Dramione-Bring Me To Life escrita por Eileen Ross


Capítulo 20
Entre Penas, Pergaminhos e Tormentas


Notas iniciais do capítulo

heeeey pessoas, tudo bom?
faz muito tempo que não venho aqui no Nyah, mas lembrei que tenho deveres aqui tanto como tenho no SS
enfim, aproveitem!
Ps. leiam as notas finais



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Mais uma página virada aqui, uma anotação feita ali e um praguejar baixinho. 
Hermione estava mais uma noite na biblioteca, estudando incansavelmente. Aquela era a sua rotina há mais de duas semanas. Estudar. 
Em sua cabeça só havia uma preocupação.

 N.I.E.Ms.

A grifinória estudava com afinco, compenetrada em cada palavra do Livro Sobre Feitiços Para Bruxos Extraordinários. Acreditava que tudo que havia naquele livro lhe seria útil quando prestasse os N.I.E.Ms. Seu estômago roncou baixinho e ela grunhiu, tentando ignorar o incômodo ao máximo. Estava na melhor parte do livro. 
Escutou uma cadeira ser arrastada ao seu lado e direcionou o olhar para a origem do ruído. Draco acabara de se sentar ao seu lado e trazia consigo uma taça com o que deduziu ser suco de abóbora e um prato com uma refeição completa, juntamente aos talheres. 
Granger ignorou o olhar do loiro e voltou a sua atenção para o livro, fazendo anotações rápidas em um pergaminho. 
Draco pigarreou e Hermione ergueu uma sobrancelha ironicamente. 
—Sim? - pronunciou ela sem olhá-lo. 
—Você sabia que tem que comer? - ele perguntou, sarcástico. 
—Eu sei, mas desde quando isso lhe diz respeito? - a castanha fora curta e grossa. 
—Tsc... - Draco revirou os olhos - Granger, você não consegue bancar a grossa. Isso não combina com você. 
—Que ótimo então - ela retrucou. 
Draco se irritou com a total falta de atenção da castanha. Ele deixou a comida sobre a escrivaninha e em seguida arrancou o livro da frente de Hermione e jogou longe. 
A garota arregalou os olhos espantada ao ver o precioso livro voando pelos ares, com as páginas velhas ameaçando se soltarem. 
— Aresto Momentum - exclamou, brandindo sua querida varinha. 
Observou o feitiço conduzir o livro até o chão, o impedindo de uma queda brusca. O livro pousara a metros dela. 
—Você é um trasgo sabia, Malfoy? - vociferou irritada com o loiro. 
—E você é dramática, maníaca por estudos - ele zombou - deixe de drama e só come logo. 
—Me obrigue! - desafiou, saindo da cadeira e indo em direção ao livro. 
—Você quem pediu... - sibilou sombriamente. 
Esperou a garota chegar a centímetros do livro e disse:
—Accio Livro - O livro voou diretamente para a sua mão e ele se divertiu com a feição irritada da garota. 
—Vou lhe propor um acordo - proferiu - Você senta aqui, e come essa comida inteira e eu devolverei seu livro assim que terminar, okay? 
—Não quero fazer acordo com você! - Hermione estava vermelha de raiva. 
—Então fique sem seu livro! - Malfoy chantageou. 
Com a raiva ebulindo dentro de si, Hermione foi obrigada a aceitar o acordo calada. Sentou-se ao lado do loiro e comeu tudo sob o olhar exigente dele. 
—Por que essa preocupação toda? - questionou entre uma garfada e outra. 
—Theo - ele respondeu simplesmente, com o olhar voltado para o conteúdo do livro. 
—Theo? Como assim Theo? - ela franziu o cenho confusa. 
—Ele que está todo preocupado com você - disse com displicência virando a página do livro - Teme que você esteja deprimida, de novo, e me mandou vir aqui. 
—Desde quando você é Coruja de recado, Malfoy? - perguntou apontando a faca para o sonserino. 
—Queime no inferno, Granger - o garoto estava se irritando - Da próxima vez deixo você morrer sozinha e com fome. 
—Pois bem, pelo menos não será pior que ser torturada pela sua maldita tia! - a garota se exaltara, relembrando de coisas que não eram agradáveis. 
Pensou em pedir desculpas, mas não fazia sentido. Voltou então sua atenção para as suas ervilhas, brincando momentaneamente com elas. O silêncio de Draco a incomodara. 
—Pensei que já havia esquecido disso, Hermione. - ele sussurrou e a menina notara um sentimento em sua voz. 
—Certas coisas ficam para sempre, aqui. - e colocou o dedo indicador na têmpora. - E aqui - com o dedo indicou seu coração. 
— Você deveria esquecer... 
—É fácil falar - ela cortou o garoto. - Não foi você que foi torturado por diversão. Não foi você que sofreu preconceito, Malfoy. 
—O seu sofrimento é praticamente igual ao de todo mundo, Granger. - ele argumentou - Por quê disse isso agora? 
—Não sei, só falei - ela se esquivou. 
A verdade era que procurava se concentrar nos estudos ultimamente principalmente pelo fato das lembranças da guerra rondarem sua mente. Quando estudava, esquecia. 
—Tem que ter um motivo... - ele analisou a garota. 
—Você tem seus próprios dramas internos e eu não o questiono por isso - ela fora ácida - Deixe isso de lado. 
O silêncio reinou após a última frase. Draco jogou o livro novamente sobre os braços da castanha e pegara tudo que trouxera. 
—Theo acertou em achar que você estava deprimida - ele estava frio - Mas não sou eu quem lhe ajudará a lidar com isso, não assim. 
E partiu. Hermione se arrependera de suas palavras grosseiras. Largou tudo e foi atrás do loiro. 
—Draco! - chamou quando o viu quase cruzando a porta da biblioteca. 
Parte de Hermione quis correr e abraçá-lo, pedir desculpas e tirar aquele olhar entristecido dele. Parte sua queria ignorar aquilo. 
—Não é nada... - abaixou o olhar envergonhada e chateada. 
—Hum - e o garoto prosseguiu. 
Que bela habilidade ela tinha de estragar tudo! 
Suspirando, voltou ao seu lugar e fixou sua atenção unicamente em sua leitura, tentando ignorar o pesar em seu coração.

Draco odiava a forma como Hermione podia ser irritante. Passava de grossa a sensível em segundos. Não podia negar que se sentira um tanto magoado com o as palavras da castanha, mas engoliu sua dor para vê-la bem. 
E ela mal parecera notar seu esforço, no final era sempre assim, ninguém acreditava em Draco Malfoy. Por mais que viesse a se importar com ela, não iria ajudá-la, não enquanto ela não admitisse para si mesma que precisava de ajuda.
Passou a mão nos cabelos loiros e trincou os dentes, não era só Hermione que estava relembrando o seu pior tormento. Ele também andara buscando refúgio nos livros, a morte de Dumbledore voltava a lhe assombrar. Se fechasse os olhos conseguiria visualizar tudo realisticamente e aquilo lhe aterrorizava. 
Ninguém pode me ajudar. 
Ele relembrava constantemente essa afirmativa tola de anos atrás. Claro que ele poderia ter sido ajudado se não tivesse sido tão orgulhoso e prepotente. 
Parou no meio corredor vazio e fitou o céu nebuloso. Sorriu sem humor, aquele era seu humor, nebuloso.

(...)

— Hermione, sua maldita bruxa! - Theodore ralhava com certa revolta. 

Eles estavam conversando na biblioteca sobre o que acontecera entre ela e Malfoy, já havia se passado um longo dia desde então. Eles mais uma vez não estavam se falando e aquilo a incomodava profundamente. 

—Theodore! - Ela censurou ele. 

— Nada de Theodore se você está errada - ele gesticulava freneticamente - Caramba, Hermione! Ele estava preocupado com você e é assim que o trata? 

— Como se ele se preocupasse com alguém além dele mesmo - ela retrucou revirando os olhos. 
—Hermione, você sofre algum tipo de retardo mental, garota? - Nott dava ênfase à cada palavra duramente - Ou é cega o suficiente para não perceber? - Riu em escárnio - DRACO SE IMPORTA COM VOCÊ! 
Ele gritou na esperança de fazer a garota perceber a verdade, ela por outro lado encolheu os ombros e desviou o olhar dele. A única coisa que conseguia pensar era: Draco realmente se importa comigo? 
Seus olhos marejaram e ela fungou levemente. 
—É verdade, Theo? - Ela perguntara num fio de voz.
—Claro que é, Hermione - seu tom de voz era doce para com ela - Ou você acha que ele levou comida para você por que eu pedi? - Ele colocou a mão na cabeça dela - Ah, garotinha, esse foi apenas um pretexto que ele usou para ir até você. Eu só fiz um comentário sobre a sua situação e ele que tomou a atitude. 
Duas grossas lágrimas escorreram pelo rosto pálido de Hermione e ela encarou Theo, chorosa.
— Eu sou uma idiota, Theo... - disse entre soluços.
—Não, só é meio lerda - ele riu e afagou a cabeça dela - Se eu fosse você iria onde ele agora mesmo, sabe? 
Ela assentiu minimamente e limpou as lágrimas. 
— Obrigada, Theo - ela sorriu pra ele.
— Amigos são para isso, lindinha - ele tirou a mão da cabeça dela e deu-lhe um peteleco na testa. 
Ela resmungou de incômodo e acariciou a testa, em seguida sorriu novamente e saiu correndo, procurando o loiro nos corredores.
Theo a observou partir, sentindo uma leve agitação no peito ao ver a figura singela correndo como que em câmera contra a luz. Seus cabelos dançavam suavemente sob os raios de sol, ganhando uma coloração dourada. 
Ele deu um tapa na própria testa ao perceber que estava prestando atenção demais na amiga. 
— Okay, vamos acabar com isso - sussurrou pra si mesmo. 
 

(...)

Draco estava no pátio da entrada de Hogwarts, sozinho. Ele lia algum livro qualquer que achara na biblioteca. Há praticamente um dia, ele não conversava com ninguém, nem mesmo Theo, se isolara de tudo e de todos. As palavras de Granger martelavam na sua cabeça e ele, de certa forma, se sentia culpado mesmo que não tivesse culpa. Amaldiçoava a tia pelo sofrimento que fizera a garota passar.

Sentia os raios solares penetrarem o tecido da sua camisa, aquecendo sua pele. Apesar da Inglaterra estar perto do inverno, em alguns raros dias fazia sol, mesmo que não quente o suficiente para deixar os suéteres guardados no armário. Draco, entretanto, usava apenas a camisa social branca do uniforme, sequer sentia frio.

Tirou os olhos do livro por um rápido instante e fitou o horizonte, o céu se tingia de azul claríssimo e cinza.  Malfoy ateve-se a admirar a bela paisagem, nunca parara realmente para apreciar paisagens, mas naquele momento aquela bela imagem lhe transmitia paz que há muito não sentia.

Estava tão distraído que levou um certo tempo para perceber que era abraçado pela cintura. Não se assustou e tampouco exclamou algo, apenas fitou os finos braços que envolviam sua cintura, sabia de quem eram.

O calor que emanava à suas costas era confortável e familiar. Sentia a respiração ofegante dela apenas pelo movimento de seu corpo. Segurou os braços magrelos e os afastou de sua cintura. Virou-se rapidamente mantendo os braços afastados.

Hermione estava a sua frente ofegante e assanhada. Seu olhar carregava uma determinação que ele poucas vezes vira ali. Eles estavam perigosamente próximos.

— O que faz aqui? - ele se manifestou com a voz rouca e fria.

A garota tentou se soltar, porém ele a mantinha presa firmemente.

— Me solta! - ela reclamou se debatendo.

— Soltarei se me falar o que veio fazer aqui - ele propôs calmamente.

—Tudo bem! - ela concordou.

Estava estranhando ele, esperava que lhe atacasse com toda a frieza possível, mas ele estava relativamente calmo, e aquilo lhe assustava. Draco a encarou, ali ela parecia um animal selvagem, assanhada e esbaforida.

Hermione tomou o fôlego necessário para falar o que devia.

— Eu vim... - ela hesitou, ansiosa. - Lhe pedir desculpas!

Soltou tudo de uma vez e desviou o olhar dele, temerosa.

Draco se surpreendeu com a atitude dela, não esperava aquilo, um sorriso dançou rapidamente em seus lábios e ele a soltou. 

— Desculpas? - ele fez-se de desentendido.

Ela franziu as sobrancelhas.

— Isso... - concordou desconfiada.

—Pelo quê mesmo? - ele fez uma cara pensativa.

Ela entendeu onde ele queria chegar e antes que perdesse a paciência procurou se acalmar.

— Oras, sua fuinha, você sabe pelo que é! - exclamou corada.

— Granger, você costuma pedir desculpas xingando as pessoas? - ele estava inexpressivo. - Acho que isso não funciona.

— Por quê você tem que ser tão irritante ás vezes? - ela revirou os olhos - Só aceite as minhas desculpas, eu sinto muito, okay?

— Sente? - ele se prendia em cada palavra dita.

— Sim, eu fui cruel e sei que, assim como eu, você tem seus próprios traumas. Eu não deveria ter tratado o meu como superior ao seu, foi errado, eu estava errada, usei o tom errado. Só me desculpe, okay? - suspirou sem folêgo.

— Por que eu deveria fazer isso? - ele arqueou a sobrancelha.

— Por que agora sei que se importa comigo, assim como me importo com você, então se não quer me ver sofrer, só me perdoe logo... - ela cruzou os braços desafiando-o.

— Você é muito presunçosa, sabia? - ele zombou dela.

— Caramba, só diga logo se... - ela fora interrompida.

Draco colocara ambas as mãos em seu rosto e a beijara repentinamente. De inicio, Hermione assustou-se, mas em seguida relaxou e começou a corresponder o beijo que era calmo e excitante. A garota sentia as pernas bambas e se apoiara em Draco, temendo cair. Eles só pararam o beijo quando sentiram necessidade de oxigênio.

— ... E fala demais - Draco concluiu ofegante e revirando os olhos.

Depois disso nenhum dos dois se pronunciou novamente e assistiram o céu escurecer lentamente.

Você me tem nas mãos

Nem sabe o tamanho do seu poder

Eu estou a cem pés de distância

Mas eu caio quando estou perto de você

Você me mostra uma porta aberta

Depois fecha ela na minha cara

Eu não aguento mais

Estou pedindo

Amor, por favor, tenha piedade de mim

Pegue leve com o meu coração

Mesmo que não seja sua intenção me machucar

Você continua me destruindo

( Mercy - Shawn Mendes)


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Notas finais do capítulo

HEY, DE NOVO
gente, eu gostaria de fazer um teste de alcance da fic pq sinceramente comparado ao SS eu quase não tenho retorno da fic aqui no Nyah e isso me entristece pq postei a fic primeiro aqui e não quero removê-la por não ter retorno, mas se vocês não estão gostando da história, sinto muito mesmo...
Portanto se gostam ou não, se acham que tem algo errado ou ruim comentem! PRECISO DA OPINIÃO DE VCS AMORES, PLEASE!
enfim, até a próxima :/



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