Asleep escrita por Deadly Fortune


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Heey, pessoas :v Quanto tempo eu não posto, essa categoria sempre está em falta de MakoHaru. mimimiEnfim, é meio que uma premissa triste porque eu sou a rainha do angst e MakoHaru é o ar que eu respiro. :vNão vai ser uma fic de muitos capítulos, mas espero que vocês acompanhem. ~Boa leitura!



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Você vai se mudar para Tóquio?!

As palavras foram praticamente cuspidas da sua boca, pronunciadas com o devido desespero que o preencheu quase instantaneamente. Seu coração acelerou e sentiu uma forte sensação de abandono, a voz até falhara ao pronunciar o nome da cidade.

Haruka não ousou falar, sequer olhar para o amigo. Apenas continuou encarando fixamente o chão e concordou com a cabeça.

Estavam frente a frente, parados no meio da escada de pedra e abaixo ao grande portão Torii. Haru deveria subir alguns degraus para chegar a sua casa, mas se Makoto virasse à esquerda, já estaria na sua. Aquele era um caminho rotineiro na vida pacata dos dois adolescentes. Um lugar familiar e seguro.

Ambos tinham por volta de quinze anos na época e ainda vestiam o uniforme do Colégio Iwatobi, usando uma gravata vermelha para representar que cursavam o primeiro ano do ensino médio.

Uma coisa que Haru andava reclamando era sobre a altura de Makoto, fazendo comentários sobre o quão rápido cresceu e como a diferença entre eles se tornara gritante. Ele fora mais alto que Tachibana até certa idade, mas Mako teve um surto de crescimento aos quatorze anos, algo que o assustou bastante. Haru não crescera significantemente depois daquele período; ele amadurecera mais cedo tanto física quanto psicologicamente. Os dois haviam acabado de sair daquela fase esquisita no inicio da puberdade onde seu corpo muda totalmente. O mais alto tem recordações claras daquela época pois sua voz não tinha se firmado por completo e aconteciam estranhas oscilações em seu tom dependendo da situação. Quando Haru lhe deu a notícia, sua voz ficara fina como de uma criança.

Aquela informação nova era demais para ele, precisando de um tempo para processá-la. Sua cabeça rodava e se sentia fraco como nunca. Encarava o amigo e o silêncio com que estava acostumado começou a machucá-lo profundamente.

Por que você não fala nada? A pergunta lhe veio à cabeça no meio de tantas dúvidas nebulosas.

Por que... — sentiu as lágrimas enchendo seus olhos. — Por que você não me contou antes?

Haru apertou a alça da mochila. Poucas vezes tinha o visto tão apreensivo quanto naquela tarde.

Eu não queria te deixar triste — respondeu. Sua voz era calma, porém era visível o esforço que o moreno fazia para deixar sua expressão igualmente despreocupada. — Eu tentei convencer os meus pais a me deixar aqui. — Haru finalmente encarou o amigo. — Tentei diversas vezes, mas eles não concordaram. Falaram que sou muito novo para morar sozinho.

Os pais de Haru já moravam em Tóquio fazia dois anos e o menino conseguiu convencê-los a deixá-lo em Iwatobi sob os cuidados da avó. Nanase estava relativamente feliz com a vida tranquila que levava até a tragédia acontecer.

A morte da avó de Haru foi repentina e o garoto sentiu-a fortemente. Era muito apegado a avó a ponto de considerá-la como sua verdadeira mãe. Assim que souberam da morte da matriarca, Sr e Sra. Nanase voltaram para Iwatobi. O corpo fora velado e Mako nunca esqueceria a desolação de Haru no dia do funeral.

Já fazia quase dois meses desde o incidente e Haru continuava morando com os pais. Parece que finalmente chegara a hora de voltarem para Tóquio.

Makoto deu passos confusos até o garoto.

Mas você não precisa morar sozinho, Haru! — As sobrancelhas resolutas já faziam pequenas rugas em sua testa. — Você sabe que todos lá em casa o consideram um membro da família! — Colocou as mãos sobre os ombros do amigo de infância. — Você pode morar com a gente!

Haruka calou-se e seus olhos azuis estavam repletos de confusão. Tudo em Makoto exalava o mais puro desespero, desde sua voz trêmula até a força em que suas mãos apertavam os ombros do outro garoto. E naquele momento, Haru hesitou. Não era de praxe fazer aquilo, ele não era conhecido como uma pessoa cuidadosa com as palavras que saíam de sua boca. Mas, pela primeira vez, Haru sentiu medo machucar alguém com seus atos.

Não tem nada que podemos fazer — falou, cuidadoso. Agora o menor também apresentava uma expressão triste, a mesma expressão que Makoto vira no dia do velório da vovó Nanase. — Eles já estão decididos. E... — Haru ficou em silêncio, juntando as palavras certas em sua cabeça. Tudo para não magoar alguém tão precioso para ele como Makoto. — E eu acho melhor desse jeito.

A confirmação o abalou ainda mais. As lágrimas escorriam pelo seu rosto.

Haru...

Não é como se eu fosse morrer, Makoto— disse Haru em um tom raivoso. — Eu só vou me mudar. Nós ainda vamos nos falar por telefone ou pela internet. — Encarou-o nos olhos. — Tudo vai continuar o mesmo.

Makoto tinha certeza que nem Haru acreditava no que ele mesmo falava. O mais alto sabia muito bem que eles poderiam se falar todos os dias, mas nada seria o mesmo dali em diante. Nunca imaginou sua vida sem Haru, eram amigos desde muito novos e inseparáveis desde então. Se pensasse bem, talvez não conseguisse achar uma lembrança de seus dias juvenis sem Nanase. Mako gostava de pensar que era o “guardião” de Haru e que o menor não conseguiria viver sem ele.

Porém, era Makoto que não conseguiria viver sem Haruka.

Tinha algo em seu peito, algo que estava guardado por muito tempo. Não pretendia falar aquilo, pelo menos não tão cedo e muito menos naquela situação. Já sentia aquilo há tanto tempo, algo guardado tão profundamente dentro de si e já se convencera de que nunca deveria contar.

Mas Haru iria embora e, bom, quando seria a próxima oportunidade?

Tachibana respirou fundo e abraçou o amigo fortemente. As lágrimas transbordavam seus olhos e, entre soluços, falou:

Eu te amo, Haru!

Makoto abriu os olhos lentamente. Demorou mais tempo do que deveria para entender onde estava e colocar os pensamentos no lugar.

Acabara de ter aquele sonho outra vez. Não era um pesadelo já que era o que se lembrava daquela cena que marcou sua adolescência. Mas Makoto preferia ter sonhado com monstros e fantasmas do que com aquilo.

Seu quarto era pequeno, sem nenhum atrativo além de uma estante cheia de livros e um notebook sob a mesa de estudos. Ele fazia grande esforço para deixar tudo organizado e limpo, mas ele já passava a maior parte de seu tempo fora de casa, então suas coisas não ficavam bagunçadas tão facilmente.

Mako avistou os raios solares entrando por entre as persianas. Ele estendeu o braço até a escrivaninha mais próxima e checou as horas no seu celular. Era por volta das sete horas da manhã e o alarme despertaria em cinco minutos. Ele demorou um pouco para finalmente sair da cama, coçou a nuca e pegou os óculos de armação preta em cima da escrivaninha. Colocou-os e caminhou até a porta que rangiu ao abrir.

Makoto Tachibana completaria 23 anos em um mês. Pouco havia mudado desde a juventude, além de cabelos mais curtos e a miopia que aumentara severamente nos últimos anos. E ainda possuía um belo corpo, pois costumava a malhar todos os dias e nadar nos finais de semana como um hobby. Sempre conseguia achar um tempo para a natação em sua agenda lotada, apesar de ficar cada vez mais difícil. Makoto estava cursando o terceiro ano de Enfermagem na Universidade de Medicina de Tóquio. Espiritualmente, ainda era o mesmo desde os doze anos e quando teve que decidir que curso seguir depois do Ensino Médio, a Enfermagem lhe pareceu cair como uma luva.

— Ah, bom dia. — Rei o cumprimentou, levantando a caneca.

— Bom dia, Mako-chan. — Nagisa disse e logo depois bocejou.

Os três amigos dividiam um apartamento pequeno perto de Shinjuku. O lugar era aconchegante e o aluguel era um absurdo devido a localização, por isso os rapazes precisavam dividir as despesas. Rei Ryugazaki, apesar dos 22 anos, não parecia ter envelhecido um dia desde sua adolescência. Se tornou um adulto exemplar e cursava Arquitetura. Nagisa Hazuki, por outro lado, era um pouco mais complicado. Tinha a mesma idade de Ryugazaki e parecia que só havia amadurecido de verdade aos 20. Se igualava a Rei na altura, o rosto tinha se tornado mais adulto e a voz se tornou mais grossa, porém de nada adiantava pois ele continuava a falar como uma criança. Diferente dos colegas de apartamento, o loiro havia abandonado a faculdade e procurava um novo curso.

Os três conheciam-se desde a adolescência e vieram de Iwatobi para a capital. Rei e Nagisa namoravam há três anos.

— Nagisa, você acordado agora? — perguntou Makoto com um sorriso ao se aproximar ao balcão da cozinha em que os dois estavam.

— Sim, sim — respondeu, sem muito ânimo e fechando os olhos lentamente. Pegou o bule e começou a encher a caneca de café. — Hoje estou decidido a arranjar um novo emprego.

O café derramava para fora da caneca já que Nagisa dormira no meio da ação. Rei arredou a caneca do namorado para o lugar certo.

— Vai precisar de muita sorte — concluiu, com uma expressão cansada.

Makoto riu.

— E você, Rei? — Perguntou o mais velho.

— Faz tempo que não corro. — Sorriu. — Pensei em dar uma corrida antes de ir pra faculdade.

— Você vai pro hospital agora, Mako-chan? — Questionou Nagisa bebericando a bebida.

— Sim, vou — enchia sua caneca de café. — Hoje preciso ir mais cedo para cobrir o turno de uma colega.

— Quer uma carona? — Nagisa sacudiu as chaves nos dedos com um grande sorriso.

— Não, obrigado. — Mako respondeu, cuidadoso.

Hazuki possuía uma Scooter rosa e não era conhecido como um motorista prudente.

— É claro que ele não quer uma carona, Nagisa-kun — Rei disse antes de um gole de café. — Ele tem amor à própria vida.

— Você que é um covarde, Rei-chan! — gritou o menor.

— Não sou covarde! Eu tenho prudência! — rebateu o de óculos vermelhos.

Mako sorriu ao presenciar outra discussão do casal, aquele tipo de briga bem-humorada era rotineira naquele apartamento. Tachibana não admitiria, mas sentia inveja do relacionamento dos dois.

O rapaz de olhos verdes não tinha um relacionamento de verdade desde os dezessete anos, apenas casos separados e tentativas desesperadas de namoro. Para um romântico incorrigível como Makoto, não ter um companheiro ou alguém para desfrutar de todo o amor que tinha para dar era frustrante. Sentia-se cada vez mais solitário e suas esperanças no amor eram quase nulas. Por isso, todas as suas energias iam para seus estudos e seus pacientes.

Eventualmente, Rei e Nagisa fizeram as pazes e continuaram a ser o casal adorável de sempre. O café da manhã passou bem rápido com o loiro falando sem parar e, contra a sua vontade, Makoto acabou por aceitar a carona de Hazuki.

Tomou banho e abotoou sua bata branca. Pegou seu casaco e saiu às pressas. Temeu pela vida nos poucos minutos que ficou em cima da Scooter de Nagisa até a estação de metrô mais próxima.

Depois de lutar bravamente dentro de um metrô lotado, chegou ao hospital universitário que residia.

— Me desculpem a demora! — disse Makoto ao entrar pela porta dos funcionários.

— Você tá muito atrasado, Makoto! — Sua colega fez a questão de avisá-lo. — Eu quase tive que cobrir o turno eu mesma!

— Me desculpe, Chigusa-chan. — O rapaz curvou-se levemente depois de tirar o casaco.

Chigusa era uma enfermeira jovem de cabelos claros e temperamento forte. Era bastante competente no que fazia e uma grande amiga de Tachibana, por isso confiava apenas nele para substituí-la quando acontecia algum imprevisto.

Makoto cumprimentou suas colegas naquela sala branca e arrumada. Era um dos raros enfermeiros naquele hospital e depois de 3 anos de curso, já havia se acostumado com qualquer brincadeira sexista que pudessem fazer.

— Aqui está a ficha dos pacientes e sua lista de tarefas. — Chigusa falou ao entregar uma prancheta para o recém-chegado.

— Ah, está bem.

— Obrigada por cobrir meu turno hoje, Makoto-kun — a moça vestia o casaco por cima do vestido branco. — Eu tenho que resolver alguns problemas lá de casa. Tente não ferrar tudo. — Ela corria até a porta. — Tchau!

Mako riu, Chigusa era sempre daquele jeito. Ele bateu o cartão e pegou seu crachá. Saiu pela porta dupla até o corredor da Ala 1, observou o movimento calmo do corredor e voltou seus olhos para a prancheta. Reconheceu alguns nomes e sentiu falta de outros, mas agradeceu por não ter nenhum agravamento no quadro dos pacientes.

Saiam do caminho!

Makoto assustou-se ao ouvir o grito. Do início do corredor, um médico e duas enfermeiras acompanhavam uma maca que vinha rapidamente. As pessoas saíam da frente o mais rápido que podiam e logo começaram os sussurros.

Aquela cena não era algo desconhecido para os funcionários do hospital, mas Makoto não resistiu e seus olhos preocupados acompanharam a maca. Um rapaz deitava inconsciente sobre ela e usava uma máscara de oxigênio enquanto os profissionais tentavam reanimá-lo a caminho da Sala de Emergência.

Makoto quase deixou a prancheta cair ao reconhecer o paciente.

Haru!


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Notas finais do capítulo

Êta lê lê. Gente, quem tá ansioso pela nova temporada de Free!? *-* Contei os segundos até o anúncio da segunda temporada e as férias desse ano vão ser muito boas por causa disso! Estou curiosíssima, principalmente pelo novo personagem, Sousuke. VOU MORRER DE TANTA ANSIEDADEEnfim, por favor me digam o que acharam desse prólogo relativamente curto! Beijos! ~