P.O.V DEAN

Eu e Sam estávamos indo para uma cidade chamada Forks para resolver a misteriosa morte de um chefe de policia.

Eu liguei o som e começou a tocar a musica " Carry On My Wayward Son" do Kansas. Eu aumentei o volume e comecei a cantar.

– Dá pra abaixar isso? - perguntou Sam irritado. Eu revirei os olhos.

– O que? Nao estou te ouvindo, Sammy. - falei cinico e aumentei mais o volume, batendo as maos no volante. Ele bufou.

– Essa cidade é horrivel. Olha quanto verde! - exclamei. Por onde eu olhava eu encontrava verde.

– Nao começa Dean! - falou Sam me olhando.

– Me fala mais sobre esse caso. - falei para ele, mudando de assunto.

– Bem, parece que esse policial foi encontrado morto dentro de casa. - falou ele olhando o jornal.

– E o que isso tem haver conosco? Isso pode ter sido um simples assassinato. - falei confuso.

– Acontece que ele foi encontrado com o pescoço todo rasgado. - falou ele me olhando.

– Vampiro? - perguntei, ja que normalmente os vampiros fazem isso.

– Provavelmente - respondeu ele serio.

– E ele morava sozinho? - perguntei. Quem sabe ele nao deixou uma viuva gostosa que precisa de um ombro amigo?

– Ele morava com a filha. - respondeu. Filha? Sera que é gostosa?

– E a mulher? - perguntei ainda na esperança de uma viuva gostosa.

– Ele era separado. E sua ex-mulher tambem morreu num acidente de carro. - respondeu ele. Nossa, coitada da garota, ficou orfa de mae e pai.

– E a garota? - perguntei.

– Estamos indo tentar falar com ela agora. - disse Sam.

P.O.V BELLA:

Eu sabia que aquilo era a atitude mais idiota e mais imprudente que eu ja tomei. E pensar nisso me fez sorrir. Eu nao tinha mais porque viver, meus pais estavam mortos, os Cullen me abandonaram, entao porque eu viveria?

O mar parecia muito distante, de certo modo mais distante do que antes, quando eu estava no caminho entre as arvores. Fiz uma careta quando pensei na provavel temperatura da agua. Mas eu nao ia deixar que isso me impedisse.

O vento agora soprava com força, bagunçando meus cabelos.

Dei um passo para a beirada, sem tirar os olhos da agua que se agitava.

" Nao faça isso!" ouvi a voz de Edward.

" Voce quis que eu fosse humana" Falei a ele "Bem agora assista"

" Por favor. Por mim" Isso era so um sussurro na pancada de chuva que começou a cair, agitando meu cabelo e ensopando minhas roupas.

Eu me aproximei mais da ponta, virando de costas.

Eu sorri, erguendo o rosto para a chuva.

E me atirei do penhasco.

P.O.V SAM:

Nós estavamos passando na frente de um penhasco quando Dean exclama:

– Olha aquilo lá! - ele exclama ele apontando para uma garota que estava parada na ponta do penhasco.

– O que ela esta fazendo lá? - perguntei confuso, afinal estava chovendo e um vento forte.

De repente a garota se aproximou da ponta, virando de costas e pulou.

– MEU DEUS!! - nós gritamos e aceleramos o carro ate nos aproximarmos da ponta.

Nós descemos do carro e corremos para a ponta.

Nós olhamos na agua e nao vimos a garota.

– Ela nao esta voltando! - exclamou Dean nervoso.

Nós nos olhamos e pulamos do penasco para ajudar a garota.

P.O.V BELLA:

Eu estava orgulhosa de mim a medida que mergulhava mais fundo na agua escura e congelante.

Foi entao que a correnteza me pegou.

Parecia que as ondas lutavam comigo, lançando-me de um lado para outro.

A agua furiosa era negra em todas as direçoes, nao havia qualquer claridade que me orientasse para cima. Eu lutei para manter a respiraçao presa.

O frio da agua entorpecia meus braços e minhas pernas. Eu nao sentia o açoite tanto quanto antes. Agora era mais uma vertigem, um giro desamparado na agua.

Eu nao queria mais lutar. E nao era a vertigem, nem o frio, nem o fracasso dos braços a medida que os musculos desistiam de exaustao que me deixava contente por ficar onde estava. Era uma morte mais facil do que as outras que enfrentei.

Pensei por pouco tempo nos clichês, sobre como voce devia ver sua vida passar diante dos olhos.

Eu via desde o abandono de Edward, ate a noticia do acidente de minha mae e eu encontrando meu pai morto dentro de casa.

" Nao! Bella, nao!" a voz de Edward exclamou.

Minhas orelhas foram inundadas da agua gelada, mas a voz dele era mais clara do que nunca. Por que eu devia lutar se eu estava feliz em morrer? Mesmo enquanto meus pulmoes ardiam, querendo mais ar, e minhas pernas doiam do frio gelado.

A correnteza venceu nesse momento, lançando-me contra algo rigido, uma rocha invisivel no escuro. Atingiu-me com força no peito, golpeando-me como uma barra de ferro, e o ar fugiu de meus pulmoes, escapando numa nuvem de bolhas. A agua inundou minha garganta, sufocando e queimando. A barra de ferro pareceu me arrastar, puxando-me para longe da imagem de Edward, mais fundo no mar.

" Adeus, eu te amo Edward" esse foi meu ultimo pensamento antes de desmaiar.