Identidade Homicida escrita por ninoka


Capítulo 52
Afogada em verdades




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/508366/chapter/52

[Armin]

Tinha parado de chuviscar. Mas o final de tarde tava meio cinza, ainda.

Ficou pior de lidar depois que as coisas aconteceram com o Alexy mas, na verdade, aniversários sempre mexeram com os meus ânimos desde que meu velho seu foi; notei. Ficava meio melancólico, deprimido pra cacete.

Saí pro pátio do hospital vidrado no céu; mãos no bolso e pensamentos à flor da pele.

Aquele pátio me dava um certo alívio porque não tinha cheiro de álcool ou som de gente tossindo.

Segui por um pequeno caminho de pedra até a saída, cercado de arbustos e plantas. Sim, eu costumo detestar esse tipo de ambiente bucólico ou ‘natureba’, mas, olha, qualquer coisa era melhor que aquele ar doente do hospital. Alexy um dia sairia praquele pátio. Ah, se iria. Eu ia levar ele pra dar uma volta pelo jardim inteiro. Quando ele saísse eu iria até acampar com ele se ele quisesse, palavra de honra.

Perto de chegar na saída tinha um dos maiores arbustos dali. Por alguns instantes, tive uma impressão estranha sobre ele. Parei no meio do caminho de pedra.

Eu podia quase sentir alguém, uma energia, ali, me observando de trás do arbusto. Hesitante e com o coração na mão, porém curioso que nem uma mula, medi passo por passo até a moita. Me aproximei, quase já dando meia-volta, mas com uma louca tentação de descobrir. Já diziam, não é? A curiosidade matou o gato.

Atrás de mim, uma voz:

— Armin?

Tranquei. Tremi. Fiquei um tempo parado.

Juntei todo o fôlego e coragem pra olhar por cima do ombro.

Elsie.  

— Que susto, cacete. — me virei pra ela, ajeitando a postura e tentando recuperar a civilidade. — Que tá fazendo aqui?

— Kentin me disse que viria pra cá. — falou, braços cruzados.

Foi um pouco impossível não reparar que ela tinha dado uma caprichadinha no visual. Vestido, sandália, bolsa de lado. Até batom. Um baita batom vermelho-sangue. Não sou um especialista como Alexy seria, mas ela tava… você sabe, muito bonita.

— Hoje é seu aniversário, não é? — perguntou.

Mas também tinha uma carranca esquisita nela. Como se estivesse chateada -- algo entre a irritação, a chateação ou o desconforto. Me perguntava se alguma coisa tinha saído do que ela esperava com a visita até a mãe do rival do Jack.

— É sim. — sorri.

— Bom, então parabéns. — ela dá um esforço pra forçar um sorriso. — Não comprei presente. Desculpa. — estendeu a mão pra um cumprimento.

— Ok, eu até aceito essa parte, mas é sério que você tem a pachorra de me desejar feliz aniversário assim? — cruzei os braços na brincadeira.

— "Assim"? — franziu a testa, a mão ainda direcionada a mim.

Não costumo ser desses. Foi um pouco instintivo, eu acho; no impulso da piada: catei sua mão e puxei seu corpo prum abraço. Grudei com o dois braços envolta os ombros dela. Bem apertado. Acho que no fundo eu tava precisando muito daquilo.

Mas, caramba, aquela era a primeira vez que a gente se abraçava? Depois de tanto tempo? Rolou mais uma situação parecida? Elsie ficou sem reação por um tempo (e eu até cogitei que devia soltá-la); até ela dar um afago no meu ombro, meio dura, completamente sem jeito, mas da forma dela. Elsie não parecia confortável com contato humano; como se nunca tivesse tido muitas oportunidades de se expressar calorosamente -- e eu entendia ela, de certa forma, mesmo tendo convivido com um grude como o Alexy. Fazia parte da minha -- ou da nossa -- natureza.

Nos soltamos e eu senti um… climão fodido. Me arrependi na hora.

Mas Elsie não fez nenhum comentário. Só desviou o olhar, arrumando uma mecha de cabelo pra trás da orelha. De repente apontou pro jardim:

— O que tava vendo ali?

— Hm? — olhei por cima dos ombros e mirei o sinal dela: o arbusto grande. Já tinha me esquecido dele. — Ali?

— Uhum.

Fixei o olhar naquela moita por alguns instantes, observando a aura escura e demoníaca ao redor. Levei Elsie alguns passos à frente comigo e desabafei engolindo seco:

— Sinto que tem alguém me perseguindo.  

Elsie entortou a sobrancelha.

— Acha que tem alguém ali atrás?

— Sim. Eu quase sinto que vi alguém ali.

— Alguém…?

— Jade.  

Uma rajada de vento quente remexeu todo o pátio. As plantas, as árvores, flores, folhas, nossos cabelos, nossas roupas, a moita; tudo tremeu por algum tempo até que o bafejo fosse embora.

Elsie tentou se fazer de inatingível, mas a cara dela não negava. Desde que a notícia de que Jade estava vivo (e perambulando livremente por Sweet Amoris) veio até nós, era difícil deitar a cabeça no travesseiro com a confiança de que no dia seguinte acordaríamos. Era como se um fantasma do passado estivesse ali para nos atormentar, querendo martelar os pecados que nós desesperadamente tentávamos esquecer, como agulhas no nosso cérebro. E as coisas ficavam piores por conta de outro fator: o fantasma era real; de pele, osso, carne, sangue. Estava próximo. Não tinha esquecido da gente.    

— É coisa da sua cabeça, Armin. Você sabe.

— E você sabe?

Ela desviou o olhar.

— Vamos voltar pro colégio logo.

 

[Elsie]

Passada a paranoia, já estávamos caminhando a alguns minutos consideráveis, próximos da quadra da escola.

— Como foi lá? — perguntou Armin, e eu não queria falar muito sobre aquilo.

— Preciso chegar logo.

— Por quê?

— Tenho que testar um coisa.

— Testar?

— Sim.

Sem detalhes. Realmente não queria entregá-los. Armin se contentou com as respostas.

Nem almocei; entramos no instituto e eu voei escada acima até o corredor feminino, parando de frente pra minha porta. Por algum motivo que Armin achou conveniente, ele decidiu me seguir durante meu percurso sem sentido.

— Não vai entrar? — perguntou, reparando que eu tava parada de frente pra porta por mais tempo que a média da normalidade permitia.

Mas a real é que eu não tava estacionada ali à toa. E, na verdade, meus olhos estavam investigando algo muito mais atrativo que a madeira da porta -- o leitor do keypass era o que me interessava.  

Não sei se lembra. Se a memória te falhou, deixa eu refrescar: As portas de cada dormitório, assim como a grande maioria das salas do instituto só conseguem ser abertas, pelo lado de fora, pela interação keypass-leitor. Você coloca o keypass na frente do leitor e ele habilita ou não a tranca do cômodo. Além disso, uma mensagem num singelo monitorzinho da engenhoca serve como forma de relatório da ação, aparecendo, geralmente, uma mensagem padrão que seria algo como: “Porta aberta, Elsie Cotton!”, ou, também, “Porta trancada, Elsie Cotton!”, e, em certas ocasiões, “Acesso negado, Elsie Cotton!”. É um sistema bastante intuitivo, você deve ter notado.

— Tô pensando. — respondi, encarando o sensor.

Armin, confuso, começou a encarar ao redor, balançando o corpo pra trás e pra frente, alternando o peso do corpo entre calcanhar e a ponta do sapato. As mãos dentro do bolso.

A bolsa que tinha levado junto até a casa de Amélie, pendurada no meu antebraço, guardava exatamente o que eu precisava naquele momento. Abri e vasculhei por dentro. Retirei de lá.

— O que é isso? — perguntou Armin.

Endireitei o objeto na direção dele:

— Foi o que me trouxe até aqui.

Ele apertou os olhos pra enxergar melhor:

— Tem o logo do colégio.

— Sim. Esse cartão… ele tava junto da tia Agatha, naquele dia. Tava perto do corpo dela. Não tem nome, nem foto, nem nada. Tudo parece que foi riscado e apagado. — intercalava as faces do card, complementando a fala.

Armin prensou os lábios um contra o outro. Acho que aquela era a sua forma de controlar o espanto e possível desconforto por não ter muito o que dizer. Não o julgo.

Cartão em mãos; eu tava tremendo.

Direcionei o card para o sensor. Apitou -- um sinal pra que a primeira parte da minha teoria estivesse certa: aquele cartão ainda funcionava, mesmo sendo parte de um sistema tão antiquado. Olhei no monitor e a segunda parte da teoria também tinha sido confirmada, para o meu -- eu diria -- extremo pavor. Afinal, confirmar uma verdade que você espera mas evita pode ser um choque; o coração acelera e passa a ser movido pelo combustível da angústia. E, daí, as coisas vão de mal a pior.

Sem nem me dar conta, uma atrás da outra despencaram as lágrimas. Nem tive tempo de digerir uma expressão, e as lágrimas se desprendiam compulsivamente no rosto sem emoção.

— Elsie?       

Engoli grosso; mas prendeu na garganta.

— O que houve? — se aproximou, a face exibindo um misto de confusão e dó.

— Olha o que tá escrito no monitor. — apontei.

Acesso negado, Agatha Cotton, essa frase arruinou todos os meus pilares e confirmou com a pior das teorias que eu vinha negando:

— E-eu mostrei esse cartão pra Amélie. Ela me disse que eles são os precursores do keypass.

— Então esse é o cartão da sua tia?

— Jack tinha falado isso. Como não pensei?! — cai num mundo de epifanias naquele momento, olhando pro nada. — Sim, faz todo sentido. Os alunos desaparecidos, minha tia sendo a única a aparecer, Christopher, e…

Petrifiquei. A respiração ficou densa, o peito afundou. Tinha que me controlar. Eu precisava me controlar. Tinha que voltar ao mundo real aos poucos, seria um processo delicado.

— O que foi Elsie?! — mas, bem, bem, Armin e suas abordagens súbitas e estressantes.

— Minha tia participou dessa merda toda Armin! — berrei, rouca, louca e paranóica, encarando Armin com a pior cara do meu repertório de expressões.

— Do que você tá falando, caralho? — não me surpreendia que ele também já estivesse com os ânimos alterados.

— Do jogo, Armin! Não é óbvio?! A verdade sempre esteve o tempo todo comigo! Essa porra de cartão não era de nenhum assassino. Esse cartão era da minha tia! Desde que Jack contou toda aquela historinha de internação… eu devo ser muito otária de ter tentado ignorar o que a minha cabeça tava falando esse tempo todo! Caralho!

— Ei, ei, ei! Calma! — Armin me apertou pelos ombros. — Vai assustar todo mundo se te verem assim. — me encarou no fundo dos olhos, calmo, porém suficientemente firme. Inspirei fundo, tremendo ainda, asmática. — Calma. Okay? Agora, ao invés de ficar se lamentando, por que a gente não pensa o que fazer com essa informação? Isso pode ser útil, não pode? Você ainda não descobriu o que você quer, afinal.

— Isso já não é maluco o suficiente pra você? — falei baixo, melancólica, agora que o calor da emoção tinha esfriado um pouco. — Isso faz eu questionar tudo que eu vivi, Armin. Isso- isso faz eu pensar que talvez haja sim motivo pra alguém querer matar a minha tia. Isso é insano!

Meti o cartão a alguns centímetros do nariz de Armin:

— E essa porcaria aqui. Olha onde ela me trouxe. Eu me enfiei nesse inferno por conta dele. Eu fui tão longe e me tornei exatamente aquele que eu repudio: uma assassina. Tudo em busca de alguém que nem era quem eu tava procurando.

— Calma. — me deu um chacoalho de leve. Seus olhos eram uma hipnose azul. — Você tá vendo tudo pelo lado ruim. Tá que você se meteu nessa emboscada, mas… olha pro que você conquistou.

— Uma culpa pra vida inteira?

— Não! As respostas! Por justamente ter vindo pra cá você descobriu quem era o pirralho da foto com a sua tia, descobriu que era o Jack! Descobriu partes importantes do passado da sua tia: Sweet Amoris, o tal namorado dela, o jogo. Você tá indo bem!

Encolhi os ombros, cruzei os braços. Soltamos algumas loucuras non-sense quando as emoções estão afetadas:

— Eu acho que não queria ter descoberto nada disso.

— Como não?!

— Preferia ter me conformado. Vivido com Murple até completar dezoito ou vinte anos e tentar ter uma vida normal. Arranjar um emprego, um marido, filhos.

— E viver tentando se convencer de que tá tudo bem? Sempre com uma sombra do passado te perseguindo? Sempre tentando fugir de você mesma e das suas dúvidas?

Fugir de mim mesma?

Descruzei os braços, voltando a encará-lo (com um certo deboche, pra não dar o braço a torcer por inteiro):

— Não.

— Eu imagino que descobrir tudo isso não tem sido fácil pra você. A verdade às vezes é muito fodida e difícil de engolir. Mas se você quer enfrentar o boss, vai ter que passar por todas as fases primeiro!

Não entendia bulhufas quando ele usava aqueles jargões de jogo, mas a intensidade da energia que ele emanava me trazia um certo bem-estar.  

***

Armin tava elétrico com a ideia de comemorar o aniversário. Estranhei a princípio, mas ficava feliz em ver ele daquela forma.

Eu e Kentin oferecemos uma centena de ideias pro passeio, mas Armin já tinha se decidido: iríamos ao fliperama de noite. Saímos logo que escureceu e poucos minutos depois de pegar o transporte público estávamos no Savage Planet. Compramos os tickets e dividimos.

Repleto de brinquedos abarrotados de sistemas de luz e letreiros que deixam qualquer epilético em crise, Savage Planet era um holofote no meio do bairro. Tia Agatha nunca tinha me levado pra passear em parques ou fliperamas, mas eu tinha um conhecimento básico daquele universo por conta de alguns bicos que ela fazia como animadora de festas infantis (alguns clientes meio riquinhos conseguiam reservar lugares como aquele pra festas). Aquele lugar cheio de brilho era, de um lado, deslumbrante e extremamente aquecedor pra minha criança-interior; por outro lado, a Elsie-adolescente não tinha muita lábia pra lidar com tudo aquilo.

Armin tinha se enfiado numa das dezenas de cabines de jogos de atirar, enquanto Kentin cismou com um brinquedo de acertar bolas de basquete numa cestinha. Fiquei com Kentin, ao lado, escorada numa pilastra do lugar, olhando as bolas baterem no aro, ricochetearem pra fora e o menino se estressando por conta disso. Era uma tarefa terrivelmente tediosa de se fazer, mas não tava preparada pra correr sozinha pelo mundo luminoso do Savage Planet. O tédio, infelizmente, vez ou outra fazia com que eu entrasse em estado meditativo, com a mão na bochecha e os olhos fixos em algum ponto. Era nesse momento que eu voltava a processar sobre tudo relacionado à tia Agatha; e era, nesse momento, que eu me sentia no meio de um oceano, afogando.

— Por que não vai no carrinho de bate-bate? — perguntou Kentin, com a bola de basquete na mão.

— Hm? — eu voltava a tomar controle do meu corpo de novo.  

— Ou na cabine, com o Armin. — jogou a bola, finalmente marcou ponto.

— O que vou fazer lá? Não gosto desses jogos.

— Ué, é uma cabine fechada, garota. Os dois, no escuro… hm, hm. — balançou as sobrancelhas com malícia. Lançou outra bola; sem pontos dessa vez.   

— Não sei do que você tá falando. — fechei a cara e fiz a sonsa.

— Você tem que tentar aproveitar esse momento. Aproveitar que o Armin tá com o máximo de sociabilidade que ele consegue e que você ainda tá com todos os quinze tickets no bolso.

— Acho que não tô muito afim de usar o parque. Quer os meus bilhetes?

— Tá doida? Credo, você consegue ser pior que o Armin às vezes.

— Eu só não tô me sentindo bem. — suspirei.

Kentin fez outro milagroso ponto.

— É sobre o cartão?

— Sim.

— A propósito… — de braços esticados pro alto, fazia os cálculos visuais entre a distância da bola e o alvo. — Você nunca disse sobre como conseguiu ele.

— O cartão?

— Uhum.

— Um policial… — botei a mão na testa, a memória pareceu um pouco falha por um momento. — … ele me deu.

— Um policial te deu?   

— Sim…?

— Um policial deu uma evidência de cena de crime pra uma criança de doze anos? — lançou a bola. Não reparei se teve ponto. — Estranho.

— Sim, claro… Quer dizer… — comecei a piscar freneticamente. — Por que não?

— Porra, “por que não”? Tem certeza de que foi isso mesmo? Não tá me escondendo nada, não?

De repente, meu celular vibrou (até que eu tava sendo bastante requerida ultimamente). Atendi:

— Alô? — apertei o aparelho no ouvido (aqueles brinquedos em conjunto faziam um coro insuportável e alto).  

— Você está no colégio?

— Jack? — franzi as sobrancelhas. — Não, não estou. Por quê?

— Preciso me encontrar com você. Acho que podemos ter algumas respostas.

— Eu tô no Savage Planet, perto do shopping.

— Podemos conversar do lado de fora? Chego em cinco minutos.

— Tudo bem. Te espero.

Desliguei o telefone. Kentin tava me encarando:

— Vai mesmo até lá falar com ele? Você não viu que ele era um penetra esse tempo todo? E se ele tiver descoberto algo e queira te raptar?

— Jack salvou minha pele naquele dia da delegacia, acho que ele tá o nosso lado, de alguma forma.

— Não confio.

— Ele tem me ajudado a buscar informações sobre a tia Agatha.  

Kentin bufou, conformado de que não conseguiria me convencer de dar um bolo em Jack.

— Okay. Qualquer coisa nós podemos ficar de longe, você sabe, caso role alguma merda.

— Não se preocupa. Eu confio nele.

 ***

 — Por que não conversamos pelo telefone mesmo?

— Não gosto dessas porcarias de aparelhos. — respondeu Jack, meio bruto.  

— Claro. — dei um risinho fraco.

— Bem… Eu imagino que seja um assunto delicado pra você, mas… é sobre a morte dos seus pais…

— Pois não? — forcei um sorriso que acabou nada simpático.

— A morte deles… Você acha que quem fez isso não pode estar por trás da morte de Agatha?

— Engraçado. — continuei com o climão forçado de simpatia. Jack tava mesmo sóbrio? — Mas meus pais não morreram não. Eles fugiram. Me deixaram pra minha tia cuidar.

Jack ficou parado, confuso. Ele tirou uma pasta debaixo dos braços e me estendeu:

— Desculpe a invasão de privacidade. Mas, já que estou tentando ajudar, tomei a liberdade de checar alguns históricos da sua família. Tenho acesso a esse tipo de dado onde trabalho.  

Abri a pasta.

— Que merda é essa...? — tapei a boca entreaberta com uma das mãos.

Um atestado de óbito: Lúcio e Agnólia Cotton. Pai, Mãe. Assassinados.  

— Não me diga que... não sabia disso. — Jack também tinha suas indignações.

— Mas… a minha tia… Ela disse que…

— Acho que a sua tia sempre escondeu muitas coisas de você, não?



 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

porran agatha