Primeiro ano escrita por Lyttaly


Capítulo 19
A vida é imprevisível


Notas iniciais do capítulo

Estou feliz o/
Dia 21/12/2014, o dia em que eu postei o último capítulo, Primeiro ano teve mais de 150 visualizações! Isso é surreal! Vocês não tem ideia de como estou feliz. Eu só tenho a agradecer a todos vocês que estão lendo. Mesmo aos leitores fantasminhas que não comentam, mas que eu sei que estão aí
Obrigada^^



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Karol

Ele parecia não acreditar no que eu tinha dito. Sua boa estava entreaberta como se quisesse dizer algo que não conseguia. Seus olhos brilhavam. Eu não conseguia conter as lágrimas.

– Eu... Me... desculpa por demorar a dizer isso. Não tenho dúvidas de que eu te amo, Diego. Mas a possibilidade de te perder me assusta tanto... tanto... – minha voz se perdeu e ele me abraçou.

– Você não vai me perder, Kali e eu me recuso a te perder. Por que você pensa assim?

– Porque vida é imprevisível – falei com a voz embargada – O que vai acontecer amanhã ninguém pode saber. E o imprevisível é assustador.

Ele se afastou o suficiente para segurar meu rosto entre as mãos e me olhar nos olhos.

– No que depender de mim, nem o imprevisível vai nos separar, entendeu?

Fiz que sim e ele me beijou. Todos os meus temores se perderam nas batidas do meu coração. Quando ele me beijava meu senso de realidade deixava de existir e só meu amor sobrava.

***

– Tudo bem, filha? – minha mãe perguntou quando finalmente entrei em casa. Ela estava sentada no sofá da sala vendo TV.

– Está.

– Você está com cara de quem chorou muito. Tem certeza que tá tudo bem?

– Foi só um problema que já foi resolvido.

– Que bom então. Apesar da cara de choro você parece está feliz. Então eu fico tranquila.

– Realmente estou mãe – a abracei e dei um beijo na bochecha – Vou tomar um banho e deitar um pouco, tá?

– Ok. Te chamo na hora do jantar.

Fiquei deitada o restante da tarde. Queria dormir um pouco mais não consegui. Alguma coisa estava me incomodando. Ao mesmo tempo, ter falado o que sentia foi mais libertador do que eu achei que seria. Ele sabia dos meus sentimentos e nada poderia mudar isso. Estava feliz e ansiosa pelo nosso próximo encontro.

Diego

Cheguei em casa feliz. Cumprimentando até as paredes. Eu finalmente tinha certeza do que ela sentia por mim. Nada poderia estragar esse dia. Nem o fato de minha mãe dizer que meu pai estaria em casa no dia seguinte (apesar de ter sentido uma sensação estranha no olhar dela quando falou).

– Como foi hoje, brother? – meu irmão entrou no meu quarto depois do jantar.

– Maravilhoso.

– Isso eu percebi quando você chegou. O que eu quero são os detalhes.

– O único detalhe importante é que ela me disse que me ama.

– Isso com certeza é motivo de alegria. E agora?

– Como assim?

– O que você vai fazer agora?

– Vou fazer o possível para que eu nunca parca esse amor.

– É assim que se fala! Estou orgulhoso do meu irmãozinho!

– Faz tempo que você não me chama assim.

– É que você parece ter crescido desde que voltamos pro Brasil.

– Tive que crescer. Ela precisava da minha versão mais madura.

– Entendo...

– O que foi, Diogo? Parece que você está preocupado.

– Na verdade estou sim.

– O que aconteceu?

– Esta tarde nosso pai ligou e mamãe atendeu. Ela conversou com ele por alguns minutos e sua expressão ficou preocupada. Perguntei o que eles conversaram e ela só me disse que ele vem pra cá amanha de manhã.

– Percebi essa mesma preocupação quando ela me disse isso. Será que é porque ele voltou antes do que estávamos esperando?

– Pode ser. Mas acho que não é só isso. Tem alguma coisa a mais que ela não quer nos contar.

– Agora fiquei preocupado.

– Não se preocupe – ele quebrou o clima tenso – Não deve ser nada de mais.

– Você tem razão.

– Vou dormir. Boa noite irmãozinho!

– Boa noite.

Demorei pegar no sono. Tudo o que aconteceu durante o dia ficou rondando meus pensamentos, desde a briga até a conversa com meu irmão. Estava tentando me convencer de que o dia seguinte seria tão bom quanto o dia que se passou.

***

Acordei cedo apesar de ter dormido tarde. Mas isso foi porque minha mãe nos acordou.

– Seu pai chegou e quer conversar com nós. Levanta e desce logo – foi o que ela disse.

Levantei a contragosto. Tentei despertar lavando o rosto, troquei de roupa e foi para a sala. Meu pai, minha mãe e meu irmão já estavam lá. Meu pai se levantou para me abraçar e voltou a sentar. Me sentei ao lado do meu irmão.

– Descobriu alguma coisa? – cochichei para ele.

– Não.

– Bom, garotos – meu pai começou a falar – eu contei isso para a sua mãe ontem, mas eu pedi que ela não dissesse nada a vocês – minha mãe olhava para o chão – Como vocês sabem nós voltamos para o Brasil porque a empresa perdeu os sócios japoneses. Então a filial no Japão teve de ser fechada e eu não perdi o emprego por ter um cargo de superioridade – eu estava ficando preocupado com o rumo que aquela conversa ia tomar – O caso é o seguinte: a empresa conseguiu novos sócios estrangeiros e vai abrir uma filial no Canadá. E quem foi convidado para administrar essa filial? Eu!

Minha mãe me olhou preocupada. Meu irmão estava com uma expressão indecifrável. Eu demorei a entender o que estava acontecendo.

– Nós... vamos... para o Canadá? – meu irmão disse e a realidade imprevisível da vida me esmagou.

– Não é demais?! – meu pai estava animado – Vamos para o Canadá! Eu já sabia disso há um tempo, mas quis esperar vocês entrarem de férias para contar. Vamos viajar daqui a dois dias. A empresa vai...

Não ouvia mais o que ele dizia. Estava chocado demais. O que eu faria? Eu tinha prometido não deixa-la e agora eu seria obrigado a isso. Me desesperei.

– Eu não vou – falei quase inaudível.

– Como assim não vai? – meu pai perguntou – Você tem que ir Diego. É uma oportunidade incrível!

– Pra quem?! – me exaltei.

– Como assim pra quem? Pra todos nós. Eu vou ganhar mais dinheiro, vamos morar numa casa muito maior que essa. É uma oferta irrecusável.

– Esse é seu argumento? O senhor tem ideia do que está fazendo?! Dinheiro?! Casa?! O que nós temos já não é o suficiente? Por que o senhor acha que precisamos de mais? Eu não posso ir! Eu não posso deixa-la!

– Então é isso? Você arrumou uma namoradinha qualquer e agora não quer se mudar? – seu sarcasmo me irritou profundamente.

– “Namoradinha qualquer”?! Eu a amo!

– Ama? – ele deu uma gargalhada – Você nem sabe o que é amor! Você mal saiu das fraudas!

– Eu sei muito mais sobre o amor do que o senhor!

– O que quer dizer com isso?

– Eu quero dizer que eu saí das fraudas a pouco tempo se comparado ao senhor, mas eu amo minha família e amo minha namorada.

– Está dizendo que eu não amo minha família? Eu me mato de trabalhar, garoto, para que vocês tenham um teto e o que comer e você me diz que eu não amo vocês? Por que você acha que eu trabalho então? Por que você acha que eu quero essa oportunidade?

– Pra satisfazer seu ego! O senhor se mata de trabalhar, mas nunca tá em casa. Por um acaso sabe o que aconteceu nos últimos meses? O que aconteceu nas nossas vidas? O senhor nem merece ser chamado de pai. Nem merece que eu te chame de senhor. Nunca esteve comigo. Por acaso sabe minha idade? Ou onde eu estudo? Ou o nome da minha namorada? Ou o que ela significa pra mim? – ele se ficou calado – Quer uma casa maior? Pra que se não fica em casa? O senhor não se interessa por nada da vida da sua família. Não sabe o que acontece com ela. Não a ama. Eu sei mais sobre amar e não quero abandonar o meu amor.

– Você não tem escolha, Diego. Ainda é menor de idade, portanto ainda está sujeito a mim.

Esse argumento era irrefutável.

– O senhor não faz ideia da vida que acabou de destruir...

Corri para o meu quarto e fechei a porta. Minha cabeça estava explodindo. Meu coração estava apertado. O que eu faria agora?


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Notas finais do capítulo

Não me matem, por favor, principalmente você pinck que me pediu pra não fazer isso. Não me abandonem por isso tá? Lembrem-se que terá outra temporada onde tudo pode acontecer ok^^
Próximo capitulo é o ultimo T.T
Se você leu até aqui #obrigada^^