Juntos pelo acaso. escrita por Hermione Granger


Capítulo 25
Estou feliz, Harry.




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Era 23 de dezembro. Eles iriam para Toca naquele mesmo dia. Tanto Hermione quando seus pais tinham a seguinte opinião de que, se iriam abusar da hospitalidade dos Weasley, deveriam no mínimo chegar antes para ajuda-los com a organização d'a Toca e nos preparos das comidas. Mas antes de irem, Hermione e sua mãe planejavam comprar roupas novas para as festas. Não se encerrava um ano e começava outro com as mesmas roupas. Era como se roupas novas fossem atrair coisas novas.

— Não sabia que ia me trocar. Deveria me avisar antes, sabe? — disse Ron para Hermione, ajudando-a a colocar as muitas malas no carro quando se preparavam para sair — Meu psicológico não está preparado para isso. 

— O que está falando?

— Você parece que está indo embora pra nunca mais voltar.

—  Não diga bobeiras. São só... itens críticos.

— Deveríamos ter alugado uma carreta para elas. - disse o senhor Granger ajudando a esposa com as malas dela.

O habitual percurso para A Toca fora ate mais divertido do que de costume. Hermione e Ron serviam como guia turísticos para os olhos curiosos do sr e sra. Granger  que deixavam claro que realmente nunca foram a lugar nenhum fora de Bath. A viagem ate pareceu mais curta do que o normal.

Chegaram a Toca quase na hora do almoço. Mesmo com a simplicidade de sua casa, os Granger pareciam felizes. A Toca nunca fora bonita, na verdade. Mas era o tipo de casa em que as pessoas se sentiam confortáveis e em paz. Era uma casa mãe, para onde você sempre poderia correr quando precisasse de um colo pra deitar. Essa era a definição para Ron.

Seu pai estava aparando o gramado quando chegaram. Não nevava ha alguns dias e a grama crescera consideravelmente. Hermione pensou que seriam os primeiros a chegarem, mas ficou feliz ao ver Gina sair pela porta da cozinha trazendo uma xicara de café quente para esquentar o corpo frio do pai.

— Gina! – exclamou Hermione. – Olá senhor Weasley.

— Hermione. Filho. – cumprimentou o Sr. Weasley, largando o cortador de gramas e o café que Gina lhe trazia para pegar o neto, que já corria para ele, no colo. – Olha só se não é o meu pequeno Weasley. Você está grande, rapaz. Logo logo terá que pegar seu avô no colo.

— Monica, Wendell, esse é o meu pai, Arthur e minha irmã, Gina. – apresentou Ron. – Pai, Gina, esses são os pais de Hermione.

— Ah que prazer em vê-los. – Arthur cumprimentou o pai de Hermione com um aperto de mão e três tapas nas costas que, para os homens, era o mesmo que um abraço, e a Sra. Granger com um beijo não mão que a deixou encantada com o cavalheirismo do homem. Gina cumprimentou ambos com um abraço. – Vamos, venham. Molly está lá dentro, vai adorar vê-los.  

— Não sabia que viria tão cedo. – disse Gina para Hermione enquanto entravam em casa.

— Acho que eles estavam ansiosos. – respondeu Hermione se referindo aos pais.

Molly, como sempre, estava em sua cozinha quando entraram  e encontraram-na com seu avental que já era parte de seu figurino, enquanto guardava algumas louças que deveriam ter sido sujas no café da manhã. Harry ainda comia a mesa enquanto o pequeno James descansava dentro de seu carrinho de bebê. Harry levantou os olhos de seu pão açucarado e deu um sorriso largo ao ver Ron e Hermione.

— Que bom que chegaram. – disse ele ainda mastigando. A senhora Weasley pareceu ter notado as visitas e se alarmou.

— Oh, santo Deus. – ela tirou o avental da cintura com rapidez para melhorar a própria aparência e ajeitou os cabelos ruivos. Ela se aproximou do filho e de Hermione, dando-lhes mais beijos do que de costume. – Oh meus meninos. Já faz tanto tempo.

— Não faz tanto assim, mamãe.

— Ora, Ronald. Que me lembro você vinha ver sua mãe de duas a três vezes na mesma semana. – disse a sra. Weasley parecendo ofendida com o fato de Ron não ir para A Toca com a mesma frequência. Ela sorriu para Hermione em seguida. – Não se preocupe querida. Estou feliz que você esteja cuidando bem dos meus garotos. Está se cuidando bem, anjo? Venha comer, está tão magrinha.

— Ela está ótima, mãe. – defendeu Ron.

— Sra. Weasley, esses são meus pais. – indicou Hermione deixando a senhora ainda mais surpresa do que quando os viu. O Senhor e Sra. Granger estavam atrás de Gina e Arthur e ela ainda não os vira. Arthur abriu caminho para ela os cumprimentar.

— Me perdoem pelos modos, sou Molly Weasley. Que prazer, que prazer. Venham, sente-se. Ah, meu pequeno Hugo.  – Ela beijou o garotinho que puxava a barra de sua saia e sendo cumprimentada pelos pais de Hermione.

Eles já haviam tomado café e, mesmo sendo quase hora do almoço, a senhora Weasley insistiu tanto para que experimentasse um de seus bolos e pães doces que eles acabaram por comer de novo. Agora com seus filhos devidamente casados e com filhos, A Toca não ficava mais constantemente cheia como era na infância de Ron e esse era um dos principais motivos para ele e seus irmãos sempre passarem tardes longas com seus pais. Antes Ron ate mesmo dormia lá quando tinha dias livres no trabalho na semana ou nos finais de semana, mas depois da chegada de Hermione isso se tornou mais raro. Sua mãe tinha razão, ja fazia muito tempo. Ele se sentia culpado, mas sabia que sua mãe gostava de Hermione e aprovaria o motivo de sua ausência sem questionar. Seus pais eram afetuosos e receptivos, logo pareciam amigos de infância dos Granger.

Seu pai já andara pelos terrenos da Toca apresentando cada centímetro de gramado ao sr. Granger, incluindo o quarto de tralhas que ele se orgulhava de preservar. Aquele lugar era uma espécie de museu onde o senhor Weasley gostava de guardar tudo que lhe dessem boas lembranças, tanto de sua infância quanto de sua vida com Molly e as crianças.

— Que bela família, Arthur. – elogiou o Sr. Granger ao ver a foto do dia em que viajaram para o Egito que o Sr. Weasley lhe mostrava – Estou ansioso para conhecê-los.

— Ah, modestia a parte, fiz crianças maravilhosas que, consequentemente, me deram netos maravilhosos.

— Que bom ter uma familia grande e unida assim. — disse o sr. Granger. Seus olhos brilhavam ao ver as fotografias dos netos de Arthur. — Espero que minha menina não demore a me dar netos. 

— Ser avô é melhor do que ser pai. Você pode mima-los sem medo, sabe? Era o que gostariamos de ter feito com os nossos filhos, mas tinhamos que ter pulso.

 

 

Mais tarde, depois do almoço, Hermione e Gina ajudaram Molly a organizar o jardim onde planejavam erguer uma tenda no dia seguinte. Por maior que fosse A Toca, a quantidade de convidados era ainda maior e eles decidiram que seria muito melhor se fizessem tudo ao lado de fora. O senhor Weasley havia terminado de aparar o gramado e agora, junto ao pai de Hermione, se ocupava em distrair Hugo e brincar com James, enquanto Harry e Ron foram obrigados a separar caixas de enfeites natalinos que todos os anos a senhora Weasley insistia em usar para decoração.

— Já está na hora de comprar enfeites novos, mãe. – disse Ron.

— Isso é desculpa para fugir da tarefa, Ronald. – retrucou a mulher. – Ande. Os enfeites estão em ótimas condições. Não torça o nariz para sua mãe. Olha, Harry... Tão obediente e nem é meu filho de verdade.

— Eu odeio você. – sussurrou Ron baixo para Harry enquanto entravam na toca e subiam as escadas rumo ao Sótão onde a maior parte das bugigangas era guardada.

— E então. – perguntou Harry para Ron enquanto desenrolavam pisca-piscas de dentro de uma das caixas onde se lia “Xmas” escrita com uma canetinha de cor vermelha.

— O que? – perguntou Ron sem olha-lo.

— Como anda? O que tem feito? Faz tempo que não conversamos. Você me parece bem.

— Estou ótimo, Harry. Me desculpe se ando ausente.

— Não seja estupido. – disse Harry. – E Hermione?

— O que tem ela? – perguntou Ron fingindo desinteresse. Ele sempre se sentia eufórico quando lhe perguntavam dela e se achava infantil por isso. Era como se quisesse falar dela o tempo todo.

— Nada. – disse Harry se atrapalhando com os fios que se enrolavam mais à medida que ele tentava desenrola-los. – Gina disse que vocês tinham brigado. Só quis saber se estava tudo bem.

— Gina tem a boca maior que a cabeça. Desculpa. – pediu ao ver a cara de desaprovação de Harry.

— Bom que ela me conta, sabe? Já que meu melhor amigo não fala.

— Está com ciúmes, Potter? – Brincou Ron.

Harry tacou uma das bolinhas de arvore de natal na cabeça de Ron que apenas desviou rindo.

— Mas vamos falar a verdade, Ron. – disse Harry retomando a postura como se a conversa exigisse formalidades. – Você anda sumido desde que se conheceram. Não o culpo, é claro. Ela é linda. Se eu fosse solteiro e tivesse uma babá como Hermione andando dia e noite pela minha casa, eu...

Ron tacou uma estrela dourada na cabeça de Harry fazendo-o gritar de surpresa e dor quando a ponta do objeto bateu em sua testa. Harry deu um passo para trás pisando em cima dos fios estirados de pisca-pisca, soltando um palavrão em seguida.

— Não ouse pensar nela desse jeito, Harry. – disse Ron fazendo pouco caso da dor do amigo.

— É brincadeira, cara. Qual é?  Eu amo a sua irmã. – disse Harry tirando os fios de pisca-piscas do caminho parecendo pronto para destruí-los. – Mas estou vendo que realmente gosta dela.

Ron pareceu dar-se por vencido e se sentou no chão ao lado de uma das caixas. Harry o seguiu, mais por que estava exausto e irritado com tarefa do que para manterem a conversa de melhores amigos que não tinham há tempos.

— Cara, ela me deixa doido. – confessou Ron deixando o sorriso crescer em seu rosto. – Mas é doido de tudo sabe? Ela me faz sentir... sei la, tudo. Não consigo olhar para ela e não querer ficar perto dela o tempo todo.

— Eu sei como é isso, meu amigo. – Harry sorriu sonhador batendo a mão no ombro de Ron.

— É surreal. Quer dizer, você passa sua vida acreditando que quanto mais mulheres, melhor, mas... Mas ai vem uma que te bagunça todo. – Ron apoiou a cabeça na caixa atrás de si com os olhos fechados. – Eu estava feliz com minha vida de solteiro em um dia, e no dia seguinte ela aparece... me fazendo pensar que me casaria com ela amanhã mesmo, se ela quisesse.

— Isso é amor, meu amigo.

— Estou feliz, Harry. – Ron sorriu.


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