Juntos pelo acaso. escrita por Hermione Granger


Capítulo 10
Krum




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Durante quase todo o dia, Ron tentou evitar o quanto pode ficar sozinho com Hermione, o que não era difícil considerando o tamanho da sua familia. Essa era a vantagem de estarem n’A Toca, era quase impossivel encontrar algum lugar na casa em que se pudesse ficar sozinho exceto o banheiro. Ele também não quería ir embora porque em sua casa ele seria obrigado topar com Hermione onde quer que fosse.

Agora ele estava em uma parte escondida do jardim d’A Toca, atrás do quartinho onde seu pai, sob diversos protestos da senhora Weasley, guardava sua coleção de tralhas. Seu pai estava agora parado ao seu lado e os dois encaravam a paisagem através da cerca que limitava os terrenos d’A Toca, em silencio. Ron ainda se sentia confuso.

— Quer conversar? – perguntou Arthur quebrando o silencio. – Você me parece um pouco abatido.

Ron não sabia se quería conversar. Sabia que seu pai não iria pressiona-lo com o assunto de Hermione. Ele e Harry eram as duas pessoas em que Ron mais confiava e se sentia a vontade para conversar.

— Não é nada, pai. As vezes eu só me sinto confuso.

— Com o que?

Ron respirou fundo como se quisesse pensar.

— Você precisa pensar mais em você, filho. –disse Arthur ao ver que o filho não respondia. –Você as vezes vive como o velho preso em um corpo jovem.

— Eu não sei porque me sinto assim. Sempre tem sido Hugo e eu e por mais que algumas vezes eu me sentisse sozinho eu me sentia melhor quando pensava que ele estava comigo. –ele respirou fundo mais uma vez. – Agora sempre tenho a sensação de que… Falta alguma coisa.

— Acho que sua irmã tem razão. – disse o Sr. Weasley. Ron sabia a que ele se refería. – E acho que, no fundo, voce sabe o que falta.

Ron não disse mais nada e seu pai respeito seu silencio. Ficaram assim por longos minutos. Ele mal notou quando seu pai se afastou. Ele continuava distraído, olhando para algum ponto invisivel, quando seu pai viu Hermione se aproximar e resolveu deixa-los a sos.

— Você está bem? – perguntou Hermione parando ao lado dele e se debruçando na cerca.

Ron assustou-se ao ouvi-la. Olhou para os lados procurando seu pai inútilmente.

— A sim. Eu estou bem.

— Voce precisa de alguma coisa? – perguntou Hermione.

— Sim, preciso que pare de sempre trabalhar tanto. Você esta aqui como convidada. Alem disso, seu trabalho é cuidar do Hugo. – disse ao se lembrar do que ela lhe dissera noite passada. Hermione desviou o olhar ao se lembrar tambem.

— Não é por causa do trabalho, sabe, quando te pergunto se precisa de algo. – disse Hermione olhando as proprias mãos, mas logo desviando do assunto – Sinto que voce tem me evitado.

— Isso é coisa da sua cabeça. – mentiu ele sem encara-la. Ele tinha evitado ficar perto dela o dia todo.

— Me desculpe por aquilo. – Pediu parecendo arrependida e de fato estava. – Sobre ontem, eu digo.

— Nao deve se desculpar, a culpa foi minha.

— E entao, vai me dizer que assunto estavam conversando hoje de manhã e que o senhor queria me deixar de fora? – perguntou ela mudando novamente de assunto e tentando descontrair a conversa. Ron ainda parecia querer evita-la.

— Ah aquilo. – disse ele tentando se dar um tempo para elaborar alguma desculpa. Essa pregunta era mais um dos motivos por ele estar evitando Hermione. Por fim lembrou-se de algo. –  Bom… Era sobre a festa de aniversario do Hugo. Eu queria que mamãe e Gina te deixasse de fora dessa bagunça ou voce vai querer fazer tudo e voce ja faz mais do que deveria.

— Eu gosto de poder ajudar. – sorriu ela.

— Eu sei disso, por isso disse pra te deixar de fora. – ele continuava a falar sem encara-la. – Nao se preocupe. Esta tudo sob controle.

— Acho que nunca fui tão rápidamente dispensada. – Hermione fingiu um falso desapontamento que arrancou um sorriso de Ron. Era um sorriso acanhado, mas ela ficou satisfeita por isso.

— Não seja tonta. – ele a olhou pela primeira vez. – Você estará presente. Isso é uma orden.

— Sim senhor. – disse batendo continencia.

Ron riu, mas novamente caiu em silencio.

Ron tentou não evitar Hermione o resto do dia. Ele sentia que estava tudo bem com ela, mas os olhares de seus pais ou os deboches de Gina sempre o deixava sem jeito perto dela. Ele ainda sentia vontade de matar Gina.

— Vai fugir disso até quando. – Perguntou Gina quando Hermione se afastou para brincar com Hugo e Fred II.

Ron olhou para Harry que estava ao lado de Gina. A essa altura, Gina já deveria ter contado para ele também.

— Eu não estou fugindo de nada. E se parar de fazer piadinhas perto dela, eu ficaria bem contente.

— Ron, qual é? Ah, está bem. – se rendeu Gina. – Quando aparecer um cara com mais coragem que você e chama-la pra sair, não lamente.

Ron automaticamente se lembrou de Cormac. Lembrou-se da primeira vez que Hermione lhe contara sobre o rapaz e de quando, atrevidamente, ele flertou com Hermione no supermercado sem nem se importar com a presença dele. Um arrepio lhe correu pela espinha, mas ainda assim ele não deu o braço a torcer.

— Ela pode sair com quem ela quiser.

Quando voltaram para casa, Ron disse a Hermione que trabalharia em algumas coisas em seu pequeno escritório, um quartinho ao lado da sala onde Ron equipara para ser um pequeno escritório para quando ele precisasse resolver coisas do serviço, mas que

Hermione nunca o vira usa-lo.

Era tarde quando ela notou que Ron ainda não saíra de lá e decidiu ver se estava tudo bem.

— Ron? – ele a ouviu chamar baixinho do outro lado da porta.

— Entra.

Hermione abriu a porta com cuidado como se tivesse medo de acordar alguém. Ao entrar, Ron viu que ela trazia uma bandeja.

— Você deve estar com fome. – Ela colocou a bandeija em uma pequena mesinha de centro vazia.

Ron sorriu. Ele estava tentando provar a si mesmo que não tinha sentimentos por ela. Mas Hermione não colaborava com isso. Ele voltou a ficar sério.

— Ahn, obrigado. Não precisava se incomodar.

— Tudo bem. – disse desanimada. Ela fez mensão de se afastar, mas logo voltou-se para ele de novo. – Você vai me contar ou não?

Ron olhou-a surpreso. Sentiu o corpo gelar e o rosto esquentar ao mesmo tempo. Pensou em Gina. Será que aquela intrometida abriu a boca? O que ela queria que ele contasse?

— Deixa. – Respondeu Hermione se virando para sair.

— Hermione. – chamou Ron. Ele estava sendo um idiota. Estava evitando Hermione como se ela tivesse uma doença contagiosa e mais uma vez ela estava ali, se preocupando. – Não é nada. Estou sendo um chato. Me desculpe.

— Se for por aquilo...

— Não. – cortou ele. – Eu só estou um pouco... pensativo. Acho que os momentos “pai e filho” tem me feito refletir mais sobre tudo. Ele ta crescendo de pressa. Logo não vai mais querer a presença do “velho”. – ele deu um sorriso abafado.

— Ainda falta muito para isso, Ron.

— É eu sei. Mas quando penso que somos só eu e ele...

Ele não completo o que ia dizer, mas Hermione entendera.

— Você deveria sair com alguém. – disse ela, sentindo-se um pouco incomodada com a própria ideia.

— É. Talvez. – ele respondeu e nada mais disse.

Eles tomaram o chá com cookies que Hermione preparara e logo ela foi se deitar.

 

 

Com o passar da semana, as coisas entre eles voltara ao normal. Ron estava mais prestativo do que antes, sempre tentando ajudar Hermione no que podia. Ela sentia agora que era mais uma moradora do que uma babá, e já até insistia a Ron para pagar por sua estadia também.

— Você pirou? – disse ele quando ela lhe disse aquilo. Ela o viu se afastar dizendo “Mas que absurdo” sem dar muita atenção para ela.

Sexta, depois do intervalo das aulas, Hermione descobrira que teria o ultimo período de aula vago, pois seu professor precisou sair para uma emergência de familia. Hermione pensou em ficar e estudar na biblioteca, mas pensou melhor e resolver ir para casa. Ao sair da universidade em direção a estação, Hermione teve uma surpresa.

— Achei que nunca irria te encrrontar, Hermioni-ni.— disse uma voz conhecida a suas costas. Ela não precisava se virar para ver quem era.

— Vitor?! – exclamou encarando-o. Ele abriu um largo sorriso de satisfação. –  O que faz aqui?

— Ahn. Vim parra passar um tempe em Londrres e perguntei a sua mãe onde poderria te encontrar. – disse ele com seu sotaque búlgaro que, por mais que já estivesse a algum tempo na Inglaterra, ele não perdera totalmente. – Senti sua falta. Pensei em te esperrar e te chamar parra ir a algum lugar...

— Sabe... – disse ela cortando-o. – Eu não vou poder, Vitor. Preciso voltar para casa.

— Vamos só tomar um sorrvet, Hermioni-ni

— Olha, vamos deixar para outro dia, tudo bem? Estou cheia de coisas para estudar.

— Você continua uma garrota dificil. — disse Vitor. Hermione riu sem graça. — Posso pelo menos te acompanharr até sua casa?

Hermione não sabia se deveria aceitar. Ela tentou insistir para Vitor que não precisava e que poderia sair e conversar uma outra hora, mas ele a venceu pelo cansaço. Ele disse que não insistiria para que saíssem, mas que a levaria para casa e ela acabou por aceitar. Ele foi até la para vê-la e ela se sentiu na obrigação de aceitar a companhia.

Vitor tinha uma moto. Moto que Hermione detestava. Ela não detestava a moto de Vitor em particular, ela detestava qualquer uma. Dificilmente ela andava com Vitor em sua moto, ela tinha pavor. Chegou a pesar em desistir da carona quando Vitor lhe ofereceu um capacete, mas já era tarde.

 

 

Ron estava chegando em casa com Hugo quando viu a moto que estacionava de frente a sua calçada. Ele pensara em pedir uma pizza para eles comerem, mas a pizzaria era no quarteirão ao lado e decidira ir até la com Hugo para comprar e poupar a taxa de entrega.  Ele vira a moto que passara por eles, mas ficou surpreso ao ve-la parar em sua calçada. Ficou ainda mais surpreso ao ver Hermione desmontar da moto e tirar o capacete.

— Hermione. – chamou ele quando se aproximou, a pizza segura em uma mão enquanto a outra segurava a pequena mão de Hugo. Ele ignorou o acompanhante de Hermione.

— Ron. Oi.

— O que faz em casa essa hora?

— Ah, tive o ultimo período vago e... – Ela olhou para Vitor que acavaba de tirar o capacete. Ron parecia surpreso. Pensou que o tal acompanhante fosse Cormac. – Esse é Vitor.

Ron não evitou fechar a cara na mesma hora. Não que Cormac tivesse sido melhor, mas Vitor? Se ele não gostava da presença do louro intrometido, Vitor era ainda menos desejável. Ron olhou para Hermione como quem exigia explicações. E ele exigia.

— Eu o encontrei por acaso. – explicou Hermione. – Eu não sabia que ele estava por aqui, e ele me ofereceu uma carona.

— Ah, bem. Olá – comprimentou Ron com má vontade. Vitor apenas acenou um cumprimento e  logo Ron virou as costas para os dois. – Vamos, Hugo. Deve estar com fome.

— Quem é ele? – Perguntou Vitor. Parecia tão descontente ao ver Ron quanto Ron ao vê-lo.

— É uma longa historia, Vitor.

— Vocês... estã juntos?

— Ah não, não... Não. Mas uma outra hora conversamos. – disse ela sem querer prolongar o assunto.

Ela ainda conversou um pouco com Vitor antes de se despedir. Ele conseguiu convence-la de sair com ele no dia seguinte antes de ir embora. Ele ameaçou não ir embora enquanto ela não aceitasse e, bom, Vitor era seu amigo apesar de tudo, não havia mal algum em aceitar desde que ele não confundisse as coisas.

A cara de Ron não parecia melhor quando ela entrou. Aparentemente ele e Hugo a esperavam para comer. Ela viu um terceiro prato vazio e limpo na mesa de centro da sala onde os dois, cansados de esperar, já terminavam de comer.

— Não sabia que seu namoradinho estava tão perto. – alfinetou ele.

— Ex, Ron. E eu também não sabia. Estou tão surpresa quanto você.

— Não está não. – ela o encarou sem entender, mas não respondeu. Ele continuou. – Você é bem popular entre os caras, pelo que vejo.

— O que quer dizer com isso?

— Cormac. Vítor. – respondeu Ron. – Você parece ter dom de fazer os caras se apaixonarem por você.

Hermione acharia que o comentário era apenas mais uma gracinha de Ron, mas ele não ria. Nem a olhava enquanto falava. Olhava fixo para a tv, mas se o perguntasse o que ele estava assistindo ele não saberia responder.

— Por que essa implicância?

— Estou apenas comentando.

— Você deveria se preocupar em sair com alguém, ao invés de implicar com quem eu saio. – alfinetou ela.

— Entao esta admitindo? – perguntou ele se sentindo um pouco irritado.

— Admitindo o que, Ronald? – perguntou um pocuo mais alto do que deveria. Hugo já encarava os dois.

— Que está saindo com eles.

— O que? Acha que eu sou o que? Eu não sou do tipo que sai com dois caras ao mesmo tempo. E ainda que saísse, o que você tem a ver com isso? – ela se sentia irritada com Ron. Por que as vezes ele era tão infantil?

— Tem razão, não tenho nada a ver com isso. Faça o que quiser e saia com quantos quiser.

— É eu vou fazer. – disse Hermione irritada se levantando e pegando Hugo para leva-lo para a cama. Mas não podia sair por baixo e se virou para encarar Ron. – E se quer saber, vou sair com o Vitor amanhã. Não me espere acordado.

E saiu. Ron sentiu o estomago se contorcer. Sentiu que a pizza que acabara de comer já não queria ficar em seu estomago. Enganou-se ao pensar que Cormac seria um problema.


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