Juntos pelo acaso. escrita por Hermione Granger


Capítulo 24
Em família.


Notas iniciais do capítulo

Gente. ando meio sem ideia para alguns capitulos hahahah Mas preciso preencher lacunas de qualquer forma, então me desculpem a pobreza dos capitulos.



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O dia seguinte e o próximo foram tão tranquilos quanto o primeiro. Ron e Hermione ainda levavam os pais dela para conhecer mais a capital britânica e Hermione podia sentir os olhos da mãe fixos em qualquer atitude dela com Ron ou dele com ela. Era como se sua mãe fosse uma daquelas amigas eufóricas da adolescência que a empurravam para que ela caísse sobre o garoto que estava afim. O segredo agora era dos quatro, o que acabava por ser vantajoso, pois a mãe de Hermione sempre os deixava a sós quando encontrava oportunidade.

À noite, porem, fora tão perturbadora para dormir quanto à primeira para Hermione. Ela já dormia sozinha, mas no quarto de Hugo essa solidão parecia aumentar. A casa estava cheia e ela se sentia sozinha. Estava sentada no meio da cama pequena de Hugo lendo algum de seus livros de histórias infantis, imaginando se eles já estavam dormindo. Ron estava indo para o quarto mais cedo por conta de Hugo, o que privava Hermione dos momentos que tinham a sós depois que o garoto dormia. Ela se levantou. Em silencio, como se houvesse alguém no quarto que ela não gostaria de acordar, ela caminhou nas pontas dos do quarto para o corredor e do corredor para o quarto de Ron. Era na porta ao lado, mas a adrenalina de ser pega no meio do caminho, fez com que aquele pequeno corredor se tornasse longo. Ela hesitou, parou as mãos na maçaneta, refletiu consigo mesmo, pensou em voltar, mas suas mãos já giravam a maçaneta de metal silenciosamente, dando passagem ao ambiente parcialmente escuro. Havia um abajur de tomada preso à parede ao lado de Hugo que dava uma iluminação baixa e alaranjada ao ambiente. Hermione os observou da porta por algum tempo e se assustou quando o relógio de pulso de Ron deu um “bip” para indicar que já era meia noite.  Ela ficou algum tempo parada antes de fechar a porta atrás de si e caminhar até a beira da cama ao lado dele. Seu rosto estava relaxado e sua boca entreaberta. Ela sorriu por poder vê-lo, parecia que não o via há dias.

Havia um espaço ao lado de Ron, pequeno, mas o suficiente para ela onde o braço de Ron descansa estirado com se estivesse esperando para que ela se deitasse e usasse o seu braço de travesseiro outra vez. Ela então levanta a coberta e, com o maior cuidado que consegue reunir, ela se deita encolhida de frente para ele, apoiando a cabeça com cuidado no braço de Ron. Ela tem que ficar bem próxima se não quiser tombar para o chão.

Ron sempre teve sono pesado, mas quando ele abre os olhos preguiçosos para ela naquela quase escuridão, ela se questiona se ele estava mesmo dormindo. Ele sorri e se afasta um pouco mais para dar espaço a ela e a trás para mais perto dele, abraçando-a e fazendo-a descansar a cabeça em seu peito. Sua camisa de dormir cheirava a algo como limpeza com cheiro de Ron e era maravilhoso. Ela jogou o braço pela cintura de Ron.

— Oi. – sussurrou ela.

— Por favor, me diga que você não é sonambula. – ele disse com os olhos fechados. Sua voz baixa saiu rouca por ele não ter acordado totalmente. Hermione se encolheu mais para perto dele. Nenhuma proximidade parecia bastar.

— Não consigo dormir.

— Gosto dessa garota que invade meu quarto de madrugada. Mas estou com medo da minha namorada politicamente correta aparecer e nos pegar junto.

Hermione belisca a lateral da cintura de Ron, mas ele parece nem sentir porque apenas sorri. Ela sorri também. Namorada? Ela gostou do que ouviu.

— Não ouse trazer outra garota aqui, Ronald. – ela repreendeu.

Ele abriu os olhos fingindo falsa surpresa ao vê-la ali.

— Oh, amor. É você.

Amor? Amor e namorada em menos de cinco minutos era mais do que o coração de Hermione poderia aguentar. Ele batia violento contra o peito dela e ela tinha certeza que Ron podia senti-lo também.

— Eu estava com tanta saudade. – ela disse enterrando o rosto no espaço entre o pescoço e o ombro de Ron.

— ‘To sempre com saudade de você.

Ela suspirou feliz. Ron tinha um cheiro tão bom e tranquilizador que ela começava a sentir o sono chegar.

— Eu disse a ela. Eu disse a minha mãe. – ela disse após algum tempo em silencio.

Pensou que Ron já tivesse pegado no sono porque ele demorou a responder.

— O que? – perguntou sem entender.

— Disse que amo você. – Ela sentiu Ron apertar ainda mais o abraço e ele lhe deu um beijo que deveria ser na testa, mas acabou acertando sua pálpebra fechada. – Ela gosta de você.

— Eu gosto deles.

— Obrigado por trazê-los. – agradeceu ela.

Hermione dormiu ali mesmo, com o rosto enterrado no corpo de Ron, quase sufocada, mas sem intenção de sair.

Ela se sentia preguiçosa quando estava com Ron, o que era injusto porque ela queria aproveitar a companhia dele ao máximo e quando estava com ele, nem conseguia se lembrar de acordar cedo. O que a despertou daquela maravilhosa noite de sono foi o barulho que ouvira. Não era barulho alto que pudesse despertar Ron ou Hugo, mas Hermione tinha ouvidos sensíveis. Ela olhou o relógio no pulso de Ron que já marcava 9h35. "Deus". Pensou alto ao sair da cama tentando não acorda-los e saindo do quarto da mesma forma que entrara na noite anterior. Colocou a cabeça para fora para ver se o corredor estava livre e, quando não viu ninguém, saiu escada a baixo.

 

— Bom dia, querida. – cumprimentou a mãe antes mesmo de se virar pra se certificar de que era realmente Hermione.

A Sra. Granger já começara a assar um de seus maravilhosos bolos de café da manhã e Hermione se dera conta de quanta saudade sentia dela quando o cheiro de baunilha alcançou se nariz.

— Bom dia, mãe. Desculpe-me, eu dormi além da conta. Deixa que eu faça o café.

— Não se preocupe minha filha. Espero que Ronald não se incomode por eu ter dominado sua cozinha.

— Tenho certeza de que irá ama-la por isso. – Hermione disse rindo.

— Vocês dormiram bem? – perguntou a Sra. Granger. Hermione olhou para os lados para ver se havia alguém além dela ali. Seu pai, talvez. Mas ela era a única além de sua mãe. A mãe pareceu entender a confusão da filha e apenas sorriu e balançou a cabeça. – Fui ate o seu quarto quando acordei, sabe, coisa de mãe. Ver se o filho sente frio enquanto dorme ou se esta respirando bem. Nunca perdemos essa mania. Mas, bem... digamos que não encontrei minha filha na cama que deveria estar. E nem em nenhum outro canto da casa. Só não procurei no lugar mais obvio.

— Eu-eu... não conseguia dormir.

— Não precisa se explicar, querida. Não ha nada de mal em ficar com seu namorado. Já são adultos. 
Hermione sorriu. Mais por ouvir a palavra namorado outra vez do que pela compreensão da mãe pelo fato dela ter fugido do quarto para dormir com Ron.

— Como acha que o papai vai reagir? Quando souber sobre...

— Acho que eles se deram bem. Ronald é um excelente rapaz.

— Ron acha que papai irá mata-lo. 

— Ah. Bobeira dele. Seu pai se faz de dificil, mas gosta de Ronald. — Hermione parece tranquila ao ouvir isso. Nunca duvidou que seus pais fossem gostar de Ron, ele era incrivel. Mas era muito bom ter certeza. — Qualquer pessoa que desperta felicidade nos filhos, são bem vindos pelos pais.

— É bom saber disso.

— Mas me conta como começou?

Hermione não respondeu de imediato. Ela mesma parou para refletir quando começou.

— Eu não sei dizer, mamãe.

— A anda, eu adoro uma boa historia de amor jovem.

A Sra. Granger se sentou e apoiou os braços na mesa, olhando fixo para a filha com um sorriso de quem ansiava pela história que viria.

— Acho que foi como você disse... a convivência. – Hermione não mantinha o contato visual com a mãe, ela tinha os olhos em algum ponto inexistente como se pudesse visualizar ela e Ron. Podia ver de canto de olho que sua mãe estava atenta, esperando por uma parte melhor da historia. – Não sei dizer exatamente quando começou. Viramos amigos e quando me dei conta, tudo que eu fazia ou para onde eu ia, queria que ele estivesse junto.

— Aposto que ele disse que gostava de você primeiro. – disse a Sra. Granger mais empolgada. – Você é como eu. Se seu pai não tivesse demonstrado interesse por mim primeiro, Deus... nem posso imaginar  onde eu estaria agora.

— Gostar dele faz com que eu me sinta mais... atrevida. Não me importo em matar a aula ou dormir até tarde ou deixar de fazer tarefas quando estou com ele. Eu até gosto de não ser tão certinha.

— Em pensar que eu permiti que Vitor a procurasse...

— Nem fale disso por aqui. Ron detesta o detesta. Mas... no fim das contas, acho que a presença de Vitor foi boa para que eu também tomasse alguma atitude em relação a Ron.

O alarme do forno elétrico de Ron avisara que o que quer que esteja lá dentro, já estava pronto para ser retirado. A senhora Granger se levanta de sua cadeira para retirar dois bolos do forno enquanto Hermione prepara café e chocolate quente. Seu pai gostava de café, Ron de chocolate.

Fosse pelo cheiro maravilhoso dos bolos de sua mãe, ou por ser demasiadamente tarde, Ron não demorou a aparecer na porta da cozinha agora sem sua roupa de dormir e com Hugo perfeitamente banhado e vestido.

— Bom dia querido. Espere que não se incomode, tomei a liberdade de me apossar de sua cozinha.

— Eu já estava imaginando um jeito de pedi-la para morar conosco. – disse Ron entrando na cozinha.

— Eu disse. Ele é um comilão. Dorminhoco e comilão – disse Hermione dando um beijo de bom dia em Hugo que já subia em seu colo. – Bom dia, garotinho.

— O rapaz tem que comer para se manter forte. – a Sra. Granger levantou-se e cumprimentou Ron com um beijo na bochecha. – Sente-se, filho.

— Viu, deveria ouvir mais a sua mãe. – disse Ron para Hermione. – estou em fase de crescimento.

— Para os lados? – Ron fez uma careta e sentou-se ao lado dela.

O Sr. Granger não demorou a aparecer na cozinha e logo os cinco comiam e conversavam como se aquele fosse um habito que cultivavam há anos. Algumas vezes Hermione apenas admirava a mesa de café com a leve sensação de que agora tudo estava completo. Preferiu não se lembrar de que seus pais iriam embora dali alguns dias. Apenas desejou que morassem perto e que ela pudesse repetir essa cena varias e varias vezes.


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