Identidade Homicida escrita por ninoka


Capítulo 6
Enfermaria


Notas iniciais do capítulo

Yo de novo! ( ´ ▽ ` )ノ
Como eu já havia escrito esse capítulo faz tempo, decidi já postá-lo agora.
Uma sequência após a discussão entre Castiel e Nathaniel. Qual será o estado de saúde do representante? E o que será que houve com Armin após ser levado pelo inspetor com Castiel?
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/508366/chapter/6

Eu e Kentin estávamos na sala de espera da enfermaria, um pequeno cômodo situado no terceiro andar, com poltronas, revistas e um rádio tocando o sonífero som More Than Words. Aguardávamos a enfermeira consentir para que pudéssemos conversar com Nathaniel. Quase meia-hora após a discussão havia passado.

— Dá pra trocar de estação, pelo amor de Deus? – resmunguei folheando uma das revistas. Sentada desajeitadamente sobre o assento.

— Eu gosto dessa música. – respondeu Kentin, revirando um jornal.

—Ah... Que merda. – suspirei.

A enfermeira saiu da sala de pacientes segurando uma prancheta de madeira em torno de um dos braços:

— Kentin e Elsie, certo? – perguntou monotonamente.

Concordamos simultaneamente.

— Está tudo bem com ele? – levantei afligida.

— Sim, sim. Só sofreu algumas lesões no estômago. Podem entrar para visitá-lo. Caso algo ocorra, me procurem na sala de professores.

Adentramos o cômodo em passos sigilosos e fechamos a porta delicadamente, evitando causar qualquer ruído.

Nathaniel estava deitado sobre a maca, dormindo como se estive sonhando com algo bom. Kentin e eu sentamo-nos nos bancos almofadados de visita.

— Então, você sabe o porquê da confusão? – perguntei a Kentin.

— Bem... Os dois sempre se odiaram desde um mal-entendido com a namorada do Castiel. Tinham boatos falsos de que Nathaniel tivesse um caso com ela. Mas foi há muito tempo, então duvido que a briga seja por isso, afinal, eles vivem assim.

Era estranho pensar que um idiota daqueles já teve namorada.

— E por que ninguém se intrometeu na briga? - interroguei.

— Ér... Você se intrometeu. - brincou.

— Eu digo, antes. Afinal, eu queria ter feito isso antes, mas... Parece que alguma coisa me impedia. Talvez medo? – fitei o chão com o olhar melancólico.

— Interromper o inspetor Jack foi a coisa mais corajosa que eu vi nesse colégio até hoje. – continuava com o tom brincalhão.

Forcei um riso e soquei levemente seu ombro:

— É sério. Acho que se eu tivesse ajudado-o antes, as coisas não ficariam tão ruins.

— Você não precisa se preocupar tanto, o importante é que tudo está bem. E pelo menos, Jack levou Castiel à direção.

— Armin também foi. Isso porque tentou me ajudar. – cruzei os braços.

— Vamos, não fique triste por isso. Onde está a “heroína da felicidade” que eu conhecia? – riu tentando alegrar a atmosfera.

Soltei um riso quase não sonoro e levantei-me em direção à janela do cômodo.

— Aquele “cabeça de fósforo” é ridículo. - debrucei-me à soleira da janela. -Quanto mais me lembro da cena da agressão, com mais ódio eu fico.

— É melhor não tentar ir contra ele, todos que vão se dão mal. Está avisado.

Isso respondia minha pergunta sobre “Por que ninguém agiu antes?”.

— Nathaniel não tem medo de falar o que pensa para Castiel, por isso os dois sempre discutem.

— Ainda acho que aquilo foi ridículo, pronto. – finalizei fechando a cortina do cômodo.

Um som plangente soou na sala, Nathaniel parecia ter acordado. Bocejou sentando-se na maca, esfregou os olhos e tornou a abaixar o rosto.

Depois de alguns segundos em silêncio, pronunciou-se:

— Obrigado pessoal.

— Por nada. – respondeu Kentin, de braços cruzados evitando trocar olhares.

— Se sente melhor? - perguntei.

— Sim. – o louro levantou o rosto com um sorriso.

Repentinamente, a porta abriu-se violentamente.

— Olha quem chegou! – Armin estava com uma das pernas levantadas; provavelmente abrira a porta com esta. Levava sacolas de papel em seus braços. Fechou a porta chutando para trás.

— Estamos na enfermaria, consegue ser menos barulhento? – reclamou Kentin.

—Desculpe, desculpe. – sorriu de canto com as mãos na cintura, uma pose cheia de si.

— Como saiu da detenção? – questionei admirada.

— Faraize convenceu o inspetor. E sabe o melhor?! – Armin colocou a mão no bolso e dele retirou um objeto na qual elevou acima da cabeça. - Ele devolveu meu PSP! –uma aura brilhante parecia formar-se à volta do aparelho.

Tinha alguma coisa muito errada. Porque Faraize se daria ao trabalho de falar com o inspetor Jack? Ainda mais, depois da forma que Armin o tratou.

— Isso é realmente muito estranho. – Nathaniel colocou a mão fechada na ponta do queixo enquanto franzia as sobrancelhas. Talvez tivesse tido meu mesmo pensamento.

— Armin, seu idiota, Faraize está tentando te “comprar”. – comentou Kentin.

— Não entendi. – desfez sua pose de altivez.

— Ele quer te satisfazer para que você goste dele. Embora eu realmente não saiba por que ele faria isso.

— Ninguém gosta dele, por que eu gostaria?

— Provavelmente é por isso que ele quer sua confiança. Quer que alguém goste dele. - criei a hipótese. – Coitado.

— O que importa é que recuperei meu PSP. Agora parem de ser paranoicos e vejam o que eu trouxe. – Armin retirou alguns pedaços de pizza das sacolas encharcadas de gordura e distribuiu para todos do cômodo.

— Não, obrigado. – Nathaniel esbracejou levemente tentando mascarar seu escárnio pela comida gordurosa.

— “Comer bem ajuda na recuperação”, meu irmão costumava dizer isso quando eu ficava doente. Agora engole logo isso. – enfiou o pedaço de pizza na boca do garoto, que arregalou os olhos.

Kentin abaixou o olhar, abatido.

— Como conseguiu isso? – perguntei com a boca cheia de massa. – Está uma delícia! E que eu saiba, eles não vendem no colégio.

— Digamos que eu tenho alguns contatos. – sorriu retornando à pose de altivez. – É só encomendar e pedir para entregarem pela porta dos fundos. Muitos alunos fazem isso quando precisam de mais dinheiro dos pais.

De fato, os alunos normais ganhavam uma quantia de seus pais por mês para se manterem com suas despesas a parte. Esse dinheiro tinha de durar até o final do mês, caso contrário, faziam quase o mesmo que Armin fez. No caso de "bolsistas", como o meu, era que o próprio colégio que nos bancava um limite para gastarmos mensalmente.

Armin disse “irmão”? Ele ainda não havia citado sobre. Como será que ele era? Mais velho ou mais novo? Será que eram parecidos? Pensei em perguntar mais sobre ele em outra oportunidade.

Passamos o resto da tarde conversando sobre diversos assuntos sem importância, até o horário do toque de recolher. Armin e Kentin insistiram em ajudar a transportar Nathaniel até seu quarto, mas este afirmou que já se sentia bem melhor. Seguimos cada um para o seu dormitório de gênero.

O toque de recolher consistia que após um determinado horário, os alunos deveriam estar em seus respectivos prédios, não dentro de suas suítes em si.

— Já são oito e doze! Yup! – comemorei. – Nathaniel disse que o ofurô abre após as oito, então... Vamos lá! – incentivei a mim própria, sacando uma toalha de um dos cabides da suíte.

Desci as escadas que levavam à sala subterrânea. Antes de abrir a porta de correr já se escutava os múrmuros femininos. Corri a porta e deparei-me com Ambre e Li conversando lado a lado no ofurô, cheias de risinhos incessantes. Encarei-as com escárnio e pendurei a toalha florida no cabide.

Desemaranhei o nó do roupão e retirei-o aos poucos. Por sorte, meu pudor obrigou-me a vestir um maiô antes de partir para a sala subterrânea.

Mergulhei na água termal do ofurô, e debrucei os braços na borda.

— Elsie. Venha mais para cá, socialize-se um pouco.

Virei o rosto para ver quem me chamava. Era a ruiva da aula de tintura, sorria alegremente.

— A-ah... Claro. –revirei o corpo para frente.

A garota aproximou-se, ficando ao meu lado:

— Meu nome é Íris, prazer.

— P-prazer. – fitei a água dançante.

— Vamos, por que não relaxa um pouco? Parece tensa. – riu simpaticamente.

Estufei as bochechas, que queimavam.

A porta do cômodo abriu repentinamente. Kim adentrou. Seus lábios estavam pálidos:

— Alguma de vocês viu a Violette?!

— Olá Kim! – acenei.

— Ninguém viu sua amiguinha. – respondeu Ambre com tom arrogante, inclinando os cotovelos na borda do ofurô.

— Não vi não, o que houve? – perguntou Íris com temor.

— Não a encontro em lugar nenhum desde o toque de recolher. – respondeu Kim.

— Só faz uns vinte minutos. Pare de ser tão possessiva. – reclamou Ambre.

— Não estou sendo possessiva, só estou preocupada, sua idiota! – saiu do cômodo fechando a porta com intensidade.

— A última vez que vi Kim assim, foi quando Violette havia caído da escada uma vez. – comentou Íris.

— Bobeira. –murmurou Li, uma das colegas de Ambre.

Depois um bom tempo, notei meus dedos enrugados por conta da água. Era sinal de que já estava na hora de sair. Desejei “boa noite” à Íris e retornei à suíte.

A princípio achava bom ter o quarto só para mim, mas parando para pensar, tudo era muito monótono.

Estava secando o cabelo com uma toalha, quando o keypass alarmou sobre a cama.

— “Relatório diário”. – murmurei o que estava escrito na tela no aparelho. Toquei, receosa, o ícone com o dedo.

A tela abriu-se. Meus olhos arregalaram-se, o estômago embrulhou-se.

— ”Violette Springe;16 anos”. – sussurrei para mim mesma, a voz trêmula.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Dãdãdã... -n Juro não incomodar mais vocês por hoje! (;-;)
Podem deixar suas opiniões e hipóteses sobre quem eliminou a pobre Vio. (uwú)
Obrigada mais uma vez, e até a próxima! o/