POV STEFAN.

Eu deveria saber onde era a linha imaginaria antes disso, mas tudo o que eu consigo enxergar agora é como seu cabelo úmido está espalhado por meu travesseiro e em como seu cheiro de baunilha está em todo o meu quarto. Deus, eu adoro esse cheiro. Eu adoro como o corpo dela está enroscado no meu nesse momento.

Eu realmente não acredito que Elena não tem consciência do que tem feito comigo no ultimo mês. Ciúme nunca foi o meu tipo, mas tudo o que eu quero ultimamente é mostrar para todos que ela é minha.

Não preciso que lembrem o quão idiota eu soo nesse momento.

O relógio na minha cabeceira denuncia o quanto estou prestes a ficar atrasado, mas simplesmente não posso me desvencilhar dela nesse momento. Perdi a conta dos minutos que se passaram desde que acordei. Eu só consigo olhar pra ela e para seu corpo e a barriga que carrega um pedaço de mim.

O fato de Elena estar carregando meu filho nunca me pareceu tão extraordinário antes e eu sei que mudei de ideia porque só agora vejo o quanto ela é extraordinária. E porra, isso me assusta muito. E eu quero muito beija-la agora. Porque sua inconsciência a torna tão vulnerável e angelical e acho que estou fora de mim por ter esses pensamentos, então relutantemente retiro seus braços da minha cintura.

Tomo um longo banho e tento não pensar em como a fiz minha bem aqui nesse exato lugar poucas horas antes. Balanço a cabeça e respiro fundo.

Eu preciso seriamente rever meus sentimentos em outro momento.

Deixo o quarto totalmente vestido e pronto para um novo tediante dia na faculdade. Encontro minha mãe na cozinha preparando o café da manhã.

Isso me deixa aliviado. Eu não percebia o quanto sentia falta da companhia dela pelas manhãs e todas aquelas insistências para que eu comesse mais do que uma maçã antes de ir para a escola. Pensar nisso me faz lembrar quão novo eu ainda sou e o quanto as responsabilidades eu assumo me fazem agir como um adulto idiota.

–Bom dia rapazinho. – ela diz quando me vê parado no corredor.

Um sorriso aparece em meu rosto.

–Bom dia mãe.

Ela me analisa minuciosamente enquanto faço meu caminho pelo balcão e coloco café em uma xicara.

–Eu imagino que você esteja em um ótimo humor, baseado na noite de ontem. –comenta.

Viro meu rosto em sua direção instantaneamente.

Ela está sorrindo.

–Mãe...

–Oh querido, você é casado! Por Deus. Além disso, estou muito feliz que vocês dois estejam se dando bem. – ela parece pensativa agora. – Eu estava com medo que o fato de eu ter feito você casar com ela, em primeiro lugar, ter deixado você irritado.

Balanço a cabeça.

–Eu entendo porque você fez isso, mãe.

Ela parece aliviada com a minha resposta, então fico feliz de ter dito isso. Eu não quero que ela ache que a culpo.

Tomo o café em silencio enquanto ela me observa. Minha mãe é uma das pessoas mais observadoras que eu conheço. Eu nunca fui bom em mentir para ela, pois ela sempre via a verdade nos meus olhos.

Mas eu menti no dia do meu casamento.

E menti varias vezes depois disso.

Mas não minto agora e ela sabe. Eu realmente não a culpo por nada.

Respiro fundo.

–Obrigada por ter feito isso. – digo.

Espero que ela saiba do que estou falando.

Ela sorri.

Ela sabe.

–Você não precisa agradecer.

Ao terminar de beber o resto do liquido na xicara, caminho até ela para dar-lhe um abraço antes de sair. Ela me abraça de volta, mas me manter perto depois disso. Olhando-me seriamente nos olhos.

–Eu estive pensando... Você e Elena serão pais logo... Então eu espero que você esteja pronto para saber como ajuda-la quando isso acontecer.

Aceno com a cabeça para que ela saiba que eu entendi o recado. Eu mesmo já estive pensando sobre isso antes.

Eu não sei nada sobre mulheres gravidas e tampouco acho que Elena saiba.

Pego meu carro na garagem do apartamento e dirijo até a faculdade.

Não é muito longe, mas eu desejava que fosse uma ou duas quadras. Tem sido um tormento deixar Elena sozinha nas ultimas semanas. Eu não sei como fiz isso por tanto tempo no inicio do mês. Eu a deixei completamente indefesa em um apartamento em uma cidade que ela mal conhece.

Não sei como ela não me odeia.

Klaus me vê antes que eu possa enxerga-lo no meio da multidão de alunos.

Ele acena.

–Hey Sr. Salvatore. – ele diz.

Aceno com a cabeça.

–Hey Sr. Hoje acordei de Bom humor. – ao mencionar isso instantemente trago um sorriso ao meu rosto. Foi como Elena me chamou quando preparei seu café no dia seguinte a nossa primeira briga.

Klaus aponta o dento no meu rosto.

–Porra esse sorriso na sua cara! Isso é... Você transou, não é?

Reviro os olhos e continuo caminhando com o restante dos alunos.

Ele me segue.

E diversas garotas nos seguem também.

–Stefan, está na sua cara! Não sei como a vida sexual de um cara casado pode ser melhor do que a minha vida sexual.

Faço um careta.

–Você reclamando? Se eu bem me lembre você tem todas as garotas que quer na sua cama toda semana. – digo.

Passamos por diversas salas e subimos a escada para o segundo andar, onde temos nossa única aula juntos.

Klaus não está protestando.

–É. Mas eu nunca estive apaixonado por nenhuma delas.

Suas palavras me fazem recuar uns dois passos. É involuntário e espero que ele não tenha percebido.

Ele percebeu.

Obvio que ele percebeu. Klaus sempre sabe quando escondo coisas e ele definidamente sempre soube que algo em meu casamento com Elena não estava certo.

Ele só deixou de ligar para isso depois de conhecê-la.

Mas agora ele está me olhando com aquele olhar questionador novamente, o mesmo que recebi quando contei que me casaria com uma garota que eu nunca nem tinha mencionado conhecer antes.

Ele balança a cabeça.

–Eu não sei nem como ainda quero entender isso.

–Não há nada para se entender.

Ele está oficialmente me encarando agora.

–Porra cara, sou seu melhor amigo. Você sabe que pode me contar o quer que isso seja... E pode me dizer que talvez não tenha sentimentos por ela, mas você tem. Isso é tão obvio nessa sua cara desde o momento em que o vi com ela pela primeira vez. Acredite em mim quando digo: não sei que merda está rolando entre vocês, mas você está fodidamente errado ao agir como se não a amasse.Feelings for her

Suas palavras me pegam totalmente desprevenido.

–HEY CARAS!- Ouço Patt gritar enquanto caminha até nós.

Salvo pelo gongo.

–Pattie você está bêbado? – Klaus muda o assunto, mas o ar tenso ainda está entre nós.

Patt ajeita o cabelo impertinente e abre um sorriso convencido.

–Eu apenas acabei de ter o melhor sexo da semana no armário da cantina.

Klaus revira os olhos.

–Se continuar transando com as professoras vai acabar se dando mal, Patt. – avisa em tom descontraído antes de me lançar aquele olhar e entrar na sala.

Patt assovia.

–Parece que alguém acordou com o pé esquerdo.

Respiro fundo pelo menos duas vezes, ignorando o comentário.

Klaus alivia a barra apenas duas horas depois, quando nos encontramos no refeitório. Ele alega que seu surto psicótico deve-se ao fato da falta de sexo nas ultimas semanas, mas tenho plena certeza que envolve algo sobre pai.

Mikael Mikaelson pode ser o Diabo quando quer. Até mesmo com os próprios filhos.

Você pode não querer imaginar o que ele adoraria fazer com o restante dos meros mortais que não possuem sangue Mikaelson nas veias.

Eu provavelmente deveria ter casado com Rebekah e entrado na família daqui a alguns anos. Isso provavelmente teria aliviado a rivalidade nos dois lados na empresa.

Meu pai teria adorado, eu imagino.

Por falar em família.

Damon me liga insistentemente nos últimos 20 minutos.

Peço licença para o Sr. Fitzgerald e saio da sala no meio da explicação.

–Que porra, Damon. O que foi?

–É a Elena, cara. A gente está no hospital, você pode arrastar a sua maldita bunda até aqui? Ela não para de perguntar você...

Nem ouço o que ele termina de dizer. Estou atravessando os corredores ás pressas sem pensar duas vezes.