Juntos pelo acaso. escrita por Hermione Granger


Capítulo 29
O amor é paciente




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— Estavam namorando e nem ao menos nos disseram. — disse a senhora Weasley com a mão direita posta sobre o lado esquerdo do peito. Todos pareciam interessados em rodear Ron e Hermione agora. — Eu estou tão feliz por isso. Oh, Arthur! Nosso Ron enfim encaminhado.

— Mamãe se controle, não estamos anunciando um casamento.

— Ora, mas isso é apenas uma questão de tempo. — A senhora Weasley parecia empolgada com a hipótese de um casamento do seu garoto mais novo.

— Não se vocês assusta-la antes do tempo. — retrucou Ron.

— Oh minha menina, me dê um abraço. — Molly estendeu os braços caminhando em direção a Hermione e lhe deu um longo e forte abraço que demonstrava o quanto ela realmente fazia gosto daquela relação.

— Eu achava que você só aguentava o Ronnie pelo dinheiro. — disse Fred, pelas costas da mãe.

— Estávamos enganados. — completou Jorge aproximando-se de Hermione e abraçando-a assim que a Sra. Weasley a soltou. — Bem-vinda aos Weasley, então.

— Espero que não desista dele ou ele morrera sozinho. — disse Fred seguindo o irmão e abraçando a garota.

— Há mais mulheres atrás de mim do que pensa Fred. — Hermione franziu o cenho ao ouvir isso e Ron segurou as mãos dela para evitar que ela tentasse lhe socar. — Brincadeira, brincadeira.

— Ah eu me sinto um cupido. - disse Gina.

— O que? Você está louca? — Ron olhou incrédulo para Gina que parecia sonhadora com a hipótese de ser cupido do casal. — Que participação você teve em tudo isso?

— Você é um ingrato, Ron. — resmungou ela voltando a si e olhando para Ron. — Do jeito que é tapado, se eu não tivesse dito que estava apaixonado por ela você nunca iria dizer nada.

Ron revirou os olhos, mas não discutiu.

Ron e Hermione agora eram focos de atenção. Até mesmo os mais jovens, que esperavam o momento da entrega de presentes, demonstravam interesse em sua nova "tia". Tia. Os pequenos já os chamavam assim por força do hábito, nenhuma criança olha um adulto sem chama-lo de tio ou tia. Mas agora isso soava como um verdadeiro grau de parentesco e ela nem ao menos tinha certeza de que aquele relacionamento fosse dar certo. Sentiu uma pontada na boca do estomago ao pensar na hipótese de não dar certo. Ron e ela se davam bem, mas brigavam muito bem também. Chacoalhou a cabeça pra tirar toda sua negatividade da cabeça. Ron gostava dela, ele não deixava duvidas. Hermione o amava com uma certeza que ela nunca tivera antes. Não havia o que temer.

— Você está bem? — sussurrou Ron ao ver que Hermione parecia seria.

— Claro. Estou ótima.

— Certo crianças. Já passou da hora de abrirmos os presentes. — disse a senhora Weasley conduzindo as crianças na direção da pilha de presentes ajeitada ao pé da arvore de natal.

Os mais velhos também seguiam a senhora porque, afinal, havia presentes para eles ali também. Ninguém era esquecido

Hermione aproximou-se de Ron que observava as crianças se esgueirando entre o amontoado de mãos que se debruçavam sobre as incontáveis caixas de presentes. Havia caixas de todos os tamanhos. As maiores, claro, eram das crianças. Todas elas rotuladas com os nomes de quem as receberiam, a grande maioria de Molly ou Arthur, algo que não era de se surpreender levando em consideração a quantidade de filhos, e netos que tinham. Ate mesmo Hermione havia se lembrado deles,  afinal eles a acolheram como um ente querido antes mesmo que algo entre Ron e ela acontecesse.

— Eu... também tenho algo para você. — disse Hermione para Ron que observava Hugo perdido entre as pilhas de embalagens parecendo lutar para encontrar algo que fosse seu. — Mas prefiro dá-lo mais tarde.

— Se for algo pervertido podemos dar um jeito de adiantar enquanto estão todos distraídos.

— Ronald! — repreendeu Hermione. Ron apenas riu.

— Achei que aquele beijo havia sido meu presente. — ele disse sem olha-la. — Não agradeci, por falar nisso. Obrigado.

— Eu estava em dívida com você. Eu me sinto mais leve agora. — ela disse. Realmente se sentia aliviada, leve. Ela não precisava se esconder de ninguém. Podia estar com Ron e beija-lo onde e quando ela quisesse.

Ron sorriu e selou os lábios dela brevemente.

— Acho melhor ir ajuda-lo. — disse Ron apontando para Hugo que parecia um pouco mal-humorado, parado de frente a pilha de embrulhos, agora visivelmente reduzida, ainda na busca do presente que deveria ser seu.

O resto da noite foi ainda mais divertido para os dois, agora que podiam se dar ao prazer da companhia um do outro sem que isso tivesse que ser às escondidas. E, embora ainda fossem bombardeados de perguntas sobre como haviam se apaixonado ou desde quando estavam juntos, eles até gostavam de repetir o enredo de sua historia.

Hugo já dormia no colo de Hermione quando decidiram que era hora de descansarem também. Hermione disse a Ron que colocaria Hugo para dormir enquanto Ron optou por um banho quente para esquentar o corpo do frio.

 

***

 

— Uou! Caramba. — exclamou Ron ao entrar no quarto após o banho e surpreender Hermione de joelhos em sua cama de um jeito que ele não estava habituado a ver. Ela vestia a nova camisa dos Chudley Cannons, time de futebol favorito de Ron, cujo tamanho era desproporcional para seu tamanho e Ron pode ver que uma parte da coxa e joelhos de Hermione estavam à mostra. Ele se perguntou se a camisa cobria algum short que ela vestia ou se não havia nada além da camisa. Sentiu um calor lhe subir a espinha com aquele pensamento e achou que, mesmo cabendo três Hermiones dentro daquela roupa, ela estava incrivelmente sexy.

— É o seu presente. — disse ela olhando para o próprio corpo avaliando como ficara vestida naquela camisa.

— A camisa ou a garota vestida nela?

— Na verdade as duas. Não tinha ideia do que te dar porque você parece ter tudo e como sei que gosta dos Cannons... — Hermione não o encarava, ainda parecia analisar a qualidade do seu próprio presente. Mas pode ver com sua visão periférica que Ron de aproximava da cama. — É edição limitada, veja. — ela se virou de costa para mostrar a Ron a parte de trás da camisa. — Está assinada.

A camisa era de goleiro. Havia um grande numero 1 que pegava quase toda a costa de Hermione e, acima do número, onde normalmente se lia o nome do jogador correspondente a camisa, havia a assinatura do próprio jogador. Não era uma assinatura a caneta como um autógrafo. Era uma estampa.

— Achei que detestasse os a Cannons. — disse Ron passando o dedo indicador no contorno da assinatura.

— Eu não odeio os Cannons — defendeu-se Hermione. — Odeio sua camisa laranja dos Cannons. Essa é bem mais discreta. E é do goleiro, você não tem nenhuma dele.

— Você é a garota mais incrível que eu já conheci. — disse Ron puxando Hermione, que ainda estava de costa para ele, pela cintura e trazendo-a para tão perto que ela quase senta em seu colo.

— Você é o cara mais incrível que eu já conheci. — ela devolve o elogio aos risos enquanto sente Ron beijar a curva do seu pescoço.

— Ha algo matando minha curiosidade. — Ron parou de beija-la e encaixou seu queixo no ombro esquerdo de Hermione.

— O que? — Perguntou ela.

— É ilusão minha ou você está vestida só com essa camisa?

— É uma boa pergunta. — Disse Hermione virando-se de frente para Ron. — E considerando o fato de que está nevando lá fora e o frio está congelando meu corpo eu peço que você descubra logo isso.

Ron colocou a mão na nuca de Hermione e a puxou para si, dando-lhe um beijo que ha dias não dava. Desde que os pais de Hermione chegaram e eles se viram cercado de pessoas, Ron e ela apenas trocavam alguns beijos as escondidas e agora, com os lábios dela massageando os dele e as línguas se entrelaçando em um beijo lento e quente, ele se deu conta do quanto sentia falta dela, ainda que ela estivesse ao lado dele todos os dias.

Ele se debruçou sobre ela fazendo com que ela se deitasse sobre a colcha desarrumada da cama. O corpo de Ron era consideravelmente maior e mais pesado que o de Hermione, mas ela não se sentia desconfortável com o peso dele sobre seu corpo. Ron a aquecia. Fosse pelo fato de seu corpo cobri-la por inteiro, fosse pelo fato dos seus beijos despertarem sensações sempre novas nela. Hermione entrelaçou as pernas na cintura de Ron e pode sentir as mãos quentes dele deslizarem por seus joelhos e coxas. Ron apertava de leve a lateral do corpo de Hermione enquanto ela já lutava pra tirar camisa que ele vestira apos o banho.

Ron tirou com delicadeza sua camisa que Hermione vestia e ainda fez que iria beijar o tecido quando Hermione, rindo, o puxou de volta. Não havia nada mesmo, nenhuma roupa, além da camisa e das roupas intima em Hermione e Ron ficou satisfeito em constatar. Logo não havia nada além do corpo de Ron cobrindo-a.


***


— Esse não era o único presente que eu tinha pra você. — disse Ron. Hermione tinha a cabeça deitada sobre os braços dele e ele acariciava seu cabelo com uma de suas mãos enquanto a outra brincava com os pingentes da pulseira que dera para ela.

— Não? - ela perguntou sem olha-lo.

Sem respondê-la, Ron sentou-se na cama e pegou algo na gaveta de seu antigo criado-mudo. Era outra caixinha de tamanho semelhante ao da pulseira. Hermione pegou a caixa que ele estendia e o fitou por um momento.

Sem esperar que ela se movesse, ele próprio tirou a tampa de cima da caixinha deixando a mostra o que havia dentro dela.

— Uma... Chave? - perguntou confusa.

— Em um casal normal, o cara ou a garota daria ao outro a chave de sua casa como um convite para morarem juntos. — disse Ron tirando a chave da caixa e fitando-a. — Mas já moramos juntos não é?

— Então por que a chave?

— É uma chave simbólica. É do meu quarto. Quero que se mude para lá.

— Ron, eu...

— Eu sei, eu sei. Toda aquela baboseira de "não somos casados, isso não é certo." Mas por que não é? Não é como se eu estivesse te pedindo em casamento, Mione. Eu planejaria um jeito melhor de pedir. Mas também não é como se isso nunca fosse acontecer.

Hermione tirou a chave da mão de Ron e sorriu, dando um beijo na bochecha dele.

— Então quer se casar comigo, Weasley?

— É, quero sim. - ele disse serio. Não que Hermione não o levasse a serio, mas um sorriso pequeno que fosse teria ajudado a descontrair. - Sei que esta cedo. Não precisa se assustar. Não tenho pressa se você estiver comigo, mas se dissesse que sim, me casaria amanhã.

— Eu... Eu nem sei o que dizer. Eu...

— Não é pra dizer nada, Hermione. Por hora apenas aceite isso. — disse apontando a chave que ela segurava.

— É engraçado como as coisas mudam. - disse Hermione se aninhando em Ron. — Eu não achava que fosse possível sentir isso por alguém.

— Você é durona demais. Ainda não sei como consegui.

— Sorte a minha você ser paciente.

— O amor é paciente. Não é isso que dizem?

— Não achei que gostasse de ler.

— Não gosto. Mas mulheres gostam. É bom ter alguns palavras na ponta da língua na hora de passar a lábia.

— Não seja ridículo, Ronald.

— Marrenta — Ron debruçou novamente o corpo sobre o dela permitindo-se beija-la ainda com mais vontade, como se há tempos não se vissem.


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