Bijuu Slayer escrita por Danizo, Okami


Capítulo 4
Capítulo IV. Dragon Slayer


Notas iniciais do capítulo

Esclarecendo as dúvidas que eu encontrei num dos comentários:

— Chakra e Poder Mágico são energias separadas (tanto que, até agora, eu não usei nenhuma vez o termo "poder mágico".) Eles ainda usam chakra, mas isso é parte do contexto da história.



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19 de outubro

Uzumaki Naruto,

Naruto correu e correu por horas seguidas, até se perder no meio da floresta. Sem saber o que fazer, ele tinha colhido alguns frutos e aquecido um pouco de água num rio próximo, apenas o bastante para sobreviver no meio da floresta.

Ele estava acostumado a escalar prédios e casas, correr entre becos e se esconder. O que foi útil, porque não era muito diferente da floresta. As árvores da floresta ao redor de Konoha eram exponencialmente maiores do que árvores comuns, tanto que ele facilmente podia dormir nos galhos e se esconder entre as folhagens.

No terceiro dia, ele estava simplesmente vagando enquanto procurava um meio de sair da floresta. Ele não sabia se os shinobi estavam atrás dele, mas provavelmente o Hokage tinha feito uma patrulha ao redor da aldeia. Com alguma sorte, ele não se deparou com nenhum ninja até agora.

ROOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOAAAAAAAAAAR!

Ele ouviu um rugido, e parecia perto. Tomado pela curiosidade, o loiro se levantou e saltou pelos grossos galhos das árvores, tendo o cuidado de se manter escondido nas folhas.

Não demorou muito para ele chegar a uma área devastada. Árvores tinham sido arrancadas ou achatadas pelo imenso monstro. Pior ainda; diante dele estava uma garotinha, visivelmente em pânico.

As escamas da fera eram de cor marrom e pareciam quase como se feitas de madeira antiga. Seus olhos, garras e dentes eram verdes. Folhas cresciam sobre seu corpo.

– Sakura... – ele murmurou.

Ela era extremamente parecida com aquela velha de cabelo rosa três dias atrás, mas ao mesmo tempo parecia completamente diferente. Claro! Devia ser a mãe dela... Sem pensar, Naruto saltou da árvore e entrou no meio dela e do dragão.

– Ei, seu imbecil! – gritou o loiro, chamando a atenção do monstro.

A garota levantou os olhos, mas só conseguia enxergar um tufo de seus cabelos loiros no meio da escuridão.

– Sakura, corre daqui. A saída da floresta é naquela direção! – ele apontou.

Sakura ficou imóvel, como se estivesse paralisada. “Naruto?

– VAI! – gritou o loiro.

Saltando de susto com o grito, ela assentiu com a cabeça e correu na direção apontada. O loiro se colocou numa posição de combate da academia, mas estava tremendo de medo da besta.

O dragão olhou-o fixamente, como se tentasse decidir qual seria o melhor jeito de devorá-lo. Após quase um minuto, a fera recuou e suas bochechas inflaram. Naruto se preparou para um rugido, mas ao invés disso, o dragão começou a rir! Um riso alto e grosso, que fazia a terra e árvores estremecerem.

– Tu és um humano estranho, não é mesmo? – comentou.

– Ei, quem você está chamando de estranho?! – gritou Naruto, irritado.

– Acalma-te, criança. Não vos ferirei. – disse o dragão. – És ti bastante corajoso, entretanto, para se interpor de tal maneira entre um dragão e sua presa, muito embora nunca realmente eu pretendi ferir aquela garota.

– Hurr... então... – ele começou, olhando desconfiado. – Como você... se chama...?

– És ti esquisito. – comentou o dragão. – Ao avistares um dragão, logo se põe diante dele no intuito de enfrenta-lo. E, desafiando qualquer perspectiva que eu já tenha tido sobre sua raça, logo em seguida pedes o meu nome. Eu sou Ashura, o dragão do equilíbrio.

– Eu sou Naruto. – disse o garoto. – Ur... eu só estava perdido aqui, na verdade. Eu encontrei a saída da floresta agora há pouco.

– Queres ti que eu lhe guie até a aldeia? – perguntou Ashura.

Naruto arregalou os olhos e sacudiu negativamente a cabeça.

– Nunca! Eu nunca mais quero pisar naquela aldeia! – gritou. Então ele voltou a si e baixou a cabeça. – Desculpe.

– Certo. Se tu não se importas em responder a essa pergunta, por que o ódio por Konoha?

– Eu... – o loiro suspirou.

Ele fechou os olhos, evitando que uma lágrima escorresse.

– Eu não sei... – disse. Para os próximos minutos, ele contou ao dragão sobre sua vida na aldeia. Ashura não interrompeu nem uma única vez, apenas limitando-se a ouvir. Por fim, quando o loiro tinha terminado de falar (e se acalmado um pouco), o dragão falou.

– Naruto. Mesmo em função de meu papel como agente do equilíbrio, posso eu dizer que tais relatos mudaram completamente a minha perspectiva a respeito de Konoha. Parece que a uma vez grandiosa aldeia erguida por meu filho, Hashirama, tornou-se tão corrompida a ponto de que o ódio sobrepõe o amor. O equilíbrio foi quebrado. – parou, olhando fixamente para o loiro. Seus olhos eram penetrantes, profundos, quase como se estivesse vendo a própria alma do garoto. – Preciso de um novo filho. Preciso de alguém que vá consertar o equilíbrio quebrado. És ti. A partir de hoje, tu serás o meu Dragon Slayer.

– P-Por quê? – perguntou Naruto, chocado. – Por que eu?

– Tu viste cara-a-cara o lado do mundo que a maioria das pessoas escolherá ignorar. Tu és digno, Naruto. Posso sentir ele em ti. Hashirama. – declarou Ashura. – És ti quem ficará incumbido com a tarefa de manter o equilíbrio no mundo. Tu serás um Agente do Equilíbrio.

Uchiha Sasuke,

Sasuke sentou-se, escorando seu pequeno corpo contra a parede áspera de uma caverna úmida. Chamas bruxuleavam no centro, mantendo o local um pouco iluminado.

A chuva caía forte e grossa sobre a grande floresta. O jovem herdeiro do clã Uchiha havia se abrigado numa enorme caverna localizada à encosta de uma montanha nos arredores de Konoha que, por sorte – ou por algum motivo oculto – parecia ser evitada por animais e monstros.

Lá fora, trovões e relâmpagos faziam um espetáculo de sons e luzes no céu escuro e tempestuoso, mas nenhum raio ousou cair próximo da montanha. E por isso Sasuke era grato. Sua comida estava chegando quase ao fim, ele teria no máximo o suficiente para mais um dia e meio. Dois dias, se ele economizasse.

Fechou os olhos, com sono, mas a cada poucos instantes dava pulos por causa dos trovões. Ele estava quase dormindo quando um estrondo veio do interior da caverna. Era quase como um rugido, mas ao mesmo tempo era um alto estalo de um trovão.

O Uchiha saltou rapidamente a seus pés e moveu as mãos, ativando sua Fire Magic. Chamas rondaram seus punhos, e uma fraca – quase invisível – luz azul-elétrica cintilou no meio da escuridão. O som de faíscas crepitando foi ouvido, junto do inconfundível som de algo grande, muito grande, caminhando. Conforme se aproximava, ficava mais evidente que a luz azul que ele havia visto eram na verdade olhos. Dois olhos azuis cintilantes, divididos por fendas que...

ROOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAR!

Um estalo de trovão foi emitido, fazendo toda a montanha estremecer. Sasuke cambaleou para trás e caiu sentado. As chamas em seus punhos sumiram quase que instantaneamente, e a coisa no meio do escuro continuou a se aproximar. Suas presas e garras ficaram à mostrada, brilhando num tom pálido de amarelo.

Duas imensas asas foram vistas no meio das sombras, cobertas de escamas azuis. Por fim, ficou completamente visível um imenso dragão de escamas azuis. Olhos de cor azul-elétrico, garras e presas amarelas e pálidas, – tão grandes e afiadas que fariam qualquer espada parecer um palito de dente – com imensas asas de morcego e uma longa cauda. Um dragão.

Sasuke lutou contra o medo e se levantou. Ele se preparou para lutar contra a criatura, mas qualquer confiança que ele tinha obtido nesse breve instante foi novamente roubada dele, e o jovem Uchiha começou a tremer. E, para a surpresa de ambos – ele mesmo e do dragão – o garoto se ajoelhou e começou a falar.

– Eu... eu não sei se você me entende, nem se você vai me deixar vivo, mas... mas... – o garoto disse. – Me treine! Eu... eu preciso ficar mais forte... – ele cerrou os punhos. – Por favor... por... favor... me treine.

Sendo herdeiro de um clã de elite, era óbvio que ele tinha acesso a inúmeras informações quando queria. Afinal, seu clã tinha uma biblioteca enorme. E é claro que ele, como qualquer outra criança teria, tinha lido incontáveis livros e contos sobre dragões. Sobre como todos eles eram tão poderosos, quase divinos. Sobre como, apesar de tão destrutivos, todos eles eram tão inteligentes.

As escamas azuis do dragão reluziram como uma corrente elétrica percorreu seu imenso corpo. Ele olhou para o garoto com um misto de confusão e orgulho.

– O que faz a ti pensar que és digno de tornar-se o meu filho? De portar a minha magia? Ti, um mero mortal. Achas que és verdadeiramente capaz de levar a magia de um dragão?

A voz do dragão era tão alta e grossa como um trovão, e carregada com a beleza e o poder de um raio. Era carregada de orgulho. Orgulho de si mesmo.

– Eu sou um membro do clã Uchiha! – gritou o garoto. – Eu preciso... e eu vou conseguir isso!

Sasuke moveu a mão. Por um breve segundo, a energia dentro do corpo do Uchiha explodiu e uma parede de fogo disparou contra o dragão.

A imensa besta alada simplesmente agitou sua cauda, golpeando o ar. Como se não fosse mais que uma brasa, o fogo apagou.

– O-O... – Sasuke murmurou, ofegando. Ele caiu de joelhos sobre o chão de pedra.

– Tu, um mortal, atacando um dragão. Que absurdo. – declarou a besta. – És corajoso. Eu vou aceitá-lo. – terminou, fazendo o melhor que pôde para sorrir.

– Como...?

– Explicarei a ti quando estiveres pronto. Eu sou Indra, o dragão do caos. E, a partir de agora, você é o meu Dragon Slayer. – disse o dragão.

Haruno Sakura,

Sakura correu o mais rápido que pôde para longe da área em que estava o dragão e, pouco depois, novamente estava perdida no meio do mato. Mas ela não se importava. Continuou correndo, driblando as árvores enquanto tentava desesperadamente ir para longe.

Pouco depois, ela entrou correndo em uma planície no meio da floresta, onde não havia árvores por vários metros quadrados. Mas o que realmente tirou o fôlego da garota foi a visão do local.

Flores de todos os tipos estavam espalhadas. Na grama, nas árvores, nas pedras. Amarelas, vermelhas, azuis, laranjas, violetas, e muitas outras cores enfeitavam o local e, apesar de ser noite, o local estava iluminado; eram as flores, que pareciam emitir um brilo fraco por alguma razão.

Enormes vinhas saíam do chão, criando pilares e uma cobertura, também cobertos de flores. E o perfume era ainda melhor do que a visão do local. Parecia uma mistura de todos os bons cheiros que poderiam existir nesse mundo, mas muito melhor.

– Uau... – foi a única coisa que ela conseguiu murmurar.

Distraída pela beleza exuberante do lugar, a garota caminhou até perto de uma vinha e tocou uma flor vermelha.

– Por favor, não toque. Elas não gostam. – disse uma voz profunda.

Sakura rapidamente se endireitou e virou-se para ver quem havia falado. Seus olhos se arregalaram com a visão, e ela cambaleou para trás. Em um só instante, as flores se reuniram sob ela e amorteceram sua queda.

Olhando na direção da voz, estava parada uma imensa criatura de escamas verdes. Duas longas asas e uma cauda, com garras e presas num verde mais claro. Parecia quase exatamente igual ao dragão de poucos minutos atrás, senão pela quantidade incontável de flores coloridas e vinhas que cobriam seu corpo.

– Desculpe se a assustei. Eu não vou lhe fazer mal. – disse o dragão. – Eu sou Afrodite, o dragão da vida.

Por algum motivo – seja pela aparência elegante, pela voz doce e profunda ou o incrível perfume exalado pelo dragão – o medo imediatamente sumiu. A garota se levantou e olhou com admiração.

– Agora, o que uma menina como você está fazendo nessa floresta a essa hora? – perguntou Afrodite. – Seus pais devem estar preocupados.

Na mesma hora, as lembranças de sua mãe voltaram à mente da garota.

– Oh, desculpe se disse algo errado. – disse o dragão ao ver lágrimas se formando nos cantos dos olhos da garota.

– Eu... minha mãe morreu ontem... – ela fungou. – E meu pai morreu antes de eu nascer.

– Shh. Se acalme. – era quase estranho ver algo tão grande e poderoso agindo de forma tão gentil. – Qual seu nome?

– S-Sakura. – respondeu a garota.

– Então Sakura, o que você está fazendo na floresta?

– E-Eu... – ela parou de falar.

– Está tudo bem. – disse Afrodite.

Por algum motivo, ela imediatamente se sentia bem com a voz do dragão, doce e reconfortante. E, antes mesmo que ela percebesse, ela já tinha começado a contar sobre o que tinha acontecido em tão pouco tempo. Sobre como ela descobriu que sua mãe tinha morrido num acidente, sobre sua fuga, o encontro com o outro dragão.

– Oh, você encontrou com o Velho. Ele é realmente assustador, mas pode ter certeza que ele não iria te fazer mal. – Afrodite parou de falar por alguns instantes. – Você fez uma coisa estúpida ao fugir da aldeia desse jeito, mas assim como toda a vida corre, foi isso que nos fez reunir aqui. – parou novamente. – Sakura, isso que eu vou pedir agora foi algo que eu jamais pedi a nenhum outro ser humano ou dragão. Você quer viver comigo? Eu vou te dar uma casa e uma família outra vez. Você vai ser a minha Dragon Slayer.

Mais uma vez, os olhos da garota se arregalaram. Nunca, nem em um milhão de anos, ela pensaria que iria encontrar não apenas um, mas dois dragões em um só dia. E nunca esperaria que um a convidasse como um membro de família.

Ela não sabia o que pensar. Se ela dissesse sim, ela estaria se esquecendo de sua mãe e seu pai? Ela queria dizer sim, mas não queria esquecer seus pais.

– Eu... eu...

Como se estivesse lendo seus pensamentos, Afrodite falou.

– Você não vai estar pisando nas memórias de seus pais se disser sim. Apenas começando uma nova família.

– Eu... – ela murmurou. – Eu quero. Eu... aceito.

– Então, a partir de agora, você é a minha Dragon Slayer.


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Notas finais do capítulo

Obrigado pela leitura.