Juntos pelo acaso. escrita por Hermione Granger


Capítulo 8
Ela não vai a lugar algum!




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No seu ultimo sábado de férias, Hermione acordou cedo para preparar o café, pois tinha que adiantar o almoço, já que Luna, Neville, Harry, Gina e o pequeno James viriam para o almoço. Ron também acordara cedo e sugeriu que fosse juntos ao mercado para escolherem o que fazer para o almoço. O fim do verão parecia trazer ainda mais calor do que o normal. Ron decidiu tomar um banho com Hugo antes de ir ao mercado e Hermione, que já havia tomado o seu, separava alguma roupa fresca para vestir Hugo. Ao sair do quarto de Hugo, Hermione deu de cara com Ron segurando o filho no colo. Hugo estava embrulhado em seu pequeno roupão de banho que nele ficava enorme. Hermione arregalou os olhos ao olhar para Ron e desviou os olhos quando suas bochechas formigaram. Ron vestia apenas um short. Da cintura para cima, nada além de Hugo cobria a pele branca e sardenta de Ron. Os cabelos, agora laranja escuro por estarem molhados, deixavam gotas de agua caírem das pontas dos fios para o pescoço, ombros...

— Desculpa. – pediu Hermione sem saber exatamente pelo que se desculpara. Hermione encarava algum ponto vazio na parede. – Eu... Deixei uma roupa para colocar no Hugo. Em cima da cama.

Ela se afastou antes que Ron se quer dissesse alguma coisa e os aguardou na sala.

O mercado ainda estava vazio. Eram 10h da manhã quando chegaram. Hermione colocou Hugo sentado em um banquinho de crianças dentro do carrinho de compras e ele parecia adorar a ideia.

— E então, o que faremos no almoço? – perguntou Hermione caminhando entre as prateleiras do mercado. Ron agora empurrava o carrinho com o filho.

— Hum, que tal panqueca? Ou lasanha? Com queijos gratinados em cima e bacon. Ou carnes e salsichas grelhadas com batatas. – sugeria Ron.

— Eu acho que perguntei pra pessoa errada. – riu Hermione. Ron as vezes parecia mais menino do que o próprio Hugo. Ela debochou de Ron. – Escolha apenas um, outro dia a mamãe faz os outros. Que tal lasanha?

— Ótimo. Lasanha. – concordou Ron animado.

Ambos atravessaram os corredores em direção ao setor de massas para pegar os ingredientes necessários para a lasanha. Pegaram massas próprias para lasanha, molho de tomate, queijos e presuntos fatiados, carne moída para o molho e bacon para a cobertura da lasanha.

— Bom, agora que já decidimos o almoço, nada mais justo que Hugo escolher a sobremesa. O que me diz, querido? – Perguntou Hermione ao garoto. Hugo pareceu animado por poder escolher a sobremesa que quisesse. Ron encarava o filho como se quisesse induzi-lo a escolher a sobremesa certa, mas Hermione lhe deu uma cotovelada na costela. – Sem pudim, Ron. Hoje é Hugo quem escolhe.

— Mousse de morango com chocolate. – respondeu o garoto sorridente.

Mas antes que Hermione ou Ron pudessem responder uma voz atrás deles vez Hermione se assustar.

— Mousse de morango com chocolate. Uma ótima escolha. – disse um rapaz louro atrás deles. – Olá, Hermione.

— Cormac. – disse surpresa. Ron virou-se para olhar o rapaz com as sobrancelhas franzidas. – Que... Surpresa.

— Espero que seja uma surpresa boa. – disse Cormac lançando um de seus sorrisos galantes para Hermione. – É ótimo te encontrar, está linda.

— Ah, obrigada. – agradeceu Hermione sem jeito. – Não sabia que morava por aqui.

— Moro em Soho. Estou feliz por te encontrar. Frequentarei o mercado mais vezes a partir de hoje.

Ron fingiu uma tosse, fazendo com que Hermione e Cormac o olhassem.

— Ah! Cormac este é Ron e este é Hugo.

Cormac sorriu e estendeu o braço para apertar a mão de Ron, mas Ron não retribuiu. Seus braços estavam cruzados sobre o peito.

— Então você é o tal Ron. – disse Cormac recolhendo a mão ao ser ignorado por Ron.

— Não, não o “tal” Ron. Sou “o” Ron.

Cormac ignorou a cara de poucos amigos de Ron e se dirigiu a Hugo.

— E esse é o famoso Hugo.

Hermione se sentia totalmente desconfortável com a situação. Ron colocou-se ao lado de Hugo como se quisesse evitar que Cormac se aproximasse do filho.

— Cormac, já temos que ir se não se importa. Estamos com um pouco de pressa– disse Hermione.

— Não, ele não se importa. – Disse Ron que já começava a empurrar o carrinho para sairem de perto de Cormac. — Até mais, Cormaco.

— Ainda está me devendo um café, senhorita. – disse Cormac ignorando o mal humor de Ron mais uma vez.

Ron, que já estava a frente dos dois, voltara até onde Hermione estava e a segurou pelo pulso. Hermione olhou surpresa para Ron.

— Ela já disse que precisamos ir. Obrigado. – Ron saiu com Hermione tentando acompanha-lo, suas pernas eram bem mais compridas e rápidas do que as dela. De longe Cormac apenas ria.

Ron permaneceu calado depois do encontro com Cormac. Até mesmo enquanto ajudava Hermione com o almoço como havia prometido. Ela lhe dava algumas tarefas para fazer, mas seus pensamentos estavam distantes. Ele se sentia incomodado. Cormac o deixou incomodado. Na verdade ele achara Cormac muito mais grudento do que Hermione havia comentado e muito intrometido. O “tal” Ron. Quem foi que lhe dera tanta intimidade para chama-lo de Ron? E que historia é essa de “o tal”? E que diabos de historia é essa de estar devendo um café?

— Ron, deixa que eu faço isso. – disse Hermione já se irritando com a falta de foco de Ron e tirando dele a travessa onde ele já deveria estar montando a lasanha.

— Você vai sair com aquele idiota? – perguntou ele encarando-a. Ele pareceu nem ter escutado o que ela tinha acabado de falar.

— O que? Do que esta falando.

— Cormac.

— Ron, não inventa. – desconversou. – Vai me ajudar ou não?

— Ele é um babaca. – retrucou Ron. Ele pegou de volta a travessa para voltar ao que estava fazendo sem respondê-la.

— Você nem o conhece. – disse ela.

— Não é necessário mais do que cinco minutos pra perceber que é um babaca.

Hermione revirou os olhos e sem respondê-lo, continuou sua tarefa. Enquanto Ron montava a lasanha, Hermione fazia a sobremesa. A sobremesa era rápida, então logo ela estava ajudando Ron a montar a lasanha.

Gina, Harry, James, Luna e Neville não demoraram a chegar, o que foi ótimo para melhorar o animo de Ron e tudo ocorreu agradavelmente como eles planejaram. Até ao menos depois que todos já haviam ido embora, Ron não retornou o assunto sobre Cormac.

Quando já estava em seu quarto se preparando para dormir, Hermione ouviu batidas na porta.

— Pode entrar Ron.

Ron colocou a cabeça por entre o espaço entreaberto da porta como se quisesse se certificar se realmente poderia entrar.

— Que bom que ainda não dormiu. – Ron entrou segurando nas mãos uma caixa. – Queria te dar algo.

Ron se sentou na beira da cama de Hermione, colocando a caixa que trazia entre os dois.

— O que é isso? – Ela perguntou. Ele indicou a caixa com a cabeça como se quisesse dizer para ela abrir.

— Coisas que você precisa, apenas. Mas considere isso um presente, Doutora.

Hermione abrira a caixa e dentro dela havia vários livros. Livros de medicina. Quando se matriculou ela recebeu uma vasta lista de materiais que já quebrara a cabeça para saber como iria comprar tudo que precisava. Já tinha se decidido em comprar apenas um ou dois livros e usar os que a biblioteca disponibilizava enquanto não conseguia dinheiro. Ao lado dos livros tinha um belo estetoscópio cor de rosa.

— Eu não queria que gastasse tudo que tinha com materiais. E eu sabia que você não aceitaria dinheiro e muito menos pediria adiantamento. Aceite isso como presente de aniversário. Seu aniversário é em setembro, não é? Vi os dados na sua lista.

— Sim, em setembro. – disse ela enquanto olhava seus livros, encantada. – Mas, Ron isso deve ter sido muito caro. Eu...

— Nem pense em dizer que irá me pagar. Isso é um presente. Apenas se esforce.

Ele bagunçou levemente os cabelos dela antes de sair. Hermione não conseguiu deixar de sorrir por aquilo. Cada dia que passava na casa de Ron, ela desejava menos sair dali.

 

 

Os primeiros dias de aula foram ótimos. Alias, ainda que puxado, o primeiro mês de universidade foi tirado de letra por Hermione. Ela sempre fora inteligente e esforçada. Na escola era sempre a primeira da turma e na universidade não era diferente. Ela devorava os livros que Ron lhe dera e estava sempre com as respostas na ponta da língua quando algum professor fazia algumas perguntas em sala. Ela encontrara Cormac algumas vezes, mas com esforço conseguiu despista-lo em todas as vezes que ele tentou se aproximar. Cormac chegou dizer que a achava uma garota muito “escorregadia”.

Ron tem sido ótimo durante esse período. Sempre chegava cedo em casa e deixava Hermione no caminho da estação. Ele a esperava na estação na volta também, pois achava perigoso demais deixar que ela ficasse esperando o ônibus tão tarde. Estava sendo ótimo para ele e Hugo passarem um tempo juntos. Durante a tarde, enquanto Ron trabalhava, Hermione e Hugo iam para a casa de Gina como havia prometido. Aos finais de semana, algumas vezes Hermione ouvia Ron pedir baixinho para que Hugo não acordasse ou o via tentar preparar o café da manha. Hermione passava a madrugada estudando e embora passasse o dia em casa, Ron sabia que Hugo não lhe dava muito descanso.

— Não estão boas como as suas, mas um dia eu chego lá. – disse Ron servindo Hermione e Hugo, que se sentara no colo de Hermione, de umas torradas que ele tentara fazer em uma manhã de domingo. Já era inicio de outubro e o calor do verão já dera espaço para manhãs frias de outono. – Tome, também fiz chocolate quente. Isso eu sei fazer bem.

— Ron, não acha que isso esta errado? – perguntou ela aceitando seu café da manhã. – Eu deveria fazer isso. Você não precisa se preocupar...

— Esta tudo bem. Você precisa descansar também. E eu preciso aprender a me virar.

— Aprender a se virar? Esta pensando em me mandar embora, Ronald? – ela perguntou em um tom de deboche, mas tinha medo da resposta.

— Você não vai mais cuidar da gente? – perguntou Hugo parecendo decepcionado.

— Não digam besteira. – disse Ron, dando um beijo no topo da cabeça do filho. – Ela não vai a lugar algum. Certo?

— Certo. – concordou Hermione sorrindo. Ron sorriu de volta para ela e algo a preocupou. Ela não poderia ficar ali para sempre. Ela não podia se apegar a eles. Ela não deveria se sentir triste com a possibilidade de ir embora. Mas inevitavelmente ela se sentia.


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