Don't Run Away From Love escrita por Brenda


Capítulo 1
Me too, Rick.


Notas iniciais do capítulo

Bom, quem leu/lê minhas fanfics sabe que eu sou uma fã enérgica de Caryl (Carol e Daryl), mas se eu não fosse shipper deles, confesso, seria Rickyl (na verdade, eu acho que já sou). É meu primeiro yaoi e espero que gostem!



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Não, não, não.” Daryl repetia para si mesmo como se fosse um mantra. “Isso não pode acontecer. Não comigo!” O caipira fitava com a expressão horrorizada o horizonte. O sol se punha ao longe, a noite logo chegaria e ele teria que voltar para dentro da prisão.

Daryl estava na torre de vigia, seu turno acabaria em alguns minutos, assim que Tyreese e Sasha fossem tomar seus lugares onde o caipira estava. Mas Daryl não queria sair dali. Na verdade, tinha a impressão de que se tentasse se mexer, não conseguiria. Ele estava paralisado naquele lugar, sentado naquela cadeira.

Nas últimas horas a vida de Daryl Dixon havia mudado completamente e ele ainda não sabia se era para melhor ou pior. Ele enfim compreendera o que lhe atormentava á tanto tempo. Agora ele entendia completamente o que estava acontecendo consigo mesmo.

Daryl ouviu o barulho de passos subindo a escada e identificou como sendo de Tyreese e Sasha. O caipira forçou-se a mudar sua expressão.

– Ei cara, é a nossa vez. – Tyreese sorriu educadamente para Daryl.

O caipira se levantou, apenas assentiu para o homem e passou por ele e Sasha sem dizer nada. Daryl desceu rapidamente a escada, pulando de dois em dois degraus. Ele caminhou pisando firme pelo pátio, os pensamentos levando-o para longe dali.

Merda! Como isso pode acontecer comigo?” Daryl tentava de alguma maneira lutar contra a verdade que lhe atingira horas atrás. “Eu sou um Dixon, porra!” Ele entrou na prisão pela porta do bloco C e caminhou pelos corredores – agora – mal iluminados. Logo ele chegou até o bloco de celas.

Daryl se encaminhou diretamente para a sua cela, no andar de cima. Ele passou por Beth e Judith sem realmente se dar conta da presença das duas ali. Quando entrou em sua cela, a primeira coisa que fez foi livrar-se de suas botas e de sua camisa xadrez. Daryl jogou-se na cama, querendo empurrar aqueles pensamentos para longe; ele queria dormir um pouco. O caipira fechou os olhos e respirou fundo. Ele poderia pensar naquilo outra hora.

– Daryl?

Ou não.

O caipira hesitou por um instante, talvez pudesse fingir que estava dormindo. Talvez ele não insistisse e fosse embora.

– Vamos lá, Daryl. – Rick chamou-o novamente. – Sei que você está acordado.

Daryl continuou de olhos fechados por mais alguns instantes, mas com um suspiro resignado abriu-os e levantou-se devagar. Ele fitou o xerife por um longo momento. Nenhum dos dois disse nada naquele tempo. O sol já havia quase se posto totalmente, agora o escuro já tomava conta de boa parte da prisão. E no escuro, Daryl teve a impressão que Rick olhava-o de outra maneira. Isso fez um arrepio percorrer o corpo do caipira.

– O que está acontecendo? – Depois de alguns minutos em completo silêncio, Rick foi quem falou primeiro.

– Não sei do que você está falando. – Daryl deu de ombros.

– Não se faça de desentendido, Daryl. – Rick mandou, mas sua voz estava calma. – Eu quero saber o que houve para você, de uma hora para a outra, começar a me evitar.

– Não estou te evitando. – Daryl franziu o cenho. O caipira sabia que era verdade; já fazia alguns dias desde que ele fazia tudo o que podia para fugir de Rick. Mas não queria admitir aquilo nem para si mesmo, isso o envergonhava.

– Não há como negar, Dixon. – Pela primeira vez, Daryl não ouviu seu sobrenome ser dito com desdém ou repulsa. Havia apenas confusão e tristeza na voz do xerife. – Me diga, eu fiz alguma coisa errada?

Daryl ponderou sobre aquilo. Não, Rick não havia feito nada de errado. Ele muito menos, mas Daryl não poderia simplesmente contar a verdade ao xerife. Não conseguia imaginar-se dizendo aquilo.

– Não, Rick. – Ele disse baixo, as palavras quase não saindo por entre seus lábios. – Você não fez nada. Apenas... Bem, eu apenas estou confuso. – Ele arrependeu-se rapidamente por ter dito aquilo. Não estava confuso, tudo estava muito claro para ele.

– Confuso? – Rick indagou surpreso. – Confesso que a última coisa que eu esperava ouvir era que Daryl Dixon está confuso. – O xerife riu e Daryl acompanhou-o, os dois sem humor algum.

– É, estranho, não é mesmo? – Daryl estava desconfortável com aquela situação.

Rick se aproximou do caipira, apenas alguns passos, ainda estava a um metro dele, mais ou menos. Mas isso foi o suficiente para fazer Daryl prender a respiração diante da aproximação repentina.

– Mas você está confuso sobre o que? – O olhar de Rick era penetrante e o caipira sentia que o xerife quase podia enxergar-lhe a alma.

– Na, nada. – Daryl gaguejou. Rick deu mais um passo na direção dele. – Eu só preciso de um tempo para pensar.

Aquele momento estava sendo muito mais do que difícil para Daryl. Rick estava ali, perto dele, ao alcance de suas mãos, mas ele não podia fazer nada. Bem, ele queria, mas ainda havia algo o impedindo. Daryl não iria arriscar-se.

– Tempo para que? – Rick perguntou quase tão confuso quanto Daryl. O xerife deu mais um passo na direção do homem, havia algo que o obrigava a se aproximar do caipira.

– Para pensar. – Daryl sussurrou quando com mais dois passo em sua direção, Rick ficou a poucos centímetros dele. A respiração dos dois estava ofegante, eles sabiam de alguma fora que algo estava prestes a acontecer.

– Pensar sobre o que? – Rick insistiu. Ele observava Daryl de uma forma que nem ele mesmo sabia que era possível ver o caipira. Ele sabia, havia algo a mais na sua amizade com Daryl, mas não imaginava que chegariam aquele ponto.

Daryl respirou fundo, não havia o que fazer. As palavras estavam ali, na ponta de sua língua, elas poderiam deslizar para fora de seus lábios rapidamente. “Não há muito a perder, vamos lá, seja homem.” Daryl riu mentalmente pela ironia de seu pensamento. Mas era verdade, ele não tinha nada a perder, só tinha a ganhar com aquilo.

– Rick, eu preciso confessar uma coisa – O caipira tomou folego, tentando procrastinar o momento. – Já faz algum tempo que... Que eu tenho sentido... – Daryl queria dizer, mas não sabia quais palavras usar. Ele nunca havia dito aquilo para pessoa alguma, era difícil para ele.

– Tudo bem. – Rick interrompeu-o. O xerife balançou a cabeça em um gesto de compreensão. – Não precisa dizer nada. Eu já sei.

– Sabe? – Daryl engoliu em seco. – Como?

– Sei porque eu sinto o mesmo. – Rick observou a expressão de Daryl se iluminar. Aquilo foi o suficiente para o xerife, ele cobriu a pouca distância que o separava de Daryl e não hesitou antes de beijá-lo.

Os lábios de Rick se colaram vorazmente aos de Daryl. O caipira levou suas mãos aos cabelos do xerife, puxando-o para si. As sensações de prazer e felicidade irradiavam de um corpo para o outro. Rick apertou Daryl contra si, havia esperado por aquele momento muito tempo.

As mãos despudoradas e experientes de Rick começaram a explorar a pele exposta das costas de Daryl, deixando o caipira completamente arrepiado. As línguas duelavam com luxuria uma contra a outra. Os baixos gemidos só serviam para deixar aquele momento ainda mais quente.

Daryl e Rick separaram-se ofegantes, em busca de ar. Os dois se fitaram enquanto recuperavam o folego, não havia nada para ser dito, mas eles precisavam preencher o silêncio com aquelas três palavras.

– Eu te amo. – Rick sussurrou.

– Eu também, Rick. – Daryl não precisava dizer que amava o xerife, aquilo era óbvio para os dois.

Rick sorriu antes de colar novamente seu corpo ao do caipira e beijá-lo com carinho e voracidade.


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Notas finais do capítulo

Comentem e me deixem saber o que acharam *u*