Perguntas escrita por psyluna


Capítulo 1
Pontos de interrogação.


Notas iniciais do capítulo

Novamente, boa leitura.



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Perguntas. Que coisa naturalmente curiosa. É a primeira maneira que encontramos para conhecer melhor o mundo. O que é? Por quê? Como? Acredito que não devo deixar morrer minha vontade de aprender. Quando eu achar suficiente aquilo que carrego, não crescerei mais. Não é isso que quero. Não busco parar. E existem muitas perguntas que eu me faço… Que eu gostaria de te fazer.

Até que eu tentei, mas não deu muito certo. E eu continuo a me perguntar.

O que existe de tão sombrio e perigoso por trás das suas muralhas? Será tão intenso que até mesmo eu viria a me impressionar? Você sabe como eu sou. Sabe que olho o mal nos olhos e não temo o escuro. Conhece os caminhos que percorri, porque eu te contei como eles foram. E o que você me contou? Quase nada. Pelo menos essa posso responder.

Será que eu passo pela sua cabeça de vez em quando? Será que, assim como eu, um pensamento vem a ficar preso, impresso na retina por um tempo, não importa o quanto você tente expulsá-lo? Porque eu ainda não te superei. Estaria mentindo para mim mesma e todo mundo se dissesse que sim. E você, já decidiu o que fazer com o que construímos? Eu estou aos poucos derrubando cada um desses sentimentos com minhas próprias mãos. Destruindo-os, pois se tornaram sem valor. E pior: ferozes. Se eu não os matasse, eles me matariam em alguma hora. Não dou ouvidos às súplicas deles, por mais que me doa. Eu mando aqui. Eu vou sobreviver, não eles.

Você sente falta do meu toque ou da minha companhia? Minha presença, agora distante, é um vazio para você? Às vezes acontece. Eu me pego querendo você perto de mim. Porque, apesar de parecer que estou reclamando, não é bem isso. Eu não me arrependo. Se pudesse fazer diferente, não faria, porque não foi ruim. Aprendi com você lições valiosas e passei por momentos que vão ser difíceis de deixar no passado. É que há em cada coisa uma parte que nos incomoda, inclusive nas pessoas; nada é sob medida. E essa parte, no seu caso, é o jeito como você entra e sai da vida das pessoas sem pensar nas consequências. Para algumas, tanto faz você aparecer, brilhar e arder por um instante para depois sair; você pode ter feito a diferença na vida delas, mas não a ponto de se tornar… Especial. Não o suficiente para que elas te transformassem num elemento do cotidiano delas. Mas foi o que, feliz ou infelizmente, eu fiz, porque eu sou assim. Quando entro na vida de alguém, não acho justo sair por pouco ou nenhum motivo. Eu penso no que vai acontecer com os outros. Eu me preocupo se estou causando mal. E você?

Hora ou outra, eu começo a me julgar. A achar que estou me sentindo injustiçada e que isso é idiota. Que é tudo síndrome de uma criança mimada que não sabe perder. Porque parece que estou frustrada, já que fiz tudo direito e não recebi minha recompensa. Mas quer saber? Chega de me subestimar, de me dar menos do que eu mereço. Porque se você não acredita que a sabedoria pode vir de qualquer lugar, até de alguém como eu, sinto muito. Você nunca me deveu nada, isso é verdade; se eu estivesse te exigindo algo, não teria te deixado ir embora como eu fiz. Porque eu não seguro ninguém que não queira ficar ao meu lado. É, eu aprendi a lutar contra esse veneno interno. Enfrentar o vício que é a dor, uma das coisas mais vis e silenciosas que entorpece o ser humano.

Eu tenho muita vontade de saber no que você pensa, ou mesmo se pensa algo, quando me vê andando feliz e bonita por aí sabendo que nada disso é por sua causa. Porque antes era. Não só queria agradar, uma coisa que sempre gostei de fazer para qualquer pessoa, como estava de verdade na busca por aquilo. Eu queria e quero me cuidar sempre. Admito: existe um lado meu que te odeia, que se sente de fato ferido pelo que você fez. Ele quer muito fazer isso como forma de vingança vazia, para jogar na sua cara aquilo que você perdeu sem se amar de verdade. Mas eu sou maior do que isso. Mais forte do que isso.

Você diz que me trata diferente porque se preocupa comigo. Eu também fazia isso, não porque te achava frágil, mas porque pensava poder te ajudar. Sei lidar com pessoas difíceis e quase nada nessa vida me assusta. E você recusou ser ajudado. Eu noto aqui e ali que você quer de volta algumas das coisas que tinha; foi você mesmo que as rejeitou. Lide com isso. Por quê?

Porque você não parece ser a melhor escolha para mim.


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Notas finais do capítulo

É o fim, mais uma vez. O que pensam a respeito? Alguém se identifica? Se quiserem deixar um comentário, agradeço. Até a próxima.



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