Juntos pelo acaso. escrita por Hermione Granger


Capítulo 14
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Hermione acordou bem cedo no dia seguinte. Demorou a dormir na noite anterior. Se Ron tinha a intenção de perturbar a mente dela, ele alcançou os objetivos com sucesso. Ela revirou por horas na cama antes de cair no sono. Mil coisas passavam por sua mente e ela se sentia uma boba. Quando ela permitiu que Ron lhe bagunçasse assim? Em que ponto daquela convivência ela havia se distraído e permitido que as coisas saíssem de curso? Foi só um beijo, Hermione, ela dizia para si. Ele só havia lhe dado um beijo. Não havia dito nada nem feito mais nada, apenas um beijo. Por que todo esse alarde? Ela não viu que horas pegou no sono, mas até nessa hora Ron a visitou em sonhos.

Ela preparou o café, mas Ron ainda não havia acordado. Ela não sabia dizer se estava alivia ou desapontada com isso. Mas tudo bem, iria colocar seus pensamentos no lugar e se recompor antes que ele aparecesse para deixa-la confusa outra vez. Ele de fato demorou a se levantar, tanto que quando acordou sua família já começara a chegar para ajuda-los.

— Você parece cansada, minha querida. Se sente bem? – disse a mãe de Ron quando Hermione e ela se cumprimentaram.

— Eu estou bem, Sra. Weasley. Olá Sr. Weasley. – cumprimentou ela.

— Onde está Ron? – perguntou Molly. — Ah esse garoto. É um preguiçosos. Espero que não tenha feito você trabalhar demais.

— Eu estou aqui, mamãe. Pare de falar mal de mim na frente dela. Oi pai.

Ron sorriu para Hermione que sorriu timidamente de volta.

— É querida. Deixe os garotos. – disse Arthur ao notar o sorriso dos dois.

Hermione ajudou a senhora o Weasley a levar algumas coisas que ela trazia até a cozinha enquanto Arthur e Ron cuidariam da limpeza do quintal.

— Ron não está mesmo deixando você trabalhar demais, não é querida? – insistiu a Sra. Weasley.

— Não se preocupe, Sra. Weasley. Ron é ótimo... Ele me ajuda muito.

— Isso é bom. Você é uma menina de ouro. Espero que ele valorize isso. – Hermione não soube decifrar o que significava o sorriso da senhora Weasley, mas era como se ela soubesse que alguma coisa havia acontecido entre eles. – Meu Ron também é um ótimo rapaz, então se cuidem bem.

Cuidem-se bem? O que ela queria dizer com isso? Para um cuidar do outro? Para cada um cuidar de si próprio? E por que a senhora Weasley sorria para ela como se soubesse de tudo? E se, de alguma forma, ela já soubesse? Afinal, mães tem um ótimo sexto sentido para as coisas.

Fred, Jorge, Alicia, Angelina, Gui e Fleur não demoraram a chegar com seus filhos, o que distraiu os pensamentos de Hermione. Ela agradeceu a quantidade de trabalho que tinha para organizar a festa, pois não precisava ficar sempre encarando Ron sem saber o que dizer. As garotas ajudavam na organização enquanto os garotos enchiam balões. Difícil saber quem dava mais trabalho para encher as bexigas, Fred, Jorge ou seus filhos. Fred brincava com o gás Hélio que deveria ser usado para encher os balões, alterando sua voz toda vez que inalava. As crianças riam loucamente querendo revezar o gás para também poderem falar com uma voz que mais parecia a de um pato.

— Quer me ajudar a encher isso? – perguntou Ron a Hermione.

Ele segurava uma bexiga murcha de tamanho gigante em uma das mãos e a outra segurava uma cesta cheia de balas e pirulitos.

— Claro. – Ela o acompanhou até a cozinha para ajuda-lo a encher a bexiga com doces.

— Você dormiu bem? Mamãe tem razão, você parece um pouco cansada – perguntou Ron ao ver que Hermione estava quieta.

— Dormi sim.

Mais uma vez ela ficou em silencio e ele insistiu.

— Você está bem? – Ron olhava para ela enquanto segurava a boca do balão para que ela colocasse os doces.

— Estou.

Ele largou o balão na mesa e fez com que os doces que ela iria colocar se esparramassem. Ele segurou a mão dela quando ela fez menção de recolher os doces obrigando ela a olha-lo.

— Vai ficar assim o dia todo?

— Assim como, Ron?

— Distante. Olha... – ele agora segurava as duas mãos de Hermione deixando-a de frente para ele. – Se for por causa de ontem, quero que saiba que mesmo que você me xingue ou me bata, eu não me arrependo. Eu sei o que fiz e fiz porque eu quis, Hermione. Então não espere que eu me desculpe por isso.

Ele a beijou porque quis. Era uma coisa simples de se dizer, mas ela ficou feliz em ouvir e sorriu. Ele já começava a se aproximar para beija-la de novo quando Victoire, uma das sobrinhas adolescentes de Ron, entrou na cozinha surpreendendo os dois. Ron soprou o rosto de Hermione na altura dos olhos dela forçando-a a fechar os olhos.

— Saiu? Tinha um cisco no olho dela. Tadinha. – disse ele tentando se explicar para a sobrinha. A garota apenas soltou um “aham” com um riso debochado.

Ron e Hermione voltaram para a tarefa e ela se sentia novamente eufórica. Ele quis beija-la e ele iria beija-la de novo. Lamentou pela sobrinha de Ron ter entrado justo àquela hora.

Correram para terminar os preparativos antes que Gina e Harry chegassem com James e Hugo.

Todos já haviam chegado. A família Weasley, Luna, Neville e até alguns amigos de Ron que Hermione não conhecia Dino, Simas, Lino e suas esposas e filhos. A casa estava cheia como Hermione aprendera a gostar. Não demorou muito para Gina e Harry chegarem e a felicidade no rosto de Hugo ao ver a festa de aniversário que ganhara deu a Ron e Hermione uma satisfação enorme e um sentimento de dever cumprido. Ele abriu todos os presentes que seus tios lhe deram e dividia todos os brinquedos com seus primos. Ron ainda não dera seu presente a Hugo, deixaria para mais tarde.

— Fizeram um ótimo trabalho juntos. – disse Gina para Hermione quando se sentara mais tarde no jardim – Vejo que esta tudo bem entre vocês. Hugo me disse que tiveram um desentendimento.

— Mas esse garotinho boca aberta.

Ela estava sentada com Gina em uma cadeira posta no quintal, onde havia mais espaço para comportar toda a família. As duas olhavam enquanto Ron brincava com Hugo e seus outros sobrinhos, filhos de Fred e Jorge.

— Ele mudou muito desde que você chegou. – disse Gina. – Ele está mais... Feliz.

— Ah ele só precisava se sentir a vontade e se divertir. Ele é uma criança muito inteligente e...

— O Ron. Eu me refiro ao Ron. – cortou Gina.

Hermione tirou o olhar de Hugo e focou somente em Ron. De fato ele estava feliz, mas será que ela tinha influencia nisso?

— Por que esta dizendo isso?

— Ele sempre foi divertido e engraçado, mas desde que teve que cuidar e se responsabilizar por tanta coisa sozinho que o cara sorridente deu lugar pra um cara cansado com uma vida sempre rotineira. – Explicou Gina olhando para o irmão também e sorrindo com o que via. – Eu gosto de vê-lo assim.

— Mas eu não tenho nada a ver com isso, Gina. Talvez seja o tempo que ele passa com o Hugo.

— O tempo que ele passa com Hugo sim, mas com você também.

— Não inventa bobeira Gina.

— Não é uma bobeira, Hermione. – Gina a encarou. –  Não é porque ele é meu irmão, mas ele é uma pessoa incrível além de ser lindo, não negue. E ele pode não sair com ninguém, mas há uma quantidade grande de garotas atrás dele. Algumas que eu até acho que seriam ótimas pra ele, mas ha muito tempo não o vejo assim.

Ela não respondeu mais nada, continuava a olhá-los. Era uma cena que a deixava feliz e que ela gostaria muito de poder ser responsável por um pouco que fosse da felicidade dos dois.

Hugo ficou eufórico quando Ron lhe deu o presente de aniversário. Ele sempre quis uma bicicleta, mas Ron nunca tinha tempo para ensiná-lo a andar. O pai prometeu que agora encontraria tempo para passarem juntos sempre que pudessem.

No final da tarde da tarde, antes de escurecer, Ron reuniu a família para cantar parabéns para Hugo. Hermione colocou o bolo no centro da mesa no quintal e todos se reuniram em volta. Ron estava do outro lado da mesa, de frente ao resto da família, com Hugo em seu colo. Hermione viu que ele procurava algo e quando os olhos dele encontraram o dela, ele sorriu, deu a volta na mesa até onde ela estava e a puxou pelas mãos para que ela ficasse ao lado dele e de Hugo. Ron a esquerda, Hugo em seu colo e Hermione do outro lado do menino. Ela o ajudou em tudo ali, ele a queria do seu lado.

— Faça um pedido, filho. – disse Ron após cantarem parabéns.

Hugo fechou os olhos pensando no que pedir. Ele parecia indeciso por alguns segundos, então abriu os olhos e olhou para o pai, colocando o pequenos bracinhos em volta do pescoço de Ron, em seguida olhou para Hermione e fez o mesmo, forçando-a a ficar mais próxima dele e de Ron. Ele ficou ali, abraçado aos dois, antes de soprar as velas.

— Caramba, você nunca para? – perguntou Ron quando todos já haviam ido embora. Hugo, que estava exausto, já dormia profundamente e Hermione tentava organizar a bagunça que restou. – Hey, chega. Não acha que já trabalhou demais?

Ele arrancou o pano de pratos que ela tinha nas mãos forçando-a a parar de secar a louça.

— Ja estou quase acabando.

— Deixa isso, Hermione. Vem, vamos. Você precisa descansar.

— Você deveria estar me ajudando ao invés de me influenciar a parar.

— Minha casa, minhas regras. – disse se aproximando dela com um sorriso. – Se quiser posso levar você no colo.

Ela não duvidou que ele o fizesse, ele andava em direção a ela com um sorriso malicioso e ela não conseguiu evitar o riso. Ela erguei os braços em rendição.

— Ok, ok. Eu desisto.

— Ótimo, essa é a minha menina. Ah, eu acabei de me lembrar algo...

Ele continuava a se aproximar dela e Hermione deu um passo para trás colidindo as costas contra a geladeira.

— O-o que? – perguntou ela. Ron já lhe alcançara e já estava perto o bastante pra ela sentir seu cheiro. Ele apoiou uma das mãos na geladeira como se quisesse impedir que ela escapasse e mexeu na mecha do cabelo dela que desprendia detrás da orelha.

— Algo que a Vick me impediu de fazer. – Ela era linda, ele pensou prestando atenção a cada detalhe do rosto dela. Ele tomou a liberdade de colocar as duas mãos na cintura dela e a puxou para perto. A aproximação a fez fechar os olhos e ele não fez cerimonia dessa vez. Juntou o corpo no dela e a beijou com vontade. O beijo parecia rápido de inicio, mas quando ele sentiu o braço de Hermione em volta do seu pescoço ele desacelerou. Ele sentia seu estomago dançar sempre que sentia a língua de Hermione na sua. Ela sentia as mãos dele apertar sua cintura. Ele não queria se separar dela e foi só quando já não tinha ar o bastante para respirar que o beijo parou. Eles ficaram ambos em silencio, com as testas encostadas uma na outra e os olhos fechados. Ela não tirou os braços do pescoço de Ron e ele tampouco a soltou.

— O que esta acontecendo, Ron? – perguntou ela num sussurro. Os olhos ainda fechado como se corresse o risco de perceber que nada daquilo havia acontecido quando ela abrisse os olhos. Sentia a ponta do nariz de Ron ainda encostado no seu.

— Eu... Acho que me apaixonei por você. – confessou.

 

 . 


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