Fractais escrita por Prih


Capítulo 27
As Saxifragas roxas


Notas iniciais do capítulo

Ola Todos! Sou eu Prih!
Sim dois caps nessa semana, eu prometi que adiantaria a postagem semana passada, mas não deu muito errado pq comecei a escrever e não parei, mas agora sim um cap lindo e cheiroso para vcs.
Não esqueçam de comentar e bem...sobre as vagas até agora temos somente mais uma vaga para Coautora.



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Fábrica de Brinquedos, Polo Norte. 24 de Dezembro de 2016

Mais rápido que os mortais pudessem notar, o natal já se avizinhava. O calendário do velho barbado já estava circulado no dia 24 de dezembro. Mas a produção dos presentes e brinquedos ainda não havia chegado ao fim, Elsa e North reliam o relatório de brinquedos contabilizando quantos brinquedos  faltavam para concluir, somente algumas centenas constataram, o que seria fácil de produzir. Ambos olharam para os seus ajudantes e notando a exaustão de todos. Mesmo North o velho parrudo parecia esmorecido com tamanho esforço, Elsa possuía suaves manchas escuras abaixo de seus olhos, demonstrando suas noites de sono perdidas para a produção dos brinquedos.

North então bateu palmas, despertando alguns Yetis que acabaram cochilando sobre os brinquedos, sem perceber. Ao longe, Bunny seguia Elsa com o olhar, extremamente focado em cada ação da loira. Ele procurava novamente algum sinal de perigo, sabia muito bem do potencial destrutivo dela. Somente relembrar de Toothiana caída no chão congelado e com as asas quebradas, fez seus pelos se eriçaram de raiva. Ele estava tão compenetrado em vigiar a rainha que não notou a fada que flutuou para o seu lado.

— Para onde está olhando? – A doce voz da fada retirou o coelhão de sua vigilância o assustando.

— Eu!? – Tentou recompor sua pose vigorosa de sempre. – Observando a loira.

— Hum... – A fada comprimiu os lábios suavemente e começou a brincar com os dedos, levemente apreensiva. – Ainda está preocupado com Elsa?

Ele não respondeu, não achou necessário responder uma pergunta com uma resposta óbvia. A fada quase havia morrido por culpa da humana e se não fosse Bunny, que sempre carrega seus bombons mágicos, sabe-se lá o que teria acontecido com a fada. Toothiana logo viu a mudança de expressão de seu amigo, o que a fez lembrar de quando a rainha Elsa compreendeu a linguagem que os monstros usavam e o quão estranho lhe pareceu, mas a fada tratou logo de mudar de pensamento e emoção, o Pooka poderia ver o que ela estava pensando e sentindo, o que só pioraria a situação.

— Ela é uma pessoa boa de coração. – Dizia sem mentira na voz. – E muito corajosa. – Por sorte o coelho estava distraído o suficiente para reparar na pequena confusão da mente da fada.

— Ela? Boa e Corajosa? – Ironizou o Coelhão, cruzando os braços em frente ao peito.

— Bunnymund, ela enfrentou os seus próprios medos para proteger crianças, eu vi. – Ela dizia docemente sem nenhum sinal de mentira. – Uma pessoa corajosa não significa uma pessoa sem medo, mas alguém que não se deixa vencer por eles.

— Eu sei o que eu vejo Fada e North também sabe de algo, mas ele não quer nos contar, somente acredite quando eu digo para não se aproximar dela. – Dizendo isso ele saltou para longe da fada, estava visivelmente exaltado com a conversação. Poderia ser somente marra contra um novato, como foi com Jack Frost, mas para a rainha a situação era diferente, para ele era óbvio que todos corriam perigo com ela por perto.

Olaf bamboleava despreocupadamente seu corpinho pelo salão, carregando entre seus dedos de graveto, o último presente e o depositando delicadamente no grande saco mágico de brinquedos. O bonequinho de neve ficou maravilhado ao ver o presente desaparecer no interior escuro do saco, sentiu uma pontada de curiosidade em adentrar e ver como era o universo secreto dentro do escuro, mas foi impedido por Anna, que segurou seu bracinho de madeira e o puxou para longe enquanto escutava as indagações jocosas do boneco.

Com todos os presentes do mundo dentro do saco mágico North, bateu as rédeas dos enormes servos mágicos, que atenderam simultaneamente a ordem e forçaram a grande quantidade de peso a se mover. Inicialmente, o trenó patinou de um lado para outro até que finalmente a força dos animais conseguiu mover o pesadíssimo trenó. A força conseguiu ser maior que o peso e logo os bichos passaram a caminhar, depois correr cada passo mais rápido que o anterior até finalmente chegar a velocidade suficiente para executar os lopping e rodeios do comprido túnel de gelo.

Elsa parecia ser a única alma acordada e disposta, em toda a fábrica de brinquedos. Independente para onde olhasse via ou um Yeti ou fadinha ou ambos dormindo profundamente. Caminhou cuidadosamente fazendo somente o barulho necessário, evitando ao máximo acordar qualquer um deles, afinal eles estavam em seu descanso merecido. Dirigiu-se ao andar superior,  onde havia uma lareira e o grande globo das luzes, que ela poderia acompanhar as luzes da fé infantil.  Anna e kristoff deveriam estar naquele andar, mas para sua infelicidade, somente o sonolento Jack frost. Desafiando a gravidade  equilibrando-se sobre seu cajado de madeira, encarando o grande globo. Depois de ter o evitado por tanto tempo teria não teria mais desculpas para se afastar, Elsa respirou profundamente, cogitou uma fuga, porém mudou de ideia e seguiu em frente. O garoto logo notou a presença dela e antes que ela desse mais um passo voou para sua direção.

— Meus parabéns rainha! – Jack disse reverenciando em uma tentativa falha de parecer cavalheiro. Isso a fez rir, mesmo tentando conter seu sorriso, foi inevitável.

—  Oh! O que essa mera mortal fez para merecer tal honra, Sir Nevado? – Ela reverenciou em resposta, entrando na brincadeira divertida.

— Vossa majestade salvou o Natal. – Propositalmente mudou a voz e a postura imitando erroneamente um lord.

— Não, Jack. Nós, Salvamos o Natal. –  Ela deixou um sorriso escapar, mas logo desfez a sua feição, tornando-a séria e escondendo seu sentimento. Desviou o olhar para o globo talvez assim ele não a notasse corar.

—  Está acontecendo algo entre a gente? – Jack perguntou sem rodeios, com uma expressão levemente dolorida.

—  O...O que? P...Por quê? – Ela engasgou com a direta do garoto. Ele poderia ter percebido o que ela sentia, mesmo ela tendo encobrido muito bem? O menino a assistia enquanto ela tingia-se de um belo tom rosa.

—  Eu não sou bobo, Elsa. – O olhar de Jack contia um certo pesar. Mas as palavras fizeram a loira perder o ar dos pulmões, seu coração bater loucamente em seu peito e a cor de sua pele pular de rosa para vermelho. – Notei que está me evitando.

—  C...Como? – Engasgou vergonhosamente nessas palavras e sua face queimava em brasa, mas o garoto alvo aparecia não se importar como deveria.

— Já tem um tempo que estou tentando conversar com você, mas todas as vezes que eu me aproximava você fugia, me evitando. – O nevado dizia isso enquanto jogava seu cajado de uma mão a outra de cabeça baixa, até finalmente parar. Levou uma das mão a nuca, coçando o couro cabeludo tomando coragem para perguntar, em seguida fitou Elsa entre os cílios. – Eu fiz algo que te magoou?

Elsa piscou algumas vezes processando a informação. Jack não havia descoberto os sentimento dela, somente estava preocupado se a tinha magoado. Levando a mão até o coração, tentou em vão, desacelerar os  desesperados batimentos. Ela suspirou aliviada e desapontada.

— Não jack, você nunca me magoou. – Ela disse abrindo um sorriso capaz de congelar o próprio Sol.

O garoto alvo sentiu que aquele perfeito sorriso o retirava de toda sua concentração, e como mágica, sentiu-se ficar mais leve. Parecia que as habilidades de persuasão de Elsa, mesmo que inconscientes, funcionavam infinitamente mais rápidas com ele.

— Que bom então, nós podemos conversar? – Ele disse cheio de receio e inseguranças, esperando que ela não o negasse esse pedido.

— Claro.

—  Yep! Bem, eu fugi da fábrica por um momento para pegar essas flores para você. Segundo sua irmã, elas são um sinal de trégua em seu reino.

As flores que Jack tirou de seu bolso do moletom eram saxifraga roxa. Um singelo buquê de um amontoado de pequenas flores roxas. Apesar de serem um sinal de trégua, aquelas flores significavam mais do que um simples pedido de desculpa. No reino de Arendelle, havia um costume entre os casais de namorados. Sempre que um pedido de casamento fosse feito, o noivo deveria subir a montanha e colher essas flores selvagens, e só depois de conseguí-las que o pedido de casamento era feito. Elas são consideradas um tesouro de boa sorte, já que as plantas selvagens só podem ser encontradas em Alpes e Montanhas rochosas, em climas e temperaturas completamente adversas.

A moça loira tomou as flores pelas mãos, tocando levemente os dedos de Jack, e depois as levou ao nariz, aspirando todo o perfume liberado das pétalas roxeadas. Jack a assistia, completamente envolvido e estampando um sorriso pateta em sua face. Enquanto o perfume das flores invadiam seu pulmão, cravando o acontecido em sua memória, elas fizeram a rainha amolecer em sua decisão. Raciocinando sobre não revelar seu sentimento. Isso seria cruel demais com ela, não falar de algo tão maravilhoso quanto um sentimento. Era uma verdadeira crueldade aprisionar emoções. Usando os seus poderes, Elsa envolveu algumas das flores com a sua magia e, como fez no aniversário de Anna, alinhou-as entre as suas tranças.

—  Quando tudo isso acabar, eu vou te contar uma coisa muito importante. – Ela dizia serenamente, não retirar seu olhar do buquê sem poder ver a empolgação iluminar a face do garoto. – Anna sempre consegue abrir as portas…

O citar do nome de Anna foi o estopim para perceber algo que faltava. Tudo estava extremamente silencioso, nenhum tagarelar frenético, ou uma agitação costumeira de primavera. Somente a absoluta quietude.

— Onde...Onde está Anna !? – Instintivamente, Elsa segurou no braço do garoto nevado enquanto buscava ver sua irmã em algum lugar do salão das crenças.

— Ela está com o Papai Noel. – Olaf apareceu sustentando suas cabeças com as mãozinhas de graveto, tentando ficar mais alto. Sua voz abobalhada estava mais alegre do que de costume.

— Está com o Papai Noel? –  Arregalhou seus olhos de preocupação.

— É, ela disse que queria ser entregadora de brinquedos por um dia.

— Entregar. Brinquedos. – A loira disse cada palavra pausadamente, digerindo a informação. – Por que ela fez isso? Eu disse que era perigoso sair da oficina, e se Breu a capturar?

— Calma. – Jack interveio mansamente, com um sorriso que conseguiu tirar de imediato toda a preocupação de Elsa. – Eu vou cuidar dela, pode confirmar em mim. – As últimas palavras flutuaram suavemente até o coração da moça, que passou a acreditar. A pele do menino ficou estranhamente iluminada, pareciam que raios de luz da Lua pulsaram levemente por baixo da pele de Jack, como se ele brilhasse levemente. A loira imaginou que seus olhos apaixonados pregavam-lhe uma peça.

O jovem então tomou a mão da dama e tocou-a suavemente com seus lábios, novamente imitando um cavalheiro jogou uma piscadela e partiu voando. Elsa somente assistia enquanto ele distanciava pela enorme janela que dava para a Lua, deixando alguns raios prata deslizarem para dentro do salão, iluminando o globo das crenças das crianças.

— Você vai casar com ele? – Olaff cortou todos os pensamento de sua criadora.

— Olaf! As coisas não funcionam assim. – Ela o repreendeu, mas sua voz não estava com tom punitivo.

— Por que não ? – O boneco insistiu inocente.

— Porque não, Olaf. – Adultos respondiam assim, um seco não, sem necessariamente entender os porquês, e Elsa dava seus primeiros passos para esse universo monocromático.

— Ha, Elsa! – O bonequinho roliço mudou drasticamente de assunto. – Anna deixou um presente para você, tá debaixo da árvore. – O bonequinho sentou-se ao chão e começou a brincar com os próprios pezinhos redondos, enquanto discutia sobre o que ele poderia ganhar do papai noel.

Elsa soltou um leve sorriso entre os dentes, em seguida começou a caminhar majestosamente em direção ao enorme pinheiro completamente ornamentado com luzes, doces e bolas coloridas. Ela poderia se distrair com qualquer uma das maravilhas bem elaboradas, porém interessou-se por uma caixinha hexagonal de cor verde musgo. Elsa não se indagou se era aquele o seu presente que Anna havia preparado. Ela pegou a caixinha, atraída de alguma maneira. Naquele instante, parecia que aquela caixinha lhe pertencia, como se ela sempre tivesse sido sua. Havia uma dedicatória em um papel atrelado a caixa, mas ela não se importou em ler, nem mesmo em segurá-la quando a folha deslizou ao chão. Era óbvio que aquela caixa era sua. A rainha poderia jurar que se lembrava daquela caixa. Por isso, somente tomou-a pela mão e a abriu como toda a naturalidade. Não se surpreendeu quando viu um único brinco de pérola, era exatamente isso que ela buscava encontrar. Intuitiva colocou a jóia no buraco de sua orelha.

A visão da rainha escureceu. Seus olhos pareciam enxergar por debaixo de uma cortina. objetos turvos em sem forma, brotavam e murchavam a sua frente. Cheia de medo e pavor, a menina começou a procurar algum ponto de referência, quando de repente uma risada ruidosa ecoou com aridez, era uma tentativa grosseira e cínica de imitar a risada de North. Uma silhueta feminina começou a se materializar a sua frente.

— Feliz Natal! – Uma voz áspera ressoou falsamente.

—  Quem é você!? –  Elsa disse repleta de medo.

Emergindo a sua vista, uma figura feminina tomava forma mais densa, meio humana, meio serpente. de pele cinza e cabelos negros como piche. Sorria sem demonstrar emoções.

— Ora, ora. Acho que isso muda meus planos.


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Notas finais do capítulo

to sem tempo de pesquisar e transcreve minhas curiosidades...
então que tal uma acada dois capítulos?
e ai alguem achou que Elsa abriria o presente dado por lámia? hehehe....o que será que vai acontecer agora?

ps. não briguem mas o próximo cap saira por volta de 10 dias uteis, é que eu não escreverei nada entre os dias 31/12 e 03/01 desculpa ><.
e pode ser que não responda os comentários, mas não deixem de comentar pq eu lerei !!!!



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