizar-se lembrando que ninguém, além dela, se envolverá nessa batalha.

Seu corpo desvanecia, quando sentiu um bafo quente vindo de sua costa, deteve-se e virou o mais rápido que seu pesado corpo deixou. O monstro terrível continuava vivo, um ser criado pelo ódio e a ganância, cujo único objetivo é matar e roubar tesouros, que, mesmo sem a metade de seu corpo e as feridas e exalava cheiros de carne podre e enxofre, ansiava matá-la. O tom terracota de suas escamas e seus olhos carmim perturbadores, que com um único braço, arrastava-se para Rainha. Já não tendo mais força para correr permaneceu de pé esperando a fera deferir-lhe o golpe final. E para sua surpresa a fera parou a metros de distância e diferente das outras vezes urrou algo, que mesmo sendo um som sem palavras, a Rainha compreendeu tudo:

“Cor glaciem

Anima cristallum

Frigore tutus, nunc fata

Quod autem de partibus corporis vestri,reperio in aeternum

Dum aliud solvere poterat, ista maledictio.”

No mesmo momento a pele da rainha transmutou em gelo solido. A praga que foi jogada era poderosa. O dragão dá seu ultimo suspiro, mas a Rainha não respirava mais, tornou-se uma pedra de gelo solida.

Elsa, Rainha de Arendelle, estava presa em uma maldição de um dragão.


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Notas finais do capítulo

_Lenda_
Curiosidade para o próximo cap.
Na áfrica existe uma lenda explicando como as historias se espalharam pelo mundo. Dizem que muito antes de existirem instrumentos musicais, antes mesmo das pessoas aprenderem a contar historia, existia um rato viajante. Esse rato se escondia nas bagagens dos nômades, ou de algum viajante, e passava de lugar em lugar. Dizem que ele viajou todo o globo vendo e escutando historia e par cada nova historias vista ele tecia um fio de barbante e quando voltava para casa os guardava em um baú. Porém ele era um rato egoísta e jamais deixava ninguém saber de suas variadas historias. Certa vez, uma forte tempestade soprou um vento forte em sua toca, abrindo o Baú e espalhando suas historias a todos os cantos do mundo.