Identidade Homicida escrita por ninoka


Capítulo 15
O armazém de limpeza


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridos leitores! Quem ainda se lembra da "busca pelo balde de Jade"? Então, fora neste armazém que Armin e Elsie infiltraram-se na época que eram apenas conhecidos.
Bem, eu queria agradecer aos que me ajudaram no voto popular no Projeto Câmera Educação, principalmente, tia Letys e tia Nuggets(winchester) ♥. Infelizmente não foi dessa vez, mas... Quem sabe na próxima, não?
Como eu estava um pouco deprimida, fiquei com vontade de escrever, mas a criatividade não veio. Portanto, deixo aqui um capítulo já escrito há meses, numa visão QUE EU ADOREI ESCREVER PORQUE SOU NATHANIETE.
Esse capítulo deixa um pouco de lado os últimos acontecimentos e foca mais em Nathaniel e seus objetivos - embora estes ainda não estejam explicitamente amostrados.
Boa leitura!



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[Nathaniel]

O armazém de limpeza. Uma minúscula sala situada nos fundos do colégio. Local de pouco arejamento. Solitário. Preenchido apenas por vassouras, sabões em pedra, esfregões e baldes.

Entretanto, em determinadas noites, aquele simples estoque transforma-se no próprio Inferno.

(...)

— Me passe o keypass. – ordenava Castiel, coberto sob o manto negro.

Como estávamos fora dos dormitórios em horário não permitido, tínhamos de nos camuflar com a noite.

— Aqui. – respondi, entregando-lhe o aparelho.

Naquele momento, encontrávamos-nos no armazém de limpeza. Castiel arrastou para o lado um enorme e pesado painel de gesso, atrás deste, encontrava-se uma porta carcomida de caruncho. Inseriu nossos keypass à frente de um leitor improvisado e cheio de gambiarras.

Devolveu-me o aparelho:

— Agora você também está autorizado. – dizia com o semblante sério.

Assenti com a cabeça.

A porta carunchosa soltou um estalo. Castiel empurrou-a:

— Venha.

Posterior o armazém, encontrávamos uma escadaria média entre um corredor apertado.

Caminhava por trás de Castiel, ouvindo risos longínquos vindos da sala subterrânea. O local abafava suas vozes, causando a sensação de um Inferno.

Castiel ultrapassou o último degrau e, em seguida, fiz o mesmo.

Chegamos à sala, um gabinete com cheiro de cigarro e escuro, iluminado apenas por uma lâmpada pendurada sob fios elétricos. Ao centro, uma grande mesa circular, envolta por vários alunos jogando cassino e destruindo suas juventudes com a marginalidade. Bebidas, fumo e conversas de linguajar vulgar, todos vindos de rapazes que eu nunca esperava. Mas afinal, agora eu também era um deles.

— Calem a boca! – ralhou Castiel, retirando o capuz. Após notarem sua presença, todos se calaram. –Temos um novo membro.

Também fiz o gesto de retirar o capuz. Olhares de surpresa e escárnio.

— Puxa Castiel, logo o “representantizinho”? – reclamou um deles, fazendo um muxoxo.

— O que aconteceu com você, Nathaniel? – perguntou outro, em tom provocativo. – Pensávamos que você era um sujeito de bom caráter.

Abaixei o olhar, engolindo àquelas amargas verdades.

— Já disse pra calarem a boca. – continuou Castiel. – Ele só decidiu se juntar a nós, pronto.

— Não sei não, hein. E se ele nos dedurar para a diretora? Meus pais não podem saber disso.

Surgiram múrmuros concordando com o rapaz.

— Ah, façam-me um favor. –suspirou Castiel, revirando os olhos. –Parem de ser covardes e deixem-no sentar em algum lugar.

Espremi-me em um dos assentos, sentindo grande repugnância sobre as pessoas à minha volta.

Acho que devo esclarecer um pouco sobre o que realmente era aquele grupo de marginais. Bem, Castiel é conhecido por alguns como um rapaz briguento, e ao mesmo tempo, o sonho de consumo de muitas garotas fúteis e sem cérebro – entre elas, minha irmã. Creio que muitos rapazes pensam em ser iguais a ele – o que não é meu caso - ou pelo menos, não desejam de forma alguma, ser alvo dele. Por isso, forma-se o mutualismo: Castiel que é obcecado por atenção ganha seus sócios, e estes, contentam-se em alimentar seu ego, para que em troca, sejam protegidos. Resumidamente, em minha opinião.

Mas é claro que os rapazes da gangue não têm contato com Castiel quando estão fora do “clube”. A única e verdadeira companhia do ruivo era Lysandre, embora este mesmo, não fazia ideia do grupo secreto do melhor amigo.

E agora, eu imagino que naquele momento, talvez Castiel estivesse fervendo de triunfo. Imagine, o seu maior rival de infância tornando-se teu súdito, e querendo “espelhar-se em ti”. Ou pelo menos, era o que ele imaginaria, visto que meus objetivos com aquela gangue eram muito mais severos. O grupo fora criado no intuito de livrar os alunos da “dura realidade do colégio”, e por lá, muitas informações circulavam.

— Me escutem aqui. – Castiel sentou-se em cima da mesa, desarrumando as peças do cassino. Sorria. - Eu estou começando a me irritar profundamente com aquela novata. Ela acha que interferir minhas decisões. – pegou algumas peças do jogo e apertou-as em uma das mãos. – Vocês têm alguma informação sobre ela? Principalmente você, “senhorzinho representante”, vocês me parecem muito amigos. – comentou sem desgrudar os olhos da mão fechada.

— E-eu? Não sei do que diz.

— Pois agora que é um de nós, devia começar a tirar proveito de sua amizade com ela.

— Não somos amigos. – insisti.

Eu devia à Elsie sobre a discussão com Castiel, meses atrás. Portanto, não deveria deixar escapar nenhuma informação sequer. Talvez, fingir-se de desentendido fosse a melhor escolha.

— Mas mesmo assim, tem mais intimidade com ela do que todos nós juntos.

— Aonde quer chegar? – arqueei uma das sobrancelhas.

Castiel inclinou-se em minha direção, fitando meus olhos:

— Pense na intimidade que ambos vocês têm. Será que conseguiria arrastá-la para o “beco da perdição”?

Naquele momento, Castiel abriu um sorriso tão travesso e devasso que não pude controlar meu pudor. Corei imaginando os métodos na qual ele se referia:

— A-ah... – desviei o olhar.

Castiel e todos os presentes desataram a rir escandalosamente.

— Fala sério, temos uma criancinha virgem entre nós.

Todos riam mais ainda. Minha vontade era subir aquelas escadas e correr para nunca mais retornar.

Mas é claro que, embora Castiel dissesse aquelas coisas, era só para adquirir uma imagem de patriarca, visto que só teve uma namorada, e sobre ela prefiro não comentar.

Castiel respirou fundo, tomando fôlego, e cessando o riso aos poucos. Todos o acompanhavam.

— Brincadeiras à parte, não há porquê nos preocuparmos com essa sequência, temos alguém apto. Infelizmente... – levantou a manga da jaqueta e olhou em seu relógio de pulso. -... Ele está atrasado. Aluno novo, sabe? Sempre cumprindo as normas do colégio, com medo das consequências.

Houve o estrondo da porta abrindo-se repentinamente. Uma silhueta enegrecida aproximava-se sobre a sombra da escada. Instalou-se no último degrau, ultrapassando a penumbra.

— Falando no diabo. - um sorriso bailou nos lábios de Castiel.

Cabelos semilongos bege, estatura média. Ele ergueu uma das mãos e retirou um doce de palito dentre os lábios. Sorriu:

— Me desculpem o atraso.




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Notas finais do capítulo

Essa coisa guei é uma amostra de um dos novos personagem da história - porque ainda terão mais, né tia Nuggets? mwahaha - e ele terá uma certa relação com... Ah não posso falar, mas... é uma pessoa "morta". Certo, calei a boca.
Eu esqueci de anotar os créditos de quem desenhou, mas se alguém souber, por favor me avise para colocá-los.
Espero que Castietes não tenham se ofendido com os comentários grosseiros do Nath em relação ao "ruivo". Não se preocupem, terei uma conversa séria com ele, hoje. qq
Acho que é só isso. Obrigada por lerem até aqui!
Kissus :*