Beautiful Accident escrita por Lovatic


Capítulo 2
Capitulo 1. Trouble.


Notas iniciais do capítulo

Apesar de ter prova e seminário amanhã fiquei tão feliz com os comentários que aqui vai o primeiro cap



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Dois meses depois.

Corri para o banheiro do restaurante o mais rápido que pude, debrucei-me no vazo permitindo-me fazer aquilo que tenho feito quase todos os dias durante as ultimas duas semanas. Eu não sei bem o que está havendo de errado com o meu estomago, ou o que comi de errado nos últimos dias, mas aquele persistente enjoo seguido por tonturas simplesmente não passava.

Caroline apareceu logo atrás de mim e me ajudou passando carinhosamente a mão pela minha costa enquanto eu quase vomitava meus órgãos internos. Ela pegou meu cabelo e o amarrou em um rabo de cavalo para que o vômito não o atingisse.

Logo após alguns minutos movi-me para a pia e comecei a lavar meu rosto, esperando pelas tonturas ou a dor insuportável na cabeça. Parecia que a pior virose da face da terra tinha me pegado.

–Elena você precisa ir ao médico. – Care me disse, sua expressão era séria e relutante e eu quis perguntar se era só por minha causa.

–Care eu não preciso de médico. Vai passar...

–Porra Elena! Já faz duas semanas que você diz isso!

Encarei completamente abismada a explosão da minha melhor amiga.

–Care...

–Nada de “Care...” Estou realmente preocupada com você, Elena.

–Certo. Eu vou ao médico, prometo.

–Vamos agora! – ela disse, colocando as mãos na cintura e me encarando seriamente.

–Mas estamos almoçando...

–Elena Gilbert você acabou de vomitar o almoço inteiro!

–Ok. Ok. Tudo bem... Só pra você ver que não é nada demais.

Ela me olhou por um minuto e depois suspirou.

–Elena, você acha mesmo que é só isso?

–Como assim?

Um suspirou.

–Nada não. Vamos logo.

Deixei que Care me levasse ao médico de sua família e depois de muita insistência permiti que ela pagasse a consulta. Desde a morte dos meus pais todo o dinheiro que supostamente deveria vir para mim até os meus 21 anos era descaradamente desviado por meu tio idiota, John Gilbert. Ele morava em algum lugar em Denver e graças a Deus e, claro, a mãe da Caroline, eu não precisei morar com ele.

Eu estava deitada na cama do pequeno quarto inteiramente branco, com Care revezando entre olhar pra mim e responder algumas mensagens no celular.

–Você acha que vai demorar?- perguntei.

Odeio hospitais. Quanto mais longe estiver, melhor.

–Foi só um exame de sangue, logo logo ele aparece aí com o resultado. – ela disse, distraída.

–Você está falando com o Matt? – perguntei.

Ela me olhou rapidamente, parecendo assustada por ter sido pega.

–Hum. É... Isso. Matt.

E guardou o celular.

Pensei em insistir em mais detalhes, mas o médico entrou no quarto e Caroline manteve seus olhos fixos nele. Claramente evitando os meus.

–E ai, doutor? Tudo certo?- Ela perguntou.

O D. Maxfield ainda olhava meu exame com a testa franzida, depois virou pra mim e sua expressão relaxou.

–Tudo ótimo, claro. Com ambos. Isso é completamente normal.

Encarei-o sem entender.

–Desculpe? Acho que não entendi. É normal vomitar até seus órgãos ameaçarem sair?

O médico sorriu largamente.

–Bom, é normal o enjoo na maioria dos casos. Há mulheres que quase não tem, mas você já está com dois meses e isso explica muito. – ele disse olhando o papel em suas mãos.

Foi tão rápido que eu mal consegui me mover. Caroline abriu a boca fechou e abriu de novo e desistiu. Pode-se dizer que eu estava tremendo a essa altura. Minhas pernas estavam derretendo feito gelatina.

–O-O que? Desculpe, não sei se entendi. O que você quer dizer com já estou com dois meses? – perguntei tremendo.

Meu queixo tremendo tanto que meus dentes já estavam batendo um no outro.

O médico virou-se para mim, totalmente surpreso com minha pergunta. Depois se voltou para Care parada feito estatua, não parecia nem respirar.

–Senhorita Gilbert... Creio que a senhora tenha consciência do seu estado atual...

–Que- Que estado?

Um minuto.

–A senhora está gravida, senhora Gilbert. Já está com dois meses. – ele disse por fim.

Ele disse isso e eu ouvi.

O mundo inteiro parou naquele momento e tudo o que eu fiz foi encara-lo. Sem dizer absolutamente nada, tive vaga consciência de Caroline tentando falar comigo, mas eu não conseguia ouvir. Tudo o que eu pensava era nas palavras dele. A senhora está gravida, senhora Gilbert. Já está com dois meses. Como isso pode ser verdade? Não estou gravida! Isso nem é possível, eu nunca nem transei sem camisinha...

Não. Não. Não. Não. Não.

–Elena! Elena olha pra mim. Você precisa se acalmar, ok?- Essa voz era Caroline. Eu não tinha percebido que estava murmurando aquelas palavras alto demais.

E de repente tudo ficou completamente vago pra mim. Não me lembro de nada. Não me lembro de ter desmaiado, não lembro se me sedaram ou não, não me lembro de mãos fortes me carregando até o quarto de Care, não me lembro de continuar dormindo pelo que pareciam horas. Não me lembro de ouvir minha amiga conversando com alguém no telefone. Não me lembro de nada daquilo. Por que tudo foi um sonho. Um sonho ruim pra cacete, mas um sonho.

Acordei com o barulho de um carro saindo da garagem e abri meus olhos devagar. A luz que não irradiava pela janela provava que era de noite, e eu me esforcei para tentar levantar, gemi um pouco quando uma dor de cabeça me alcançou e peguei um copo com agua que estava na escrivaninha da minha cama. Cerca de um minuto depois, Caroline apareceu na porta do quarto e, quando me encontrou acordada, suspirou profundamente.

–Graças a Deus. – murmurou.

Levantei o olhar pra ela e tudo caiu sobre mim novamente. Era verdade. Pensei que fosse um sonho ruim, mas os olhos da minha melhor amiga não mentiam. Care me alcançou e me abraçou forte, murmurava coisas reconfortantes enquanto eu encarava um ponto fixo no outro lado do quarto. Meus olhos se encheram de lagrimas e em um minuto eu estava chorando.

Acho que ficamos assim por uma hora inteira até que eu me acalmasse.

–Meu Deus... Meu Deus Meu Deus. – fiquei murmurando comigo mesma.

–Elena, calma, ok? Isso não é bom pra você... Nem pro bebê. – ela completou cuidadosamente.

Olhei os azuis esverdeados dela por um minuto.

–Como isso é possível?

–Isso se chama transar sem camisinha.

–Eu nunca faço isso!

Ela levantou a sobrancelha.

–Meu Deus eu estava bêbada! –completei e enterrei as mãos no rosto.

–Elena, isso é sério. Olha pra mim. – virei-me para olhar a expressão séria. – O que você vai fazer?

Suspirei varias vezes.

–Não posso... – contei até dez varias vezes. – Não posso fazer nada contra essa criança.

O rosto de Caroline aliviou a expressão tensa, e ela suspirou satisfeita.

–Estava com medo que você quisesse fazer algo estupido.

–Não é como se isso não passasse pela minha cabeça... Mas com a morte dos meus pais... Eu não posso destruir mais nada na minha vida. – murmurei.

–Elena...

Eu sei que ela ia discordar de novo. Dizer que não foi culpa minha aquele acidente, mas eu sabia que era e no fundo ela também sabia.

–Esquece isso... O importante é que merda que eu vou fazer agora.

Ela segurou minhas mãos.

–Sua inscrição pra faculdade só é pra daqui a seis meses. Além disso, você pode trancar sua vaga por um tempinho...

–E depois? Como vou fazer faculdade e cuidar de uma criança... Caroline eu sou sozinha, não tenho ninguém em quem confiar pra me ajudar com isso...

–Não seja idiota! Você tem a mim e a mamãe também concordou em ajudar. Além do mais... – ela estudou minha expressão e pensou um minuto se seria seguro falar. – Essa criança tem pai.


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Notas finais do capítulo

eai? loool