Identidade Homicida escrita por ninoka


Capítulo 25
Nova companhia


Notas iniciais do capítulo

Oláaaaa! *remove teias de aranha* Quanto tempo, não? Tudo bem com vocês?
Olha, me desculpem a demora... Além de algumas questões particulares, escrever esse capítulo foi um GRANDE desafio.
Tia Nuggets, uma leitora que acompanha desde o comecinho, me fez uma aposta há algum tempo, e eu.. Perdi. Pois bem, como o combinado, eu teria que "introduzi-la" na história.
Não sei se gostará muito do que tracei para a personagem, mas foi bem difícil encaixá-la em arcos que eu já havia planejado ._. E eu ATÉ QUE CURTI O RESULTADO.




Será uma nova peça neste quebra-cabeças absurdo...



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A novata anunciava euforicamente uma descrição sobre si. Era alta e de cabelos cacheados até o ombro; castanhos e compridos:

— Jennifer Knight, dezessete anos. Meus pais se separaram recentemente então vim morar com minha mãe nesta cidade, minha cor favorita é verde, eu amo assistir séries e…!

Quando finalmente encerrara seu longo discurso, inspirou fundo, retomando todo seu fôlego gasto.

— Seja muito bem-vinda, senhorita Jennifer. Espero que todos a recebam com educação. - Faraize deu um sorriso desajeitado, desviando o olhar para seu relógio de pulso. E vendo que sua aula fora tomada pela apresentação da caloura, suspirou para os alunos: - Por hoje é isso turma, não se esqueçam de organizarem-se para a visita ao Museu amanhã. Até logo!

Armin dormira durante a conferência, derramando baba pela mesa. Kentin fazia rabiscos em seu caderno com uma caneta esferográfica. E Burniel, simplesmente, não retirava os olhos da novata.

***

— Elsie... – Armin aproximou-se num cochicho, franzindo o cenho. – Mas que merda esse cara tá fazendo aqui? – desviou suas íris para Burniel, que se acomodou conosco na mesa circular do refeitório.

— Deixe-o se enturmar um pouco. Ele é um cara bacana. – respondi-lhe baixinho, com um sorriso.

— Então.. Burniel... – Kentin arriscava-se a puxar assunto, pouco tímido. – Estudava aonde antes de vir para cá?

O louro, cercado de suas guloseimas açucaradas pela mesa, retirou os lábios do canudo colorido de seu suco e sorriu:

— Em casa.

Os rapazes passaram a discutir alguns interesses em comum com o novato, e observando à cena, não pude deixar de sentir um contentamento fervente. Deixei-os a par da situação de Burniel, prevenindo, por exemplo, que o boca furada do Armin dissesse groselhas a respeito de Jade.

Sobre os últimos acontecimentos: nada de muito surpreendente ou interessante. Tirando, é claro, o extermínio de uma inocente há dois dias. Uma tal de Eduarda, do primeiro ano. Seu couro cabeludo foi arrancado e os dedos e língua recortados. Minha justificativa por não comer carne durante algum bom tempo...

Ei!

Virei-me para o lado, onde me defrontei com a expressão radiante de Jennifer Knight:

— Você que é Elsie Cotton, não?

Seu sorriso, tão aberto e contente, chegava a perturbar.

— S-sim... – desviei o olhar, inquieta.

— Fico muito feliz em dividir a suíte com alguém tão importante!

Não foi muita surpresa lembrar que partilharíamos do mesmo dormitório. Afinal, sendo eu a única rapariga sem parceira de cômodo, uma novata logo preencheria o vazio confortável do meu gabinete.

— Importante? – questionei-lhe.

— Claro. Você é a líder do Clube de Jardinagem! – riu.

— Ora, mas... Isso não é um trabalho muito importante, se quer saber. – manifestei um sorriso amarelado.

Com a infiltração de Jennifer, os garotos já haviam cessado suas conversas, mantendo seus olhos firmes a ela, emanando um ar de questionamento.

A própria, prosseguia com sua falação:

— Bem, vocês se importariam que eu ficasse com vocês durante a excursão? É porque, vocês sabem não é? Parece que todos já têm seu grupo de acompanhamento formado... Aliás, Armin, eu soube que curte Game of Thrones. - sorriu.

— Jesus Cristo! – exclamou o moreno, levantando-se abruptamente e batendo ambas as palmas sobre a mesa (consequentemente derrubando o copo de Kentin). – Não me diga que você assiste! Será a garota perfeita?! – deu um riso brincalhão.

Enruguei os olhos – dois leques formaram-se ao redor – e remexi a visão para o outro lado da tabula, encontrando Burniel, que parecia ainda submerso em hipnose ao fitar a estranha.

— Não era essa série que te fez chorar esses dias enquanto acabava com um pote de sorvete? – sem perder a piada, Kentin soltou um riso nasalado, enxugando com um guardanapo o desastre provocado pelo colega.

Armin protestaria, caso Jennifer não fosse tão veloz com suas apresentações:

— Você é o Kentin, certo? Prazer em conhecê-lo! – estendeu-lhe a mão e apertou-lhe com força, deixando-o até um pouco atordoado.

Quando Jennifer enterrou seu rosto na direção de Burniel, ficando cara a cara, o lourinho enrubesceu ligeiramente; paralisando-se.

— Hm... Você me parece familiar. – ela estudou suas feições enquanto torcia a testa pensativamente.

— S-s-s-sério?!

Jennifer divertiu-se com o engasgo do menor, e riu inocentemente enquanto erguia a cabeça, finalizando:

— Este ano será engraçado!

***

Com os alunos de nossa sala reunidos no pátio, inspetor Jack vociferava com autonomia:

— Atenção seus moleques! Eu não quero parangolé na hora de subir o ônibus e muito menos durante a visita. Honrem o nome de nosso colégio e não façam a senhora Shermansky se envergonhar! Desnecessariamente, lembro a vocês que o infeliz que semear discórdia tem uma cadeira exclusiva na minha sala...

Todos seguiram para o veículo de viagem.

— Ah, é sério que essas poltronas só têm espaço pra duas pessoas?

— Já está resmungando por que, senhor Armin? – indagou Jack.

— Nada, senhor. – respondeu como um servente faria. Aproximou-se de Kentin e eu, e cochichou: - Eu fico com qualquer um de vocês, menos com o estranhão. – referiu-se a Burniel.

— Que besteira. Fiquem os dois juntos, eu sento com ele atrás de vocês. – combinei.

Quando espalhei as costas sobre o couro frio do banco, Jennifer aproximou-se para sentar-se ao meu lado. E eu, sinceramente, não teria me incomodado tanto com o gesto; não fosse a estranha cara de cãozinho pidão que Burniel, ainda de pé, realizou.

Logo compreendi...

***

— Com licença, - constrangida, fui me ajeitando num dos espaços vagos. – Se importa que eu fique aqui?

O rapaz ao lado abaixou o livro que cobria sua face, e respondeu com um sorriso simples e simpático:

— Claro que não, Elsie.

— Obrigada, Nathaniel. – retribuí o riso.



[Lysandre]

De braços e pernas cruzados, observava dos últimos bancos do veículo, o conjunto de estudantes à frente. Todos inquietos, eufóricos, recebendo algumas broncas do inspetor de porte militar.

Aterrissei o olhar para a cabeleira negra de Armin há alguns poucos metros de distância, e depois encontrei a garota Cotton, ao lado do representante do Grêmio. Ambos tinham, finalmente, se distanciado por um momento.

— Já está pensando em alguma estratégia? – murmurou Castiel, largado pela poltrona de viagem.

— Estou pensando, pensando... – sorri. - Acho que ainda temos muito que aproveitar nesta viagem...


[Nathaniel]

Jay, ou melhor, Jennifer Knight, além de atraente, era ótima em investigação.

Adentramos na mesma época para o ramo, porém, nunca tínhamos trabalhado juntos num caso. Quando notei a peculiaridade do trio, logo acionei Jack, que fez questão de que nos enviassem mais um detetive. Um detetive que, mais do que tudo, pudesse introduzir-se com facilidade ao meio humano. E assim, Jay fora a escolhida para a tarefa de investigar, em especial, o grupo suspeito.

— Com licença, - ouvi. – Se importa que eu fique aqui?

Ergui os olhos sobre o livro, deparando-me com a sobrinha de Agatha:

— Claro que não, Elsie. – sorri.

— Obrigada, Nathaniel. – agradeceu simpática, assentando reservadamente no banco ao meu lado.

Jay, sentada num aposento mais à frente, esticou o pescoço e fitou-me por cima de seu ombro. Ela acenou com a cabeça, sinalizando que tudo ocorria conforme o plano.







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Notas finais do capítulo

Bem, bem.. Já estou começando o próximo capítulo e espero não demorar tanto como este.
Tia Nina aqui aceitando sugestões e teorias. (・◇・)Amo, AMO teorias dos leitores. ♥


Até breve! Kissus ~~