Masshiro escrita por Hikari


Capítulo 2
Shiro


Notas iniciais do capítulo

○ Shiro (白)= Branco ○  

Boa noite, gentess
Eu queria ter postado antes, mas não deu, me desculpem
Mas aí está o primeiro capítulo todo lindinho
Eu sou apaixonada pelo Narutinho de Masshiro e espero que vocês se derretam muito com ele com o decorrer dessa história, porque sério, ele é um doce!
AH, e apenas o prólogo e o epílogo serão narrados pelo Naruto, os capítulos corridos são em terceira pessoa!

O capítulo tem algumas coisinhas a mais que o da primeira postagem!
Espero que gostem

Boa leitura!



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Branco

O rapaz pegou as chaves do carro, trancou o apartamento e preferiu nem esperar o elevador para descer até a garagem, foi correndo pela escada mesmo. Destravou o carro de longe, entrou no automóvel, deu partida e saiu cantando os pneus, rezando para que o porteiro não estivesse cochilando naquela hora.

O relógio do rádio marcava 17h e alguns minutos, e Naruto precisava estar no restaurante às 17h15, sendo que o trânsito daquele horário o fazia demorar vinte minutos para chegar até lá. Praguejou-se mentalmente por ter perdido o horário novamente, seu chefe com certeza descontaria de seu salário e o que receberia no final do mês não seria muito, afinal já tinha atrasado várias vezes. Passou a se preocupar em chegar o mais rápido possível e não teve dó ao pisar fundo no acelerador.

Não estava prestando atenção direito nem nos semáforos, passava correndo quando via que estavam prestes a fechar. Provavelmente ele se arrependeria bastante depois, mas àquela altura, ele não estava nem um pouco afim de ouvir, mais uma vez, todos os xingamentos e reclamações de seu chefe ranzinza. Naruto estava cansado demais daquele emprego, apesar de fazer o que gostava, o ambiente não contribuía com seu bom humor. Distraído em tantos pensamentos e com a pressa acima do normal, não teve tempo de frear o veículo quando viu um cão branco atravessando a rua.  

Perto dali uma moça entrava em desespero porque seu cão-guia tinha saído correndo atrás de um gato no meio da rua. Ela estava aflita e não tinha ideia de onde ele estava, e só piorou quando ouviu barulho de pneus cantando e um grito esganiçado de cachorro. Seus olhos encheram-se de lágrimas e ela pôs-se a gritar:

— Akamaru! Akamaru!

Ele parou o carro e saiu correndo de dentro. Olhou para o cão que estava ofegante e tinha uma pata totalmente quebrada e a outra toda ensanguentada. Cuidadosamente pegou-o em seu colo, abaixou o banco traseiro do automóvel e colocou o animal deitado no espaço aberto. Olhou para os lados, procurando a moça que gritava desesperada. Assim que a encontrou do outro lado da rua, correu até ela e se curvou imediatamente em sua frente.

— Perdoe-me! Eu atropelei seu cão... Vou levá-lo ao veterinário imediatamente, venha comigo, por favor!

— Sim, claro... — Ela acalmou-se sabendo que o rapaz se responsabilizaria. — Pode me guiar até seu carro? Deixei cair minha bengala quando o Akamaru saiu correndo...

— Sem problemas, moça. — Ele respondeu, mesmo sem entender ao certo o que aquilo significava e prontamente a guiou até seu automóvel onde se encontrava o cão.

Ligou o automóvel e partiu em direção à clínica veterinária mais próxima que o GPS indicava, dessa vez sem correr. Deu uma olhada no relógio do celular e torceu a boca. Seu chefe que fosse para o espaço. Olhou de canto para a mulher ao seu lado, que demonstrava estar muito preocupada com seu amigo, e por uns segundos, parou para reparar nos olhos dela, que eram brancos. Demorou alguns segundos até lembrar-se da família Hyuuga.

— Desculpa mesmo... — Suspirou pesadamente.

— Tudo bem... Você está se responsabilizando pelo que acabou acontecendo. Foi um acidente. Mas você deve tomar cuidado no trânsito, é perigoso para você também... — Respondeu com calma.  

— Ah, acho que todos deveriam fazer isso! E, pode deixar, vou tomar mais cuidado... Eu estava com muita pressa. — Pausou. — Sou Uzumaki! Uzumaki Naruto. Pode me chamar de Naruto. — Ele sorriu — E você, suponho que seja uma Hyuuga, não?

— Sim... Hyuuga Hinata, mas me chame de Hinata mesmo, por favor... — Ela pediu com certo desânimo.

— Oh, perdão... Falei algo que não devia?

— Não, não é nada! — Ela sorriu fraco.

— Bem, chegamos.

Ele desceu, abriu a porta para ela e logo pegou o enorme cão no colo, chegando a cambalear um pouco com o peso. Foi andando até a porta da clínica, mas percebeu que a moça se manteve parada ao lado do carro.

— Está tudo bem? Não vai entrar? — Ele perguntou.

— É que eu não vejo nada... — Ela declarou.

— Por quê? — Indagou o óbvio. Naruto era naturalmente lerdo.

— Sou cega desde que nasci... — Respondeu num tom tristonho.

— Ah! — Ele teria batido na própria testa se tivesse uma mão livre. — Desculpe. Mesmo! Eu não tinha percebido... — Voltou com o cão no colo e parou à frente de Hinata.

— Tudo bem... Meus olhos não deixam que fique perceptível. Acontece.

— É. — Ele riu fraco com a própria falta de atenção. — Segure em minha blusa, assim poderá me seguir.

Ela obedeceu e assim puderam adentrar a clínica. Foram atendidos rapidamente pela recepcionista, que os encaminhou para a emergência, onde a veterinária sedou Akamaru e o levou para a sala de cirurgia rapidamente. Naruto e Hinata ficaram sentados na salinha de espera.

— Hinata, pode deixar que eu pago tudo. Se precisar de ajuda para cuidar dele, estou livre às segundas-feiras. — Disse.

— Não precisa se preocupar. Eu vou dar um jeito... E eu ajudo nos custos, não há problema nisso.

— Se preferir assim, tudo bem. — Pausou — E por que “dar um jeito”?

Antes que ela pudesse responder, o celular do Uzumaki começou a tocar. Levantou-se, pediu licença e olhou a tela: “Chefe idiota”. Resmungou um palavrão, sabia o que estava por vir e já tinha a decisão final em mente, estava conformado que deveria procurar por outro emprego. Suspirou, preparou seus ouvidos para ouvirem a bronca e, finalmente, atendeu:

— Boa tarde, chefe.

— Boa tarde? É assim que atende? Naruto! Tem noção de que horas são?! Sabe quantas vezes chegou atrasado nesse mês? Sabe como os garçons estão sem o chefe da cozinha? Estão totalmente perdidos! Pior que cego em tiroteio! Você precisa vir logo! — Gritava do outro lado da linha.

— Sei de tudo isso e pode começar a procurar outro chefe para a cozinha.

— O quê?!

— Estou numa clínica veterinária e não vou chegar a tempo do seu jantarzinho com aquela família rica. Sei que o senhor já está puto comigo e antes que me demita, eu faço isso por mim mesmo! Estou me demitindo, é isso mesmo! Tchau. — Desligou.

Deu um longo suspiro, pegou um copo d’água na recepção e voltou à sala de espera, onde Hinata continuava sentada em silêncio. Aproximou-se dela, tocou-lhe a mão com o copo, que avisou estar com água, no qual a moça aceitou e levou até a boca com cuidado, transparecendo o nervosismo nas mãos trêmulas.

— Fique calma, vai ficar tudo bem. A família dos Inuzuka é muito boa com animais. — Tentou acalmá-la. — Pelo menos foi o que sempre ouvi, sorte que aqui era a clínica mais próxima!

— Eu sei... Kiba-kun, o veterinário auxiliar, é meu amigo de infância. O Akamaru foi um presente que ganhei deles semana passada. Acho que por isso saiu correndo hoje, ele não passou por todos os muitos treinos para ser um cão-guia, não está acostumado totalmente comigo ainda... — Deu uma risada fraca. — Na verdade, ele era para ser uma companhia, já que moro sozinha, mas achei que poderia dar uma volta com ele por hoje...

— Entendi. — Voltou a se sentar ao lado de Hinata. — Ah, é mesmo, agora estou livre todos os dias para ajudar com os cuidados! — Forçou o riso. — Pelo menos por enquanto...

— Aconteceu alguma coisa?

— Acabei de me demitir. — Respondeu desanimado.

— Trabalhava com o quê?

— Era chefe de cozinha.

— Tenho um amigo que está precisando de um chefe no restaurante dele, não quer tentar? — Hinata comentou com um pequeno sorriso desenhando os lábios.

— Oh, se não for muito incômodo, aceitaria o contato desse rapaz. Mas não precisa de ajuda?

— Estou sem minha agenda aqui, amanhã você estará livre? E não, fique tranquilo, disso eu cuido, não tem problema.

— Mas olha, até o dia que arranjar emprego estarei direto livre, então não tem problema em pedir ajuda! — Pausou. — Amanhã... Sim, livre.

— Então pode passar em minha casa? Sabe, é que tenho algumas limitações quanto a sair de casa...

— Tudo bem, só me passa o endereço! E se precisar de algo, amanhã te passarei meu número e poderá me ligar.

— Certo! Conhece o condomínio Hyuuga?

— Sim. — Naruto pôs a observar o rosto da jovem.

— Então, moro ali! — Ela virou a cabeça para o lado de onde ouvia a voz do rapaz.

— Nossa, eu sou um gênio mesmo, é claro que você, Hyuuga, vai morar no condomínio dos Hyuuga. — Bateu na própria testa. — Me desculpe por ser tão devagar. Amanhã passarei por lá, então.

Coincidentemente, os olhos dele acabaram sob onde os olhos dela se encontravam. Hinata não usava óculos escuros, nem nada, portanto era fácil mergulhar naqueles orbes esbranquiçados, como Naruto fez. Era um olhar perdido, mas misterioso, no fundo triste, entretanto, transparecia calma, paz e pureza. Uma pergunta pairou na mente do Uzumaki.

— Hinata... Posso te fazer uma pergunta?

— Pode, sem problemas.

— Pode parecer meio desrespeitoso de minha parte... — Encabulou-se. — É que sempre me disseram que os cegos têm a mesma visão de quando estamos dormindo, totalmente escura, preta... É verdade?

— Bom... — Ela sorriu tímida — Para mim é tudo branco...


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Notas finais do capítulo

Coisa mais lindinha esses dois
Masshiro é meu ponto de paz, gente
Espero que tenham gostado, se puderem deixar um feedback, ficarei muito feliz!
Obrigada por ler! Semana que vem tem mais!

Beijos ♥