China; Rio Yangtzé - 2016

Os céus anunciavam a chegada de uma devasta tormenta. Os guardiões mais experientes acreditavam se tratar de breu e seus pesadelos, porém estavam terrivelmente equivocados, não era Boogieman, nem mesmo seus monstrengos rivais, era algo mais ameaçador que qualquer criatura terrestre pudera ser.

Um raio translúcido azul rasgou as sombras do bosque e congelou instantaneamente um kappa de dois metros. Mesmo os poderes de Jack não faziam tal estrago. O monstro sequer agonizou, somente congelou e estilhaçou pedaços de seu corpo para todas as direções. Todos olharam em direção as arvores, esgueirando entre elas surgia a figura feminina, com olhar carregado com sentimentos forte. Determinação. Coragem. E, para espanto de North, ódio. Aquele olhar trazia para North recordações da época que era o Rei dos ladrões, recordações soterradas pelo tempo de uma criatura, que perturbava seus sonhos. Balançou a cabeça frenético para retirar esses pensamentos, aquele não era a melhor ocasião para lembrar-se de seus pesadelos antigos.

Elsa marchava a passos firmes. Com visão periférica pode localizar todas as criaturas nas margens do rio e em terra firme. Ela não as contou, mas baseou que passavam de três mil. Estagnou no mesmo local que a pouco lutava com a fada. Mandou magia para a sola dos pés, criado uma camada de gelo. Prendendo tudo que estava no chão, criaturas, arvores, rochas, com exceção de duas criaturas: North e Bunny que não podiam voar, no entanto até os ovoides de luta do Coelho foram capturados pela a camada de gelo. Expandindo sua magia, fez com que a camada de gelo, que antes somente prendia as criaturas, começassem a subir para as patas delas criaturas. Loucos e cheios de dores, os Kappas gorgolejaram um lamento suplicante que foi ignorado por Elsa.

“Deixe ir, liberte Elsa.” Conversava com sigo mesma, naquele momento todos os limites que sempre se impunha, deveriam se excedidos.

Os guardiões ficaram sem reação. Sobretudo Jack, que permanecia em um êxtase de admiração e ‘abobalhamento’. Bummy não conseguia acreditar que Elsa tivesse uma mudança enorme, quis saber se era ela e decidiu ler seu pensamento e emoções, ele era um Pooka. Uma maravilhosa espécie com incontáveis poderes mágicos que foi quase totalmente extinta pelas mãos de Pitch Black, Bunnymund era o último sobrevivente de sua espécie. O Pooka ainda se lembrava como: ler pensamentos e sentir emoções de outrem. Concentrou-se um pouco na garota. Por um milésimo de segundo viu as emoções e pensamentos da moça. Foi o suficiente para o Coelhão titubear e cair no chão apavorado. Um Pooka não devia se apavora. Nunca. Ele enfrentou breu seguidas vezes e viu toda sua espécie ser dizimada, não era para ter medo de uma garota. Elsa emitia instintos assassinos, que o Coelho jamais sentira em um único humano. Eram intensos e pesados como se todo o desejo de assassinato do mundo, estivessem no coração daquela moça. O Coelho foi perturbado por duas velhas inquietações internas, eram elas as memorias de quando acordou no campo de batalha e percebera que toda a sua família havia sido dizimada e a outra quando, na terra, ficou cara a cara com verdadeira malícia humana.

Elsa sentiu que sua magia atingia os órgãos internos dos kappas, levantou os braços ordenando que as criaturas fossem completamente congeladas. Em um unissom as criaturas gemeram dor e agonia. Os gritos e gemidos sessaram e foi seguindo de um pungente silêncio, nem mesmo o vento soprava, nenhum animal emitia seu som. Tudo se escondera. A mudez foi efémera o trincar estrépito do corpo congelado dos monstros foi o responsável por quebrar a quietude. Os pedaços estilhaçaram, mesmo as duras carapaças foram desintegradas. Árvores, pedras, nada sobrara em terra num raio de dez metros da rainha.

Uma nevasca começou a cair sobre a clareira de gelo, o céu parecia coroar a rainha com alvejados flocos de neve. A superfície do rio ficou completamente congelada, sem que Elsa necessariamente desejasse. Seu poder não estava contido nem mesmo por um décimo de desejo dela, por isso a nevasca cobria não só a região que estava, ela alcançou mais da metade da china toda Mongólia e Coréia do Norte e Sul. Esse era o poder do matador de dragão, o poder que deixava Jack pasmo, nunca em sua vida de guardião pensou ver dominação de gelo tão impecável.

O alvejado voou até o encontro de Elsa, queria festejar a vitória, segura-la em seus braços e rodopiar com ela no céu, mas antes mesmo que chegasse perto dela um estampido seco o parou, girou o corpo no ar e visualizou a grossa camada de gelo da superfície do rio partindo em dois. Uma fera com mais de dez metros emergiu dentre os blocos de gelos fragmentados. Era um kappa, que ao contrário dos que saíram antes, possuía um robusto corpo maciço, aglutinado com fileiras de músculos definidos, suas garras negras e cumpridas estavam eriçadas contra as seis criaturas na margem. Era enorme e pesado, mas conseguia permanecer de pé sobre suas duas patas. Parecia zangado, foi acordado de sua hibernação pelos poderes gélidos de Elsa. Ele Gruniu contra as criaturinhas seis criaturas.

“ Quem? Quem acordar Rei?!” Em seus grunhidos era o que Elsa entendia.