CAPÍTULO IV

O Rei dos panacas, o bobo da corte e a capacho da realeza

Rose Weasley

[QUINTA-FEIRA]

No dia seguinte seria o grande dia e Rose ainda não tinha conseguido convencer sua mãe a deixá-la ir à festa de Lysander. Claro que ela pararia de implicar com o seu irmão se fosse preciso para Hermione deixar, mas ela não estava se deixando levar por nada.

— Eu vou para a casa do Alvo depois, volto umas seis horas. — comentou assim que sua mãe parou o carro em frente à escola.

— Tchau mãe. — disse Hugo já batendo a porta e indo correndo até a entrada. Pelo que Rose percebeu, ele esqueceu-se de um trabalho para a primeira aula e por isso sequer escutou sua mãe falar tchau.

— Vai fazer o que lá? — perguntou com as mãos no volante.

— Trabalho de biologia. — respondeu logo revirando os olhos — Tomara que aquele imprestável do Malfoy mostre alguma utilidade, porque se não a sua filha vai ser presa por assassinato.

— Mas Scorpius é tão bonzi… — ela fora interrompida.

— Ou talvez receba um prêmio por bem feitura à humanidade. — concluiu ignorando o que a mãe estava falando. Deu um beijo em sua bochecha. — Até à tarde.

— Até. — Hermione sorriu.

Rose começou a longa caminhada até a entrada.

As pessoas estavam fazendo suas atividades normais, tipo conversar com os amigos ou ficar escutando música até o sinal tocar. Claro que Rose preferia um livro, mas estava completamente irritada com o sr. Darcy.

Talvez ela tivesse que poupar sua mente para depois, afinal ainda teria um trabalho idiota com o rei dos panacas.

Scorpius era tão, mas tão, mas tão ridículo que não teve exatamente uma eleição para ele ser eleito o Rei dos Panacas. Até mesmo porque nenhum conseguiu superá-lo no ponto de vista de Rose.

O que realmente não fazia sentido na cabeça dela era o porquê das pessoas gostarem tanto dele. Scorpius era mesquinho, esnobe e arrogante. Ela não via sequer uma qualidade naquele loiro oxigenado.

— Desculpe. — disse assim que trombou com alguém. Seria azar caso fosse vossa majestade, mas por sorte era o Wood. Brian Wood.

— My bad. — respondeu ele rindo brevemente. — Eu te chamei algumas vezes, mas você não escutou. Achei que estava bem absorvida em seus pensamentos. — contou dando uma risadinha novamente. — Com certeza pensava em algo bem importante.

— Pensava em algo bem inútil — literalmente, completou mentalmente. — Mas então…

— Então, ontem estava lembrando de você. — Rose assentiu dando força para continuar. — E então você apareceu hoje no corredor bem na minha frente. — a garota riu. — Você vai na festa da Lysander?

— Se eu convencer meus pais… Sim. — respondeu e o sinal tocou.

— Hm, e hoje depois do colégio? Vai fazer o que? — uma vontade imensa de cometer um assassinato bateu à porta do coração de Rose Weasley, que encontrou-se repleto de raiva. Porque não importava onde, como, ou com quem, Scorpius sempre estragava o seu dia.

— Vou fazer um trabalho. — respondeu lamentando-se mentalmente.

— Trabalho de que? — ah, que ótimo, agora eles estavam andando até a sala dela.

— Biologia.

— Com quem? — ela engoliu a seco. Sabia da rixa de Brian e Scorpius. Meio que eles odiavam-se desde o dia em que Karen largou o Wood para ficar com o Malfoy. E Rose sabia que estava perto dele largar a Nott.

— Alvo, meu primo Alvo. — ele assentiu. — E Scorpius.

— Ah, o Malfoy. — disse com desdém. Rose sabia que ela e Brian foram feitos um para o outro, e o fato de que ambos odiavam Scorpius era apenas um indício de um futuro grande amor. — Vocês tem algu…

— Não. — respondeu nervosa. Nervosa o suficiente para ele achar que tinham sim alguma coisa.

— Tenho que ir, nos vemos na festa! — e saiu logo de perto dela, nem deixando-a responder.

Ódio.

Ela estava sentindo ódio.

Ela estava vermelha de ódio.

Ela estava prestes a matar o Malfoy.

Entrou na sala e sentou-se na primeira carteira. Ninguém gostava de sentar nas primeiras carteiras e talvez não existisse um ser humano que ousaria sentar-se ao lado dela vendo seu estado tão… Nervoso.

Claro que Rose estava errada.

— Meu Deus, Weasley, eu pensei que jamais conseguiria ficar da cor dos seus cabelos. — disse uma voz bem familiar, que ela queria nunca mais ouvir.

— Me. Deixa. Em. Paz. — pediu colocando sua cabeça entre as mãos.

— Esse lugar o seu lado não está ocupado, não é? — ela não disse nada. — Agora está.

— SAI DE PERTO DE MIM, MALFOY! SAI! SAI! SAI! — gritou dando bolsadas nele, que começou a dar risada.

— Depois diz que não precisa de um psiquiatra. — ele rendeu-se e foi junto com Alvo para uma carteira mais para o fundo.

Demorou um pouco até que Roxanne e Dominique chegassem, mas quando chegaram ela já estava em sua cor normal. Rose acabou por não contar a elas sobre Brian, porque com certeza ficariam enchendo o saco sobre a última festa — que foi a mais ou menos há três semanas atrás —, onde eles ficaram e… É.

A aula passou bem rápido, para a infelicidade de Rose e logo ela teve que se despedir das garotas, com quem ela mal conversou. Foi então para a frente do colégio, onde o Rei dos Panacas e o Bobo da Corte estavam esperando-a.

— Acho que você não sabe o significado da palavra pontualidade, Weasley. — resmungou Scorpius ao ver que já tinha se passado dez minutos. Rose apenas revirou os olhos.

— Se vocês começarem a discutir, eu vou deixar os dois fazerem o trabalho sozinhos! — ameaçou Alvo começando a andar pela direita. Os três sabiam que no final Rose acabaria fazendo tudo sozinha. Mas não, ela não seria capacho da realeza... De novo.  

— Além de muda, deve ter ficado surda também. — alfinetou o Malfoy.

— Talvez porque o meu bom senso me impeça de discutir com a realeza, e ainda pior, com vossa majestade, o Rei. — era para ter sido apenas um pensamento, mas não, ela falou em alto em bom som. Scorpius que antes estava encarando o caminho a sua frente ao lado de Alvo, parou e a olhou com os olhos estreitos com uma mistura de dúvida com desconfiança. — Dos Panacas, é claro.

— Por um instante pensei que havia realmente parado de ignorar o meu sangue azul, Weasley, mas vejo que continua com essa sua…

— Infantilidade? — sugeriu e ele assentiu. — Já teve criatividade para mais, Malfoy.

— Você quem disse. — sorriu com uma expressão vencedora.

— Você quem pensou. — retrucou cruzando os braços.

— Por um acaso você lê mentes? — Rose deu ombros e o loiro encarou como um sim. — Em que cor estou pensando?

— Verde. — ele pareceu gostar disso.

— O que vai acontecer comigo nos próximos sete dias? — perguntou olhando bem no fundo dos olhos de Rose, que resolveu tirar uma com a cara dele.

— Bom, você vai acabar largando Karen, vai na festa com a Parkinson, hmm, vejamos, vai tirar a nota máxima no trabalho de biologia... — riu de sua piadinha — Vai entrar para o time da escola porque vai ter uma saída inesperada e, hmmm, vai acontecer uma coisa muito ruim depois de tudo isso. — fez uma cara de quem realmente estava vendo tudo o que falava.

— O quê? — o Malfoy parecia estar atento.

— Não consigo ver nitidamente. — a ruiva quis rir do que havia acabado de dizer, mas se segurou. — Mas é algo horrível. Terrível. Horrivelmente terrível.

— Pode abrir uma tenda agora, Rose. — comentou Alvo, que ria do papo dos dois. — Se quiser, eu posso ser o cobrador. Vinte pratas pra você falar o futuro de sete dias, e assim vai dobrando.

Não falaram mais nisso desde então. Alvo e Rose foram na frente segurando a risada, enquanto o Malfoy ia atrás pensativo. As coisas não estavam boas para ele, estava quase em um triângulo amoroso, o que não era um bom sinal. Mas o que, cargas d’água, aconteceria de tão terrivelmente horrível para ele? No final das contas, ele nem era uma má pessoa. Não merecia castigos ou coisas do tipo.

Coitado, estava tão enganado.

Deveria saber que alguns males vem para o próprio bem.

Os três logo chegaram à casa de Alvo, onde se organizaram no quarto dele para começar o tal trabalho. Havia seis temas sobre o DNA, então cada um faria dois. Qual é, ela não teve tanto azar assim. Alvo e Scorpius eram tão inteligentes quanto ela.

— Acho que é melhor colocar mais alguns itens nessa tabela, Alvo. — disse Rose quando já havia feito sua parte e, agora, o Potter estava terminando seu último tema.

— Se aquela velha não ler, eu vou mandar ela pegas essas folhas e fazer um canudo pra ela enfiar no meio do… — Alvo foi interrompido quando o celular de Scorpius vibrou ao seu lado. E pelo amigo ter ido ao banheiro, ele viu-se na função de dar uma olhadinha na tela brilhante. — Hmmm, Parkinson.

— Mantenha o foco, Al! — mandou Rose, mas o primo olhou para os lados e resolveu ver a mensagem.

“Está tudo certo para a festa da Lys, gatinho. Já deu o fora na idiota da Karen?’’

— Meu Deus, Alvo, eu achei que elas eram best friends. — Rose arregalou os olhos para o primo, que deixou o celular do lado ao ouvir passos.

— Líderes de torcida são tão falsas quanto o bojo que elas usam. — respondeu voltando a analisar a tabela. — E Scorpius gosta de líderes de torcida.

— Mas, a Karen, coitada dela. Ok, ela é um pouco sonsa, mas… Não é a pior pessoa do mundo. — o primo deu ombros e deu um empurrãozinho na ruiva, que voltou instantaneamente a prestar atenção no trabalho.

Scorpius voltou e pegou seu celular, sentando-se na cadeira ao lado de Alvo, que estava no meio. Mexeu um pouco no aparelho e os primos viram quando ele respirou fundo e começou a digitar. Com certeza ainda não deu o fora na Karen, pensou Rose logo tendo uma ideia.

Pegou seu celular e entrou no grupo do WhatsApp que tinha com as garotas.

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Angels

Domi, Rox, Rose

Hoje

Rose

Lindas (17:13)

tem uma coisa rolando (17:13)

que vocês precisam saber... (17:13)

Rox

O quê? (17:14)

Rose

Scorpius vai dar o fora na Karen (17:14)

e ir na festa da Scamander com a Britney! (17:14)

Domi

Britney? Parkinson? (17:15)

O que ela tem que todos os garotos querem? (17:15)

Que merda (17:15)

Rox

Uma resposta pra você, Dominique: (17:15)

Ela dá (17:15)

Rose

VOCÊS NÃO CONSEGUEM VER (17:16)

A GRANDE OPORTUNIDADE (17:16)

NISSO? (17:16)

Rox

Fuder com o plano dele? (17:16)

Rose

Exatamente! (17:18)

Domi

Amanhã eu vou fazer o trabalho (17:19)

com aquela vadia, (17:19)

um castigo se vocês querem saber (17:19)

Rox

Não queremos. (17:19)

FOCO, Dominique! (17:19)

Rose

Rox, Scorpius deve estar planejando (17:20)

o fora que vai dar na Karen hoje ou amanhã, (17:20)

então fique amiga dela (17:20)

Ou pelo menos finja (17:20)

Faça ela achar que pode contar com você, (17:20)

e então quando levar o fora (17:20)

vai correndo te contar (17:20)

Rox

Aí eu convenço ela a ir a festa comigo. (17:22)

Domi

E ela vê o Scorpius com aquela vadia. (17:22)

Rose

Com sorte esse idiota leva uns tapas na cara (17:22)

Domi

Com sorte aquela vadia para (17:23)

de ser a Rainha das Vadias. (17:23)

Rox

Rei dos Panacas e Rainha das Vadias, (17:24)

hmmmm, não é um casal legal. (17:24)

Domi

E deve ser destruído. (17:25)

Rose

Anyway, mas e a Britney? (17:26)

Domi

Eu fico de olho nela amanhã, Scorpius (17:26)

com certeza vai avisar ela quando der o fora. (17:26)

Rox

Então você me avisa e (17:27)

eu mando uma mensagem para Karen (17:27)

ou algo do tipo. (17:27)

Rose

Por isso eu amo vocês ♥ (17:28)

Domi

Agora me diga, Rose, (17:29)

Por que está tão interessada em (17:29)

não deixar o Malfoy se divertir? (17:30)

Rox

Quero ver você escapar dessa, (17:30)

Rosita kkkkk (17:30)

Rose

Não quero que ele se dê bem com as duas (17:32)

Seria perfeito se mais uma aparecesse (17:32)

para falar tipo (17:32)

“Como assim você está com essas duas? E eu?’’ (17:32)

Rox

Pode ser você… (17:32)

Rose

Tenho que terminar o trabalho (17:33)

Beijos (17:33)

Rox

Terminar? (17:34)

Eu ainda estou na metade. (17:34)

Domi

Estou assistindo televisão (17:34)

Haha (17:34)

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Rose voltou sua atenção ao trabalho. Scorpius e Alvo já haviam trocado de lugar e o loiro estava com os olhos vidrados na tela do computador. Seu celular apenas acendeu e Rose conseguiu ver a mensagem que Britney havia enviado.

“Ok então, gato, nos vemos a noite.”

A ruiva sentiu suas bochechas ficarem vermelhas e ela começou a tossir, chamando a atenção dos dois.

— Se engasgou com o seu veneno, foi? — riu Scorpius cruelmente. — Nunca achei que você conseguia ficar vermelha tão rápido. Consegue ficar azul também?

— É mais capaz você se engasgar com o seu veneno. — disse Rose se recompondo. — Aliás, já ouviu a expressão “O feitiço se voltou contra o feiticeiro’’?

— Já. — respondeu fazendo uma cara que, se outra garota visse, acharia fofamente sexy. Rose achava ridícula.

— Então se eu fosse você, pensaria nisso. — Scorpius a olhou de escanteio. — Não estou vendo coisas boas pra você.

Foi o suficiente para deixá-lo tenso e fazer Alvo dar risada ao lado dele. A ruiva voltou sua atenção ao trabalho, logo começando a ajudar o estrupício.

Roxanne Johnson

Tudo estava indo tranquilamente bem para Roxanne e seu grupo. Lara havia começado o trabalho, eram seis temas sobre o corpo humano, e ela já havia feito dois. Roxanne e Karen às vezes tinham breves trocas de ideia.

Logo após Lara finalizar, Roxanne começou sua parte.

Quando estava prestes a terminar a metade do segundo tema recebeu a mensagem de Rose e começou a olhar Karen de uma maneira diferente. Com chifres. Pensava que apenas Britney era uma vaca naquele time de líderes de torcida.

— Vocês vão na festa da Lysander? — perguntou Roxanne tentando ser sociável.

— Eu vou. — sorriu Lara sonhadora causando, em Roxanne, uma tremenda vontade de rir.

— Eu também, sabe, com o Scorpius. — respondeu Karen sorrindo ingenuamente. — Aliás, Roxanne, eu fiquei sabendo que o carro do seu irmão ainda não voltou, quer carona?

— Nossa, ficaria te devendo, sério, Karen. — fingiu-se de animada. Se ela não lhe levasse, Lorcan faria, James também… Qualquer um, ela iria de qualquer jeito. — Mas e Scorpius?

— Nós vamos nos encontrar lá. — Roxanne assentiu em concordância. — Eu vou passar as oito aqui então, ok?

— Ok, pode passar a hora que quiser. — sorriu docemente. — Eu vou ter que convencer meus pais, mas, nada que me impeça. Qualquer coisa eu vou pela janela.

— Janela? — as duas perguntaram e se entreolharam.

— Eu, Rose e Dominique temos uma corda que usamos para pular a janela quando nossos pais não nos deixam sair. Normalmente dá certo e não somos descobertas. — as duas riram ao achar aquilo “brilhante’’. — Tirando as vezes que Fred me dedura, é claro.

— Mas o seu irmão é super gente boa. — comentou Lara e a morena assentiu. — E está namorando a Molly, não é?

E então começaram a falar das pessoas populares e seus casos. Roxanne notou que Karen realmente considerava Britney uma grande amiga e idolatrava seu namorado. Estava começando a ficar com dó dela.

Depois de mais meia hora de trabalho, elas terminaram e ficaram super animadas com isso. Já era quase sete horas da noite, Roxanne e Karen resolveram que iriam embora.

A Nott, de boa e espontânea vontade, pediu para seu pai dar carona para a Johnson. Elas foram conversando o caminho todo e Roxanne até convenceu o pai dela de que na festa não teria bebida e era uma ótima distração para uma garota tão estudiosa quanto sua filha.

As duas trocaram os números de celular e logo a visão da bela casa dos Johnson apareceu no campo de visão da morena.

— Obrigada, senhor Nott, obrigada mesmo. — disse saindo do carro. — Desculpe qualquer coisa, boa noite.

— Sem problemas. — respondeu ele e a garota bateu a porta.

Nem precisou tocar o interfone, o portão estava aberto. Na área estava Fred, Molly, Teddy, Victoire, James e Lorcan rindo como verdadeiros idiotas. Era o velho grupinho afinal. Poderia até alfinetar eles, mas sua felicidade era extrema para acabar com a dos outros.

— Já decidiram como vão comandar o mundo? — indagou ela jogando sua bolsa no chão e indo até onde o Scamander estava. — Pensei que fosse da esquerda, Lorcan, estou completamente desgostosa.

— Ah, don’t worry, você não está desgostosa. — riu ele fazendo o irmão dela revirar os olhos. — E continuo de esquerda, mas sabe como é, se não pode vencer o inimigo, junte-se a ele.

— Sei bem. — respondeu sorrindo enquanto dava um toque de mão em Teddy, James e Molly, em Victoire apenas despenteou os cabelos dela. — Aliás, eu preciso de contar uns bafos, Lorcan.

— Se não for de cebola, pode falar. — a garota revirou os olhos e o puxou pela camisa azul petróleo que ele estava.

— É importantíssimo. — disse pegando sua bolsa e continuando a puxar ele. — E confidencial.

— Estou de olho em vocês. — rosnou Fred brincalhão.

— A cada dia que se passa você me ofende mais, brother. — Roxanne iria continuar a andar. — Ah, espera aí, acabei de lembrar… Aquele trato nosso acabou!

— Que trato? — perguntou o Scamander sem entender.

— Prepare o seu bolso, o show do Paramore é daqui três semanas! — e animadamente puxou Lorcan para o seu quarto sem dar tempo de Fred falar alguma coisa.

O Scamander já era de casa há muito tempo, ele já fora ao quarto dela várias vezes, então não era algo errado e desconfortável. Ele se jogou no puff roxo que ela mantinha perto da janela e logo a viu de pé em sua frente.

— Acabei de lembrar, você vai precisar fazer um favor pra mim. — disse ela com as mãos na cintura. Lorcan arqueou as sobrancelhas. — Mas antes, vou te contar o bafo.

Roxanne contou tudo.

Contou o que estava acontecendo e o que iria acontecer. Claro que ela, Dominique e, agora, Lorcan não queriam ferrar com Scorpius, queriam ferrar com Karen e Britney. Elas eram tão imbatíveis juntas e se achavam melhor do que todas quando estavam naqueles uniformes minúsculos, e em breve estariam separadas e fracas. Com certeza uma das duas deixaria de ser uma líder de torcida, e tudo ficaria bem. Roxanne queria que Britney saísse, assim Dominique assumiria seu “trono’’ e tudo ficaria bem. Queria ver sua amiga no topo afinal, e Lorcan iria ajudá-las nesse plano.

— Uma bela história. — concluiu Lorcan recebendo uma almofada na cara. — O quer que eu faça?

— Você vai ficar de olho no Scorpius e na Britney, quando estiverem se pegando você me manda uma mensagem e eu levo Karen até lá, e então deixemos que as duas se entendam. — deu ombros sorrindo, como se fosse óbvio. — Vou deixar ela bêbada primeiro.

— Ah, claro. — riu brevemente. — Só isso?

— Só.

— Eu topo então, está me devendo uma. — a morena sorriu e sentou-se na sua cama. — Mas me fale do favor agora.

— Sure. — disse ela. — Eu e Fred tínhamos feito um trato que ele não pegaria minhas amigas e eu não pegaria os amigos dele. Ele pegou Molly e nosso trato foi-se água abaixo. Então, acabamos debatendo o assunto e ele duvida que eu vou pegar um amigo dele, se eu o fizer ele paga os três ingressos do show do Paramore para mim, Rose e Domi.

— Onde entro nisso? — perguntou avoado.

— Você é o amigo que eu pego. — sorriu e ele revirou os olhos rindo. — Mas isso não vai ser aqui e agora, é claro, meu caro. Nós somos bff’s, entende? Isso é errado. NO ENTANTO, na festa estaremos bêbados e o meu brother vai estar lá. Damos, ou fingimos que damos, uns beijos contanto com a presença dele e eu vou ao show.

— Estará me devendo duas então. — analisou ele. — Eu topo.

— Como posso te agradecer, Scamander? — perguntou ela rindo, completamente feliz por ter um amigo tão amigo.

— Não faça perguntas indecentes, estamos na sua casa e seu irmão está ali embaixo. — se fosse Rose ou Dominique, corariam dos pés até o último fio de cabelo, mas Roxanne apenas deu risada junto a ele.

A festa de sexta-feira prometia muito (até demais)