Beautiful Accident escrita por Lovatic


Capítulo 20
Capitulo 19. Perdida.


Notas iniciais do capítulo

dedicado á Vanessa e Asheley, que recomendaram a fic



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A campainha toca e o cara do restaurante chega com nosso jantar. É engraçado ver o olhar abismado que a mãe de Stefan me lança ao descobrir que não sou muito fã de culinária.

–Elena não vai precisar cozinhar aqui, mãe. Sou o verdadeiro chefe da família. – Stefan diz entre uma garfada e outra.

–Seu pai também adorava cozinhar. – Maryse diz. – Ele trabalhava como aprendiz de chefe em um restaurante na Itália quando o conheci.

Sinto-me instantaneamente interessada no assunto.

–Vocês se conheceram no restaurante?

Maryse sorri como se estivesse adorando ter a chance de contar essa história.

–Oh não. Nós no conhecemos na festa de aniversario de Sophia Warner. Uma linda garota. Eles eram namorados na época.

–O que aconteceu?

–Ora, ele me conheceu. – e sorri um pouco com a recordação. – Dançamos a noite inteira. E no final ele me convidou para jantar no restaurante de seu amigo.

–E o que aconteceu com a garota? Sophia Warner?

–Ela se casou anos depois com um marinheiro chamado Bill.

Todos na mesa riem e eu não consigo parar de pensar que adoro isso. Adoro fazer parte desse momento.

Olho para Stefan e descubro que ele já tinha seus olhos dirigidos a mim.

–Giusepp é um ótimo pai e marido, sempre querendo o bem da família.

–É, mas sempre nessas viagens patéticas. – Lexi diz. Claramente chateada.

Nunca perguntei a origem da viagem á Stefan, mas suspeito que não seja um bom assunto para se tratar a mesa, então continuo calada.

–Pais são pais, Alexis. – diz sua mãe severamente, depois me olha com atenção. – Como era seu pai, Elena?

A pergunta em si me deixa tão surpresa quanto indefesa. Vejo Stefan se preparando para pedir que sua mãe não toque no assunto, mas sou mais rápida que ele.

–Ele era um bom homem. – digo. – Meu pai era como o melhor pai da história. Era carinhoso e gentil comigo e com a minha mãe.

Maryse sorri.

–E onde eles se conheceram?

Respiro fundo.

–Eles participavam de uma maratona de barcos a vela na época. Seus barcos quase colidiram em uma cidadezinha e eles se apaixonaram. – digo.

O buraco em meu coração é tão fundo que posso ouvir os ecos dos meus gritos.

–Isso parece romântico. – Lexi diz.

Maryse olha para Stefan.

–Porque você nunca nos contou isso, filho?

Vejo a tensão voltar aos ombros de Stefan e sei que preciso fazer algo.

–Eu nunca... Nunca contei muito sobre isso para ninguém. Não é um assunto que eu goste de tocar e Stefan aceitou manter tudo entre nós... Ele foi muito gentil. – digo.

Aperto sua mão contra a minha embaixo da mesa, mas ele não aperta de volta.

Nem preciso olhar para saber que está chateado.

Minutos depois que Stefan se retira sua mãe repete que eu não preciso ficar para arrumar a cozinha, não importa o quanto eu tente relutar, ela quase me empurra para o quarto de Stefan.

Acho que queria adiar isso por mais tempo.

Entro o mais silenciosamente possível esperando vê-lo deitado, mas a visão de Stefan apenas de jeans e com um livro de Administração em mãos, me deixa tão desamparada que não sei como dar os primeiros passos.

Apesar de ele não levantar o olhar quando entro, sei que está me observando enquanto procuro minha camiseta no armário. Encontro-a e vou até o banheiro. Prendo meu cabelo em um coque e tomo uma ducha rápida. Passo creme e perfume e me sinto idiota por estar fazendo isso porque quero agrada-lo, mas não paro. Escovo os dentes e arrumo meu cabelo.

Quando saio novamente Stefan ainda está na mesma posição. Respiro fundo e caminho até ele.

Ele tira os olhos frios do livro e me encara.

–Tudo bem? – pergunta.

Balanço a cabeça afirmativamente e faço algo que nunca pensaria em fazer nem um milhão de anos.

Sento-me em seu colo na cama, deixando seu quadril entre minhas pernas. Ouço quando a respiração de Stefan acelera e ele me olha tão surpreso e alarmado que quero beija-lo.

Uns dois segundos de compreensão se passam e ele finalmente puxa minhas pernas nuas para mais perto. Fazendo-me colidir com seu corpo.

Seu livro está jogado em algum lugar que não posso ver.

Ele me aperta um ou duas vezes.

Encosto minha testa na sua.

–Foi há 3 anos. Eu tenho 15 na época. – digo tão baixo que só sei que ele ouviu porque estamos próximos demais um do outro. – Eles me disseram que essa seria a ultima maratona e que precisavam fazer isso. Em nome dos velhos tempos e então entendi e aceitei. Fiquei com Jenna na minha casa por um mês.

Vejo-o me observar em silencio e respiro fundo.

–Eu estava brincando com Jer no dia que Jenna me deu a noticia. Foi uma tempestade muito forte e o barco virou. – digo. – Mas a Marinha disse que algo tinha colidido com eles algumas horas antes. Talvez alguma peça que tenha caído de uma embarcação ou sei lá. Isso abriu um buraco enorme no casco do barco deles e quando a tempestade chegou...

Não gosto de falar nisso. Prefiro manter tudo isolado no canto mais obscuro da minha mente e não tenho uma razão especifica para estar contando a ele, mas eu quero. Quero contar pra ele, quero falar com ele sobre isso. Quero que ele saiba e quero que ele me diga algo que ninguém mais disse. Ou faça algo que ninguém mais fez.

–Elena... Você não precisa falar se não quiser. – ele acaricia meu rosto com a ponta dos dedos.

Respiro fundo mais uma vez.

–Os corpos foram encontrados 2 meses depois e o pior de tudo foi que eu fiquei aliviada. – digo entre as lagrimas. – Foram os 2 meses mais longos da minha vida porque todos os dias eu esperava que eles voltassem. Todos os dias esperando uma ligação que dissesse que eles estavam voltando pra casa e... quando encontram seus copos em uma ilha no meio da nada, eu... Fiquei quase aliviada por não precisar passar mais nenhum minuto naquela incerteza dolorosa.

Meus soluços são baixos e minhas lágrimas escorrem sem que eu sinta. Tudo parece estar a base da morfina no meu corpo até que os lábios dele encontram meu rosto.

Ele beija minhas lagrimas. O ato em si me deixa alarmada e abro os olhos procurando os dele.

–Não foi culpa sua. Foi um acidente, espero que saiba disso. – diz.

Balança a cabeça.

–Você não entende. Se não fosse por mim, se eu não tivesse nascido eles teriam continuado seus sonhos. Teriam feito o que queriam fazer e então se casado e vivido tranquilamente em uma casa a beira do mar ou sei lá. Estariam vivos.

Stefan me olha com atenção demais.

–Sua mãe não concordaria com você.

–Minha mãe está morta! – digo.

E quero me soltar dele, quero sair dali e voltar a chorar no banheiro, mas as mãos de Stefan não me deixam. Ele me segura com força contra seu corpo e desisto de lutar, deixo minha cabeça tombar entre seu pescoço.

Ele massageia minhas costas delicadamente. Descendo e subindo. E minha respiração se torna calma em poucos minutos.

Volto meu rosto para perto do dele e beijo-o com tudo o que ainda me resta. Com todos os meus cacos e meus pedaços remendados e ele me beija de volta. Não reluta em estante algum, apenas segura minha cintura com força e aprofunda o beijo vezes seguidas. Até que eu não consiga mais distinguir o que é ele e o que sou eu.

Quando sinto falta do oxigênio passo a beijar qualquer coisa que consigo alcançar: seu pescoço, sua clavícula... Desço minhas mãos para sua barriga nua e beijo seu peito duro. Não sei se os gemidos abafados são meus ou dele. Sua voz está rouca e grossa quando sussurra entre nossos lábios “levante os braços, amor” e eu faço.

Vejo quando ele desliza minha camisa e a joga em algum lugar pelo quarto. Seus olhos encontram meu corpo nu e ele exibe o sorriso mais lindo que eu poderia sonhar em ver. Encontro suas íris verdes e ele está beijando meus seios vezes seguidas para que eu consiga raciocinar.

Minhas mãos tremulas encontram o zíper de sua calça jeans e estou desabotoando-a devagar e puxo sua calça e cueca para baixo. Vejo-o inteiro. Como ele é sem defesa alguma. Totalmente vulnerável e acho que o adoro ainda mais dessa forma, quando seus olhos imploram por mim. E estou dentro dele bem antes de conseguir pensar nisso. Ele abafa um gemido contra meu ombro e meu queixo está contra sua testa. Sinto o quanto ele quer me deitar na cama, mas não deixo.

Fico onde estou e faço movimentos contra seu quadril. Rebolo em cima dele vezes demais para que eu possa contar quantas vezes ele mordeu minha clavícula. Suas mãos me puxam e tentam me trazer para mais perto do que é fisicamente possível. E acho que estou sonhando acordada porque o vejo virar a cabeça para traz com um sorriso satisfeito e seus olhos estão fechados e quero dar todo o prazer possível a ele. Quero que tudo meu seja dele.

Quero que eu seja dele.

Rebolo e desço e subo até que meus músculos se contraem e relaxam segundos antes de seu corpo desabar contra o painel da cama. Encosto minha testa em seu peito e recupero um pouco do oxigênio.

Sinto-me sorrir embaixo de mim e levanto meu olhar até o dele.

–Eu adoro quando você fica encima de mim assim. – diz quase sem folego.

Sorrio entre nossos lábios e o beijo devagar. Até senti-lo em mim mais uma vez.

–Quero que você conheça a minha banheira. – diz um segundo depois.

Não consigo não rir e ele levanta da cama comigo no colo.

E sou dele mais uma vez.

Meu cabelo está molhado contra seu travesseiro, mas ele nem parecer ligar, está me olhando e acariciando minha pele por baixo de sua própria camiseta.

–Talvez tenhamos um grande problema aqui. – diz.

Balanço a cabeça.

–É, talvez.

Ele sorri um pouco e estou tentando muito permanecer acordada. Sinto-o me encaixar em seu abraço, mas não vejo quando isso acontece. Stefan acha que estou dormindo, mas em algum lugar do meu subconsciente, ouço-o murmurar contra a escuridão.

Por Deus, estou perdido.


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Notas finais do capítulo

eaai



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