Arendelle. Noruega, 2016.

Elsa desceu do treno ajudada pela fada e antes de pisar o chão, percebera que ainda não suava calçado, seus pés só estavam enrolados em uma faixa branca. Resolveu esse empasse criando uma delicada sapatinha de gelo. Atónita a rainha olhava, seu amado reino. Não era como sua memória tinha fixado, tudo havia mudado.

O sol ainda estava dava seu último baile de luzes, antes de se despedir a neve de inverno cobria os telhados das casas. A rainha pode reconhecer a avenida principal, ainda possuía as mesmas pedras no pavimento, as mesmas casas, até as que foram destruídas na batalha foram reconstruídas, mas muitas coisas estavam diferentes. As pessoas usavam roupas estranhas. Mulheres usavam roupas muito parecidas com peças intimas em plena luz do dia, as saias deixavam as pernas completamente amostra, mesmo sendo inverno, mesmo as costas de muitas estavam nuas e outras tinham o disparate de usar peças masculina. Os homens pareciam conservar um pouco da modéstia, apesar de uma alfaiataria completamente distinta, além de alguns usarem chapeis de uma única aba e andavam como macacos de circo.

Olhando mais atentamente pode ver uma espécie de carruagem quadrada e de quatro rodas, pintada de cor escura. Elsa se aproximou e tocou, sentiu que ela era feita de metal polido. Saltitou de susto quando um ronco forte saiu de sua dianteira e como mágica, pôs a andar sem cavalo. A loira preparou suas mãos para se defender da criatura mágica.

一 Calma. – Jack que permaneceu ao seu lado o tempo todo, interveio. – Isso é algo que os humanos fazem hoje, se chama carro.

Elsa o encaro sobressaltada e sem dizer uma palavra, deu a costas e rumou a fada, ainda estava magoada com o que ele havia feito. A loira cogitou que todos falavam a verdade, 300 anos poderiam ter passado, bastava olhar ao redor, os guardiões não mentiram. Sua irmã podia estar morta ou talvez existisse uma maneira de reverter, mudar algo, afinal Elsa era rainha, poderia ter algo que podia fazer.

Segundo estágio do luto, Barganha.

Jack com um triste semblante, assistia a donzela se afastar dele mais e mais. Perdida em seus devaneios, Elsa quase derrubou algumas crianças que estavam circundando a fada. Elas pulavam e gritavam, saudando a fada dos dentes. A rainha com os braços cruzados apertando seu peito cabeça baixa, cheia de confusão, foi notada pela guardiã das memorias. A fada quis saber o que estava acontecendo com ela, mas com tantas crianças seria impossível, teve então a brilhante ideia de distrai-las com suas fadinhas. O que funcionou, toda criança ama fadinhas. Podendo finalmente aproximar-se da loira.

一Rainha Elsa? Doí algo? – Docemente disse a esverdeada.

一Oh! – As palavras da alada a despertou de seu transe. – Não... eu só... me perdoe, devia ter acreditado em vocês.

一Tudo bem, sabia que seria difícil de acreditar... – A fada reparou a quantidade de neve que começou a se intensificar.

一Agora a única coisa que quero é saber tudo o que aconteceu com minha irmã, Kristoff e todos os outro. – A loira pensava que poderia haver algo que pudesse trazer Anna de volta.

一Uma nevasca? – Disse em sussurro olhando o tempo que começava a se fechar.

一Perdão. – A rainha começara a perder o controle de seus poderes novamente, tentou logo controla-lo.

一Rainha Elsa escute, não mostre seu poder a ninguém. – A loira a encarou com espanto, porém não disse nada.

一 Nada do que você está vendo é magia de verdade é tudo um truque e os homens de hoje não entenderia seu poder. – A fada disse com um pesar. – Talvez não seja incendiada viva, mas algo pior poderia acontecer.

Mesmo contra a vontade Elsa concordou em esconder seus poderes. Encobrir. Os tempos eram outros e maldade e ambição humana as mesmas, se homens podia fazer truque tão incríveis ela poderia facilmente entrar em problema, se eles quisessem seus poderes. Precisava mudar de linha de raciocínio, para evitar que a nevasca voltasse, lembrou então que a fada era uma criatura mágica, mas parecia só chamar atenção de algumas poucas crianças.

一 Somente as crianças a vê?

一 É, as crianças que acreditam, mas quando elas não acreditam, nós nos tornamos invisíveis. Isso acontece porque eu e os outros somos guardiões, mas para Jack...

一Para Jack... – Acendeu uma curiosidade em Elsa.

一 Para Jack foi diferente. A pouco tempo se juntou a nós. – A fada disse com um lampejo de alegria ao se relembrar do dia em que venceram Pitch, mas logo sua face demonstrou tristeza. – Mas antes ele viveu centenas de anos sem saber seu motivo de continuar, seu cerne, nem mesmo as crianças acreditavam nele. – A loira ouvia tudo atentamente, enquanto ambas se encaminharam ao portão principal do castelo. – Pode imaginar como é viver sem ser visto por ninguém?

Elsa sentiu uma pontada de culpa com as últimas palavras, ela não precisava imaginar ela sabia o que era a solidão. Usando a visão periférica, percebeu que Jack continuava ao longe com o capuz cobrindo a cabeça e cabisbaixo. Um transeunte que caminhava atravessou o garoto, o menino não demonstrou grande espanto, mas Elsa foi completamente surpreendida com a cena. Direcionando o olhar para o grande portão de seu castelo, onde um aglomerado pessoas aguardavam a próxima entrada de visita, a loira continuava a caminhar até ficar uma certa distância pessoas, sem se misturar. Fixou seu olhar suas mãos enfaixadas e nervosas que se entrepassavam, tantas coisas a pensar, mas a culpa inebriava seus pensamentos. Toothiana solicitou que Elsa aguardasse afrente do castelo, ela precisava conseguir uma entrada para humana, não era tão fácil quando não se é invisível. A loira atendeu ao pedido.

O Jovem Alvo sentou no parapeito da passarela da entrada do castelo, um pouco distante da belíssima donzela. Com uma perna retira próximo ao corpo e a outra balançava ritmicamente, suas mãos entrelaçava o cajado e o capuz de seu moletom cobria a cabeça, deixando claro seu desapontamento. O que a garota fazia trazia as memórias de solidão, já esquecidas. Jack perdeu-se em seus pensamentos e não notou a aproximação de dois rapazes, um moreno com roupas de rip-rop, deixando à mostra parte da sua cueca e o outro um loiro artificial com roupas estilo esportivo. Eles acompanhavam Elsa com o olhar a muito tempo, pelas roupas dourada e distinta, jugaram que ela seria uma estrangeira, um prato fácil, para dois galanteadores.

一 Hey gata. Você está sozinha? Quer que façamos companhia? – O moreno lançou um sorrindo maliciosamente.

O alvejado, ouvindo uma olhou para os rapazes só então percebeu que Elsa estava cercada por ele. Pulou do lugar em que estava e flutuou ao lado dela. O olhar do rapaz albino era de puro desgosto para aqueles homens.

一 Quer que eu me livre deles? – Jack disse Segurando o cajado em uma mão e o batia na noutra.

一Não há necessidade. – Elsa esboçou um sorriso, mas o albino não sabia se respondia a sua pergunta ou a dos rapazes.

一 Como não. – O loiro, falou enquanto se achegava mais quase a envolvendo com o braço, porém Elsa esquivou graciosamente.

一 Não estou sozinha. Não veem que estou acompanhada?. – Jack a fitou com admiração poderia estar falando dele.

一Seu companheiro ti largou não precisa ter medo. – O moreno, disse ignorando a última fala dela, Acendendo uma raiva interna em Jack, como ele gostaria de ser visível nesse momento, somente para dar um soco no meio do rosto dos dois saliente.

一 Ele está ao meu lado não veem? É Jack Frost. – O Menino alvejado ficou sem reação.

Os jovens se entreolharam, com um único pensamento, uma louca, entretanto para eles isso facilitava ainda mais as coisa, seria uma diversão garantida para a noite. Elsa percebeu o olhar malicioso que lançaram a ela.

一Vocês deveriam acreditar em Jack Frost. Por quê... - respirou longamente fitou o par de íris azuis cobalto de Jack. – ... Eu acredito.

Isso gerou no menino um misto explosões de alegria. Ele sorria como da primeira vez que foi visto. Deu um mortal suspenso no ar e a olhava e sem compreender como ela conseguia fazer ele sentir emoções profundas. Um barulho de gargalhas cortou o afável clima que havia se criado. Os rapazes riam pesadamente e logo continuaram seus incômodos comentários.

一 Não se preocupa... Meu amigo e eu temos a ferramenta certa pra concerta essa sua cabeça. – Pareceram devorar a garota com o olhar.

一Perdão senhores, mas acho que está ficando um pouco frio para vocês. - Elsa disse liberando seus poderes sem mover um músculo, não criou nenhuma barreira de gelo ou camadas de neve, somente permitiu que a temperatura, onde os rapazes estavam, caísse bruscamente.

Assustado olhavam a moça que não se movera em nada nem mesmo demonstrava sinais de emoção. Eles tremiam e esfregavam as mão e braços em uma tentativa falha de se aquecer. Elsa permanecia majestosa, os homens fugiram de medo. A loira ao perceber uma distância dos dois, soltou uma respiração aliviada e virou-se para agradecer a Jack, percebendo que já estava com duas bolas de gelo, não neve mas gelo, prontas para arremessar nos dois canalhas. Elsa interveio aquilo poderia causar graves ferimentos neles. Apesar de serem rudes, não pagariam com a mesma moeda. Tomando das mãos de Jack, ela implicou-lhe um sermão.

一 Eles são os mal educados e eu levo sermão?. – Cruzou os braço e fez uma careta, que não durou muito em seu rosto, Elsa acreditava em Jack Frost, acreditava nele, aquele dia simplesmente entrou na lista dos melhores dias para Jack.

一 Desculpem a demora... não conseguia pegar essa entrada e... – A fada percebera o olhar abobalhado do alvejado. – Interrompo algo?

一 Não. – Tentou manter a postura firme.

一 Elsa acredita em mim. – Jack disse flutuando em direção a amiga, demonstrando uma alegria desmedida.

Toothiana deveria se sentir incomodada com a situação, já que possuía uma pontada de atração pelo garoto, porém foi tomada pela alegria de seu amigo, como não poderia ser tocada com a alegria sincera do rapaz. Não demorou muito para uma dama uniformizada de abrir o os portões e solicitar a entrada de todos. As luzes da cidade começavam a acender, dia dava lugar a noite e a última visita ao castelo foi aberta.

Elsa ficou apreensiva, ao entrar em sua casa, soltou um leve sorrio ao reconhecer os cômodos de seu castelo. E mesmo que erroneamente tivesse nomeado ou com moveis diferente, ela ainda reconhecia. A uma certa altura Elsa percebera que o corredor que encaminhava aos aposentos da rainha foi transformado em uma espécie de corredor galeria. A rainha afastou-se do grupo e começou a andar pelo corredor. Parou ao ver a obra. Era a pintura feita para relembrar o dia da coroação. A imagem era de Elsa de perfil com um semblante sério quase triste, usando roupas da coroação, uma das mãos apoiava o cetro real e a outra sua capa, ao fundo era possível identificar uma pintura de seus amados pai e mãe.

一 É você Elsa – Jack perguntou, Elsa somente balançou a cabeça em afirmação.

Mas afrente do corredor duas funcionárias uniformizadas de verde, uma era mulata com a pele cor de jambo e a outra ruiva, perceberam que a loira encarava uma das artes, decidiram aproximar e detectar o que a menina queria. A menos de metros puderam ver a gritante semelhança entre a obra e a menina.

一 Ela se parece com a mulher que está pintada... – Cochichou para a colegaa de trabalho.

一 Deve ser reencarnação. – A Ruiva sussurrou em resposta.

一 Claro que não, deve haver uma explicação logica para isso. – Falou veemente, a mulata nunca aceitou ideias absurdas.

一 Com Licença. – Elsa disse assim que percebeu a presença das duas. - Vocês poderiam informar o que aconteceu com a irmã dessa mulher que está na imagem?

一 Ha! Bem você quer dizer a irmã da rainha Elsa? – A Mulata perguntou, arqueando seus sobrancelhas.

一 Sim. Me digam o que aconteceu. – A rainha implorou.

一 Bem Elsa foi a primeira mulher a se coroar como rainha sem um rei e ... – A ruiva não conseguindo segurar a curiosidade, soltou a língua. – Você é a reencarnação da rainha?

一 Não. – Elsa disse séria, e sem humor. – Uma vida já é o bastante. Não existe uma segunda chance há somente uma. – Continuou a sua locução convicta. – Se você acha que podemos adiar o presente para o amanhã, estará cometendo um grande erro. Por favor me diga sobre a minha... digo a Anna.

一 Nossa... – A ruiva ficou desconcertada porem continuou. – Depois que Elsa morreu de uma doença misteriosa, sua irmã Anna viveu pouco tempo. Acabou por morrer de tristeza. É o que dizem, e seu esposo reinou por pouco tempo também...

一 Jack...- Elsa segurou o braço do garoto, sentia que o chão a queria devorar. – Me tire daqui.

一Elsa? - A fada a ajudou a apoiar, evitando que ela caísse ao chão.

一 Quero, ir embora.