Kissing Candy’s Boyfriends escrita por Tsutsu


Capítulo 1
Oneshot.


Notas iniciais do capítulo

Feliz dia dos namorados, pessoal õ/.



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De todas as coisas que poderiam lhe acontecer com certeza aquela era as das piores. Primeiro: Candy estava fora da sua razão (como sempre); segundo: Por que a Rosalya estaria concordando com isso? E terceiro: ele realmente tinha que usar tamancos de madeira?

Alexy estava se sentindo sufocado usando aquela yukata rosa com desenhos de flores coloridas, cheias de detalhes e ainda tinha um grande laço (ele esqueceu o nome daquilo, Candy lhe havia dito como se chamava aquilo, mas já se esqueceu, pois começou a sentir muito calor) roxo ao redor da sua cintura, o que a deixava mais fina, e outra coisa que lhe incomodava era a peruca azul que estava na sua cabeça (aquilo o fazia se sentir mais quente), fazendo-o parecer ter cabelos longos, azuis e lisos.

Sim, ele parecia uma menina, ainda mais com a maquiagem clara em seu rosto, nos lábios um brilho rosa sabor morango e as unhas pitadas delicadamente igualmente de rosa. Também precisava colocar os peitos falsos? Pensava consigo à medida que andava lentamente e quase de forma escondida pelos corredores da Sweet Amoris (praticamente colocando-se nos armários para não ser notado), evitando os olhares, especialmente dos meninos, não por causa de timidez (uma coisa que ele não tem é timidez) é porque simplesmente era vergonhoso estar trajado daquela forma. Rezava (orava até fazia macumba) mentalmente para que ninguém o reconhecesse.

Toda essa transformação ocorrera algumas horas antes do Festival Cultural Japonês começar. Candy, sua melhor amiga desde que entrou na Sweet Amoris, falou para ele vir mais cedo, assim poderiam organizar mais algumas coisas antes da abertura do Festival. Ingênuo, para não se chamar de burro, acreditou na amiga, mesmo ela já mandando algumas indiretas, dizendo que ele deveria participar do Concurso de Hime-sama (uma espécie de Rainha do Baile) e assim ganhar o seu primeiro beijo.

A conversa do beijou começou depois de Candy receber várias caixas de bombons e presentes no dia dos namorados.

— De quem você ganhou tudo isso? — ele perguntou curiosíssimo se aproximando da amiga que tentava colocar os vários presentes dentro do seu armário.

— Do Kentin, do Nathaniel, Lysandre, alguns do Dake, Charli, Dimitry e... Até mesmo do Castiel. — disse a morena de olhos cinza para seu amigo azulado, contando cada um dos nomes em seus dedos e voltando a colocar tudo dentro do armário.

Logicamente um urso de pelúcia gigante marrom (ganho por Kentin) não iria servir dentro de um armário tão minúsculo, então, ela desistiu de colocá-lo, só assim fitou a cara de surpresa do amigo.

— Wow. Castiel, quem diria? — ele falava e a outra só poderia concordar, pois não era feitio do ruivo presentear ninguém. — Mas até mesmo Charli e Dimitry estão interessados em você, então?

— Pois é. — ela soltou sorrindo de lado.

Não. Ela não odiava toda aquela atenção e todo aquele mimo dado para si, porém, as coisas estavam se tornando cada vez mais difíceis à medida que os dias iam avançando desde sua chegada, já que desde o princípio, Candy chamara muita atenção devido ao seu grande defeito que era sua curiosidade mórbida pela vida dos outros, não que ela fizesse isso por maldade, simplesmente queria ajudar todo mundo que gostava. E, na maioria das vezes, tinha que descobrir o que estava acontecendo por si só e isso a colocava em maus lençóis e também a fez conhecer vários rapazes, que agora estavam se declarando para ela, deixando a decisão de quem seria o “sortudo” em suas mãos, enquanto há uma guerra muda entre eles, onde apenas olhares eram lançados cada vez que um deles se aproximava de Candy, e Alexy sabia de tudo isso, porque, estranhamente, seu irmão gêmeo mais velho, Armin, era um deles.

— Mas o Armin não te deu nada? — o azulado perguntou achando estranho o fato dele não participar da “jogada” e também não se lembrava do irmão ter trazido algum chocolate para dentro de casa ou até mesmo um buquê de flores ou qualquer outro presente.

— Por enquanto, não.

— Mas acho que logo ele aparece com alguma coi... — antes que Alexy pudesse terminar sua frase, ele vê Armin “agarrando” Candy, fazendo-a virar-se para ele, então, é consumado um beijo nos lábios da jovem. — Ah! — soltou o azulado em um grito de surpresa.

Ele estava tão surpreso quanto Candy. E assim que os lábios dele deixaram os dela, Candy parecia uma pimenta e Armin dava seu típico sorriso, Alexy estava tão chocado que só pode olhar ao redor e ver se tinha mais alguém vendo isso, por sorte quase todo mundo foi embora e os que estavam no colégio não estavam ali por perto.

A morena saiu correndo quando Armin se afastou um pouco mais, e puxara Alexy consigo pelo punho do mesmo, o levando para o laboratório de biologia, onde trancou a porta e fuzilou seu amigo.

— Por que você não me avisou que ele estava atrás de mim? — quase gritara, estava envergonhada, nervosa e um pouco ansiosa.

— Eu também nem o vi! — defendeu-se o azulado, também ansioso.

Um silêncio pesado pairou pelo local por alguns minutos, ela estava zangada, Armin tinha roubado seu primeiro beijo.

— Foi à primeira vez. — ela comentou corada, quebrando o silêncio e com as pontas dos dedos tocando seus lábios rosados.

— Bem... — soltou Alexy, só imaginando qual é a sensação de ser beijado. — Você gostou?

— Como? — ela o olhou um tanto confusa.

— Bem... Se você gostou do beijo, é provável que você goste mais do Armin. — declarou sua opinião.

— Ah... — soltou devagar, ainda um pouco corada, olhou o chão, pensativa, depois fitou Alexy. — Como foi seu primeiro beijo? — ela perguntou agora com sua típica expressão curiosa.

— Ah... — ele disse um pouco sem jeito e pensando em como mudaria de assunto, mas parecia que seria impossível pela forma como ela o olhava, achou mais prudente dizer a verdade. — Não sei. Eu nunca beijei alguém.

— Quê?!

— Eu nunca fui beijado.

— Nem por uma garota? — ele balançou a cabeça em negativa.

— Nem por um garoto. — acrescentou.

Naquele dia pela cara de Candy, Alexy sabia que ela iria aprontar e, então, seguiram-se os dias cheios de indiretas. O beijo roubado dela foi completamente esquecido, Armin agia normalmente perto dela, ela também agia normalmente e Alexy nem tocava no assunto.

Por causa disso que algumas horas atrás ele estava sofrendo nas mãos da morena e da prateada, que tentavam vesti-lo com a yukata feminina e o transformavam em uma garota. Ele deveria ter dito que já havia beijado, se tivesse feito isso não estaria participando de um concurso idiota, onde a garota precisa ser beijada por alguém na boca (tanto faz, homem ou mulher), e cada beijo se colocava um risco (equivalente a um ponto) no seu placar (e para que ninguém roubasse você seria obrigado a beijar o rapaz ou a moça na frente dos jurados, que seriam: Candy, Peggy, Melody e Kim; e também de uma plateia).

Ou seja, um rapaz ou uma moça te beijando equivale a um ponto, estando cada vez mais próximo do título de Hime-sama.

Alexy odiou tudo isso. Para ele, Candy o estava usando apenas para Ambre não ganhar (o que em parte é verdade, já que ela não poderia participar por ser uma das juradas) e não para ajudá-lo com o fato de nunca ter beijado alguém.

Ele estava usando uma yukata e apenas as garotas que estavam participando do concurso estavam usando yukatas, as outras estavam com roupas normais ou de algum ser mitológico japonês, até mesmo havia algumas vestidas de empregadas. Já os rapazes, em sua maioria, estavam com roupas diárias, alguns estavam usando roupas de samurais, pessoas importantes da história japonesa, também havia alguns vestidos como seres mitológicos, neste caso, Nathaniel era um exemplo, usando sua fantasia de kitsune.

Assim que Alexy adentrou o Grêmio Estudantil, achando que ali não haveria ninguém, deparou-se apenas com Nathaniel, que mesmo com as festividades e o agito lá fora, estava isolado na “sua” sala.

O loiro de olhos dourados estava de pé olhando o pátio agitado lá fora pela janela, mas assim que escutou o barulho da porta sendo aberta e depois fechada, voltou seu foco para a quem estava entrando, vendo uma bela garota de yukata rosa cheia de detalhes, cabelos azuis longos e olhos lilases. Ela era familiar...

— Precisa de ajuda? — ele perguntou gentilmente, afinal, era um festival aberto para a pequena cidade, então, poderia ser uma visitante.

Alexy apenas o olhou, sem saber se deveria falar, apesar de sua voz ser um pouco fina, mas mesmo assim poderia ser reconhecível. Ele sabia que precisava ganhar o título por Candy, assim ela pararia de encher-lhe as paciências, e... Bem... Nathaniel é um garoto, isto seria igual a um ponto. Será que ele iria aceitar?

— Eu estou... — falou com a voz mais feminina possível. — Participando do Concurso e... — ele estranhamente corara com a ideia de beijar um dos possíveis futuros namorados da Candy.

— Certo. Tudo bem. — ele ainda sorria gentilmente. — Eu irei com você. — Alexy não sabia onde deveria se enterrar, tudo estava sendo vergonhoso demais e enganar alguém tão gentil como Nathaniel não era uma coisa legal. — Como você se chama? — perguntou aproximando-se dela (dele).

Touché.

— Ale-Alessa. — gaguejou, pois não tinha certeza que nome daria para si.

— Prazer em conhecê-la, Alessa. Meu nome é Nathaniel. — disse estendendo a mão, que logo foi apertada.

— Igualmente.

— Vamos? — ele abriu a porta dando passagem para ela (ele) passar e logo foram juntos caminhando pelos corredores do colégio.

~*~

Era estranho andar com o presidente do Grêmio Estudantil ao seu lado. Ele nunca foi próximo do loiro, só sabia da existência dele por causa do seu “cargo” (o que sempre o fazia dar os anúncios das coisas que aconteciam no colégio), das brigas com Castiel (ele já ajudou a separar os dois durante uma briga) e, claro, Candy. Se não fosse por isso a existência dele seria nula para Alexy (agora Alessa).

O azulado continuou seu caminho, fingindo estar sozinho, pois Nathaniel era realmente silencioso, não se escutava nem mesmo os seus passos. Só agora ele estava notando o quanto o outro garoto era quieto e tímido; perguntou-se novamente se deveria revelar o fato de não ser uma garota. Alexy estava tão distraído com esse pensamento que nem viu quando bateu a cabeça sem querer nas costas de alguém.

— Desculpa. — soltou o azulado olhando o indivíduo e se deparou com os olhos bicolores de Lysandre, que se virou para ver a pessoa que batera em suas costas.

— Está tudo bem. — dizia com sua voz monotoma e reconfortante. — Eu que lamento ter ficado parado assim no meio do corredor.

— A... — antes que Alexy pudesse completar sua frase, Nathaniel acabou interrompendo-o e dirigiu a palavra a Lysandre.

— Lysandre, você já foi convidado por alguma hime?

Hime...? — ele parecia perdido.

Como sempre.

— O concurso, Lysandre. — disse Nathaniel pacientemente.

— Não. — respondeu olhando o loiro.

— Ouviu, Alessa? Achamos mais um ponto. — disse o dourando fitando a (o) moça (rapaz).

— O quê? — seus olhos lilases se arregalaram encarando Nathaniel.

— Ah, eu ficaria honrado em ajudá-la, senhorita Alessa. — comentou Lysandre sorrindo para a (o) azulada (azulado). — Meu nome é Lysandre, prazer em conhecê-la, hime-sama. — falou pegando a mão esquerda macia de Alessa (Alexy) e depositando um beijo, Nathaniel apenas desviou o olhar, como se procurasse mais alguém.

— O-obrigado, digo, obrigada. — falou Alessa (Alexy) nervosa (nervoso).

— Ah, Kentin! Armin! — soltou Nathaniel pegando no punho esquerdo de Alessa (Alexy), fazendo com que Lysandre soltasse sua mão, e arrastando-a (o) consigo para perto dos garotos citados, eles também usavam quimonos assim como Lysandre, porém, pareciam mais como ninjas, enquanto Lysandre parecia um samurai. — Alessa, precisa da ajuda de vocês, ela está participando do Concurso de Hime-sama. — dizia o loiro, enquanto Lysandre se aproximava e os outros rapazes olhavam a (o) garota (garoto) e Nathaniel.

— Claro. — disse Kentin.

— Por que não? — disse Armin, que estava mais concentrado no seu jogo.

— O QUÊ?! — gritou Alexy, não apenas pelo fato de seu irmão ter concordado, mas não tê-lo reconhecido.

— Você não quer ganhar, Alessa? — perguntou Nathaniel.

— Sim, mas é...

— Então, qual é o problema? — questionou Armin, que decidiu olhar para ela. Alexy o encarou. — Hm, você me lembra alguém.

— Sério? — soltou Alexy com uma veia saltando da testa.

— Seríssimo.

— Armin. — Alexy rangeu os dentes.

O fato de nem seu próprio irmão reconhecê-lo foi à gota d’água para Alexy. Ele definitivamente iria se revelar agora, já estava suspirando e bufando, começando a formular uma história na sua cabeça, afinal, corria um risco sério de apanhar e, estranhamente, não queria perder “essa ligação” que tinha com eles; Candy também não iria perdoá-lo caso deixasse os meninos com raiva dele, pois isso a faria ter que escolher entre sua amizade com ele e o que sentia pelos outros rapazes.

E formulada a desculpa esfarrapada e tendo ela na ponta da língua, o ruivo bad boy do colégio aparece e simplesmente o beija depois se vira para as meninas que o estavam seguindo e diz:

— Já encontrei minha princesa, suas vadias!

As meninas foram embora correndo e chorando. Alexy entrou em estado de choque, então, seria assim seu primeiro beijo? Dado por alguém que simplesmente queria se livrar de umas pirralhas que desejam um beijo do garoto mais cobiçado do colégio? Alexy não segurou as lágrimas, já odiava o fato de estar sendo pressionado emocionalmente a participar de um concurso idiota e ainda tem seu beijo roubado por Castiel. Era imperdoável.

— Ei, por que você está chorando? — perguntou Castiel, talvez, preocupado (?).

— Mas é lógico você traumatizou a menina! — Nathaniel praticamente gritara com Castiel que logo iria revidar se não fosse o comentário de Lysandre.

— Não me diga que esse é seu primeiro beijo? — comentou Lysandre.

Alessa (Alexy) assentiu fungando e secando as lágrimas com as costas das mãos. Os quatro rapazes olharam para Castiel, que apenas cruzou os braços e fez sua típica carranca.

— O que foi? — o ruivo questionou.

— O primeiro beijo sempre é importante, especialmente se você for uma garota, Castiel. — disse Lysandre repreendendo sem elevar o tom de voz.

— Você é terrível, Castiel. — comentou Armin, o ruivo apenas o fuzilou, não estava a fim de arrumar mais confusão do que já tinha arrumado.

— Tch. — Castiel estalou a língua e olhou a (o) garota (garoto) da yukata que agora já parara de chorar. — Vamos chorona. — ele pegou no punho de Alessa (Alexy) e a (o) arrastou para longe do grupo.

— Onde você vai levá-la? — Nathaniel perguntava preocupado com a garota e seguindo os dois.

— Vou levá-la a um encontro, não é óbvio?

Um encontro? Alexy pensou olhando o ruivo, ele é realmente bipolar.

— Não acredito em você. — falou o loiro que continuou seguindo os dois a uma distância considerada segura.

Os dois nunca se deram bem e os motivos já foram revelados, não só por causa de Debrah, porém, ambos tinham gostos e jeitos diferentes demais. Mas dizem que os opostos se atraem, certo? Segundo as leis da física, sim. E Alexy imaginava que no fundo eles só faziam isso porque gostavam um do outro; em resumo: eles não poderiam coabitar, mas um não existiria se não fosse pelo outro. Por isso aquele “drama” era apenas um desculpa para os dois conviverem e se falarem.

Alexy saiu de seus pensamentos quando Castiel parou na frente de uma das salas e dentro dela saia o cheiro delicioso de comida sendo feita. O azulado nem notara, mas já estava perto da hora do almoço e seu estômago necessitava de algo.

Logo adentraram e a sala estava decorada de forma tão bela que realmente parecia um restaurante típico japonês. Os três sentaram-se a mesa e foram atendidos por uma das alunas que não pode evitar elogiar o cabelo e a yukata de Alexy, que apenas agradeceu, e depois fora buscar os pedidos, voltando com: sushi, tempurá, sashimi e sunomono. Todas culinárias de origem japonesa.

Itadakimasu! — disse Alexy.

— Você realmente deve curtir o Japão, né? — perguntou Castiel olhando o azulado ao seu lado direito.

— Ela está apenas agradecendo pela comida, você deveria fazer o mesmo. — falou Nathaniel juntando as mãos e fazendo o mesmo que Alessa (Alexy), só que mentalmente.

— Ninguém te convidou! — respondeu Castiel rispidamente e encarando o loiro que estava sentado frente a frente com a (o) Alessa (Alexy).

— Acontece que não confio em você. — declarou Nathaniel novamente.

— E eu já disse que o sentimento é recíproco. — retrucou Castiel.

— Há quanto tempo vocês se conhecem? — de repente Alessa (Alexy) se viu curiosa (o) sobre os dois.

É claro que sabia que eles se conheciam desde crianças, graças à Candy, que bisbilhotou tudo sobre eles, bem, quase tudo. Também sabia a história de Castiel, Ambre e a boneca consertada, que anteriormente foi quebrada pelo irmão mais velho levado.

Os dois se entreolharam e depois fitaram a garota de yukata.

— Há um bom tempo. — eles responderam praticamente em uníssono e a conversa morrera ali.

~*~

Eles comeram, dividiram a pequena conta (muito pequena comparando se fosse um restaurante japonês de verdade, e quando digo dividir foram apenas Nathaniel e Castiel que pagaram, afinal, este é um primeiro encontro, o garoto deve pagar — segundo Candy), e saíram. Foram ver as outras atrações nas outras salas até chegarem ao tiro ao alvo.

— Você quer alguma coisa daqui, Alessa? — perguntou Nathaniel trazendo a moça para mais perto da barraca de tiro ao alvo, onde o vencedor pode ganhar um gato de pelúcia azul gigante, dois peixinhos dourados dentro de um saco plástico e uma cabeça decapitada, mas ganha apenas aquele que acertar o mais difícil.

— Hm... — soltou pensativo e olhando entre os três prêmios principais mais o alvo que parecia impossível, aos seus olhos, de acertar. — Você não acha meio difícil?

— Tch. — Castiel aparecera ao lado de Alessa e olhou na mesma direção que o casal. — Tá muito fácil... Para mim, já para você... — ele sorria debochadamente para Nathaniel, que é claro não resistiu à provocação. — É humanamente impossível.

— Veremos, então. — o loiro desafiou-o e logo Alexy se viu um pouco afastado dos dois, que estavam mais preocupados em acertar o alvo do que realmente terminarem o encontro.

Alexy suspirou e bufou um pouco aliviado, um pouco chateado. Estava começando a se divertir com eles, verdadeiramente.

— Está perdida, princesa? — uma voz sedutora soou em seus ouvidos fazendo-o arrepiar-se e virou-se para ver quem era, então, seu arrepio e empolgação foram por água a baixo.

— Dake. — soltou sem querer, primeiro cruzando os braços com um olhar de desdém, mas ao perceber o que fizera logo tapou a boca com as duas mãos e, arregalou seus belos olhos lilases.

Ele não parecia surpreso. Alexy teve certeza que alimentara o ego dele por causa do que havia dito.

— Já nos vimos antes? — ele ainda estava sorridente.

O azulado o observou bem; ele trajava roupas normais assim como Castiel.

— Somente em meus pesadelos, seu pervertido. — Alexy voltou com seu olhar de desdém e cruzou os braços.

— Na verdade, você me lembra de um amigo da Candy. — falou Dakota sorrindo de canto e observando a reação de Alexy, que foi de arregalar os olhos e engolir seco tudo que ele disse.

Será que ele foi descoberto?

— Que porra você está fazendo aqui, Dakota? — questionou Kentin que aparecera de repente atrás de Alexy e fuzilava o loiro bronzeado. — Ele te fez alguma coisa? — se dirigiu a Alexy, que balançou a cabeça em negativa, então, fitou novamente Dake. — É melhor sair daqui. Candy não está e tenho certeza que Alessa não está interessada em você! — disse rispidamente e logo arrastou Alexy pelo punho para longe de Dake, que apenas permaneceu sorrindo. — Francamente, não deveríamos ter deixado o Festival ser aberto para o público, mas a Candy queria assim. — falava o castanho consigo, enquanto o azulado era apenas arrastado por ele. — Não que sua presença seja ruim! — disse Kentin parando bruscamente e olhando Alessa (Alexy). — Digo... — ele ficara sem jeito, pois acabara de dizer que ela não deveria estar ali, já que era de fora do colégio. — Alessa, você parece ser uma garota legal, por isso... — ele estava um pouco corado, era o velho Ken ali, um que Alexy não teve a oportunidade de conhecer, apenas sabia dele por causa de Candy. — Seja bem-vinda a Sweet Amoris. — Kentin sorriu.

— Obrigado, digo... — Alexy corou um pouco e sorriu. — Obrigada.

— Você deveria conhecer a Candy. Tenho certeza que vocês duas se dariam muito bem juntas. — comentou e sugeriu Kentin.

— Tenho certeza que sim.

Você não imagina como nós nos damos bem juntos, pensou Alexy.

— Alessa, você estuda a onde? — perguntou Kentin assim que ambos voltaram a caminhar lado a lado e, às vezes, paravam nas pequenas barracas montadas de outros alunos.

— Ér... Na cidade vizinha, também moro lá. — respondeu.

— A notícia foi tão longe assim sobre o Festival, é?

— Na verdade... Foi a Candy que me convidou.

— Vocês se conhecem? — Kentin parou e automaticamente segurou Alexy pelos ombros, pousando uma mão em cada.

— S-sim. — disse Alexy sem jeito, o castanho fitava-o muito. — Eu não disse nada antes, porque achei que você fosse namorado dela... Eu não queria atrapalhar. — fitou o chão corado.

— Na-na-namorado? — foi à vez de Kentin ficar vermelho.

— É. Você não é o namorado da Candy? — perguntou Alexy olhando-o.

— Ela te disse que eu era namorado dela? — ele desviou do olhar de Alessa, seu coração acelerou e a esperança brilhou em seus olhos.

— Não, lamento. Apenas deduzi pela forma como suas expressões ficam cada vez que o nome dela é mencionado. — declarou Alexy; no fundo ele estava amando provocar aquelas reações em Kentin.

A esperança se foi, ele soltou Alessa e olhou o chão, mas depois de suspirar fitou a garota da yukata a sua frente novamente e deu um sorriso triste.

— Acho que pode-se dizer que esse amor é platônico e é bem possível que ela acabe com os outros e não comigo. — disse ainda triste.

Alexy imediatamente se arrependeu do que fez, não imaginava que o sentimento que ele tinha pela Candy pudesse ser forte assim. Idiota, pensou, eu sou um grande idiota. O azulado havia se esquecido de que já faz tempos que o castanho é apaixonado pela sua amiga indecisa.

O sorriso de travessura de Alexy se desfez dentro de si e num ato impensado apenas abraçou Kentin, que ficara surpreso e também percebeu que Alessa era mais alta do que si.

— Eu estou bem. Não precisa ficar triste. — disse tentando confortá-la.

— Mas eu sou um idiota, não deveria falar essas coisas para você... — dizia Alexy ainda pendurado no pescoço do castanho, que não correspondera ao abraço ainda, mas logo colocou as mãos na cintura da garota de yukata.

— Por que não deveria ficar falando essas coisas para mim? — questionou confuso.

Alexy aos poucos foi se soltando dele e o olhou.

— Porque eu... — antes que pudesse confessar que era o Alexy, Candy chegou sorrateira e abraçou o azulado por trás.

— Ei, sobre o que vocês estão conversando? — perguntou a morena divertida com a expressão de surpresa de ambos.

— Candy! — soltou Kentin corado.

— Sim? — ela falou ainda abraçada a Alessa.

— Não é da sua conta o que nós estávamos falando. — respondeu Alexy friamente e cruzando os braços sem olhar para a morena, que fez bico e depois soltou a de yukata.

— Por que isso de repente? — ela perguntou olhando sua nuca.

— Ainda pergunta. — dizia claramente bravo.

— Ale... — antes que ela pudesse dizer seu nome e estragar tudo, Alexy se virou e a olhou seriamente.

— Alessa, lembre-se desse nome, pois serei a ganhadora do título de Hime-sama e só para sua informação não estou fazendo isso por você mais! É por mim! E pelo meu primeiro beijo! — declarou em um tom elevado do normal.

Definitivamente, Candy não compreendia este tipo de reação, foi e é a primeira vez que viu Alexy zangado, nem mesmo quando Debrah estava por aqui, ele tinha ficado tão bravo com ela (pois era apenas uma farsa, agora é real). A morena fitou seriamente o azulado.

— Tch! FAÇA O QUE VOCÊ QUISER! — gritou e saiu a passos fundos dali.

— Candy! — soltou Kentin indo atrás dela e deixando Alexy para trás.

O azulado fitou o castanho tristemente, seria sempre assim, ele seria facilmente trocado por Candy. Até mesmo Armin estava jogando menos, tudo porque prefere passar mais tempo com Candy. E é tudo Candy! Ali e acolá. Não importa aonde ele vá. Parece que o nome dela está cravado na pele de cada habitante de Sweet Amoris.

Isto é inveja.

Alexy arregalou os olhos de susto ao perceber o que o seu inconsciente disse-lhe. Poderia ser isso mesmo? Inveja? Ele não saberia responder. Sempre foi e sempre será gay, um homossexual. Ele sempre vai querer beijar rapazes, disso não tinha dúvidas. Isto é uma fase que ele já superou agora o que ele precisa superar é o fato de que talvez não seja rodeado por garotos lindos que tenham algum interesse a mais com ele, como é o caso de Candy.

Outra vez, ela. Candy!

Cerrou os punhos e mordeu o lábio inferior. Estava deprimido. Muito deprimido. Mas não percebera quando isso chegara, na verdade, ele percebera quando a inveja o havia domado e isto tinha há algum tempo, mais especificamente quando Armin beijou Candy. Todavia, ele precisava manter-se o mesmo Alexy de sempre, animado e alegre. Só que a ideia de sua ex-amiga morena de transformá-lo em uma garota com a desculpa de querer ajudá-lo a dar o primeiro beijo (ele ainda acha que é por causa da Ambre) foi à gota d’água que faltava para o copo transbordar, agora ele tinha certeza sempre sentiu inveja de Candy, especialmente porque ela conseguia o que queria e mesmo que ela conseguisse com muito esforço, mesmo assim ele a invejava, pois agora tinha os garotos mais cobiçados do colégio aos seus pés e o pior é que ela os trata normalmente, como se não houvesse nada e eles entram na jogada dela, isto é o que mais irritava o azulado.

— Quando foi que fiquei tão amargo? — questionou-se.

E saiu correndo dali, esbarrando em Nathaniel e Castiel, fazendo quase eles derrubarem os prêmios que conquistaram (um gato de pelúcia e a cabeça decapitada, respectivamente).

— Ei! — soltou o ruivo.

— Alessa! Onde você está indo? — perguntou o loiro, mas foi ignorado e quando pensou em ir atrás da azulada, perdera-a de vista. — O que será que aconteceu?

— Ah, ela é uma chorona, só isso! — disse Castiel indiferente, dando de ombros e saiu à procura de seu amigo albino.

— Insensível. — soltou o loiro ao ver o ruivo sair.

~*~

Alexy corria com dificuldade por causa dos tamancos de madeira e toda a roupa em si. Acabou parando de correr após suas células necessitarem de ar. Acabou apoiando-se na árvore e olhou ao redor, localizando-se, estava na entrada do Clube de Jardinagem, aparentemente não havia ninguém ali, então, resolveu adentrar o local e acabou sentando-se na grama, no lugar mais escondido possível. Deixou que a brisa secasse o suor da sua testa e que levantasse seus longos cabelos azuis. Inspirou e expirou. Tentava encontrar uma solução para o seu problema. Não poderia viver com aquele sentimento horrível e muito menos continuar brigado com Candy, porque, de certa forma, ela fazia falta para ele. Abraçou os seus joelhos e encostou a testa nos mesmos. Até uma grande sombra ser feita, então, ergueu a cabeça e pela segunda vez encontrara o par de olhos bicolores.

Lysandre sentou-se ao seu lado, esticou as suas pernas compridas e abriu o bloco de notas. Não disse e não diria nada. Estava claro, para ele, nas expressões de Alessa que ela estava com algum problema e queria tentar resolvê-lo sozinha, mas isto não o impedia de sentar-se ao seu lado e tentá-la ajudá-la a encontrar uma solução mais rapidamente. Contudo, deixaria que ela se pronunciasse por primeiro. Mas um silêncio se instalou e Alessa (Alexy) olhava para frente.

— Você é uma pessoa gentil, Lysandre. — pronunciara-se por primeiro a (o) azulada (azulado). — Mas pessoas gentis costumam ser solitárias.

Ele a (o) fitou.

— Você tem razão. — Alexy o olhou um pouco surpreso. — As pessoas que costumam ser gentis são solitárias, porque fazem de tudo para ter a atenção de outra pessoa.

— Você é muito mais do que aparenta, não é?

— Eu digo o mesmo para você. — o azulado sorriu divertido.

— Obrigado.

— Obrigado...? — falou confuso.

— Quero dizer, obrigada.

— Hm. — ele a olhava nos olhos.

— O que... Foi? — perguntou Alexy um pouco nervoso por causa do pequeno erro que cometera.

Outra vez, silêncio. Dessa vez um pouco mais intensa e angustiante para Alexy que começou a ser encarado por uma orbe dourada e outra esmeralda, parecia que ambas tentavam ler sua mente e alma. Por um momento o azulado esqueceu-se de respirar, Lysandre estava muito próximo e o encarava sem piscar. A pele alva do menor começou a ganhar uma cor avermelhada e teve quase certeza que podia sentir o hálito do maior contra seus lábios.

— É verdade que aquele foi seu primeiro beijo? — perguntou Lysandre sem se afastar, porém, agora piscava e o ar ficou menos pesado para Alexy, que suspirou internamente.

— A-ah, s-sim. — gaguejou e sorriu nervoso. — Não era bem o que eu esperava, mas aconteceu, não é? — deu um pouco de ombros e desviou seu olhar do de Lysandre.

— Não conte aquele beijo. — falou; se afastou e voltou sua atenção ao bloco de notas; o azulado o encarou surpreso novamente.

— Como? — perguntou confuso ainda olhando-o.

— Você não precisa contar aquele beijo. — repetiu sem olhá-lo. — Você tem todo o direito de fazer isso.

Alexy ficou pensativo e olhara para a grama que balançava por causa do vento assim como as páginas do bloco de Lysandre tentavam mudar, mas eram impedidas pelas mãos do maior que também tinha seu cabelo balançando.

Lysandre tem um cheiro doce... Doce...? Candy...

Abraçou novamente seus joelhos e outra vez ficara desanimado até sentir uma mão quente pousada no topo da sua cabeça. Olhou para a terceira pessoa que estava ali e não acreditava que pudesse ser ele.

— Mas que merda, como você é chorona. — resmungou Castiel quebrando o silêncio.

Lysandre sorriu de canto, porém, não fitara as duas figuras ao seu lado e nem mesmo o ruivo olhava para o azulado, estava olhando para o céu que até alguns minutos atrás estava azul, agora ganhava um tom cinza, combinando perfeitamente com os sentimentos de Alexy.

As lágrimas começaram a rolar pela sua face novamente. Realmente não era o seu melhor dia.

— Desculpa. — dissera Alexy a Castiel, um pouco abafado, já que encostava sua testa novamente nos joelhos e assim escondia seu rosto.

— Tanto faz. — disse o ex-moreno dando de ombros.

E o albino sorrira um pouco mais, na verdade, evitava rir do jeito de seu amigo rebelde de pedir desculpas as pessoas. O ruivo não era de todo o mal e Lysandre tinha quase certeza da existência de um lado mais dócil de seu amigo guitarrista, que mesmo aparentando ser durão poderia ser uma pessoa... Amável, talvez (?). O poeta ainda não encontrara uma palavra para descrever seu melhor amigo.

— Espero que chova logo para essa bosta de Festival acabar. — comentou Castiel irritado e tirando a mão pousada da cabeleira azul de Alexy, que levantou a cabeça, já tinha parado de chorar antes mesmo do ruivo tirar a mão.

O velho bad boy voltara e agora estava de braços cruzados e encarou Lysandre, que abrira uma caixa de pocky.

— Eu também quero. — pediu e Lysandre esticou a caixinha para ele que pegou um e pôs na boca.

— Alessa, quer um também? — ofereceu Lysandre tendo um palitinho nos seus lábios.

Alexy corou ao encarar os lábios dele ao invés da caixinha ou do doce.

— A-ah, não, o-obrigada. — falou um pouco nervoso e desviou o olhar novamente para o horizonte.

— Ah, vai, deixa de frescura. — disse Castiel colocando a outra ponta do seu palitinho de pocky nos lábios do azulado que o encarou perplexo. — Morde logo! — falou impaciente, tinha pousado novamente a mão na cabeleira azul, fazendo a cabeça se virar e erguer em sua direção, também se abaixou um pouco para ficar mais fácil para a (o) garota (garoto) pegar a ponta do pocky, enquanto a outra permanecia nos lábios do ruivo.

Alexy deu uma pequena mordida quebrando o pocky, Castiel se agachou encarando-o.

— Você não é nem um pouco divertida. — comentou o bad boy.

— Como? — perguntou confuso.

— Ele quer jogar o pocky game com você, Alessa. — disse Lysandre olhando-a e o azulado olhou-o. — Apesar de não achar isso apropriado já que estamos em três.

— Hm, então, você também quer beijá-la, porque a achou gostosa, não é? — disse Castiel sorrindo maliciosamente para Lysandre, que corou, mas não corou mais do que Alexy.

Ah, se eles soubessem..., pensou Alexy consigo.

— Não é isso. — defendeu-se Lysandre e desviou o olhar para o bloco de notas, sentindo o olhar da azulada sob si. — Talvez... Sexy, não gostosa. — sussurrou por fim.

Alexy ficara da cor dos cabelos de Castiel, que apenas riu por causa do último comentário que inutilmente seu amigo dissera baixinho.

Enquanto o ruivo ria, o albino só ficava mais fechado e corado, Alexy começou a achar graça também, não sabia mais se eles estavam falando sério ou se só queriam desviar a atenção do azulado de seus problemas. Se a resposta é a segunda opção, então, eles conseguiram, mesmo que por pouco tempo. Foi quando Alexy pegou a caixinha de pocky das mãos de Lysandre, o que o fez olhá-lo, e colocou uma ponta do doce na boca do albino e outra na sua.

— Acho que vou deixá-lo a sós. — falou o ruivo pegando a caixinha de pocky e deixando-os com um sorriso malicioso nos lábios.

Lysandre corou fortemente, agora só via os olhos lilás a sua frente e belos lábios que pareciam saborosos; corou mais ainda, como se fosse possível, por causa do pensamento. Alessa (Alexy) também estava levemente corada (o), mas mantinha o olhar fixo na esmeralda e no ouro, indo por primeiro, mordendo o palitinho doce, contudo, sem quebrá-lo e logo Lysandre seguiu-a, e assim foram se aproximando aos poucos até os lábios apenas se encostarem levemente, e então o azulado quebra o palitinho e eles se afastam mastigando o resto do doce, e engolindo-o.

Alexy deu uma risada gostosa e Lysandre o acompanhou timidamente. Porém, os primeiros pingos de chuva começaram a cair de forma rápida e forte.

— É melhor irmos. — disse Alessa (Alexy).

— Vamos. — Lysandre fecha o seu bloco de notas e estende a mão livre para a garota de yukata, que a segura e os dois vão para dentro do colégio, mas chegam molhados e observam o agito dos alunos em colocar tudo para dentro, pois a chuva seria forte demais para continuar em baixo de uma tenda.

Nathaniel também aparece molhado ao lado dos dois carregando algumas caixas e as colocando no chão.

— Acho que peguei o resto. — falou o loiro e observou os dois de mãos dadas. — Eu perdi alguma coisa?

— Ah! — os dois soltaram-se as mãos e ficaram um pouco corados.

— Você precisa de ajuda, Nathaniel? — perguntou Lysandre mudando de assunto e se referindo as três caixas.

— Sim, claro. — falou e olhou Alessa (Alexy). — Há toalhas no vestiário feminino, Alessa, se quiser se secar.

— Ei, vocês viram o Alexy? — perguntou Armin se aproximando deles.

Sério, Armin? Sério? Pensou Alexy encarando o irmão.

— Eu não o vi o dia inteiro. — respondeu Nathaniel e Lysandre balançou a cabeça, dizendo que também não o vira. — Armin, faça o favor de levar Alessa até o vestiário feminino. — disse.

— Ok. — falou o moreno. — Vamos, Alessa. — sorriu e estendeu a mão, que Alexy prontamente segurou.

— Mas é só para levá-la, Armin! — o loiro disse firme e deu apenas uma última olhada no gamer, que apenas revirou os olhos e fora.

~*~

Eles percorreram o caminho inteiro de mãos dadas, e isso era nostálgico para Alexy, fazia algum tempo que eles não andavam de mãos dadas até porque seria estranho, já que estão crescidos e tudo mais. Porém, realmente fazia falta a mão quente de Armin cobrindo a mão fria de Alexy, que estava morrendo de frio por estar molhado naquele momento.

Um arrepio eriçou os pelos dos seus braços. Ele precisava tirar imediatamente aquela roupa ou acabaria doente.

— Chegamos. — disse Armin despertando-lhe dos devaneios e soltando-lhe a mão. — É só você fuçar os armários. — o moreno encostou-se ao vão da porta de entrada e cruzou os braços. — Não se preocupe que nenhum pervertido vai te ver, eu ficarei cuidando. — Alessa (Alexy) foi adentrando, mas não entrou completamente e parou após ouvi-lo sussurrar. — Maninho .

— FILHO DA PUTA, VOCÊ SABIA! — gritou Alexy virando-se para fuzilar seu irmão que ficou na sua frente e começou a dar altas gargalhadas. — VIADO! — e começou a dar socos leves, pois não queria machucá-lo de verdade e Armin apenas ria.

— Ai, ai, minha barriga. — disse limpando as lágrimas dos cantos dos olhos e colocando uma mão no estômago.

— Desgraçado! — soltou Alexy um pouco mais baixo, mas ainda batendo em Armin.

— Ei! — soltou o moreno após seu irmão menor dar-lhe um tapa no rosto e, imediatamente pousou sua mão ali; ardia. — Por que isso? — o olhava indignado.

— Porque você disse que me beijaria. — falou Alexy corado e fitando o chão.

— Você quer que eu te beije? Por que não falou antes? — ele se aproximou do irmão.

— Ar-Armin, isso é errado! — Alexy tentava se afastar dele e foi andando para trás até sentir os armários lhe impedindo de dar mais um passo, então, tentou empurrá-lo com as mãos, mas o moreno segurou seus punhos e os colocou sob sua cabeça. — AR-! — parou quando percebeu que seu irmão apenas beijou-lhe a testa molhada.

Alexy corou fortemente quando Armin se afastou e o soltou; como pode pensar coisas indecentes a respeito de seu próprio irmão? Ele realmente precisava tirar aquela roupa.

Desviou dos olhos azuis do mais velho, este sorria de canto.

— Você pensou que eu ia te beijar de verdade, certo? — perguntou segurando para não rir.

O azulado ficou cabisbaixo.

— Eu te odeio. — disse firme.

Aquilo surpreendeu Armin.

— Na verdade, sempre te odiei por ser exatamente e completamente diferente de mim.

— Como? — o moreno estava confuso, seu sorriso desaparecera e agora preocupação tomava conta de suas expressões e emoções.

A cabeça de Alexy parecia uma tempestade. Estava tudo confuso e frio. Acabou abraçando o próprio corpo e se deslizou até o chão, ficando agachado e engolido, sem olhar Armin nem sequer uma única vez.

— Me deixe sozinho, por favor. — pediu baixinho o mais novo.

— Alexy. — Armin ia se aproximar dele, se não fosse pelas lágrimas que caiam e escorria pela face do azulado.

— Eu quero ficar sozinho, Armin. — pediu novamente, dessa vez um pouco mais impaciente.

Armin saiu desapontado e muito triste dali.

Alexy começou a se remoer de ódio por dentro. Ódio de si, acima de tudo, ódio do irmão, ódio da Candy, ódio da Rosalya (por ajudar a Candy, então, é mais ódio da Candy do que de Rosalya), ódio do Kentin, ódio do Dake, ódio do Nathaniel e ódio do Castiel. Também deveria odiar Lysandre, porque ele foi gentil demais consigo e isso era algo que não merecia, então, ele também odeia Lysandre neste momento. Ódio e inveja, eles combinam tão perfeitamente que chegam a serem pecados mortais na vida.

Decidiu-se, então, concentrar-se na música que tocavam lá fora. Achou que fosse o hino japonês e isto significava que o Festival estava perto do final, isso também dizia que o Concurso de Hime-sama começaria em breve.

Eu te odeio, Candy! Com este pensamento sentiu uma toalha cobrindo sua cabeça e se levantou rapidamente, e pronto para xingar o maldito que lhe jogara isso.

— Mas que mer... — parou de falar após ver quem era.

Era Subaru Kurosaki. O aluno transferido recentemente. Era, pelo menos, dois centímetros mais alto que Alexy e o olhava dos pés a cabeça, percebendo que o azulado estava com peitos falsos e peruca, além de estar molhado.

— Alexy-senpai, você pode pegar um resfriado. — ele disse.

Subaru era descendente de japoneses e já morara lá, inclusive se mudou para lá por causa do emprego do pai e agora está de volta porque seus pais se separaram e, sua mãe tem familiares por aqui. Kurosaki chamava os mais velhos de senpai, Alexy nunca pesquisara e nem perguntara por que, mas achava legal e de alguma forma se sentia respeitado.

Os cabelos brancos (tingidos, pois ele é originalmente loiro) de Subaru escondiam um pouco de sua face ruborizada, assim como um de seus olhos vermelhos.

Alexy perguntou-se como ele soube que era um garoto ali e também gostaria de saber o que o aluno transferido fazia no vestiário feminino (o azulado não percebeu o rubor na face do outro).

— Obrigado. — disse sem muito animo e começou a se secar.

Tirou os tamancos de madeira dos pés e começou a tirar a sua yukata, mas teve dificuldade de desfazer a faixa (ele ainda não se lembrava do nome daquilo).

Na-nani? — soltou Subaru corando mais ao ver que seu senpai começava a se despir e correu para fechar a porta do vestiário. — O que você está fazendo?

— Não precisa se preocupar, ninguém vai vir espiar, estão todos concentrados no Festival, além disso, não sou uma garota. — disse Alexy, estava tão irritado que já nem ligava mais para as coisas, mas ficou de costas para o seu kohai não se sentir tão constrangido, já que o mesmo estava muito vermelho (ele percebera agora).

Subaru estava esgueirado na porta, quase se fundindo com ela e estava se sentindo tão quente, com certeza, suas bochechas ardiam feitas o inferno. Visualizando as costas alvas de Alexy que eram pouco cobertas pelos cabelos compridos, logo a yukata estava aos seus pés, no chão, e o cabelo só cobria um pouco dos glúteos do azulado. O falso albino teve vontade de apalpá-las.

Sim, já fazia algum tempo que Subaru tinha descoberto sobre sua sexualidade, sua mãe aceitara tranquilamente e apenas o seu pai não sabia, porém, prometeu a si mesmo que contaria ao seu pai quando conseguisse conquistar Alexy, por quem se apaixonou a primeira vista.

O problema é que é sempre fácil falar e planejar as coisas, o difícil e complicado é colocá-las em prática. Kurosaki sabia que esta era uma oportunidade perfeita para se declarar, mas estava um tanto envergonhado com o fato de o outro estar praticamente nu a sua frente. Não é todo dia que alguém chega até você, sendo que você está nu na frente dele, e se declara.

Só que é como Alexy disse, todos estão concentrados no Festival, ninguém iria interrompê-los, estavam sozinhos e era perceptível que o azulado estava com problemas. Subaru gostaria de saber por que ele estava usando uma yukata feminina e se isso tinha haver com o fato de ver Candy chorando e, sendo consolada por Kentin, algumas horas atrás, além disso, teve certeza de ter visto Armin chorando em algum canto depois que saíra daqui. Também gostaria de saber por que ele estava naquela sala almoçando com Castiel e Nathaniel, e também por que ele abraçou Kentin? Subaru sentiu ciúmes. Ficara quase o dia inteiro de olho em Alexy e criando coragem para este momento, mesmo assim...

— Subaru? — chamou Alexy olhando-o, que já estava sem a peruca e com a toalha enrolada na sua cintura.

O albino fitou seu senpai.

— Eu gosto de você. — soltou firme e com uma expressão séria e, ao mesmo tempo um pouco com medo.

— Como? — soltou Alexy, não compreendera muito bem.

— Eu... Gosto muito de você. — falava se desencostando da porta e se aproximando de Alexy, que ficara surpreso e imóvel. — Acho que eu amo você, mas é um amor diferente, não é do tipo “amo você porque quero ser seu amigo”, é mais um “amo você, porque você é uma pessoa animada e me faz rir, quero passar a eternidade contigo”. — disse passando a mão na nuca, demonstrando nervosismo e desviando o olhar, corando muito. — Acho que... É isso. — fitou para baixo, o chão.

O azulado tentou digerir toda aquela informação, então, Subaru é gay? E ainda gosta do gay considerado o mais alegre de Sweet Amoris? Alexy teve um “bug” na sua linha de pensamentos e de raciocínio, realmente foi uma surpresa, esta era a primeira declaração que recebia em malditos dezessete anos.

— Você... Eu... Gostar...? — dizia Alexy começando a sentir suas bochechas arderem.

Subaru tirou a sua jaqueta preta, estava utilizando roupas normais naquele dia, e a colocou sob os ombros do azulado, que estava tão vermelho quanto ele.

Hai. Sim. — disse.

— Bem... — o azulado ajeita um pouco a jaqueta sob os ombros e olha de forma doce para o rapaz a sua frente que estava mais vermelho que os próprios olhos e encarava-o com certa insegurança e nervosismo. — Eu ainda não sei se posso corresponder aos seus sentimentos... — a cara de decepção tomou conta da face de Subaru e isso não passou despercebido por Alexy. — Mas podemos tentar... Começaremos sendo amigos, o que acha? — ele dá o seu sorriso de sempre e Subaru começa a chorar de alegria e, acaba abraçando o azulado. — Subaru.

Hai. — sai chorosa a voz e ele afunda mais a cabeça no pescoço do outro.

Alexy sorri e acaba correspondendo ao abraço, deixando que ele chorasse e molhasse seu ombro. Até que ele parou, se afastou e pediu desculpas em japonês e depois traduziu para o azulado que entendera muito pouco do que ele dissera.

Ano... Etto... — Subaru dizia ainda um tanto tímido e olhando o menor. — Alexy-senpai, por que você estava usando uma yukata feminina? Claro só me diga se quiser.

— Eu estava ajudando uma amiga, mas... — sorriu triste. — Acabei descobrindo algo sobre mim mesmo e estou odiando todo mundo por isso, inclusive a mim mesmo por ter sido tão egoísta e idiota.

— Essa amiga seria Candy-senpai?

— Sim. Você a viu?

— Ela estava com o Kentin-senpai e, também vi Armin-senpai chorando quando saiu daqui, vocês brigaram?

— Armin estava chorando? — sua perguntava soou mais preocupada do que pode imaginar.

Hai, digo, sim.

— Aquele idiota, eu não acredito que esteja chorando só porque disse que o odiava.

Ano... Alexy-senpai, eu acho que é natural que alguém fique triste quando alguém que ele gosta muito diz que o odeia, certo?

— Ele deveria saber que eu estava falando da boca para fora, além disso, eu já estava irritado com outras coisas. — cruzou os braços e fez bico, Subaru riu. — O que foi? — olhava de forma irritada para o maior.

— Armin-senpai e Alexy-senpai são realmente irmãos gêmeos, às vezes, os dois agem de forma tão infantil, deve ser por isso que você se dá tão bem com a Candy-senpai, já que ela é gentil e infantil como você, Alexy-senpai.

O azulado ficou refletindo sobre as palavras recém-ditas e foi então que sua ficha caiu, percebendo que realmente estava agindo feito uma criança, se ofendendo facilmente e criando um ódio desnecessário, tudo porque estava com inveja. Uma inveja ridícula. Mas fazer o que quando se ainda é uma criança e não consegue aceitar as coisas como elas são?

Ele precisava se desculpar e era o que faria, mas primeiro precisava ganhar uma competição.

~*~

O anúncio do Concurso de Hime-sama fora feito e o júri já começava a contar os pontos, houve muitas participações e Candy ansiosamente aguardava seu amigo Alexy. Apesar de terem tido um mal entendido, ela realmente gostaria de saber qual era o problema de seu amigo azulado para ele ter se alterado daquele jeito; ela acreditou por um momento que fosse por causa dela ter tido a ideia de travesti-lo, mas logo descartou a possibilidade quando Kentin fora atrás de si, e ela viu no olhar de Alexy o ódio daquilo ter acontecido.

Kentin estava falando com Alexy e ela se intrometeu, porém, ele deveria estar acostumado com isso, já que é parte da personalidade dela ser intrometida. E internamente, Candy achou que Alexy gostasse de Kentin mais do que como um amigo, talvez seja por isso que ele tenha ficado irritado.

Não, não é isso, seu consciente lhe dizia que era outra coisa e talvez ela sempre soubesse que aquele momento chegaria; a hora em que Alexy percebesse que possivelmente não teria seu próprio harém. Riu de tal pensamento, ela tinha um harém? Nem mesmo tinha notado isso acontecer, simplesmente aconteceu e agora ela teria que tomar uma decisão final, senão perderia seu amigo.

Mas a questão principal era: de quem ela gosta? Ela poderia fazer uma lista de prós e contras sobre os seus meninos e possivelmente escolher através disso, contudo, seria errado e insensível, até porque se tratam de pessoas e, pessoas que estão apaixonadas de verdade.

Seu coração estava mais pesado do que qualquer coisa que pudesse imaginar, então, sua mente preencheu-se de flashbacks, todos eles sobre os rapazes (e aos poucos mais participantes apareciam e menos ela prestava atenção neles e, nos beijos que até estavam ficando cada vez mais atrevidos, o que obrigou Kim e Peggy a separar muitos deles, enquanto Melody ficava cada vez mais vermelha sentada ao lado direito de Candy, que devaneava e estava sentada na ponta), e em todos os momentos que se lembrava, ela sempre esteve rodeada por eles.

Lembrou-se, por fim, do beijo que Armin lhe dera e acabou suspirando com as bochechas levemente rubras, isto fez Melody fitá-la com o canto dos olhos e antes que perguntasse alguma coisa para a morena, Candy disse:

— Eu já volto. — murmurou praticamente e se levantou com a cabeça baixa, saindo dali pelos fundos do ginásio, indo parar no vestiário feminino.

O que eu estou fazendo? Ela pensava e se encostou aos armários, ainda olhando o chão com uma expressão pensativa na face.

— Vai acabar perdendo a vez do Alexy-senpai, Candy-senpai. — disse uma voz masculina que assustou Candy, fazendo-a dar um pulo para o lado até ela ver que era o aluno transferido, Subaru Kurosaki, parado na porta.

— Ah, Subaru, você me assustou. — falou pondo a mão no peito, sentindo seu coração acelerado.

Gomenasai. — falou curvando-se.

— Sem problemas. — sorriu gentilmente e ele ficara ereto, somente olhando-a. — Quando você disse que eu perderia a vez do Alexy, o que está dizendo?

— Eu sei sobre o fato de a senpai tê-lo travestido para ganhar da Ambre-san. — falou.

— Não é pela Ambre... Talvez um pouco seja, mas eu só queria que ele se divertisse um pouco mais. — falou cabisbaixa.

— Ele a está esperando. — ela o fitou confuso. — Alessa vai participar do Concurso, então, esteja lá, onegai. — disse Subaru um pouco corado, afinal, lembrou-se que também teria que beijar Alexy.

— Você gosta do Alexy? — ela perguntara na inocência, mas isso fez Subaru tremer e ficar mais vermelho.

— Bem... Sim.

— É bom saber que ele tem bons amigos. — Subaru quase caiu no chão, mentalmente ele tinha caído, ela achava que ele gostava do Alexy como amigo, realmente ela foi inocente e preferiu manter assim.

— De qualquer forma... Vamos? — ele estendeu a mão para ela, que já mais alegre, a segurou e foram de volta para o ginásio onde ocorria o concurso.

Lá Candy pode ver que Alexy estava usando ainda a mesma yukata, só que esta parecia um pouco diferente da anterior e também aparentava estar melhor colocá-la, além disso, a maquiagem dele estava melhor do que a anterior, parecia mais ainda ser uma garota, e seus cabelos estavam presos em duas maria-chiquinhas altas. A morena percebeu o olhar dele sob ela e logo viu que seus meninos se aproximavam do mini palco, então, começaram os breves selinhos, seguidos nesta ordem: Castiel, Nathaniel, Lysandre, Kentin, Dake, Jade, Dajan, Dimitry e mais alguns outros que a morena desconhecia.

A contagem dera vinte e cinco pontos por enquanto, o azulado esperava só mais uma pessoa. Candy corou com a quantidade de rapazes que tinham beijado Alexy. O único que não teve coragem de subir e ir lá fora Subaru e, vendo isso, Alexy estava quase descendo quando seu irmão pegou-lhe pelo punho, impedindo-o.

— Agora será um beijo de verdade. — disse Armin.

— O-o q-quê? — Alexy gaguejou, estava bastante corado e encarando seu irmão.

Antes que Armin pudesse beijá-lo, Candy apareceu no meio dos dois e beijou Alexy, colocando uma mão em cada bochecha dele e aproximando os lábios finos dele dos seus, enquanto Armin quase beijara a nuca da morena, mas se afastou e encarou a cena um tanto surpreso como todo mundo.

— Eu não sou uma garota. — falava Candy apertando as bochechas do azulado após o beijo. — Finja que não sou uma garota.

— Ai, tá me machucando, Candy. — choramingou.

— Eu tomei minha decisão e vou ficar com você. — falou parando de aperta-lhe as bochechas e o abraçando, Alexy prontamente correspondeu feliz.

Subaru subiu no mini palco nessa hora e cutucou Candy, que lhe dera espaço, e um pouco sem jeito, o albino tentou se aproximar do azulado, que imediatamente agarrou-lhe o pescoço e o beijou.

Acabou sendo um daqueles beijos que Peggy e Kim tiveram que separar. E no final, apenas o beijo de Subaru contou e o de Candy não, porque era uma das juradas.

O total foi vinte e seis para Alexy e vinte e oito para Ambre. Mas isto pouco importava agora. Logo Alexy estava com suas roupas coloridas e normais e, Candy ainda estava vestida com o uniforme de marinheiro. Os dois se encontraram na frente do armário dela.

— Espero que eles nunca descubram que eu sou a Alessa. — comentou Alexy olhando sua amiga morena, tirando alguns presentes que havia ganhado dos meninos do armário e colocando dentro de uma caixa de papelão grande.

— Eles não vão. — disse.

— O que está fazendo?

— Eu já me decidi com quem eu vou ficar.

Alexy arregalou os olhos em surpresa e torceu mentalmente que fosse seu irmão, assim ele poderia sair num encontro duplo de casais: ele e Subaru, Candy e Armin. Também se assustou um pouco em já estar pensando em encontros e ainda mais com Subaru. Com certeza, é efeito do beijo.

— Sério? E quem seria, posso saber? — estava ansioso e curioso.

— Claro. — ela sorriu e olhou-o. — É você.

Alexy ficou em silêncio por alguns segundos e ele ainda não tinha entendido bem a piada, se era realmente uma.

— O quê? — soltou quebrando o silêncio.

— Eu escolhi que vou ficar com você, meu melhor amigo, porque eu realmente amo você.

— Mas, Candy, eu sou gay.

— Idiota, eu sei disso, estou falando que o único que eu amo realmente e como amigo, é você. Eu não sinto pelos outros este amor e nem outro tipo de amor.

— Eu estou boiando, Candy.

— Deixe-me explicar, então, fiz todos os prós e contras possíveis mentalmente e vi que você é o que tem mais coisas que eu gosto em um rapaz, não que os outros sejam ruins, mas simplesmente não sinto nada por eles, a não ser afeto, acho que eles são mais meus irmãos mais velhos e você seria o cara, mas como você não gosta de mulheres, eu vou continuar te amando como melhor amigo. — explicou-se.

— Resumindo: você não vai escolher, porque não quer magoá-los e me usará como repelente para eles é isso?

— Viu como nascemos um para o outro.

— Eu deveria te bater, sabe disso, não é?

— Você não está mais vestido de mulher, Alexy, não se esqueça disso. — ela ri e ele logo a acompanha. — Mas me perdoe, por favor, às vezes... Não, na maioria das vezes sou egoísta e eu acabo te forçando a fazer algumas coisas. — disse um tanto séria e envergonhada.

— Está tudo, eu também quero que me perdoe por ser infantil e por sentir inveja de você. — disse também envergonhado e ela assentiu.

— Agora que estamos resolvidos, que tal comermos alguma coisa em algum lugar, hein? — ela perguntou sorrindo.

— Eu até aceitaria, só que já combinei com o Subaru.

— Fala do Subaru Kurosaki? — o azulado assentiu. — É bom que você faça novas amizades, por mim tudo bem.

— Só que ele... — Alexy não sabia se deveria contar ou não.

— Ele o quê?

Alexy pensou bem e como conhecia muito bem Candy e, mais cedo ou mais tarde, ela iria descobrir de qualquer forma.

— Digamos que ele quer ser bem mais que o meu amigo.

Candy quase deu um grito de surpresa, mas tampou a própria boca. Ela tinha ficado muito contente pelo seu amigo que sorriu um pouco tímido e a morena segurou o grito dando um sorriso cúmplice.

— Certo... Então, deixarei os senhores aproveitarem a noite e quero que aproveite bem, ok? — ela deu uma piscadela e ele corou um pouco mais.

— Ok. — disse saindo.

Alexy deu meia volta e começou a caminhar, deixando uma Candy para trás tirando todos aqueles presentes, sozinha, do armário. Ele parou imediatamente e girou os calcanhares, retornando para perto dela e abraçou-a um pouco forte, e ela prontamente correspondeu, escondendo o rosto nos ombros largos de seu amigo, enquanto ele ficara um pouco curvado para que ela não precisasse ficar tanto na ponta dos pés.

De todas as coisas que poderiam lhe acontecer com certeza aquela era a melhor; ele tinha entendido um pouco mais de si e também tinha entendido mais de sua melhor amiga.

Candy já fez sua escolha há muito tempo e sem perceber, a pessoa com quem ela queria passar sua vida escolar era Alexy, e Alexy percebeu que ele poderia ser um pouco mais ele mesmo perto de Candy, não precisava ser alegre todos os dias e poderia sentir qualquer coisa negativa por ela, que no final, ele sabia que seria perdoado.

Isso era tudo que eles precisavam um do outro.


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Notas finais do capítulo

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