Masshiro escrita por Hikari


Capítulo 5
Midori


Notas iniciais do capítulo

○ Midori (緑)= Verde ○

Esse capítulo começa a ficar mais denso na história, to reformulando MUITA coisa a partir dele! Espero que gostem!
Ah, e mais uma coisa! Desde que leio fanfics, há um senso comum de que o sobrenome da Tenten é Mitsashi, mas eu sempre me questionei de onde e por qual motivo. Por isso, eu decidi por mudar o sobrenome dela aqui. Eu sei que estranharão, por isso já estou avisando e.e

Eu to muito feliz com todo o retorno que to tendo com Masshiro, mesmo depois de tantos anos!
Sério, são CINCO anos que ela tava em hiatu e ainda assim, tem leitores que leram a primeira versão e estão aqui de novo!
Muito obrigada por tanto carinho! ♥

Boa leitura ♥



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— Sakura? — Perguntou.     

— Aí é o Uzumaki, certo? — Uma voz masculina do outro lado da linha assustou o loiro — Não precisa falar, eu sei que é você. E também sei que está com a Hinata, então volte com ela imediatamente, antes que você seja acusado de sequestro e que sua amiguinha Haruno sofra as consequências como sua cúmplice. — O rapaz desligou e deixou Naruto atordoado. 

— Hinata... Vamos ter que ir embora... — Disse ainda assustado.

— Aconteceu alguma coisa, Naruto-kun?

— Ainda não... Ainda!

— Tudo bem então!

Saíram da água às pressas e pegaram os calçados, em menos de cinco minutos já estavam com os cintos presos, prontos para sair. Antes de dar partida, ele olhou no fundo dos olhos de Hinata, que permaneciam perdidos em sabe-se lá qual imensidão, forçou a dar um sorriso e tentar passar confiança, pelo menos para si mesmo.

— Hinata, se alguma coisa acontecer contigo, pode ter certeza que eu vou fazer de tudo para te proteger...

— Naruto-kun...? Obrigada. Mas por que faz tudo isso por mim?

— Porque quero ser a sua visão e mostrar tudo o que há de bom nesse mundo, então preciso proteger do que há de ruim, não é mesmo? — Ligou o carro e saiu andando devagar, queria passar mais algum tempo com aquela mulher tão doce.

Hinata ficou quieta, não sabia o que responder a ele, limitou-se a dar um sorriso bobo, acompanhado das bochechas vermelhinhas. A volta foi um pouco mais silenciosa do que a ida, Naruto estava preocupado com a amiga e com o que poderia acontecer com Hinata, esta que percebeu que o loiro estava mais quieto que o normal.

— Naruto-kun... — Chamou-o.

— Sim? — Os olhos azuis se mantinham focados na estrada.

— Obrigada.

— Oi? Por quê?

— Você é um homem muito gentil. — Respondeu com meiguice e ele respondeu com um riso abafado.

Naruto, apesar de briguento quando criança, sempre foi muito gentil – pelo menos com aqueles de quem gostava. Seus pais sempre o educaram para tratar bem as pessoas de bem, e ele sabia quem eram essas pessoas boas apenas com o olhar. Mas com Hinata era diferente. Quando a viu pela primeira vez, entendeu que ela não era apenas boa, ela era uma pessoa livre de qualquer mal, mesmo que sofresse tanto devido suas limitações. Ver o próprio pai a tratando mal era inadmissível. A pessoa que mais deveria apoiá-la era um dos maiores monstros da vida de Hinata. E entendendo que ela crescera num ambiente tão hostil com um pai tão amargo, cresceu no Uzumaki um grande desejo de apresentá-la às gentilezas da vida. E isso também seria uma forma de se reconhecer novamente.

— Eu quem devo agradecer. — Naruto respondeu envergonhado.

Chegou ao estacionamento do prédio, onde deixou o carro de qualquer jeito, sem se importar se seus vizinhos reclamariam, ajudou a Hyuuga a sair do automóvel e foi o mais rápido que pôde até o apartamento de Sakura. Abriu a porta quase que num murro e se deparou com Sakura sentada ao lado de um casal, no qual o homem parecia muito com Hinata.

— Sakura, quem são eles? — Indagou confuso.

— Naruto, estes são Hyuuga Neji e Chiang Tenten. — A rosada apresentou.

— Quem foi que me ligou?

— Fui eu. — O rapaz se apresentou — Eu precisava que você voltasse com Hinata o mais rápido possível. Bom, agora que já está aqui, vamos embora! Obrigado por cuidar dela, Haruno-san! — Pegou Hinata pelo pulso e foi puxando-a para fora de lá.

— Neji-niisan... — Hinata se pronunciou pela primeira vez — Eu estou bem, não tem que se preocupar tanto...

— De qualquer forma, vamos! — Puxou com um pouco mais de força.

— Opa, vai com calma, cabeludo! O Hiashi não tem o mínimo de consideração pela filha e você quer mesmo levá-la de volta pra ele? O que você é da família? — O loiro não estava calmo, qual era o problema com os homens daquela família? O cabelo e as atitudes eram referências aos homens das cavernas? Naruto não entendia como podiam tratar uma menina deficiente visual tão brutamente.  

— Sobrinho dele e primo de Hinata, respondido? Certo, então tchau! — Puxou Tenten pelo outro braço.

— Neji! — Ela reclamou — Desculpa pela grosseria, Uzumaki-san!

— Anda logo, Tenten! — Neji irritou-se e a puxou totalmente para fora, logo bateu a porta do apartamento.

— Não entendi nada, Sakura! — Naruto disse.

— Eles me explicaram mais ou menos... Bom, vamos lá... O Hyuuga-san parece ser ruim, mas não é bem assim... — Pausou — Ou eu espero que não seja mesmo! — Riu sem graça — Enfim... E a Chiang-san é a namorada dele, só que ela é pobre, mas tipo, não pobre por ter nascido assim, e sim porque a família dela foi à falência total. Pelo que me contaram, lá na China, eles eram muito poderosos, e quando tentaram expandir os negócios para o Japão, o pai de Chiang-san se envolveu com pachinko aqui e acabou arruinando toda a empresa... E por causa disso, o pai da Hinata não aprova mais que o Neji fique junto dela, alegando que eles também podem falir por causa dos Chiang... É complicado, Naruto... Mas se você quiser ficar com a Hinata, boa sorte, vai ter que brigar muito ainda...

— É... Acho que sim... — Sorriu fraco — Vou me esforçar.

— Eu sei que vai. — Sakura bagunçou o cabelo dele — Tenho que dar uma saída agora, Naruto, qualquer coisa conversamos mais tarde, ‘tá?

—Certo, até depois. Tchau... — Disse, já saindo da residência da amiga.

— Tchau!

O dia passou vagarosamente depois que Naruto entrou em seu apartamento. Ao final da tarde comprou um jornalzinho na banca, para procurar novas oportunidades de emprego. Com tantas coisas em apenas vinte e quatro horas, acabara por não pegar o contato do amigo de Hinata que estava precisando de um chefe de cozinha. Suspirou pesado, pois o único anúncio que seria de seu interesse não lhe agradou muito, visto que era uma vaga no pior bistrô da cidade, buscando mais um barman, o que não era especialidade do Uzumaki. Resmungou e resolveu deixar para o dia seguinte, logo se limitou a fazer uma omelete simples para janta. Tomou banho e dormiu pouco tempo depois, ainda preocupado com o que poderia vir acontecer com Hinata.

Acordou com o toque de seu celular no criado mudo ao lado da cama, às sete e meia da manhã, mas não era seu alarme, aliás, ele nem tinha ativado o bendito. Olhou o número e confirmou que nunca tinha visto em lugar algum. Esperou mais dois toques, bocejou e atendeu:

— Alô?

— Uzumaki-san? — Uma voz feminina chamou do outro lado.

— Quem é aí?

— Sou eu, Chiang Tenten, a moça de ontem, lembra? — Pausou e ouviu uma confirmação baixa — Bom, a Hinata me contou sobre tudo o que aconteceu detalhadamente e estou disposta a ajudar vocês dois a se encontrarem, se você quiser.

— Como conseguiu meu número? — Pareceu ignorar tudo o que ela tinha dito — Não é plano seu com o tio do seu namorado, né?

— Sou boa com números e ontem consegui memorizar o seu celular, pois pensei que seria necessário... E não, não é!  — Riu baixo — Ainda é cedo, mas por volta das nove horas, combinei com a Hinata de que ela sairá de casa para visitar o Akamaru. — Disse.

— E o que eu tenho com isso?

— Vá até a clínica para que vocês possam se encontrar, só que provavelmente o Neji estará junto... Mas fique tranquilo, dele eu cuido sozinha. Pense no que pode fazer pela Hinata hoje, afinal, desde que ela voltou, o pai está ameaçando em agredi-la.

— Como é que é?

— É isso mesmo, então pense. Ah, e o Neji é uma boa pessoa, mas está sendo manipulado pelo Hiashi, então ele será uma pedra no seu sapato... Desculpe por isso. Mas enfim, por hoje é isso. Tchau — Desligou e o Uzumaki ficou processando as informações.

Até o momento, Naruto tivera apenas dois relacionamentos – sendo que um deles ele nem sabia se podia chamar de relacionamento. Ele não era do tipo de cara que gostava de se envolver com tantas mulheres, preferia ficar na amizade e deixar acontecer conforme o tempo mandasse. A primeira namorada, nos seus dezesseis anos de idade, tinha ido estudar longe e acabaram por terminar amigavelmente, mas sequer manteve contato depois. A segunda, nos seus dezenove, após uma noitada bêbado numa festa com amigos; passara a noite com a garota e na manhã seguinte resolveram por se conhecer melhor, acabou que ficaram apenas três semanas juntos e nunca mais ouviu falar dela também.

Duas experiências que não lhe agregaram tanta bagagem amorosa. E por isso não sabia ao certo como agir diante de Hinata ainda. Lidar com mulheres não era uma de suas facilidades, ainda mais quando eram bonitas. A única coisa que tinha certeza é que iria fazê-la conhecer coisas boas. Acabara se envolvendo demais nos problemas da família Hyuuga em apenas dois dias e ainda queria conhecer a primogênita melhor. Seu ímã para problemas estava forte até demais naquela semana.

Espreguiçou-se, levantou da cama, bateu em suas bochechas duas vezes e decidiu que a encontraria naquele dia também. Já estava ferrado com Hiashi mesmo, então pelo menos queria mostrar à Hinata o máximo de coisas boas possíveis.

•••

— Papai, vou sair... — Hinata disse receosa.

— Aonde? — Hiashi perguntou nervoso.

— Ver como Akamaru está... — Com auxílio de sua bengala saiu rapidamente, com medo da reação do pai.

— Neji, vá com ela! — Hiashi ordenou.

— Sim... — Neji assentiu e foi atrás da prima, levando Tenten consigo.

 Assim que chegaram à clínica, Hinata falou diretamente com Kiba, que disse que o cão estava em repouso e que já estava bem para ser visitado. A moça fez menção que entraria onde o amigo estava e Neji disse que a acompanharia, mas Tenten o impediu, dizendo que seria melhor a Akamaru que somente a dona o visitasse, para que não ficasse estressado com muita movimentação próxima, ainda mais em processo de recuperação. O moreno bufou e concordou, enquanto a namorada comemorava internamente por conseguir convencê-lo e esperava que o plano desse certo.

— Com licença... — A jovem adentrou o quartinho onde Akamaru estava. Sorte que ele era privilegiado por ter sido dos Inuzuka anteriormente, pois senão ficaria numa gaiolinha minúscula, como os outros.

— Hinata! — Naruto levantou-se de onde estava sentado e logo foi pegar a mão da garota, mostrando que estava presente.

— Naruto-kun?

— Eu mesmo! — Ele sorriu e a puxou para mais próximo do animal — Akamaru está super bem! Inuzuka-san e Kiba estão cuidando muito bem dele!          

— Como esperado. — Ela riu com o comentário e ele também.

Ficaram quinze minutos conversando com o cão, fazendo carinho e mimando-o com alguns petiscos que Naruto levara.

— Hinata, vamos! Preciso te levar a um lugar!

— Eh? Como assim? Neji-niisan está aí, não temos como sair!

— Você acha que não cuidei de tudo já? — Riu — Kiba me disse de uma saída que tem pelo canil, lá no fundo, então seu primo nunca nos verá!   E a Tenten-san também não deixará que ele saia daquela sala de espera antes que eu diga que eles podem ir embora!

— Tenten?

— Sim! Mas vamos, não temos tempo a perder! — Pegou-lhe a mão e a puxou delicadamente em direção a saída.

Hinata não estava entendendo nada, mas não podia negar que o coração palpitou muito mais forte ao saber que Naruto estava lá, e sentiu que ele poderia sair de sua própria boca quando o Uzumaki falou que a levaria para um outro lugar. Sua curiosidade e vontade de ficar mais tempo com o rapaz a fizeram se deixar levar pelas mãos firmes dele.

O carro dele estava estacionado quase que de frente de onde saíram. Naruto a ajudou a entrar no carro e saiu sem muita pressa dali. Antes, mandou uma SMS a Tenten, dizendo que o plano já tinha dado certo. Sorriu vitorioso. O lugar era mais perto que o anterior, mas ainda assim Naruto estava ansioso.

— Está tudo bem com você, Hinata? — Ele perguntou, finalmente, o que mais queria saber.

— Sim, tudo bem, e com você, Naruto-kun? — O tom doce dela certamente fazia o coração do Uzumaki se acalmar.

— Agora que sei que você está bem, eu estou bem.

— Obrigada, Naruto-kun... — Agradeceu com um riso baixinho.

Em menos de meia hora chegaram ao destino: um enorme campo verde, iluminado pelos raios de sol e com algumas flores espalhadas pela imensidão.

— Venha comigo. Pode confiar em mim, ok? — Pegou-a no colo.

— Aonde está me levando, Naruto-kun? — Estava assustada ainda por tudo estar acontecendo tão de repente.

— Aqui! — Naruto a colocou deitada na grama fofa — Lembra de ontem? Da água gelada tocando seus pés, do som do mar e de como é o azul? — Perguntou e ela fez que sim com a cabeça — Agora, Hinata, apresento-lhe o verde! A cor da esperança. — Deitou-se ao lado dela.

— Esperança...? — Ruborizou e fechou os olhos.

— Sim. Sabe, acho que se não tivermos esperança de que tudo ficará bem, acabamos atraindo coisas ruins... Tenha esperança, independente do que aconteça, certo?

— Certo! — Sorriu para si mesma, Naruto a fazia tão bem! — Mas por que me trouxe aqui hoje?

— É aconchegante saber que temos tudo sob controle, não é? Nos traz paz, segurança e conforto. Onde estamos deitados, Hinata, é um campo inteiramente verde sob um céu totalmente azul... Isso não te acalma?

— Sim... Muito! — Respondeu com um grande sorriso — Obrigada de novo. Vai se cansar de tanto que eu agradeço. — Ela riu com a própria fala.

— Já te disse que não precisa agradecer! — Pegou na mão da Hyuuga e ela corou com o toque, mas não o impediu.

Durante vinte minutos ficaram deitados lá, trocando algumas poucas palavras, aproveitando a calmaria. Mas logo a paz foi para o espaço, quando ouviram três vozes conhecidas indo em direção a eles.

— Hinata, pode levantar daí agora! Vamos voltar para casa! E você, Uzumaki, nunca mais se aproxime de minha filha! — Gritou alterado, Hiashi.

— Desculpe, Uzumaki-san, ele me obrigou a dizer tudo... — Tenten tinha a manga de sua camiseta rasgada e um arranhão feio no braço, o que assustou o loiro assim que a viu.

— Papai, eu volto, a culpa não é dele... É minha...

— Eu sei! — Ele a puxou com força pelo pulso e deferiu-lhe um tapa na cara — Vamos!  


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Notas finais do capítulo

PARAMOS AÍ NESSA PALHAÇADA
Eu fico muito triste com essa postura de merda do Hiashi, e ainda me sinto mal por colocá-lo num papel tão ridículo :') Mas nem só de almas boas é feito esse mundão, então né...
Críticas, sugestões, tudo sempre muito bem-vindo, até um café (bora) ♥
Logo, logo teremos mais! ;)

Beijos ♥



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