Primeiro ano escrita por Lyttaly


Capítulo 17
Um pedido


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas o/
Quanto tempo neh? Acho que pedir desculpas virou hábito. Desculpa por isso também. Eu não ia postar hoje, mas tive duas grandes alegrias essa semana. Primeiro foi o comentário da Emy Weasley. Gente, ela leu os 16 capítulos de uma vez e disse que teve um infarto quando viu que fazia um mês que eu não atualizava! Fiquei muito surpresa com isso, de verdade. Dai um belo dia eu acordo e me deparo com uma recomendação. Vocês não tem ideia do quão feliz eu fiquei. Mais uma vez obrigada Ju Torrenti. Obrigada também gigi lovers por favoritar a história.
Falta pouco para terminar :( E foi por isso que demorei postar. Queria que o final fosse especial. Por isso escrevi, rabisquei e reescrevi os três últimos capítulos. Mas o ultimo capitulo vai ser postado antes do ano terminar. Ele já está quase pronto. Apesar disso, por unanimidade, Primeiro ano terá uma continuação o/o/
Estou feliz que querem isso.
Amei escrever esse capítulo e espero que gostem ^^



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Acordei no colo do Diego. Não sei por quanto tempo eu dormi, mas pela primeira vez em muito tempo eu descansei de verdade. Sentei e me encostei ao tronco da árvore. Diego dormia. Fiquei o observando por um tempo, não sei quanto, pensando o que estaria acontecendo comigo. Eu gostava dele, sabia disso. Gostava do seu jeito de me olhar, do seu sorriso, do jeito como facilmente me fazia rir, de como me protegia, seu jeito peculiar de me tratar, de me chamar de senhorita. Gostava de tudo nele, mas não queria admitir. Tinha medo do que poderia acontecer. Ele já havia dito que gostava de mim, mas eu só havia me deixado levar. Por quê? Não conseguia responder essa pergunta. Pensava que talvez fosse pela diferença de idade, por ele ser mais novo do que eu. Mas isso era uma resposta que me parecia tão vaga, já que eu parecia mais imatura que ele, sempre chorando e me desculpando e me deixando ser protegida por ele. Não. Não era isso. O que era então?

– Káli? Você está bem?

– Káli?

– Te chamei assim pra ver se você me respondia. Você está perdida em seus pensamentos e eu te chamei não sei quantas vezes, mas você não me respondeu.

– Desculpa.

– O que tá te preocupando tanto. Você parecia tão bem. O que foi?

– Não é nada – desviei o olhar.

– Tem certeza?

– Tenho.

– Você mente muito mal, sabia?

– Já ouvi isso essa semana – disse rindo.

– Sua mãe também te falou isso?

– Você também?

– Sim. Ela me perguntou, aquele dia que eu sai mais cedo da escola, se tinha acontecido algo no dia anterior. Eu disse que não e ela disse: “Vocês dois metem muito mal”.

– Eh, foi o mesmo comigo.

– O que você acha que ela acha disso?

– Disso?

– Nós dois – não consegui responder depois de ouvi “nós dois” – Desculpa, isso foi repentino né?

– É só que... eu...

– Tudo bem. Não vou te pressionar.

– Desculpa.

Eu gostava muito dele. Mas era surreal pensar em mim com um garoto. “Nós dois”. É fácil imaginar um romance. A mente viaja e junta todos os detalhes que considera importantes de histórias já lidas em um sonho de um romance. Daí a gente pensa: “Isso é só uma fantasia. Nunca aconteceria comigo dessa forma.” E realmente o Diego não surgiu na minha vida como uma de minhas fantasias pós-livros-românticos. Ele era melhor. Estava ali, na minha frente. Era real... Apavorante...

– Acho que vai escurecer daqui a pouco – ele me tirou do meu devaneio – É melhor nós irmos.

– Você tem razão.

Nos levantamos e ele pegou a cesta. Olhei mais uma vez para aquela paisagem. Fechei os olhos, sentindo o vento. Aquilo me acalmou de novo.

– Obrigada, de novo, por me trazer aqui – disse olhando para Diego.

– Sabia que ia gostar.

– Não vou esquecer esse dia.

– Você está falando como se fosse uma despedida – ele sorriu – Podemos vir aqui sempre que você quiser – ele ficou serio de repente.

– O que foi?

– Eu sei que acabei de dizer que não ia te pressionar, mas eu tinha um objetivo ao te trazer aqui hoje.

– E qual seria?

– Eh... que...

– Fala logo, Diego, tá me deixando nervosa.

– Eu... não sei por onde começar.

– Começa pelo começo.

– Então tá. O dia em que nos conhecemos, na praça, há 10 anos, teve um motivo – ele começou mesmo pelo começo – Eu sempre te seguia. Te via com seus pais andando pelo bairro. Te observava de longe. Você sempre ia àquela praça. Sempre estava sorrindo. Mas naquele dia você estava chorando. Eu tive que fazer alguma coisa pra ver seu sorriso de novo. Por isso fui falar com você. Foi o dia mais feliz da minha vida, porque eu consegui te fazer sorrir. Seu sorriso era o que eu esperava ver todo dia. Quando cheguei em casa meu pai disse que iríamos nos mudar. Aquele dia tão feliz se transformou logo em um dia triste. Iríamos mudar dali a uma semana. Fui àquele parque durante todos os dias. Você sempre estava lá, olhando as nuvens e sorrindo. Brincamos muito durante aquela semana. Quando chegou o dia de partirmos, fui ao parque te ver pela última vez, mas fiquei te observando de longe. Foi o primeiro erro que cometi com você. O tempo foi passando e o sorriso que estava em seu rosto foi desaparecendo. A última coisa que vi antes de ir foi uma lágrima escorrendo dos seus olhos.

– Diego... eu não sabia disso. Mas você não podia fazer nada.

– Eu sei. Pelo menos foi isso que eu tentei pensar todos esses anos – ele sorriu – É estranho contar isso para alguém. Nunca contei pra ninguém. E agora que estou contando, parece tão bobo. Acho que me apaixonei por você naquela época. Mas uma criança de 5 anos pode se apaixonar? Isso é possível?

– Eu não sei...

– O que eu sei é que eu pensei em você todos os dias desde que fui embora. Quando meu pai disse que voltaríamos para o Brasil, meu primeiro pensamento foi te reencontrar. Foi quando eu percebi que talvez não te reconhecesse e, mesmo que acontecesse talvez você não se lembrasse de mim.

– Como eu poderia te esquecer?

– O tempo nos faz esquecer, mesmo coisas importantes. Depois que cheguei aqui eu quis ir à praça, mas não pude. Comecei a pensar que talvez fosse melhor não te ver de novo. Mas aí você tropeçou e, por impulso, te protegi. Me apaixonei de novo naquele momento. Não percebi na hora, mas sei disso agora. De novo me apaixonei por você. Mas seu olhar era triste e isso me incomodou. Eu queria saber o motivo. Mas, na primeira vez que te vi sorrir me lembrei daquela menina de 10 anos atrás. O mesmo sentimento que o sorriso dela despertava em mim, o seu despertou. Quando você caiu foi como se eu perdesse as forças. E quando você perdeu a memória, eu perdi o chão. E a culpa se tornou ainda maior quando me dei conta de que você era aquela garota. O mesmo bairro, a mesma praça, a mesma casa. Era você. Mais uma vez eu tinha cometido um erro com você, o segundo erro.

– Diego...

– Me deixa terminar, por favor, não vou conseguir dizer isso de novo – fiz que sim e ele continuou – Por mais que você diga que não foi culpa minha, e eu sei que não é, acredite, lá no fundo eu ainda me culpo. É um sentimento que talvez nunca me deixe, assim como a culpa de te fazer chorar naquele dia. Mas, apesar de todo esse sentimento, você ainda me faz sentir feliz com seu sorriso. Quando você sorri, tudo que me preocupa some e seu sorriso é o que preenche o espaço. Talvez seja cedo pra dizer isso, talvez você ache que eu esteja mentindo ou que eu esteja enganado com meus sentimentos, mas, mesmo assim, o que sinto é que eu te amo. Sei que é amor porque é diferente de tudo o que eu já senti. Te conhecer mudou minha vida e eu não quero mais te perder – seus olhos se encheram de lágrimas – Káli, eu te amo.

O abracei. Ele soltou a cesta que estava em suas mãos e me abraçou de volta. Ouvi seu coração batendo rápido e o meu seguia o mesmo ritmo. Ele me soltou e olhando nos meus olhos disse:

– Você quer namorar comigo?

Como resposta eu apenas o beijei. Um beijo puro, carregado de sentimentos.


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Notas finais do capítulo

Se você leu até aqui #obrigada^^