Juntos pelo acaso. escrita por Hermione Granger


Capítulo 21
O dia da festa para pais.




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A chegada de dezembro trouxe consigo o clima de festa de fim de ano. Dezembro parecia um mês voltado apenas para comemorações festivas e a necessidade de estar perto de familiares aflorava ainda mais.

— E então, falou com seus pais? – Perguntou Ron em uma manhã de sábado da primeira semana de dezembro.

— Sobre? – perguntou Hermione distraída com algum livro de faculdade. Ron ficava indignado ao vê-la estudar durante as férias, mas ela sempre dizia que era importante voltar às aulas com um mínimo de noção do que iria enfrentar.

— O natal, Mione. Sério que se esqueceu? Você me disse que os traria.

— Não, eu disse que pensaria no assunto.

Ron parecia decepcionado. Ela encarava o livro, mas não precisava olhar Ron para saber como estava sua expressão. Ela se lembrava de quando Ron convidou seus pais para a festa de fim de ano n’A Toca, mas como iria pensar em trazê-los quando Ron e ela estavam brigados? Ela fechou o livro marcando a página em que parara e o colocou na mesa de centro da sala.

— Eu vou falar com eles, está bem? – Ron pareceu contente com a resposta. – Eu só não posso garantir que eles iram aceitar isso de ficar n’A Toca.

— Eles podem ficar aqui. – respondeu Ron.

Hermione soltou uma risada como se aquilo tivesse sido uma piada.

— Aqui onde, Ron? Não temos espaço.

Ron se sentou ao lado de Hermione a puxando para abraça-la.

— Temos o seu quarto. Eles podem ficar com seu quarto. Não me importaria de dividir o meu com você.

— Não acho que isso soaria muito natural para eles, sabe. Considerando que para eles eu estou aqui para trabalhar. Além disso, eles não sabem sobre nós.

— Saberão em breve.

Hermione sorriu enquanto Ron beijava seu rosto como uma forma de convencê-la.

— Está bem, Ron. Prometo que irei conversar com eles.

Hermione fez o que prometeu a Ron e, durante a semana, ligou para o seus pais a fim de convencê-los a passar o fim de ano com os Weasley. Ela queria muito estar com os pais nessa época, mas também queria estar com Ron e sua família e nada melhor do que juntar as duas famílias. Hermione ainda teve mais uns três dias de angustia até sua mãe confirmar que iriam e Ron pareceu tão animado quanto ela.

 

 

Já estavam entrando na segunda quinzena de dezembro quando o dia da festa para os pais na escola de Hugo chegou e Hermione se sentia ansiosa. Acordou mais cedo do que o normal. Fez o café da manhã, limpou seu quarto, acordou Ron e tentava achar algo para se ocupar, estava inquieta.  .

— Calma Hermione. – pediu Ron quando a viu andar de um lado para outro tentando fazer mil coisas ao mesmo tempo sem conseguir fazer nada. – É só uma festa da pré-escola.

— Eu sei, é que... É importante pra ele, Ron...

Ela havia espalhado uma boa quantidade de roupas sobre a cama, ainda indecisa sobre o que deveria usar.

— O importante é você estar lá. Isso já está garantido. – Ron deu um beijo da testa dela para acalma-la. Ele caminhou até a bagunça da cama dela e pegou uma roupa que ainda estava pendurada no cabide e colocou em frente a ela. – Vista esse. Com o casaco vermelho. Gosto do casaco.

Ela pegou o cabide da mão de Ron e colocou a roupa na frente do próprio corpo como se quisesse analisar o modelito. Não era uma escolha ruim. Ron sorriu para ela.

— Arrume-se e deixa que eu cuido do Hugo. Não demore.

Hermione seguiu os conselhos de Ron. Ele escolhera um vestido preto bem básico e curto que Hermione gostava muito, particularmente. Era um vestido tubo que chegava a altura das coxas e tinha uma abertura sutil nas costas. Nada muito ousado ou vulgar. O casaco que Ron indicara era um Trench Coat vermelho cujo comprimento era quase o mesmo que o do vestido. Hermione acrescentou meia calça ao traje e calçou um salto. Ron ficou feliz ao encontra-la ao pé da escada antes de saírem e ver que ela aceitara sua  sugestão sobre o que vestir e não lhe poupou elogios.

O percurso para a escola de Hugo era curto o bastante para irem andando, mas com o frio que fazia Ron preferiu ir de carro e durante o trajeto, Hugo parecia incrivelmente contente.

Hermione ia diariamente à escola de Hugo para busca-lo e deveria estar familiarizada com o lugar, mas estava se sentindo como se estivesse em um mundo novo. Ela conhecia alguns dos pais de amiguinhos do Hugo das vezes em que ia a escola. Uma ou outra mãe a cumprimentava com um aceno de mãos ou um sorriso à distancia, mas apenas as mais velhas. As mães jovens pareciam mais interessadas em cumprimentar Ron e houve uma em especial que havia irritado Hermione a primeira vista.

A mulher tinha os cabelos louros bem compridos que caiam onduladamente em suas costas e suas roupas eram bem chamativas. Tudo nela parecia enfeitado com plumas ou brilhos, não tinha quem não a notasse. Ela parecia querer ser a unica a dar cor àqueles dias nublados de início de inverno.

— Ah que bom ver você. – disse a mulher cumprimentando Ron com um abraço mais apertado do que era de agrado para Hermione. Ela viu Ron olha-la sem ação por cima dos ombros da moça antes que ela o soltasse. – Só nos vemos uma vez por ano e não gosto nada disso.

— Ah... Oi Lilá. – Ron cumprimentou ao se afastar da mulher. Ele olhou para Hermione mais uma vez. – Essa é Hermione. Hermione, Lilá.

Ele apontou para trás de Lilá que até então não havia notado ou fingiu não notar a presença de Hermione.

— A empregada? Uon-Uon havia comentado sobre alguém. Imaginei que fosse mais velha.

Uon-Uon? Pensou Hermione. Ron pode ver a expressão enojada de Hermione.

— Não sou empregada, eu...

— Já não te vi em algum lugar? – interrompeu Lilá analisando Hermione de cima a baixo. – Não, acho que não. Tem um rosto bem comum.

Ron podia ver as orelhar de Hermione pegarem fogo, mas ele sentia uma espécie de diversão com isso.

— Onde está Huguinho? Ele é um garoto tão adorável. – Lilá voltou a falar para Ron fingindo novamente que Hermione não estava lá. – Em pensar que ele poderia ser meu. Foram bons tempos.

Ela ria do próprio comentário e Hermione olhava para Ron como quem cobrava explicações. Ron a olhou desconcertado e suas orelhas começavam a avermelhar, mas Hermione não tinha certeza se era por frio.

— Falando nisso, vou procurá-lo. Com licença, Lilá. Vamos?!

Ron pegou a mão de Hermione e a tirou dali. Quando começaram a se afastar de Lilá, Ron sentiu Hermione parar abruptamente fazendo com que suas mãos se soltassem. Ele virou para olha-la e ela tinha uma das sobrancelhas erguidas.

— Desculpe por isso. – pediu ele. – Lavender é um pouco... Eufórica demais.

— Por que não disse a ela? – perguntou Hermione cruzando os braços na frente do corpo.

— Porque agora estamos kits. – Hermione fez uma cara de confusa e Ron explicou. - Você também não disse nada para o Vitinho sobre nós.

— Ah serio, Ronald? – Ela se sentiu ainda mais nervosa com o que ouvira, mas Ron sorriu estendendo a mão de volta para ela.

— Não fique tão brava. Foi só uma pequena vingança. Além disso, prometemos para o Hugo que não brigaríamos de novo.

— Você tem sorte por estarmos em publico. Te mataria de pancadas se não houvessem tantas testemunhas. – Ela pegou a mão de Ron novamente e voltaram a andar.

— É um azar estarmos em publico. Te mataria sufocada com beijos. Mas acho que terei que esperar...

— Nem pense que sou fácil assim, Ronald.

Ele sabia que ela não era. Esse era só mais um dos motivos por ter se apaixonado por ela. Hermione era difícil, era brava e perfeccionista e algumas pessoas poderiam achar que esses eram motivos para não gostar dela, mas ele amava.

A festa aconteceu de forma agradável. Hermione deu uma trégua com Ron, mas não esqueceria a tal Lavender tão fácil. Ela tomou cuidado de não ficar próxima a Lilá quando a via se aproximando e ate pegou amizade com outras mães quando Hugo a arrastava para apresenta-la aos amiguinhos.

Hugo fez uma apresentação junto aos seus colegas de classe e não tirava os olhos da plateia. Hermione, por sua vez, não parava de acenar e tirar fotos do garoto. A festa acabou no fim de tarde e Ron ainda os levou para jantarem fora como uma segunda comemoração e na volta para casa Hugo já estava exausto e Ron teve que leva-lo para a cama no colo quando chegaram.

 — Ele não vai acordar tão cedo. Está exausto. – disse Ron ao entrar na sala.

Hermione estava sentada em uma poltrona e fingia ler uma revista.

— Há quanto tempo conhece ela? – perguntou sem levantar os olhos do que lia.

— Quem? – ele se sentou ao lado dela no braço da poltrona, colocando um braço por cima dos ombros dela.

— Lavender.

— A Lilá? – Hermione revirou os olhos com a menção do apelido e Ron riu.

— Não faça essa cara. Lilá e eu estudamos juntos.

— E?

— E o que?

— A, por favor, Ron. Ela estava se atirando em você.

— Está com ciúmes?

— Eu apenas te fiz uma pergunta que você ainda não me respondeu.

— Lilá e eu...

— Lavender. - ela corrigiu.

— É só um nome.

— Não, é um apelido. E que diabos é Uon-Uon?

— Não é como se “Lilá” fosse um apelido carinhoso. Todos a chamam assim, nem ela deve se lembrar de próprio nome. – ele explicou e ignorou a ultima pergunta.

— E então? – insistiu Hermione. – O que aconteceu entre vocês?

Ron soltou um pigarro para limpar a garganta e se ajeitou no braço da poltrona como se quisesse procurar uma posição agradável e segura para prosseguir com a conversa.

— Nós... Fomos namorados. Mas foi breve. Três meses, nem passou da experiência. – ele brincou ao ver a cara de Hermione. A brincadeira não funcionou, pois Hermione parecia disposta a soca-lo – A vamos, Mione. Não precisa ficar com esse ciúme.

— Não é ciúme. – Hermione levantou-se rápido, fazendo com que Ron se desequilibrasse da poltrona, e jogou a revista na mesa de centro. – Bom, vou me deitar.

Ela não esperou a resposta de Ron e apenas virou as costas para ele e saiu. Ron levantou-se calmo da poltrona e a seguiu até o andar de cima. Ela já ia entrar em seu quarto quando Ron a puxou pelo braço abraçando-a por trás e encaixando o queixo no espaço entre o pescoço e o ombro de Hermione enquanto laçava firme suas mãos na cintura dela.

— Não precisa sentir ciúmes, não trocaria você nem por mil Lilás.

— Eu já disse que não estou com ciúmes.

Ele tentou tirar as mãos de Ron de sua cintura, mas ao notar o que ela pretendia fazer, ele prendeu ainda mais as mãos envolta do corpo dela.

— Que bom, então pode deixar essa braveza de lado e ficar um pouco comigo.

— Está tarde.

Ron lhe dava beijos na parte descoberta do seu pescoço fazendo Hermione perder um pouco de concentração.

— Não está não. – ele disse baixo, próximo ao ouvido dela. Hermione sentiu um calafrio involuntário.

— Ron...

Ron não a deixava pensar. Ele agora a virara de frente pra ele e lhe dava beijos no rosto ao mesmo tempo em que acariciava os cabelos da nuca. Não eram beijos carinhos, era provocativo. Ele a beijava na bochecha bem próximo aos lábios, mas não os tocava. Ela sentiu Ron andar e a guiar junto a ele. Os olhos dela estavam fechados enquanto sentia Ron beija-la, mas ela sabia para onde ele ia.

— Ron... - tentou chama-lo mais uma vez.

— Hum?! - ele respondeu ainda sem solta-la. Ela sentiu uma das mãos de Ron pressionar sua cintura por cima da camada de roupa e mesmo com todos aqueles tecidos, o arrepio foi o mesmo. Antes que ela conseguisse responder ele a beijou na boca e o beijo agora fez o corpo dela inteiro estremecer. Ela não podia para-lo, mas porque ela não queria parar.

Ele entrou de costas no próprio quarto ainda guiando Hermione e ela pode ouvir quando ele bateu a porta com uma das mãos, assustando-a.

— Ron, não. Hugo vai acordar. - ela disse se separando dele pela primeira vez.

Estranhamente ele só sorria para ela. Não era um sorriso como os outros. Era um sorriso que ela nunca vira nele e que fazia o coração dela disparar.

— Não vai não. – Ele segurou o rosto dela com as duas mãos e a olhou por alguns segundos antes de beija-la novamente. O beijo era mais lento dessa vez e parecia ainda mais provocativo. Ela se permitiu colocar os braços ao redor do corpo de Ron, fincando os dedos na blusa que cobria as costas dele. Aquilo parecia ter sido a autorização que Ron precisava para prosseguir. Ele andava devagar junto a ela ate que ela sentiu sua perna colidir com a beira da cama de Ron. Ela se sentiu nervosa, como se fosse a primeira vez que ficava com um garoto. Ron parou de beija-la nessa hora e a olhou serio.

— Não quero que faça nada que você não queira Hermione.

Ela olhou para os olhos dele. Eram claros, azuis. E brilhavam. O cílio de Ron era tão laranja quanto o cabelo e tinha sardas bem sutis em alguns pontos do nariz e bochecha que ela só podia notar devido a proximidade. Ela podia ver que olhar dele revezava a atenção dos olhos dela para a boca e ela automaticamente fazia o mesmo. A respiração quente e ofegante dele batendo contra seu rosto com o cheiro de menta. Tudo nele parecia embriaga-la. Ela não respondeu, apenas jogou os braços ao redor do pescoço de Ron e o puxou para mais um beijo.

Ela pode sentir quando Ron deitou o corpo dela lentamente no colchão e logo depois o corpo dele pesou sobre o dela.

O corpo e os beijos de Ron faziam o corpo de Hermione esquentar  e mesmo com o frio cortante lá fora, ela sentia calor. Ron a beijava com carinho agora, lento. Não tinha pressa porque ele queria ter todo o tempo que pudesse com ela. Aos poucos o beijo dele ia descendo pelo queixo e exigindo espaço nas partes do pescoço e ombro cobertos pelo casaco. Ela tinha os olhos fechados, mas sentiu quando Ron desabotoou o primeiro botão. Seu coração estava rápido e ela tinha respirar fundo para capturar o ar enquanto Ron desabotoava o segundo, terceiro... Logo os dois já haviam se livrado dos casacos. Hermione tinha a manga do vestido abaixada conforme Ron lhe beijava os ombros e a camisa que Ron vestia estava aberta, deixando seu peito e barriga totalmente a mostra. Ron a beijava com vontade e apertava levemente a lateral do corpo de Hermione fazendo o calor aumentar. Ela se livrou da camisa de Ron fazendo um favor para os dois e passou as mãos pelas costas dele. Ela pode sentir Ron estremecer com o toque e gostou de saber que ela tinha tanto poder sobre ele quanto ele tinha sobre ela. Ela juntou o corpo de Ron e beijou toda extensão de pele descoberta dele. Ron sorria e arfava enquanto sentia os lábios de Hermione pelo seu corpo. Ele estava feliz. Podia sentir que ela o queria também. Ele se livrou das roupas e de qualquer espaço que poderia impedir que eles se pertencessem um ao outro.


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