Snakeskin-Tomione escrita por Ellie G


Capítulo 3
Mestiço Imundo


Notas iniciais do capítulo

Hey...eu novamente estava muito ocupada e não respondi os Reviews, mas quero que saibam que eu li e amei todos, muito obrigado por comentarem :3
Ai está mais um capítulo, e maior como você pediu Laura V, aproveitem!



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Decidi que não compareceria ao refeitório naquela noite, não que eu não sentisse fome. Na verdade meu estomago estava se remoendo por dentro, praticamente implorando por algo que pudesse digerir. O que fez com que eu usasse meu conhecimento de Transfiguração para conseguir algo para comer, no final não obtevi tanto sucesso, consegui apenas algumas bolachinhas secas e salgadas. Culpei-me mentalmente por não prestar a atenção necessária na aula de Mcgonagall.

Mas seria melhor assim. Mesmo sendo fechado, eu sabia que Riddle procuraria tirar satisfações de minha saída na biblioteca sem um aparente motivo, coisa que eu não estava preparada para lidar.

À noite no Orfanato não foi de longe tão ruim. Carros e caminhões não transitavam muito naquela rua, não havia insetos no quarto e as luzes eram desligadas automaticamente às nove e meia da noite, o que faziam com que as pessoas não ficassem andando pelo corredor. Mas em compensação, as luzes não pareciam um problema para as pessoas apaixonadas. Em torno das duas da manhã meus ouvidos captaram um diferente som, com uma pitada de curiosidade me levantei e fui até meu malão.

Depois de colocar a capa da Invisibilidade, me deslizei lenta e silenciosamente para a porta. Já no corredor, não foi difícil identificar de onde o som vinha.

Um menino alto, que aparentemente ter cabelos castanhos pressionava uma garota loira um tanto mais baixa que ele contra a parede enquanto a beijava com um grande fervor.

Me retirei do local o mais rápido possível. Não que isso não acontecesse em Hogwarts, muito pelo contrario, acontecia até demais, quando eu era monitora no sexto ano, parei de contar quantas detenções dei aos alunos que ficavam se depravando no corredor. Somente me retirei do local, pois achava que ficar assistindo aquela cena seria uma invasão a privacidade de ambos.

Depois de voltar para meu quarto consegui dormir por apenas duas horas e meia. Sr.ª Cole havia me dito que o café da manhã era servido a partir das seis até oito.

Decidi chegar mais cedo ao refeitório com a intenção de não ter que ver Riddle naquela manhã.

Pode parecer imaturidade de minha parte, ficar o evitando o tempo todo, apesar de termos trocado somente dezenove palavras. Sim, eu havia contado.

O problema era que eu não havia vindo totalmente preparada para aquela missão. Ao colocar meus olhos em Tom, eu sabia que memórias como os corpos desfalecidos de Cedrico, Dumbledore e Sirius viriam a minha mente. E eu acabaria lançando algum feitiço em sua direção quando ele estivesse despreparado.

E quanto mais tarde ele soubesse que eu era bruxa, melhor.

Eu não podia o deixar pensar que eu era tão amante dos trouxas a ponto de contar para eles que eu possuía um determinado poder. Na verdade, eu me manteria o mais afastada possível dos trouxas do Orfanato, isso definitivamente chamaria um pouco de sua atenção.

Sorri ao chegar ao refeitório aonde a comida já era distribuída, ele ainda não estava lá.

Depois de me servir, com uma comida que era meio viscosa e aguada, pus-me a comer.

Quando já estava a acabar de comer sinto alguém tocando meu ombro esquerdo.

– Sr.ª Werneck – era Martha, com sua típica voz enjoativa –Há um homem que veio visitá-la.

Joguei meu prato no lixo e a segui calmamente. Mas quem eu gostaria de enganar? Por dentro eu me perguntava quem era este tal homem.

Ao chegar à sala da administradora do Orfanato minha pergunta foi respondida.

Seus cabelos eram parcialmente mais curtos e com um leve tom de cobre, já usava seus óculos meia-lua e sua barba já era um tanto comprida.

Um sentimento de segurança e alívio me consumiu. Então eu não teria de entrar escondida em Hogwarts.

–Sr. ª Werneck, o Professor Dumbledore veio visitá-la – disse a Sr.ª Cole – Ele trabalha em uma escola para determinados alunos, e veio comunicar que você tem uma vaga garantida.

Depois de explicar o que eu já sabia, ela e Martha se dirigiram para fora dando privacidade a mim e Alvo. Que com um leve sorriso no rosto começou a falar:

– Creio que você já sabe para qual tipo de escola já tem vaga – com um aceno de minha cabeça ele continua – Mas o que me intriga, e que seu nome apareceu no livro de Registros Mágicos somente ontem à tarde, quem sabe a Senhorita gostaria de me explicar o motivo

– Meus pais eram Mary e Peter Werneck, ambos trabalhavam no Ministério, minha mãe trabalhava na Seção de Controle de Uso Indevido da Magia, e meu pai era um Inominável – Eu estava sorrindo por dentro, tudo daria certo e Dumbledore cairia como um patinho na minha história, pois Mary e Peter realmente existiram -, eles deixaram não somente o Ministério, mas também o país depois de convocados para serem informantes de Grindewald, e como não queria ser nominados traidores, fugiram para a Rússia. Algum tempo depois eu nasci, aprendi tudo o que sei com aulas particulares de meus próprios pais. Para não desconfiarem da família, eu também freqüentava a escola trouxa, um dia quando voltei, todo o bairro estava destruído, a tropa de Hitler havia invadido a cidade e matado aqueles que eles consideravam judeus. Arrumei uma forma de chegar até Londres, onde a Sr.ª Cole me deu um lugar para ficar.

Meus olhos estavam preenchidos por falsas lagrimas, o que tornava a história mais verdadeira, mas os olhos ou face de Dumbledore não demonstravam pena ou entendimento, na verdade me assustei com sua reação. Ele deus uma alta risada e com os olhos brilhando revidou:

– Mary e Peter realmente desapareceram misteriosamente há alguns anos, e incrivelmente possuíam o mesmo sobrenome, mas não tinham nenhuma relação além da profissional.

– Eu não estou pedindo que acredite no que eu disse, só contei o que o Senhor perguntou se não acredita, infelizmente não há nada que eu possa fazer a respeito.

Sim eu estava irritada, eu havia tido o trabalho de pesquisar sobre pessoas que desapareceram naquele ano, havia bolado toda uma história de onde eles estavam e Dumbledore ainda não acreditou.

Eu confiava nele, sim, talvez até mais do que em mim mesma, mas coisas horríveis aconteceram com bruxos que mexeram com o tempo, então quanto menos pessoas soubessem, melhor.

– Peço minhas mais sinceras desculpas pelo inconveniente Sr.ª Werneck, e acima de tudo lhe dou os meus pêsames. – Disse ainda não parecendo totalmente satisfeito com minha historia de vida.

Depois de me explicar sobre o Beco Diagonal e também sobre a passagem de Hogwarts, Dumbledore me entregou a lista dos materiais necessários para o sétimo ano, e com um ultimo sorriso se foi.

Quando retornei ao meu quarto, me permitir desabar. As lagrimas rolavam livremente pela minha pele que agora se encontrava pálida.

Eu havia feito meus pais se esquecerem de mim, literalmente abandonei meus melhores amigos, havia mentido para o homem que era considerado para mim um ícone de poder, bondade e humildade, e por ultimo, trairia a confiança de Harry se me tornasse uma Comensal.

Batidas suaves na porta me tiraram do meu devaneio. Levantei-me rapidamente e fiquei calada, esperando para ouvir se alguém bateria novamente ou se meu cérebro estava me confundindo.

Mais três batidas

Fui rapidamente em direção ao meu malão, encolhi-o novamente e o coloquei na minha pequena bolsa que estava jogada na cama.

Passei as mãos pelo cabelo e roupa tentando inutilmente colocá-los no lugar. Peguei um pano que estava no chão e passei pelo meu rosto tirando os vestígios salgados de minha bochecha.

– Olá, meu nome é Denis Bishop – Então esse era o nome do menino do corredor – Acho que ainda não nos conhecemos.

– Talvez você não me conheça, mas eu sei quem você é – Sua expressão era de duvida- Você é o menino que estava se agarrando com uma garota no corredor essa noite.

Foi a primeira vez em minha vida que eu vi alguém trocar de cor tão rápido. Seu rosto antes levemente moreno, agora estava Scarlet, assim como suas orelhas.

Antes que ele começasse suas desculpas, fui logo ao ponto, questionando o que ele queria comigo às duas da tarde.

– Bem, todo o mês, nós do Orfanato fazemos um passeio coletivo em diferentes pontos da cidade – Explicou detalhadamente – Hoje nós iremos visitar o Museu que conta e mostra um pouco sobre a Guerra do Ópio. Você gostaria de nos acompanhar?

– É obrigatório participar dos passeios?

Quando ele sacudiu a cabeça em forma de negação eu literalmente bati a porta em sua cara. Não iria ficar socializando com os Órfãos, e além de tudo tenho de pensar sobre a minha ida ao Beco Diagonal para comprar os itens necessários e de como eu iria me aproximar uma de determinada pessoa.

Duas horas e quarenta minutos, foi esse o tempo que eles levaram para irem para o Museu. Com um suspiro aliviado sai do quarto e fui em direção a biblioteca, precisava digerir algumas folhas.

Romeu e Julieta? Não, meloso demais. Orgulho e Preconceito? Não. Contos de William Shakespeare? Não. A lei da Física? Não.

Não Não Não Não

Vi um livro estendido em minha frente.

Sonho de uma noite de Verão

Meus olhos passaram pelo braço e ombro da pessoa até eu chagar em seu rosto. Então Riddle não ia aos passeios do Orfanato?

Grande novidade.

– Pegue – Sua voz soa baixa, mas imponente, como se exigisse que eu pegasse o livro. – Mas se não quiser, sugiro que faça menos barulho ao revirar as estantes a procura de uma passagem secreta.

Agora eu conhecia mais uma de suas características, sarcasmo. Olhando irritada para ele, peguei o livro e me dirigi para a mesa.

No fim o livro não era tão ruim afinal, chegava a ser cômico como tudo dava errado para os personagens principais.

Mas como nada que é bom dura muito, Riddle estava sentado com a coluna reta olhando fixamente pra mim.

– Coloque suas cartas na mesa – Eu disse abaixando o livro e olhando para ele. Os olhos deles sempre foram tão verdes assim?

– Dumbledore veio hoje de manhã falar com você, mas ao que parece sua história não o convenceu tanto. Por isso irei acompanha-lá na sua ida ao Beco amanhã – Disse com a voz amargurada, é claro que ele não havia gostado da idéia, mas como ele sabia que Dumbledore desconfiava de mim?

Ele se levantou rapidamente e dando um sorriso em quanto arrumava sua roupa, me disse:

– Sim, meus olhos sempre foram verdes.

Ótimo. Eu não havia levantado a barreira de oclumência, e agora ele deve pensar que eu tenho algum tipo de queda em relação a sua aparência.

– Se vamos conviver juntos, você deve entender uma coisa Senhor Riddle- disse falando o sobrenome dele com descasso- Eu sempre dou a palavra final – E ainda murmurei baixo- Mestiço Imundo

Já estava no meu quarto a alguns minutos, preparando-me para dormir, já havia feito a higiene necessária, e trocado de roupa.

Não, eu não iria descer pra jantar novamente.

– Esperava lhe encontrar aqui – Assustada olhei para porta, Tom estava no meu quarto e a porta estava encostada -, se não me falha a memória, um pouco mais cedo, você ofendeu meu sangue, e agora eu vim tirar algumas satisfações.

Ele havia escutado, minha respiração estava falhando e minhas mãos estavam frias e começavam a suar. Minha mente só pensava em duas coisas:

Minha varinha estava debaixo do travesseiro, longe demais para que eu conseguisse pega-lá

Todos estavam longe demais para escutar qualquer coisa que fosse acontecer naquele quarto.


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Notas finais do capítulo

Então, vocês gostaram??
Eu estou mais do que satisfeita com os comentários que eu recebi, mas esperava leitores novos.
Comentem e eu posto o próximo ;)