Dramione-Bring Me To Life escrita por Eileen Ross


Capítulo 13
Voltando para o Abraço


Notas iniciais do capítulo

escrevi em menos de 5 hrs
Palmas kkkk
kissus flores



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“Ela estava em casa com os pais. Sorriam sobre algo que passava na televisão trouxa e ela agradeceu internamente por estar com eles, Seus Pais.

Levantou-se do sofá macio para ir buscar um copo de suco na cozinha. Pegou um copo de vidro no armário e a jarra de suco de uva na geladeira e encheu o copo. Retornou tranquilamente até a sala tomando o suco em pequenos goles, quando percebeu que seus pais eram mantidos reféns por três Comensais da Morte, ela se desesperou e cavou o bolso do moletom a procura de sua varinha, não a encontrou e reparou que a mesma se encontrava na mão de um dos Comensais. As lágrimas queriam escapar de sua toca, porém ela forçou-as a voltar e tentou se manter firme e forte.

O Comensal que estava com sua varinha ficou de frente para o seu pai que era imobilizado por outro Comensal robusto. Ela temeu pelo que viria a seguir e cerrou os punhos.

–Testemunhe agora, Hermione Granger, a punição por seus atos contra o Lord das Trevas- disse sombriamente.

Ele apontou a varinha para o trouxa que tinha os olhos arregalados em puro pavor e em seguida lançou a maldição mortal.

–Avada Kedrava!

E o corpo do Senhor Granger caiu sem vida sobre o carpete branco. Hermione soltou um grito de desespero e incredulidade e as lágrimas começaram a correr livremente pelo seu rosto. O Comensal então se virou em direção a sua mãe, que chorava sem pudor e sorriu sádico, Hermione já sabia o que se prosseguiria.

–Não!- ela apelou – Por favor, não! Por favor!

A castanha segurava a cabeça com as mãos e estava parecendo uma desequilibrada.

–Eu faço o que quiser, por favor, não a mate!- a voz estava pastosa devido as lágrimas correntes.

O rosto dela era o mais perfeito retrato do sofrimento, mas o Comensal foi impiedoso e sádico, natureza dele.

–Ops... - ele sorriu- Acho que não.

Hermione olhou para a mãe que a encarava de volta com as feições vazias e apáticas.

–Isso é tudo culpa sua Hermione- disse amargamente deixando as lágrimas correrem e fechou os olhos.

E em seguida o corpo da mulher trouxa caiu igualmente ao lado do corpo do marido.

Hermione sentia a culpa corroer todo o seu interior e se permitiu desabar no chão, chorando convulsivamente. O Comensal apontou a varinha em sua direção e ela fechou os olhos, esperando para acolher a morte.”

–Hermione! – ela escutava uma voz distante- Hermione!

Sua consciência foi retornando aos poucos e ela sentiu tudo a seu redor, desde o colchão macio a brisa fria que entrava pela fresta da janela de seu quarto. Seus olhos pareciam pesar quilos e ela com extrema dificuldade os abriu.

Theo estava sobre ela e imobilizava seus braços e pernas. Ela espantou-se ao reparar que estavam naquela situação e ainda mais quando percebeu que estava com a varinha empunhada.

–Theo?!- sua voz estava falha e ela corou ao sentir a respiração de Theo bater em sua bochecha. - O que houve?

–Hermione! Graças à Merlin! Você está bem? – Theo sorriu

–Hum, Sim, Por que não estaria?- perguntou confusa.

–Mione, você estava gritando muito e quando cheguei aqui você estava apontando sua varinha para o nada! Você está realmente bem?- ele franziu as sobrancelhas preocupado.

–Oh...- ela suspirou longamente.

Lembrou-se rapidamente do seu pesadelo e virou o rosto para o lado sentindo as lágrimas escorrerem pelo seu rosto até chegarem ao cobertor vermelho.

–Hermione...

–Não Theo.- ela engoliu seco se recusando a encarar ele.

–Hermione... - ele chamou de novo.

–Me deixe Theo!- ela exclamou fria.

Theo bufou e se ajeitou para ficar firme e encarar a garota.

– Mais que droga Hermione! – reclamou – Olha pra mim!

Hermione o encarou por entre as lágrimas e rangeu os dentes.

– O que você quer?- disse cansada – Quer que eu te conte por que estou chorando? Quer investigar minha vida? Quer controlar meus sentimentos?

–Não Hermione!- ele suspirou – Caramba, não quero saber de nada, não quero controlar você só quero que saiba que eu estou aqui, e que eu sou seu amigo sabe?!

Hermione se arrependeu de ter sido grosseira com Theo e deixou uma nova onda de lágrimas correrem pelo seu rosto.

–Me desculpa Theo! Me desculpa... – Ela pediu com a voz fraca e trêmula.

Theo soltou os pulsos dela sobre os travesseiros e sua mão dormente deixou a varinha cair. Ele deixou a cabeça no colo dela e passou os braços pela cintura dela, a apertando fortemente. Hermione passou os braços ao redor dos ombros do moreno e o apertou buscando conforto. Theo rolou pela cama de modo que agora era Hermione que estava em cima de si com a cabeça deitada em seu peito. Ele esperou a garota se acalmar enquanto acariciava seus revoltosos cabelos castanhos.

Mesmo com Theo ali a consolando silenciosamente, ela não pôde deixar de sentir saudades do abraço do loiro. Ela só precisava dele, mas ele havia deixado seu coração em pedaços, e agora ela vagaria dilacerada dele?

Recriminou-se internamente por pensar aquilo quando Theo estava se esforçando para lhe acalentar. Suspirou mais calma, tentando afastar todos os pensamentos negativos, conseguindo momentaneamente. Cruzou as mãos sobre o tórax de Theo e apoiou o queixo em cima das mesmas.

Theo a encarou curioso e ela tentou sorrir ternamente, o que saiu meio errado fazendo o moreno soltar uma risadinha pelo nariz.

–Está melhor?- perguntou enxugando os vestígios de lágrimas do rosto da amiga.

– Vou ficar- foi sincera e ele suspirou.

–Okay- disse resignado- Se precisar de alguma coisa seu amigo trasgo sempre vai estar do seu lado.

–Theo!- ela riu do amigo.

–O quê? Mas não sou?- ele resolvera arrancar uma risada dela.

–Claro que não é!- ela riu – Seu bobo.

–O bobo que te fez sorrir – ele disse – Já posso morrer em paz.

–Meu Merlin, deixe de ser dramático- ela ria leve.

–Okay, tudo bem Mionezinha- ele beijou a ponta do nariz dela e Hermione ruborizou.

Ela sentou-se sobre o tórax dele e fez sua melhor cara de desconfiada.

–Você está muito ousado, meu amigo – ela arqueou a sobrancelha – O que veio fazer aqui mesmo?

–Uou, isso mesmo, julgue o seu amigo por vir ver se você estava bem e lhe acompanhar para o café- ele fez bico.

–Café?- ela exclamou surpresa. Já amanhecera?

–Exato café da manhã- ele cruzou os braços.

Só então ela reparara na claridade suave que adentrava o cômodo e reparara também na sua roupa. Sua camisa branca do uniforme estava amassada e estava com os quatro primeiros botões abertos, revelando parte do seu sutiã branco de renda, suas meias estavam uma mais alta que a outra e a saia era a única peça que não estava bagunçada, seu cabelo por sorte não estava uma juba.

Lembrou-se que havia ficado até tarde escrevendo uma carta para Harry e ficara com tanto sono que apenas jogara-se na cama, adormecendo rapidamente.

Ficou vermelha ao perceber a situação que se encontrara e ainda mais por ver que Theo estava olhando para seu busto, fechou a camisa rapidamente e saiu de cima de Theo, totalmente envergonhada.

– A vista estava ótima Hermione – Theo caçoou ao ver o estado da castanha.

Um tapa em sua bochecha o fez rir e riu ainda mais ao ver a cara indignada de Hermione.

–Relaxa Hermione! Só quero ser seu amigo mesmo- ele justificou-se – Você não faz meu tipo mesmo castanha.

Hermione pegou outro conjunto do uniforme e sua toalha e entrou no banheiro batendo a porta com força.

–Eu te espero aqui okay Mione?- Theo avisou ainda rindo.

Dentro da banheira, Hermione permitiu que as lembranças do pesadelo voltassem e lhe atingissem como flechas, afundou na banheira impedindo as lágrimas de escorrerem pelo seu rosto para então elas se misturarem na água morna da banheira.

Submersa na água, apenas seus pensamentos a atormentavam, a frase que sua mãe dissera no pesadelo não saia de sua mente e fazia seu coração doer, tanto de culpa quanto de saudades dos pais. Ela queria poder escrever para eles, mas sabia que eles não se lembravam dela.

Seus pulmões necessitavam de oxigênio, mas ela não queria voltar a realidade trágica. A água invadiu suas narinas e antes que adentrasse os pulmões ela emergiu tossindo alto. Saiu da banheira e caiu ao lado dela engasgada com água. Apoiou-se com as mãos e os joelhos e levantou cuspindo a água que saíra de sua boca na pia.

–Hermione, tudo bem ai? – Theo perguntou do outro lado da porta preocupado com o acesso de tosse da amiga.

Ela respirou fundo e forçou a voz a sair firme. – Sim, só me engasguei com pasta de dente.

–Só você mesmo Mione- Theo riu e voltou a cama.

Hermione terminou de se higienizar e vestiu o uniforme. Saiu do banheiro prendeu os cabelos com um palitinho e partiu para o salão principal com Theo.

Ao chegarem à porta Theo depositou um beijo em sua testa e eles se separaram cada um indo para sua respectiva mesa. A castanha desejou apenas um bom dia para Gina que mantinha uma conversa calorosa com Parvati Patil.

Granger pela primeira vez em meses sentiu fome realmente, colocou um sanduíche bem recheado e uma maçã no seu prato e colocou chocolate quente em sua xícara. Começou a comer apreciando o misto entre doce e salgado.

–Hermione, você está bem?- Gina questionou impressionada por ver a amiga se alimentando com vigor.

–No momento, apenas com fome- Hermione respondeu enquanto terminava sua refeição.

Gina sorriu da amiga e continuou conversando com a Patil. Ao terminar de comer, o olhar de Hermione rodou todo o Salão Principal, admirando cada detalhe minimalista daquele local, e então seu olhar caiu sobre a mesa da Sonserina, ela procurou uma cabeleira loira até que o encontrou sentado ao lado de Theo na mesa, o seu olhar encontrou o dele e ela tratou de desviar atordoada.

Saiu do salão e foi em direção a sua aula de Herbologia com a Corvinal.

O dia passou rapidamente e para Hermione ele fora bem cansativo e produtivo, arrecadara 40 pontos para a Grifinória e havia despachado sua carta para Harry. Agora ela estava a beira do Lago Negro mesmo que estivesse tarde e Filch pudesse lhe punir por estar fora do castelo, o vento que fazia seus cabelos dançarem e seus pelos se eriçarem valia a pena.

Sorriu para o imenso Lago Negro e se lembrou de quando acompanhava seu pai nos feriados quando ele ia pescar, uma alegria nostálgica a invadiu por aquela lembrança, mas em seguida uma lágrima de saudade escorreu horizontalmente no seu rosto e o vento levou. O seu rosto estava novamente banhado em lágrimas, mas desta vez seu sorriso continuava ali.

Sentia uma imensa falta de seus pais, afinal os amava mais do que sua própria vida, agora estava ali diante aquele lago, completamente sozinha e só podia se consolar com as suas memórias.

Queria tanto poder sentir que tinha uma casa de novo, que tinha sua família lhe esperando para o Natal e que eles dormiriam com ela quando tivesse pesadelos como faziam quando era pequena. Queria sentir o abraço forte de seu pai e o beijo suave de sua mãe. Mas não podia.

–Por quê?!- ela sussurrou para o lago – Por que não posso ser feliz plenamente?!

Gritou e sua voz ecoou fazendo os pássaros voarem assustados. Ela caiu chorando sobre as pedrinhas que havia na beira do Lago, seus soluços eram estridentes e as lágrimas molhavam seu Jeans.

Sentiu uma mão em seu ombro, mas não quis erguer a cabeça, afastou a mão com o braço e voltou a se encolher, escutou as pedras serem pisadas e imaginou que a pessoa havia ido embora. Sentiu novamente um toque, só que dessa vez eram mãos em seus ombros, tentou segurar o choro, mas ele só voltou com mais força a fazendo ficar trêmula.

As mãos saíram de seus ombros e ela sentiu falta do calor que elas trouxeram. Ela ergueu a cabeça e encontrou Malfoy em pé ao seu lado, as lágrimas vieram em uma nova onda e ela se recusou a encará-lo.

–O que faz aqui?!- perguntou grosseiramente com a voz embargada.

–Nada- ele respondeu simplesmente.

–Está me seguindo por acaso seu idiota?!- ela insistiu grosseira.

–E se estiver?- ele respondeu com outra pergunta.

Ela ficou em pé de frente para ele sem se importar com suas lágrimas, ele tinha a face limpa de emoções.

–Dá pra me deixar sozinha?!- ela cerrou os punhos.

–Não- ele falava calmamente.

–Por quê?!- ela chorava de raiva- O castelo é enorme, por que não vai para outro lugar?!

–Por que não precisam de mim em outro lugar-ele revirou os olhos

–Que droga Malfoy! Deixe-me em paz! –ela partiu para cima dele acertando socos em seu peito- Você se acha no direito de destruir os outros e simplesmente depois vir atrás para humilhar é?

–Não- ele disse mas ela não deu atenção

–Acha que pode invadir a privacidade dos outros assim é? – sua voz estava embargada – Eu só queria uma vez na vida ficar sozinha com os meus pensamentos! Só queria paz para ver meus pais ao menos em minhas memórias, mas ai você tem que aparecer! Tem que ver meu estado deplorável e zombar de mim não é? Tem que vir dizer que eu sou uma idiota por sentir saudades de quem eu mesma tirei a memória, de quem não lembra que eu existo, de quem não sente saudades como eu! De quem agora não me ama como eu amo tanto! Por que faz isso comigo?!

Draco acolheu Hermione entre seus braços e ela chorou em seu peito molhando seu suéter. Os seus soluços eram abafados e ele acariciava os cabelos dela sussurrando palavras doces, e ela baixou a guarda e o abraçou. Draco se surpreendeu mas não parou com as carícias nela.

–Draco, eu sinto tanto a falta deles!- ela confessou e ele compreendeu.

–Eu sei, eu sei..- ele disse e ela chorou mais – Shiiu... vai passar.

Hermione foi aos poucos se acalmando e ele sentiu isso.

–Por que você está aqui?- perguntou com a voz falha.

–Por que eu sei que você precisava de um abraço, e de alguém com quem contar – ele disse sinceramente.

–Odeio quando você tem razão- ela declarou e ele riu levemente.

–Granger- ele começou – Você sabe que eu não sou um mocinho não é mesmo?

–Sim eu sei – ela suspirou.

–Você não pode esperar de mim atitudes de heróis, mas eu sei que o que fiz não foi certo- Ele disse em tom baixo – Espero que algum dia você possa me entender e perdoar.

Hermione ficou surpresa e se soltou do abraço

–Você está se desculpando?

Ele virou o rosto para o lado e relutantemente assentiu, seu orgulho foi por água abaixo. Hermione o abraçou com mais força e ele a envolveu com os braços novamente.

–Eu entendo que você não é um herói como o Harry, mas essa atitude foi digna de um herói- ela declarou suavemente.

–Humpf- ele apenas disse e ela sabia que aquela seria sua forma de agradecer.

Hermione no final das contas sabia que a partir de agora poderia contar com Draco, mesmo com toda sua indiferença ele parecia se importar com ela.

She wants to go home, but nobody's home

(Ela quer ir pra casa, mas não há ninguém em casa)

That’s where she lies, broken inside

(É ai, que ela se encontra destroçada por dentro)

With no place to go, no place to go

(Sem ter pra onde ir, sem ter pra onde ir)

To dry her eyes broken inside

(Para secar suas lágrimas, destroçada por dentro)

Her feelings she hides

(Os seus sentimentos ela esconde)

Her dreams she can't find

(Seus sonhos ela não consegue encontrar)

She's losing her mind

(Ela está perdendo a cabeça)

She's fallen behind

(Ela ficou para trás)

She can't find her place

(Ela não consegue achar seu lugar)

(Nobody’s Home- Avril Lavigne)



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Notas finais do capítulo

até mais



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