Primeiro ano escrita por Lyttaly


Capítulo 4
Quatro


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a Katharynny Gabriella e Laiinchan que favoritaram minha historia e a DansEtc que comentou o ultimo capítulo. Vocês me inspiraram^^
Aí está mais um capítulo!
Me digam o que acham ^^



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Diego

O professor bateu na porta da sala da diretora e entramos. Vi ele pensar um pouco antes de começar a falar. Não parecia ter um forte motivo para estarmos ali e ele parecia perceber isso só agora. Deu algumas desculpas sob o olhar atento da diretora. Quando parou de falar ela pediu que ele voltasse para a sala e nos disse:

– Não se preocupem, ele é um pouco esquentado. Sempre faz isso. Se quiserem não precisam voltar para a sala agora. Podem esperar o segundo horário sentados ali fora.

– Obrigado, senhora. – disse saindo da sala e Karolina me seguiu. Sentamos em um banco do corredor. Olhei para ela, que estava a minha direita. Parecia nervosa, brincando sem parar com as mãos e olhando para os pés.

– M-me desculpa. Eu...

– Não disse para parar de pedir desculpas, senhorita? – interrompi – Eu fiz isso porque eu quis. Não foi sua culpa.

– Por quê?

Eu não sabia o que responder. Eu simplesmente agi. Ela parecia ser frágil. Seu corpo pequeno e magro e seu olhar triste me faziam querer protege-la. Ela parecia precisar de alguém para isso e meu subconsciente me fez agir daquela forma.

– ‘Nome do melhor amigo: Diego.’ – respondi sorrindo e ela finalmente olhou para mim. Não parecia acreditar no que eu disse, mas eu vi um brilho de alegria em seu olhar.

– Obrigada. – seu olho começou a lacrimejar – Mas, por favor, não faça isso de novo.

– Vou pensar no seu caso. Mas um amigo de verdade não deixa a amiga sofrer injustiça. – A lágrima desceu em seu olho e eu a abracei. Não devia ter feito isso porque ela se afastou assustada. – Desculpa.

– N-não precisa pedir desculpa. – ela disse secando a lágrima com a manga da blusa. Seu rosto estava vermelho. Qualquer ação minha parecia a envergonhar – É só que eu só recebo abraços da minha mãe. Não estou acostumada com isso. Desculpa.

– Por que você se desculpa tanto? Vou começar a não te desculpar.

– Não faz isso! Por favor! Vou parar de pedir desculpa – fiquei surpreso com o que ela disse. Sua expressão dizia que tinha acreditado no que eu falei.

– Eu estava brincando, senhorita. Um amigo sempre perdoa, mesmo que não haja o que perdoar.

O sinal então tocou e fomos para a sala. As outras aulas foram chatas. Os professores só se apresentavam. Sempre que olhava para Karolina ela estava escrevendo alguma coisa. Não entendia o porquê, os professores não estavam passando nada nem falando coisas importantes.

O ultimo sinal tocou e ela rapidamente se levantou e saiu. Vi que ela tinha esquecido o guarda chuva e corri para entregar. Quando a alcancei já estava no ponto.

– Esqueceu isso, senhorita.

– Obrigada. Cadê sua mochila? – saí tão rápido que esqueci.

– Acho que ficou na sala – corri para buscar a mochila e, quando voltei, ela já tinha ido embora.

___

Não conseguia dormir. Todo aquele dia passava pela minha cabeça. Não entendia porque aquela garota linda tinha aquele olhar triste. Me lembrei tanto daqueles olhos que tive a sensação de serem familiares. E porque eu reagi sem pensar tantas vezes? Eu não sou assim. O xadrez me ensinou a pensar muito antes de agir. Mas eu não tinha agido assim hoje.

Repassei cada ação minha naquele dia e percebi que não ia mesmo dormir. Então, levantei da cama, liguei a luz, sentei à mesa no canto de uma das paredes do meu quarto, liguei a luminária, peguei papel e lápis e comecei a esboçar qualquer coisa. Meia hora depois o esbouço se transformou no rosto de Karolina. Gostei. Comecei a colorir com o grafite, dando profundidade com luz e sombra.

Quando terminei, olhei para o relógio. Eram 3:30h. Precisava dormir. Foi quando eu ouvi alguém bater na porta:

– Entre – e Diogo entrou.

– Tudo bem brother? Você não é de ficar até essa hora acordado. Fiquei preocupado quando vi a luz acesa.

– Tudo bem. Só perdi o sono.

– Desenhando o motivo da sua falta de sono? – ele me conhecia mais do que eu mesmo.

– D-de onde tirou isso?

– Deixa eu ver? – ele disse pegando o desenho. Não queria que ele visse mais ele era maior e mais forte que eu. Qualquer tentativa de impedir era inútil: ele tinha 1,85m de altura, 10 cm a mais que eu, e era lutador de taekwondo.

– Me devolve Diogo!

– Quem é essa? E por que você a desenhou chorando?

– Eu... Me devolve esse desenho Diogo! – falei irritado.

– Tá bom, toma. Mas responde quem é ela e por que está chorando?

– Conheci ela hoje, na escola – disse pegando o desenho – Ela tinha o olhar triste... eu nem tinha percebido que a desenhei chorando. A imagem dela que ficou na minha cabeça foi essa... e... saiu esse desenho.

– Caramba!

– Que foi Diogo? – perguntei impaciente.

– É que eu nunca vi esse olhar em seu rosto. Nem quando você estava com a Fabi ano passado. Você está mais que apaixonado, brother! – disse batendo a mão em minhas costas e saindo do quarto.


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Notas finais do capítulo

Se você leu até aqui #obrigada^^



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