Identidade Homicida escrita por ninoka
Notas iniciais do capítulo
Hmm.... "poeta". Já sacaram? Não? Okay. QQQ
E MANOLINHO TENTEI POSTAR ISSO AQUI UMAS 5 VEZES. AGORA VAI
Mais um capítulo com algumas cenas seguindo a mecânica do "[-x-]", narração em terceira pessoa.
Boa leitura! ✿
[-x-]
Os planos para a visita ao museu não ocorreram conforme o planejado. Porém, não é como se os “três dias prolongados sem colégio” tenham sido um problema para os integrantes da excursão fracassada.
Á noite, já após terem retornado de viagem, Armin e Elsie sentaram-se sobre a borda de suas camas.
Mal tiveram tempo em se habituarem novamente às rotinas do colégio, para serem atormentados pelo ruído agonizante da morte; o Relatório Diário.
A gêmea do representante, Amber, submersa sob as águas do ofurô feminino, o fio de um secador entrelaçado à suas pernas.
[Lysandre]
Desloquei minha atenção para além da ventana do dormitório, suspirando. Por quanto tempo aquela angústia ainda me atormentaria?
Meus papéis, minhas melodias; todos frutos de uma aflição irreversível.
Naquele tempo, vivenciava minha ‘terceira infância’. Criado no interior, na companhia de meu irmão mais velho e meus avós.
— Um, dois, três... – o pequeno eu somava o número de coelhos escondidos entre o feno do celeiro. -... Quatro, cinco, seis, sete...
Meus olhos vasculharam todo o ambiente – as íris heterocromáticas nas quais sempre detestei. Faltava um! Logo meu favorito, de manchas castanhas. E só havia um lugar na qual poderia ter ido...
— Senhor Chocho! – exclamava a simplória criança, sob a copa das árvores de uma floresta próxima. As mãos abertas ao redor dos lábios, numa tentativa de ascender a eficiência de seus chamados.
E era bobo... Cegamente fascinado com aquele coelhinho, fazendo parecer que nunca antes vira um.
Distraído, por pouco não notara o farfalhar de passos sobre as folhas secas, nas quais teimavam em se aproximar.
— Tem alguém aí? – voltou-se abruptamente para trás.
Uma garota saiu por detrás das árvores. Clara, minha pequena Clara.
Esta trazia o felpudo Choco em suas mãos.
Periodicamente, a rapariga viajava para o interior com sua tia, hospedando-se ao lado de meus avós. Sendo a única criança na região, durante aquelas épocas costumei-me a observá-la de longe, debruçado sobre o muro que delimitava ambos os ranchos, gerando esperanças de que um dia seria convidado para me juntar às suas brincadeiras.
— Fui dar uma volta e o encontrei perdido por aí. – explicara-se com um leve sorriso, indicando para o coelho Choco. - É bonitinho...
Clara parecia tão mais bela quando próxima; desde suas madeixas alvas à sua essência.
Nos apresentamos timidamente; eu já sabia seu nome.
Aconchegamos-nos sobre algumas pedras rente uma queda d’água próxima, e passamos o resto da tarde a trocar assuntos tolos.
— Existem muitos outros no lugar que este veio? - Clara pasmou.
— Exato! - sorri alegremente.
E tornou-se eufórica:
— E-e você pode me mostrar outro dia?!
— Sim, eu vou sim… Se prometer vir neste mesmo lugar numa próxima vez.
— Claro! Será a nossa promessa! - os olhos anis se acenderam.
***
— “Promessa”... – amargurei tais palavras num tom de deboche, mordiscando os lábios descascados. A palavra não cumpriu-se.
Afinal, não existiu uma outra vez.
Clara não existia mais. Clara fora estuprada, torturada.
E só ao imaginar seu estado... Só ao imaginá-la... O pequeno Lysandre sentia um ódio incontrolável.
— Era o seu compromisso.- sussurrei fronte um espelho do dormitório, torcendo o lenço de pescoço verde.
Castiel, mesmo não fazendo parte de nossa casta de killers, secretamente auxilia-me na obtenção de musas. E com isso, visa faturar algum lucro - lucro este na qual não me convém, afinal, não passa de um mero prêmio físico.
Este jogo me é apenas um passatempo, onde posso inspirar-me sem que sofra as consequências da lei. E para que, no final das contas… Possa me livrar de tal profana angústia.
Levei as mãos a fechadura do armário do dormitório, admirando com êxtase seu interior ao abri-lo.
— Mas não faz mal, querida Clara. Todos merecemos uma segunda chance…
[-x-]
No dia seguinte, Nathaniel e seus pais foram recebidos pela notícia inesperada.
— Amber foi transferida para um colégio do exterior? – dizia o louro ao celular.
— Mas é claro. Sempre soube que sua irmã tinha um grande potencial. – respondeu-lhe sua mãe, pelo outro lado da linha telefônica.
Nathaniel contraiu o rosto em desprezo.
— Tá. – continuou o garoto. – E ela nem sequer veio se despedir ou algo assim?
— Amber me disse que tinha muito que fazer.
— Hm... Então ela chegou a falar com você?
— Óbvio. – suspirou. – Bem, trate de se esforçar como ela. Até.
Algumas ideias perturbadoras emaranharam-se por sua mente.
Completamente incogitável era a ideia de que Amber partiria sem ao menos atazaná-lo por uma última vez. E ainda mais, que a mesma tivesse nível suficiente para ser convocada por um colégio estrangeiro.
— Isso tudo é muito estranho, Jack. – na sala do Grêmio, Nathaniel decidiu recorrer a seu parceiro de investigação.
— Qual é seu palpite, moleque? – perguntou o inspetor.
— Eu tenho uma teoria não muito agradável... – lançou-se a cadeira giratória do gabinete.
— Você acha que sua irmã... Foi uma das vítimas?
Nathaniel engoliu a seco:
— Sim...
E prosseguiu:
— Ou pelo menos, Jade, que supostamente foi morto, também está como transferido pela direção do colégio. Como se a própria escola tentasse jogar tudo por baixo do tapete.
— A direção obviamente não trataria abertamente do assunto.
— Mas... Ah, eu não sei. – esfregou a mão pela testa, apertando as pálpebras entre si. – Estou confuso. Não quero acreditar que algo tenha acontecido à Amber, mesmo ela sendo quem é.
— Só há uma forma de descobrir... – fitou o aparelho-celular de Nathaniel sobre a mesa.
— Eu não quero descobrir! – alterou-se o louro, cobrindo o rosto com a palma de suas mãos, e vergando-se para trás sobre o encosto maleável da cadeira. – Eu... Tenho medo.
Jack tocou-lhe um dos ombros:
— Por acaso se lembra do que te disse quando foi solicitado para participar do caso?
“Você é extremamente apto. Mas para trabalhar com isso, deverá eliminar qualquer valor que tenha aprendido e saber lidar com suas emoções.”
Após alguns minutos em silêncio, Nathaniel suspirou longamente.
O louro discou para o celular de sua irmã, fitando o inspetor receosamente por cada sinal não atendido.
— Alô, Amber?
— Irmão? O que houve? Tudo bem com você?
Jack torceu as sobrancelhas. Nathaniel abriu um longo sorriso, preenchendo-se de entusiasmo:
— Amber! Por que não se despediu antes de ir?!
— Eu queria te fazer uma surpresa!
— Puxa, eu ainda tenho tantas coisas para te perguntar sobre...
— Me desculpe Nath. – interrompeu-o. - Preciso desligar. Mais tarde nos falamos. Até!
— Está bem... Até!
Quando desligou o aparelho, Nathaniel fitou o semblante de Jack - e estremeceu, pois sabia o que aquilo significava.
— Isto me parece uma gravação bem convincente. – analisou o inspetor. – São fragmentos de falas recolhidas.
O representante notara o mesmo durante o diálogo. Sua irmã nunca o trataria com tanta euforia, e nem ao menos se desculparia de algo. Entretanto, Nathaniel conteve-se para não aceitar o fato.
Desta vez, Jack quem discou novamente para o número.
— Me desculpe Nath. Preciso desligar. Mais tarde nos falamos. Até!
E desligava.
Pelo menos três vezes tentaram.
Nathaniel sentiu um nó em sua garganta, e suas lágrimas desprenderam-se sem ao menos perceber.
— DEVOLVAM MINHA IRMÃ! – bradou para o aparelho, lançando-o contra a parede. – DEVOLVAM!
— Acalme-se, Nathaniel! – ralhou o inspetor, segurando-lhe os braços para evitar um surto destrutivo; o rapaz debatia-se. – Isso não resolverá nada!
— Eu vou acabar com quem quer que tenha feito isso! Não importa quem seja! Vou MATÁ-LO!
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Queria deixar os créditos para meu RedHead(https://fanfiction.com.br/u/328101/) sobre uns trechos da infância do Lys. Ele escreveu faz um tempo para a própria Fanfic, e como essa ainda não foi postada e eu gostava dessa ceninha, pedi permissão pra fazer uma brincadeira tosca de "universo alternativo". Enfim, créditos ao RedHead. Q
O QUE CÊS ACHAM QUE VAI DAR ESSA TRETA? C:
Kissus da tia Nina, e até breve! ~~