Aos vinte e três anos de idade eu vi pela primeira vez a garota que viria a se tornar a mulher da minha vida. Branquíssimos eram os seus olhos, assim como sua pele, e os cabelos tão negros que o contraste era perfeito. Ela era inteiramente perfeita, da ponta dos fios do cabelo até a pontinha da unha do dedão do pé, embora muitas pessoas não pensassem assim.

Seu nome era Hyuuga Hinata, a herdeira de uma das famílias mais influentes na economia da região de Kanto. Uma menina linda. Doce. Meiga. Ingênua. Cega. Foi isso que arruinou sua vida inteira. A família sempre foi reconhecida pelo dinheiro e pelos exóticos orbes brancos, que, apesar disso, não os fazia cegos. Mas fez Hinata, somente Hinata. Sua irmã mais nova, Hanabi, e primo mais velho, Neji, nasceram sem essa diferença, o que fez com que a menina do meio sofresse com o preconceito mesmo entre os parentes.

Hinata morava numa pequena casa, nos fundos do condomínio Hyuuga, onde só viviam os que eram parte da família. Por conta de sua deficiência, seu pai a proibira de trabalhar e estudar. Hinata era sozinha, sem ser pelo seu melhor amigo, Akamaru, seu cão-guia. E foi com a ajuda dele que nos conhecemos.