Identidade Homicida escrita por ninoka


Capítulo 8
Confraternidade


Notas iniciais do capítulo

Yo! ( ̄▽ ̄)ノ
São exatamente 4:58 da manhã e cá estou eu com a minha maldita insônia. Meu teclado tá horrível, o corretor ortográfico do Word parou de funcionar e eu tô um pouco "brisada" essa hora. Perdoem-me por qualquer erro.
Não sei o porquê, mas os parágrafos estão "bugando" aqui. Não importa quantas vezes eu edite o capítulo. (._.) Vou arrumá-los de novo hoje à tarde.
Neste capítulo, segue-se um segmento do POV de Kim. Será que Elsie será sensibilizada pela história da colega ou ambas se tornarão rivais?



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[Kim]

O cartão aterrissou ao solo. Entreolhava Melody com fúria, enquanto esta se demonstrava completamente relaxada.

— Não tenho intenções em lutar com você. –afirmei ainda tentando abrir a porta com a mão atrás das costas. –Até porque, desde que fui escolhida para esse jogo idiota, nunca tive intenção em eliminar ninguém.

Cerca de meio ano atrás, meus pais estavam passando por uma fase difícil. A condição financeira decaía aos poucos, mais cedo ou mais tarde, eu seria expulsa de Sweet Amoris. Certo dia, Shermansky solicitou para que conversássemos em particular em sua sala, pensei que seria evacuada. Entretanto, ela contou que caso eu participasse do tal jogo, não precisaria pagar o colégio, nem meus gastos. Também disse se eu ganhasse, poderia escolher qualquer coisa, incluindo dinheiro para ajudar meus pais. Não levei muita fé na última parte, além do que, não se ganha dinheiro sem esforço. Como diz o ditado: “Tudo o que se ganha fácil, se perde fácil.”.

Repentinamente, Melody retirou um objeto pontiagudo da saia e flexionou seu corpo em minha direção. Assim que chegou à minha frente, pronta para cravar o objetos em minha face, desviei para o lado. A arma que Melody utilizava, parecia ter ficado metida na porta madeireira.

— Cacete. –murmurou, fazendo esforço para retirá-lo.

Apertei o punho e direcionei-o na lateral do rosto de Melody. Esta foi mais veloz, apanhando minha mão e virando-a para baixo, assim torcendo meu pulso com um estalo. Mordi o lábio inferior e apertei os olhos para conter o grito de dor. Impulsionei a tíbia para frente, dando um pontapé rígido em seu estômago; Melody caiu para trás.

Aproveitando-me da situação, pus-me a correr pela biblioteca na tentativa de encontrar Violette. Corri para um dos corredores de livros, chegando ofegante a ele.

— “Acho que estou em desvantagem.”. -pensei respirando pesadamente. –“O pior é que não faço a mínima ideia de onde Violette está.”.

Mas alguns minutos de suspiros, até que, subitamente...

— Kim...

Voltei minha linha de visão para o final do corredor, local donde soava o murmuro familiar.

— Violette?

Era a mesma. No entanto, ao seu lado, Melody segurava-a pelos cabelos, na qual escorriam pelo rosto. Seus olhos salientes pediam incessantemente por socorro, por ajuda.

— Se quer tanto sua amiga, venha pegá-la. Mas é melhor tomar cuidado. –sorriu a representante.

— Vaca! -exclamei.

Por que fazia aquilo? Por que ao invés de eliminar-me logo, continuava a criar todo aquele sofrimento?

— Pare de usar reféns e venha até aqui lutar com os próprios punhos, Melody! -bradei. Foi quando reparei que um de seus pés mal friccionava ao solo, mancava; talvez tivesse torcido o tornozelo quando caíra. Ali estava a justificativa para não querer lutar.

Violette franzia os olhos, apertava os punhos, chorava. Naquele momento, eu não fazia a mínima ideia que minha colega fora envenenada. Portanto, agora penso que os gestos que executava, eram frutos de sua determinação para viver.

— Você chegou na biblioteca bem na hora que eu daria um fim nela. -Melody sacou o objeto pontiagudo e pôs-se a cortar alguns fios dos cabelos de Violette. Demonstrava uma tristeza teatral em seu semblante. - Mas... Já que está aqui, por que não apreciar um pouco dessa arte?! - levantou Violette e contornou-lhe o pesocoço com o braço, sufocando-a. Apontou-lhe a navalha no pescoço.

— P-por favor... -sussurrava Violette, apertando os olhos, enquanto estes transbordavam as lágrimas do desespero.

— Melody! - trinquei os dentes.

— Por que não vem aqui e salva sua amiga? Ela não é tão importante para você? -sorria fitando os cabelos arroxados de Violette que cairam sobre o solo.

— Deixa disso! Pode me eliminar, eu não ligo! Só não mexa com a Violette, por favor!

— Tarde de mais... Eu já enviei, oficialmente, um Cartão de Homicídio para sua colega. Não seria nada agradável que me desclassificassem por não matá-la numa oportunidade dessas.

Subitamente, no sorriso de Melody, notei um ar de fadiga, de perturbação; mas continuava a sorrir, forçando uma imagem superior. Era a mão que segurava a navalha; estava trêmula, como se tivesse ferido-se. Talvez, quando caíra, além de machucar o tornozelo, ferira também o pulso. Melody poderia ser sagaz e intelectual, mas continuava a ser um mero humano.

A navalha escapou de sua mão. Melody empurrou Violette para frente e apertou o pulso ferido:

— Mas que droga!

Corri para apanhar Violette e a arma que caíra ao solo.
Melody e eu entreolhávamos-nos novamente, ambas enfurecidas. Sem armas e ferida, a representante rangiu os dentes e correu para a porta da biblioteca. Ir atrás dela não era mais um objetivo, visto que eu encontrara minha parceira.

— Violette responda!

Os próximos minutos foram de total pânico. E só assim, me dei conta de que Violette fora intoxicada.

Tremor, febre, espasmos que se alastram pelo corpo. E finalmente, a asfixia causa paralisia do sistema nervoso central. Foram cenas que, se eu pudesse, desejaria nunca ter visto.

[Elsie]

Para me contar sobre toda a sequência dos acontecimentos, Kim preferira arrastar-me até uma sala vazia, assim ninguém nos escutaria. E assim que encerrou sua narração, suspirou:

— Agora você entendeu o que aconteceu? –a trigueira olhava melancolicamente para o chão.

— Puxa Kim... Desculpe-me por tudo isso. Eu...

— Por que está se desculpando? –interrompeu-me. - Se fosse para culpar alguém, essa pessoa seria eu.

Se Melody era um killer, estava explicado como ela sabia sobre a morte de Jade, dias atrás; Ela teria visto o Relatório Diário.

— Sabe... –continuou Kim. – Eu disse a mim mesma que nunca me tornaria insana o suficiente para querer eliminar alguém nesse jogo imbecil. Mas nesse momento, Elsie, eu estou louca para fazer Melody pagar pelo o que fez. –forçou um sorriso de canto, franzindo as sobrancelhas.

Não poderia culpar Kim pelo o que sentia, aliás, estes eram exatamente, os mesmos sentimentos cujo eu carregava desde a morte de Tia Agatha.

— Me desculpe por ter te contado tudo isso. –sua voz tornava-se trêmula; seus olhos aguaram, as lágrimas estavam prestes a transbordar. – Eu sei que você não tem nada haver, mas isso me angustiava. Esse tipo de informação não pode ser contado para qualquer um, e quando percebi que você também era um killer, pensei que era a pessoa a certa para me livrar deste sentimento. –apertou os lábios entre si tentando controlar o choro. – Geralmente, conto todas minhas perturbações à Violette, p-porém...

Todo o esforço e determinação para conter as lágrimas foram em vão. Colocou as mãos sobre o rosto, soluços contínuos e incessantes. Tive de fechar a porta para que o ato não chamasse a atenção de quem passasse pelo corredor.

Kim fora a primeira garota com quem me simpatizei naquele colégio. Embora tivéssemos pouco contato, eu considerava-a simples e extrovertida. Características raras vindas das outras raparigas de Sweet Amoris.

— E-eu te ajudo! –exclamei à queima-roupa, sem pensar no ato.

Kim forçou um sorriso, seus olhos cintilavam úmidos:

— Agradeço pelo apoio, Elsie. –apanhou minhas mãos e uniu com as suas, apertando-as levemente. –Mas isso é uma coisa que eu tenho de fazer sozinha. - fitou nossas mãos, ainda esboçando o sorriso.

— N-não precisa disso. –sussurrei.

— Te contaram que seremos da mesma suíte agora? –perguntou, enxugando a lágrimas com a mão fechada. – Já que você não tem parceira, a diretora decidiu isso.

Não me senti incomodada com a situação, além do que, confiava em Kim. Mas como Shermansky talvez não estivesse ciente sobre nossa amizade, escondia determinado motivo para querer agrupar dois killers numa mesma suíte.

[...]

Deitada languidamente pela cama do dormitório, pensei que deveria contar ao Armin e Kentin sobre meu novo descobrimento. Um diálogo pessoalmente talvez não fosse a melhor escolha, visto que eu teria de ir ao prédio masculino.

O keypass, além e ser um instrumento inovador e farto de aplicativos escolares, era também, um simples telefone-celular! E seria muito útil para mantermos contato externo se as mensagens pudessem ser enviadas para área afora o colégio; o que, infelizmente, não era o caso.

Para montarmos uma "sala de bate-papo" via mensagem, era necessário apenas selecionar o gênero do contato, número de suíte e nome. Pronto!

"Armin, está aí?"

"Oi, que é? Que foi?"

"Eu soube "quem foi"."

"Quem o que...?

"Quem eliminou Violette... E duvido que Kentin desconfiasse desta pessoa. Eu, pelo menos, não imaginaria. Fiquei um pouco assustada com a história."

"Desembucha."

"Melody."

Armin permaneceu alguns minutos sem responder. Suspirei.

"Como soube?"

"Kim viu tudo, teve até um pequeno combate contra a representante."

"Não confio muito no que ela diz. Acho melhor que você também não se arriscasse."

"Tanto faz... 'Perder alguém muito querido e querer vingar-se', eu sei muito bem pelo o que Kim está passando e acho que devo ajudá-la."

"Tinha receio de que dissesse isso."

"Por que?!"

"Elsie, eu sei que você adora ajudar as pessoas e eu admiro muito isso em você, mas... Como você acabou de escrever, Kim quer vingar-se de Melody, e isso é algo que só ela poderia fazer. Você mesma devia saber disto."

"Foi o que ela disse, porém..."

"Viu? Se ela mesma já lhe contou isso, por que persiste? Agora tente não se intrometer numa briga que não é sua, ou acabará se expondo."

Armin talvez não seria a pessoa quem daria-me incentivo para ajudar Kim. Mas talvez ele tivesse razão quanto me expor. Todavia, a trigueira era uma grande colega, e eu não conseguiria vê-la saindo daquele dormitório sabendo que seu destino era encontrar-se com uma aluna de tendências psicopáticas.

"Obrigada, Armin."–respondi. Desliguei o dispositivo.

Poucos segundos depois, bateram, levemente, na porta da suíte. Levantei-me para abri-la:

— Boa noite, Elsie. -Kim trazia diversas bolsas e viajem sobre os braços e mãos.

— Oh, Kim! Deixa que eu te ajudo!- direcionei a mão à alça de uma das bagagens.

A garota desviou a mala de minha direção:

— Muito obrigada. Mas não é necessário. - sorriu alegremente. - Um pesinho de vez em quando é bom para manter a forma.

Dei passagem para que atravessasse a soleira.

— Onde posso deixar estas coisas? -perguntou.

— Kim, o quarto também é seu agora. -fechei a porta. - Coloque onde quiser.

— Mas não é meu oficialmente. Meu keypass ainda não está habilitado para abrir à porta.

Eram cerca de vinte e duas horas quando, finalmente, ambas estavam sobre suas camas, viradas cada uma para um hemisfério do quarto.

— Kim. -murmurei entre as cobertas. - O que aconteceu com o corpo da Violette?

Sem virar-se, respondeu:

— Alguns ajudantes da diretora vieram carregá-lo.

— E... O que aconteceu com ela?

— Eu... Não sei. –suspirou com profunda depressão. – Eles não queriam me dizer.

Permaneci em silêncio por alguns segundos.

— Juro que é última pergunta que te faço. Mas... E os pais dela? Eles ficaram sabendo da verdade?

— A direção ligou para o pai de Violette dizendo que ela ganhara uma bolsa para uma das filiais daqui. Ele ficou cheio de emoção. Coitado. -suspirou novamente. - Porém, uma hora ou outra, a verdade terá que vir à tona.

Naquele momento a consciência pesou. Jade poderia ter alguns relatos de sociopatia, mas mesmo assim, ele talvez possuísse familiares. Ou talvez, ele os tivesse matado. Ou quem sabe, sua psicose iniciasse após a perda deles. Eram tantas as hipóteses.


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Notas finais do capítulo

Desculpem a demora para postar, de novo, mas este capítulo resultou num agonizante bloqueio criativo na hora de editar. Enquanto eu não postasse, provavelmente, eu não conseguiria dormir de jeito algum.
Amanhã(aliás, hoje.) vou tentar postar um capítulo que já está pronto e que eu adorei escrever. (⌒▽⌒)
Bem, num momento não há perguntas sobre o capítulo, mas como é uma Fanfic de AD, quero fazer uma pergunta às vocês, docetes: É seguro firmar o acordo com a Ambre no episódio 22? Estou com receio de comprometer meu loveô com o Nath. (´Д`) HDUSGFGD
Bem, é isso. Podem deixar suas opiniões e sugestões nos comentários. Sabem que eu fico agradecida.
Agora fui-me, antes que minha mãe apareça e me mate por estar acordada. Kissus! ( ・_・)ノ