Identidade Homicida escrita por ninoka


Capítulo 18
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Notas iniciais do capítulo

Olá! o/
O feedback da Fanfic está incrível(pelo menos para mim), muito obrigada a cada um de vocês! Sinceramente, nunca imaginei que alguém leria essa história criada nas minhas horas de brisa. :v
Finalizando o capítulo anterior, Armin firmou uma hipótese de que a inicial na mensagem designa a inicial da vítima. Agora, ele confirmará sua teoria a Kentin.
Elsie acorda após ceder às técnicas teatrais de Burniel e encontra-se num local totalmente inesperado.
Boa leitura! ♥ ♥ ♥



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[Kentin]

Armin conseguira me arrastar para sua inquirição. Ele disse que se resolvessemos às pistas primeiramente, Elsie não teria como investigar, o que contribuiria para sua “segurança”.

De acordo com o teorema de Armin, a próxima vítima teria o nome com a inicial “U”. Quebramos a cabeça para nos lembrarmos dos poucos alunos com a inicial mortífera.

— Armin, se entende tanto sobre computação, faz alguma ideia sobre como este hacker está invadindo nossos keypass?

— Bem.. a tecnologia dele ainda é um pouco nova para mim. Eu posso criar aplicativos, hackear não.

— E conhece alguém que entenda mais de máquinas? Esse seria um ótimo primeiro suspeito.

Ele negou.

Felizmente, nomes com “U” são pouco comuns. No colégio inteiro havia pelo menos doze. Espero que Armin não esteja apenas imaginando coisas, seria uma estúpida perda de tempo.

(...)

— Fomos lentos demais. - suspirei mirando o corpo de Ulisses, o líder do Clube de Física. - O assassino age bem rápido.

Seus óculos estavam esmagados sobre o chão e a gravata verde estrangulava-lhe. Trancafiamos a porta do laboratório por motivos óbvios.

“MU”. - Armin alarmou ao observar o “U” de sangue sobre o carpete.

— O quê?

— “M” e “U”.

— A sonoplastia de uma vaca..? Não faz muito sentido...

— E o que você sugere que significa?

— São apenas letras, oras. Letras que, como você disse, representam as iniciais da vítima. Isso já está confirmado.

Armin lamentou-se com suspiros:

— Não, idiota. Ninguém utilizaria essas mensagens sem algum motivo.

— Se é o que você acha... - desisti em argumentar.

— Pode significar “Mythology Universe“.

— Parece estranho.

— Ah, e o som de uma vaca seria algo bem normal. - zombou.

Depois de mais algumas análises de pormenores, saimos as pressas do local. Num bloco de papel reciclado, fizemos as seguintes afirmações:

– As vítimas têm a inicial marcada na cena;

– As formas de matar parecem aleatórias;

– O assassino entende de computação, cracker, e sabe utilizar o keypass com muita sagacidade.

As informações não nos diziam muita coisa.

[Elsie]

Amordaçados com força, meus pulsos e canelas machucavam. Meu abdômen estava preso a uma espécie de coluna de madeira.

A visão retorna por um momento: imensidão negra e vazia. Cheiro de cigarro. Um frio subiu pela espinha; o que estava fazendo num lugar daqueles? A última coisa de que me lembrava era o rosto de Burniel.

Aos poucos iniciaram farfalhos, risos e sussurros. Uma pequena lâmpada alaranjada acendeu sob o teto, Castiel aproximou-se com um sorriso recheado de orgulho enquanto batia palmas sarcasticamente:

— Você é, de longe, a pessoa mais manipulável que conheci. Meus parabéns.

Ao observar àquela expressão sínica, não contive palavras rudes a seu respeito.

— Pode me xingar a vontade. - Castiel bocejou. - Aqui embaixo ninguém poderá te ouvir, de toda forma.

— Por que está fazendo isso? O que te causei afinal?! - bradei.

— Não se lembra quando fui para detenção por sua causa? Pois é, pessoas intrometidas como você deviam saber o seu lugar.

— Você violentou o representante e eu te levei para o castigo. Estamos quites, não é? - mantive um riso desafiador.

— Ah não, - ele aproximou seu rosto. - eu não jogo para empatar. Você tem muita sorte que não bato em mulher, no entanto...

Alguns rapazes aproximaram-se por trás de seus largos ombros. Tentei desprender-me das cordas, mas era simplesmente impossível! Perdi a esperança. Espremi os olhos e ergui a cabeça como uma prece.

Um deles chegou com violência, arremessando o punho em meu estômago. Meus olhos despregaram-se com o ardor das lágrimas e a boca expeliu uma considerável quantia de sangue.

Outro botou a mão no colar que descansava sobre meu colo - o pingente de tia Agatha - e arrancou-o de meu pescoço. Gritei e contorci-me, o choro aguava:

— Devolva!

Não poderia deixar que me levassem a única coisa que restou de minha família!

— Você quer isso? Que pena.. - arremessou-o para longe na sala escura.

Castiel assistia à tortura mental como um espetáculo.

Após minutos de provocações e toques obscenos acompanhados de gritos de cólera e desespero, um deles, um maldito, sacou uma tesoura de papel, e picotou as madeixas de meu cabelo.

Os estalos da tesoura. Os risos. A velha fotografia de tia Agatha. O corpo de Monika. Os risos. A letra escarlate. Seria uma espécie de punição?

— SEUS FILHOS DE UMA...!

Naquele quadrado de escuridão iluminado apenas por uma minúscula fonte de luz, surgiu uma enorme abertura branca sobre a escada. Uma esperança. Duas silhuetas: Armin e Kentin.

— Quando eu chegar aí embaixo, eu juro que vou arrebentar a cara de vocês! - Armin bradava.

Dois contra, no mínimo, uns sete. Um ato heroico, mas em questão de segundos, Kentin estava com as costas na parede e Armin sendo amordaçado no chão por três capangas, contorcendo-se feito um cão selvagem. Que desastre! Foi cômico.

Nossa única esperança foi a chegada de Nathaniel sobre aquele mesmo clarão da escada:

— Parem vocês!

Toda a euforia da confusão cessou, todos permaneceram estáticos.

— O que está fazendo, seu idiota?! - ralhou Castiel. - Está traindo o grupo?!

— Eu nunca me uniria a você sem motivos concretos. - disse ele, descendo calmamente pela escadaria.

Nathaniel não demonstraria tanta indiferença caso não estivesse acompanhado. Quem o acompanhava, não era ninguém menos que o “temível” inspetor Jack, junto por sua aura depreciativa.

(...)

— Formação de grupo na antiga lavanderia do colégio dando apologia as drogas e bebidas, violentar e constranger uma aluna, palavras de baixo calão, agressões físicas e morais! EU PERDI MINHA ESPERANÇA NESSA JUVENTUDE!

Jack dava seu discurso moral na sala de detenção, caminhando com os braços para trás e marchando com supremacia. Todos os envolvidos, incluindo-me, foram convidados a ficarem cerca de três horas tendo de aturar às censuras do inspetor; até mesmo Nathaniel também não se safou. Somente um não fora devidamente punido: Burniel, que simplesmente evaporara desde a última vez que nos vimos.

Felizmente, a detenção fora uma ótima maneira de reconciliar-me com Armin. Agradeci a este e a Kentin.

O tal grupo de Castiel fora desmembrado, trancafiaram o armazém de limpeza, a discussão encerrou-se. Ninguém mais deveria deixar o assunto vir à tona.

Quando todos foram despejados do gabinete, Jack veio até mim:

— Você é Elsie Cotton?

— S-sim.

— Isso parece seu.

Ele estendeu o braço e abriu a mão titânica expondo-me o colar de tia Agatha, o pingente parecia bem menor ao centro de sua palma.

— Obrigada.. - apanhei receosa.

Jack converteu seu semblante tirânico para um pequeno, mas simpático sorriso.

(...)

No final da noite houve uma “conferência virtual”. Nela, todos os killers teriam suas vozes distorcidas pelo microfone do keypass, sempre visando manter o anonimato.

— Boa noite! - a imagem de Shermansky podia ser visualizada pela tela reluzente. - Todos vocês devem estar um pouco confusos com estas mensagens repentinas. Talvez, chegaram a pensar: “Mostrar aos alunos nossa existência não levará a desclassificação?”. Eis minha resposta: Não neste caso. Com a condição de que corpos não sejam amostrados, tudo estará em paz. Alunos comuns estão tratando isso como um “caso fantasmagórico”, uma brincadeira. Já vocês, devem ter percebido a relação entre as mensagens e vítimas.

— O que está sendo feito aos corpos das vítimas? - perguntou uma voz robótica, essa pergunta soava como algo que Armin questionaria.

— Está sendo feito o que sempre fazemos com os corpos. Ajudantes meus vão carregá-los assim que a informação é repassada. O resto é mantido sobre sigilo...

Uma voz de timbre diferente expôs sua dúvida:

— Professores estão inclusos no jogo?

Ouve um silêncio mortal por parte de Shermansky, que logo respondeu com um riso desajeitado:

— Tudo é possível.


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Notas finais do capítulo

Bommm, com essa respostinha da tia Sherman, acho que já está meio na cara quem é o novo 'killer'. Ou não... Sugestões?
Eu acharia bem legal se vocês formassem suas hipóteses sobre esse sorriso do Jack. Sei lá, ADORO TEORIAS DOS LEITORES MDS ♥
Como sempre, me desculpem algum erro, e podem me relatar caso ocorra.
Obrigada por chegar até aqui! Kissus :*