Missing escrita por Alice Kirkland


Capítulo 9
Let them know my hell


Notas iniciais do capítulo

109 COMENTÁRIOS?! CENTO E NOVE? Ô FELICIDADE, MUITO OBRIGADA! MUITO OBRIGADA MESMO, GENTE! *U*
Trecho do título: Lost In The Echo - Linkin Park



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KATHERINE

A única coisa positiva em que Katherine Frost conseguia pensar naquele momento era sobre como era um alívio saber que seu irmão não estava ali.

Há poucos minutos aranhas enormes haviam aparecido em seu caminho... E apenas digamos que Katherine não era muito fã de aranhas. Ela estava com as mãos tremendo ainda, e enquanto corria, havia perdido três das doze flechas que vinham na sua aljava. Ela estava praguejando e tremendo enquanto se jogava no chão de qualquer maneira. Ela sempre havia tido medo de aranhas, mas havia alguém ali pior do que ela, a outra garota italiana ali, Bianca Fiametta. Ela parecia ter algum tipo de problema com insetos, havia escutado o garoto que estava ao lado dela comentar isso quando as aranhas apareceram – Leo Trocolli, se ela não se enganava (não que estivesse ignorando todos eles, Katherine simplesmente preferia... Ficar sozinha).

Depois de algum tempo deitada na mesma posição de antes, ela se sentou. Olhou em volta e inconscientemente começou a encarar aquelas pessoas. Bianca e Leight (a única britânica ali, mas esta havia crescido na Irlanda, portanto, seu sotaque era diferente) tinham espadas, Leo um revólver, assim como Nico, e, por fim, ela, com o arco.

Katherine Frost encostou a cabeça em uma árvore e fechou os olhos novamente. Seu primeiro pensamento para fugir dali havia sido fazer um barco ou uma jangada, mas não sabiam onde estavam, as coordenadas, a correnteza e muito menos o que tinha no mar. Então ela descartou essa ideia, crendo que alguma outra melhor apareceria. Mas nenhuma veio, e isso a deixava completamente frustrada. Não tinha nenhuma ideia de como sair dali, não tinha ideia de onde estava, não tinha ideia de nada. E isso a irritava constantemente.

XXX

Inevitavelmente, a noite chegou, e junto dela, o frio. Aquele cobertor não adiantava nada, o frio ainda parecia ser o mesmo. Katherine cerrou os dentes, ela não reclamaria de uma coisa simples como essa, e fechou os olhos. Tentaria dormir ao máximo, com a esperança de que algum sonho bom viesse. Bem, o mundo que criamos em nossas mentes sempre é melhor do que o mundo que vivemos.

– Qual é o seu nome? – uma voz feminina desconhecida perguntou.

– K-kathe... Katherine. – ela respondeu, com a voz arrastada e levemente confusa. Aquele era mesmo seu nome? Era, era sim. Ela sentia isso, mesmo que seus pensamentos estivessem completamente confusos.

A mulher anotou algo em um caderno que estava em suas mãos e assentiu com a cabeça. Depois, fez outras perguntas. Idade, país, medos, alergias e... E família. Ela sentiu seu estômago revirar com essa pergunta, mas após um esforço, conseguiu se lembrar de todos. Seu pai, sua mãe, seu irmãos. Os rostos deles eram a única memória clara em sua mente, seus rostos e nomes. E então suas vozes, risadas, cheiro... E então o estômago de Katherine revirou novamente. E de novo, e de novo e mais uma vez. Então ela vomitou.

O terrível cheiro de vomito invadiu as narinas da garota, que sentiu as pernas fraquejarem e começarem a ceder, mas foi segurada – sem delicadeza nenhuma – pela a mulher das perguntas. Essa mulher puxou os cabelos de Katherine enquanto esta vomitava no chão. Aa mulher colocava mais força do que o necessário para fazer essa simples ação, e mesmo não olhando, Katherine sabia que ela fazia uma careta de nojo. Aquilo a irritou profundamente – na verdade, cada ação da mulher a irritava. O barulho irritante feito pelos sapatos, a voz cheia de desprezo com a qual ela falava, o jeito irritante com o qual ela escrevia, a força desnecessária com a qual ela a segurava.

A garota já não estava muito ciente de suas ações, e a raiva que sentiu daquela mulher atrapalhou mais ainda seus pensamentos. Ela não sabia o que estava fazendo, mas quando foi se dar conta, a mulher havia lhe dado um tapa no rosto. Olhando para cima, percebeu que a mulher estava com a outra mão no rosto, onde uma marca vermelha da mão de Katherine estava. A garota deu um sorriso débil ao ver o vermelho no rosto da outra, que saia praguejando dali.

A cabeça da garota voltou a pesar, e então, ela caiu ali mesmo, no chão daquela sala branca. Mas uma coisa estava fixa em sua cabeça. “Katherine Frost. Meu nome é Katherine Frost.”

XXX

Katherine acordou com as palmas da mão suando frio e o coração disparado. Ela se sentou de uma vez com os olhos arregalados e o braços tremendo.

Teria se lembrado de alguma coisa? Teria sido aquilo que acontecera antes de parar ali? Aquilo definitivamente era alguma coisa, e ela não ignoraria isso.

–Volte a dormir, Katherine-san. – Leight falou sussurrando . Katherine se virou para ela, que balançou a cabeça e novamente falou para ela dormir. Quando Katherine perguntou se ela estava com sono, Leight apenas deu de ombros e arrumou a coberta em torno de si mesma.

Os olhos de Katherine pesavam tanto que ela não tentou discutir, deitou-se novamente e fechou os olhos. Ela estava tentando lembrar o rosto da mulher com quem sonhara, mas tudo já começava a virar um borrão em sua mente.


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Notas finais do capítulo

~_(*u*)_~
(eu dançando de felicidade pelos comentários)