Identidade Homicida escrita por ninoka


Capítulo 44
Cinzas de um crime


Notas iniciais do capítulo

Oi, queridxsssssssss
Tudo bom com vocês?
Finalmente acabou minha semana de provas!!!!!

Recapitulando cap anterior:
> elsie tinha descoberto algumas coisas sobre agatha com jack e estava um pouco pensativa com isso
> ela sai prum banho e deixa o keypass debaixo do travesseiro
> jay sapeca tava fingindo que tava dormindo
> já que jack tinha dado ordens à ela e nathaniel d q se mantivessem mais de olho em elsie e armin após o sumiço de lysandre e do baterista da banda dele, jay decide agir
> ela vai futucar as coisas da elsie
> acha o keypass
> fuça e encontra fotos dos relatórios diários
> pânico.png
> ela sai correndo e vai até o quarto de nathaniel pra mostrar todas aquelas loucuras
> mas daí brota o burniel e rapta ela
> jay acorda na estufa de jardinagem, amarrada; jade e burniel estavam lá
> jade força burniel a concordar de que matar jay seria a melhor coisa a se fazer............



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[Elsie]

— Tô te falando, Kentin. Eu tinha deixado embaixo do travesseiro. Simplesmente sumiu!

Na plena escuridão e friagem da noite estávamos os dois, Kentin e eu, descendo pelos degraus da escola, agitados.

— Você procurou nas gavetas? — dizia ele, tentando me manter calma. — No guarda-roupa?

— Mas eu tinha botado ele debaixo do travesseiro, tenho toda certeza do mundo! — Eu estava desesperada, gesticulando como uma paranoica (e talvez eu estivesse mesmo); não sabia o que fazer. continuávamos andando, regredindo os lances de escada, cada vez mais próximos do térreo — E a Jay também sumiu do quarto. De repente! Tava lá dormindo que nem uma pedra e de repente sumiu.

— E você acha que essas duas coisas tem alguma ligação?

— Claro! Quer dizer, e se ela fuçou nas minhas coisas e viu alguma coisa? Minhas conversas, minhas anotações… O Relatório Diário, Kentin! — pensava, falava, andava rápido pelas escadas, arfava; aquela agitação era demais pra mim.

— E por que ela sairia do quarto caso visse essas coisas? Poderia achar que é uma piada, ao menos se questionaria em algum momento. — Kentin, atlético, tinha mais fôlego; bufava, portanto, pouco.

— Talvez sim, talvez não.

— E você consegue arranjar algum pretexto pra que ela tenha tido a brilhante ideia de deixar o sono dela de lado e ir mexer nas suas coisas?

— Não, não consigo.

— Então pronto. Nada disso faz sentido, Elsie.

— Então me explica; me dá alguma explicação pra tanto ela e meu keypass terem sumido.

Kentin parou.

— Eu tenho uma teoria.

Parei pouco depois, alguns degraus abaixo; olhei pra cima:

— Fala.

— Você colocou o keypass debaixo do travesseiro e ele escorregou pra trás da cama. Jennifer acordou apertada, viu que você tava no banheiro e saiu pra algum banheiro do colégio. Foi isso. Sem nenhuma relação. Mistério resolvido.  

Fiquei um tempo assimilando até dar uma remexidinha com a cabeça:

— É, tem razão. Acho que faz sentido.

— É claro que faz. Bora voltar e procurar esse negócio direito.

De repente nós dois quase pulamos para fora dos degraus: houve um brusco, contínuo e ensurdecedor BEEP.

— Que que é isso?! — falei alto, a mão apertando o corrimão.

— Alarme de incêndio! — ele respondeu, alto, também.

— E o que a gente tem que fazer?!

— Desse logo essa porra!

Já estávamos no último lance que levava ao corredor principal. Chegamos lá e corremos com todo o fôlego que nos restava até o portal de entrada -- que estava aberto! Paramos no pátio arfando como dois malditos, tentando inalar ar e acalmar a adrenalina. Começamos a ouvir o rebuliço lá dentro, gritos e correria, vindos do último andar até onde estávamos, percorrendo toda a escola, as luzes detrás das janelas se acendiam conforme a maré de pessoas passava, feito peças de dominó caindo em sequência, uma atrás da outra. Observava tudo aquilo -- o caos se dissipar -- enquanto inspirava e expirava, tentando controlar a frequência cardíaca.

— Kentin, o Armin ainda tá lá dentro. Eu acho que a gente devia-

— Elsie…

O susto com o tom que Kentin se expressou me fez instantaneamente olhar pra ele. E o vi, de costas, olhando pra chama colossal que estava há longos, mas visíveis metros de nós.

— Aquilo é…?

— Sim, — ele remexeu a cabeça:

— Acho que aquilo é a estufa, Elsie.     



[Nathaniel]

 Foi por volta das dez e meia da noite; os bombeiros conseguiram extinguir todas as chamas.

Tinham intervencionado a entrada da estufa às dez. O pelotão de alunos de pijama tinha se aglomerado ali na frente; e ficamos, por meia-hora, aguardando uma conclusão. No meio do processo -- é claro -- o número de interessados reduziu mais da metade. Mas fui um dos que ficou do começo até o final, estava curioso pra saber no que aquilo ia dar, sentia que aquilo tinha, de alguma forma, algo pra me dizer. Aguardei a meia-hora inteira, de frente para a faixa de intervenção, de braços cruzados e olheira funda, bocejando a cada precioso cinco minutos.

Olhei para as faces que estavam ali. O que me incomodou a princípio, de verdade, foi notar a falta de Jay. Estiquei o pescoço para todos os lados, procurando-a. Em dado momento acenei pra uma menina parecida, e depois de captar minha falta fiquei um pouco mais na minha (não totalmente, afinal, estava preocupado). Elsie estava ali também; ela e Kentin, sem Armin. Também houve outro detalhe, não menos importante: Burniel. Eu não me lembrava de tê-lo visto quando acordei após a disparada do alarme de incêndio (embora estivesse tão em pãnico na ocasião que sequer me preocupei de calçar o chinelos ou qualquer coisa). Mas também não o tinha visto por ali. Não o vi correr. Não o vi; simplesmente.

Bocejei, mais uma santa vez.    

No final a estufa estava cinza.

A confusão conseguiu acionar uma laia da coordenação da escola que quase nunca dava as caras, como o pessoal da coordenadoria pedagógica e o vice-diretor, um velho remelento que detestava o grupo do Grêmio. Estavam em círculo, conversando e gesticulando seriamente -- até Faraize estava incluso no lance. De um lado, o mencionado conjunto de alunos curiosos que decidiu permanecer e, longe de nós, o conjunto de representantes que faziam de conta que se importavam com nossa segurança, uma gente velha intelectual e arrogante.

Os bombeiros saíram da estufa, cobertos de poeira e pó de dióxido de carbono. Um dos homens se aproximou do círculo de representantes, e pareceu explicar as coisas.

Distante demais para ouvir. O agrupamento de alunos conversando atrás não ajudava muito pra aguçar os ouvidos. Decidi me aproximar.

Fui de pouco em pouco, atento para o que estavam dizendo.

Preciso que alguém veja... — ouvi o homem dizer, e me aproximei mais, ardilosamente.

Ele continuou, abaixando o volume da voz:

Há um corpo lá de dentro...  

Um corpo?

— Sim.

— Misericórdia, uma pessoa?!

Uma garota.  



[Elsie]

 — Não foi um acidente. Disseram que ela tava amarrada numa cadeira. — expliquei.

— Não consigo acreditar. A Jay... — lamuriou Armin, sentado na minha frente sobre a maca; eu sobre a poltrona de visitas.

Estávamos tendo mais uma de nossas conversas dentro da ala da enfermaria da escola. Seu braço já tinha sido posto de volta pro lugar desde que chegamos, naturalmente. O dias restantes foram uma questão de precaução quanto a possíveis lesões e a fragilidade da área, com dieta regrada e analgésicos há cada doente seis horas. Mas tudo certo. Agora lá estava ele e lá estava eu. Lá estávamos.  

Fiz praticamente um relatório oral dos últimos acontecimentos, desde a descoberta do menino do relicário, o papo que tive com Jack, e o terrível assassinato de Jennifer.

— O velório vai ser hoje a tarde. — falei.

— Você vai?

— Não.

— Por que não? Essa vai ser a única morte dentro dessa escola que você vai ter a oportunidade de aparecer no velório.

— Não suporto velórios, nem enterros, nem nada, Armin. Além do mais… — olhei pra claridade da janela. — Eu sinto como se parte da culpa disso fosse minha. Nós sabemos o que aconteceu, no fundo.

— Sabemos?

Killers.

— Você acha?

— Como não?

— Você já devia saber que até os alunos comuns acabaram se metendo nessa. Os exemplos estão do nosso lado: Castiel, Kentin…

— Mas fazer um atentado a esse nível…

— Exatamente. Um killer não faria isso. É muito apelativo. Além do que, isso quebraria várias regras do jogo de uma só vez. Eliminação na certa, baby.

Mordi o lábio de baixo:

— Tem razão.





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Notas finais do capítulo

desculpa se vocês queriam saber exatamente o que rolou com a jay hihih mas é isso


Será que consigo postar capítulos semanalmente durante Outubro? O que vocês acham sobre?