Missing escrita por Alice Kirkland


Capítulo 10
But now I'm versed in so much worse


Notas iniciais do capítulo

Trecho do título: Going To Hell - The Pretty Reckless
Demorou, eu sei. Esse capítulo quase não saiu porque:
A) Eu vou ficar o resto do ano coisada com Shingeki no Kyojin. Sério, acho que não tenho mais sentimentos. Esse anime pegou os meus sentimentos, pisoteou, queimou, quebrou, esmagou, transformou em poeira, queimou de novo e me devolveu. Mas, para resumir, eu amei. É muito perfeito O-O
B) Ontem eu passei o dia inteiro fazendo a droga que um trabalho de Inglês. Se eu não tirar total nisso, processo aquela professora!
C) Eu já tinha escrito umas 300 palavras do cap, mas pelos motivos que eu citei, demorei para continuar. Bem, de qualquer maneira, aqui está! Aproveitem!



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POLLYANNA

Pollyanna Broone já tinha vivido algumas situações bastante peculiares e terríveis durante seus vinte e um anos de vida. Começando por seu pai, que a espancava e abusava, depois pelo fato de que ela fugiu de casa aos quinze e dormia em hotéis de estrada. Ela vivia roubando carros e lojas, até quando foi presa, aos dezessete anos. A professora da escola pública onde a garota estudava, Astrid Brooke, pagou a fiança e então elas passaram a morar juntas. Mas, bem, ela não sentia absolutamente nada sobre aquela ilha. Apenas um ódio profundo pelo maldito ser que a colocara ali.

Pelas suas contas, aquele seria o sexto dia. A semana estava quase terminando. Se ninguém morresse no dia seguinte, todos ali começariam a morrer com a falta de comida e água. Eles estavam racionando, claro, mas a garrafa já estava com pouca água e a comida... Bem, ainda tinha. Mas isso era apenas porque estavam pulando algumas refeições.

Pollyanna já havia passado por situações parecidas quando morava na rua – nem sempre achava um quarto de hotel vazio ou conseguia comida – mas ela sempre dava um jeito. E não seria diferente dessa vez.

Após acordar de um sonho estranho com uma sala branca e uma mulher que a fazia perguntas sem parar, sua cabeça doía como nunca. Ela apenas atribuiu isso a falta de água, então resolveu beber alguns goles.

Ela conferiu a pistola e a faca e se levantou, sentindo um incomodo na panturrilha esquerda. Desde que tiveram que correr de alguma coisa (ela não havia visto o que, mas todos ouviram o barulho e concordaram que a melhor opção era fugir), sua perna estava doendo. Também, pudera, ela caíra exatamente em cima de sua perna enquanto corria! Sorte que não havia torcido ou quebrado. Com mais sorte ainda aquilo seria apenas um dor muscular que passaria com o tempo. Mas a sorte não parecia gostar muito de Pollyanna Broone.

O grupo em que Pollyanna estava não era exatamente ruim. Era composto por quatro britânicos Megan, Amélia, George e ela (que usavam uma besta, dois punhais e a pistola com a faca, respectivamente) e dois irlandeses, Cole, com uma adaga e Carollyn, com uma pistola. Os dois irlandeses meio que se conheciam (não pessoalmente, pelo o que Pollyanna entendera) e passavam um tempo considerável perto um do outro e conversando entre si. O assunto sempre era algo como jogos ou quadrinhos. Amélia chorava e soluçava o tempo inteiro (o que era realmente irritante, na opinião de Pollyanna) e sobrava para George consola-la o tempo inteiro. Megan as vezes ajudava a acalmar Amélia, mas passava mais tempo sozinha. Pollyanna não falava muito com nenhum deles.

Ela não disse absolutamente nada até todos estarem acordados, e quando isso aconteceu, todos sabiam o que deveriam fazer. Andar, andar e andar, até acharem uma saída daquele lugar. Mas isso parecia impossível, nunca dava em nada. Por acaso, uma vez que se está no inferno, é possível achar uma saída? Pollyanna acreditava que não. Quando se chagava a determinado local, era impossível ir embora. E você ficaria preso lá até o fim de sua patética e insignificante existência no universo.

Eles continuaram caminhando por muito tempo, o sol já estava alto quando resolveram parar. Felizmente ali não era quente, e naquele dia, Amélia não estava chorando tanto, o que fez com que andassem um pouco mais do que nos outros dias.

– Alguém tem ideia de que horas são? – Pollyanna perguntou parando um pouco e apertando sua panturrilha . Suas pernas já estavam doendo antes, mas agora a dor estava realmente a incomodando.

– Três e alguma coisa, eu acho. – Cole comentou olhando para o céu. Talvez fosse isso mesmo, se fosse para olhar pelo céu.

– Três e vinte e cinco, para ser exato. – George comentou e depois apontou para o próprio pulso- Relógio.

O grupo parou um pouco ali, e depois continuou a andar. Ninguém estava falando absolutamente nada ali. Era o sexto dia e ninguém havia achado nada... Sexto dia. Toda vez que pensava nisso, Pollyanna sentia calafrios. Supostamente, no sétimo dia, alguém morreria. Até agora pelo menos era supostamente.

Continuaram por mais exatamente uma hora e meia, até não aguentarem mais e pararem para descansar. Todos estavam com sede, fome e com os pés doendo, além de não terem esperança alguma de saírem dali. Pollyanna se sentou e respirou pesadamente. Cansaço, sede, fome, sem esperança. Se fossem necessárias exatamente cinco palavras para descrever a situação deles, essas seriam as perfeitas.

Poucos minutos após se sentarem ali, a mulher escutou um barulho. No início, o ignorou, acreditando ser apenas coisa de sua cabeça, mas o barulho continuou mais e mais, até perceberem uma coisa: já haviam escutado aquilo antes.

– Esse barulho... – Carollyn comentou se pondo de pé.

– O mesmo de antes. – Megan falou, se levantando também. Em segundos, todos estavam de pé e prontos para correr. A velocidade em que corriam estava menor, além de que parecia que tudo naquele maldito lugar havia dado um jeito de prejudicar todos ali.

“Não caia, não caia, não caia...” e ela não caiu. Pollyanna conseguiu correr sem cair até o barulho desaparecer, mesmo cansada, com fome e com sede. Ela quase sorriu com isso, mas então olhou para o lado. Amélia tinha os olhos arregalados e marejados. Havia uma pessoa faltando ali. George.

A irmã gêmea do garoto saiu correndo de volta, sem se importar com o resto do grupo, mas eles a seguiram. Pollyanna Broone resmungou alguma coisa incompreensível e voltou a correr. Ela estava um pouco atrás de Megan quando um grito alcançou seus ouvidos.

Isso fez sua velocidade aumentar até ela ver Amélia jogada no chão, gritando e chorando mais alto do que qualquer vez que tinha feito isso desde que estavam naquela ilha. Perto da garota, havia um corpo manchado de sangue. E então ela compreendeu. A primeira morte havia ocorrido. George Foster estava morto.


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Notas finais do capítulo

Eu quis adiantar a primeira morte... Hehehehe. Estava um pouco parado, fazer o que. E LANÇOU O EPISÓDIO 7 DE SAO II! JA NE, EU PRECISO ASSISTIR!