ARIANA

Ariana sentia suas mãos suando de nervosismo. A primeira semana havia terminado, enfim, mas ninguém havia morrido naquele grupo. Seria apenas uma pessoa por semana até... Bem, até morrerem na quarta semana. Ariana ainda se agarrava no “supostamente”, talvez, com muita sorte, conseguissem sair dali. Mas apenas se tiverem muita, muita, muita sorte mesmo, o que não parecia ser o caso.

Ela secou as mãos na calça – o que não ajudou muito, apenas para constar -, mas a relaxou um pouco. Ela tinha que pensar em alguma coisa. Eles tinham que pensar em alguma coisa. O único problema era que uma semana era muito pouco para conseguirem pensar direito como um grupo, considerando que a maioria das pessoas ali não sabia como agir em relação a outras pessoas.

Elizabeth Mason, a garota das facas e pistola quase não abria a boca para falar. Kevin O’Hare, também com uma pistola, normalmente abria a boca para xingar, mas pelo menos ele entendia as referências tecnológicas que Ariana soltava vez ou outra. Brenna O’Neil, com um arco, era uma pessoa divertida quando realmente conversava (não que elas tivessem conversado muito, para falar a verdade). Catherine Winnick, a outra com o arco, gostava de falar sobre animes, assim como a própria Ariana. Nathan Lewis, também com uma pistola era o que mais falava ali, mas ele era hiperativo. Por fim, tínhamos Ariana, com seu machado.

Os únicos ali que se conheciam eram Brenna e Kevin, mas, fora eles, todos ali tinham conversas curtas e superficiais. Eles não se conheciam direito, não confiam direito uns nos outros e muito menos sabiam a maneira de pensar de cada um. Como já foi dito, a sorte parecia não querer colaborar.

O oitavo dia ali definitivamente não havia melhorado nem um pouco. Nesse momento, havia uma névoa tão espessa que era difícil enxergar um palmo longe do nariz. O nevoeiro não parecia estranho (pelo que todos ali achavam, ainda deviam estar em algum lugar da Europa), o estranho era sua espessura.

O nevoeiro já estava lá quando acordaram, mas não se incomodaram no início. A situação estava bem terrível agora, que não enxergavam nada e começavam a sentir os membros pesados.

Espera... Membros pesados? Sim, isso mesmo. Mas por quê? Aquilo era só um nevoeiro, não era...? Bem, meu caro, eu só tenho um conselho: se a sorte não colabora com você, nunca pense “é apenas isso, é apenas aquilo”. Sempre se prepare de acordo com as piores hipóteses.

– Nós temos que correr para longe disso! – Ariana gritou enquanto tossia.

– Mas não dá para enxergar nada aqui, merda! – Kevin gritou de volta.

– Tenta esticar as mãos e andar. – Nathan também gritou. Por que eles estavam gritando mesmo? – Achei alguma coisa! O que é isso?

– Sou eu. – uma voz feminina disse tossindo. Aquela era a voz de Elizabeth, sem dúvidas.

– Tentem correr. – Ariana gritou e esticou as mãos. Ela encostou no braço de alguém, e, sem ver quem era, puxou para correr junto dela. A pessoa estava tossindo muito e estava mais ofegante que a própria Ariana. Bem, que seja.

No início, ela escutou os passos dos outros atrás dela. Mas depois não escutou mais nenhum outro passo que não fosse o dela ou o da pessoa que puxara – Catherine. Ariana correu mais um pouco e então se jogou no chão. Os membros não estavam mais pesados como antes. Ela não estava ficando com sono. Ela estava aparentemente bem.

Ariana não tinha ideia de quanto tempo passou parada, deitada no chão, com os olhos fechados e respirando pesadamente. Ela se sentou e abriu os olhos lentamente, e assim que fez isso, os arregalou rápido. Inferno, onde estavam Brenna, Liza, Nathan e Kevin?