Beautiful Accident escrita por Lovatic


Capítulo 12
Capitulo 11. Heart Beats.


Notas iniciais do capítulo

hey



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Acordei no dia seguinte um pouco mais disposta. Fiz minha higiene matinal, tomei uma boa chuveirada morna, vesti minha habitual camisa masculina (sim eu adoro mesmo essa camisa) e caminhei até cozinha.

Abri a boca. Fechei. Um Stefan sem camisa estava apoiado na porta da geladeira. Usava uma calça jeans sem cinto que fazia a barra de sua cueca boxer aparecer.

Repreendi meus pensamentos mais inapropriados e fiz um barulho que chamou sua atenção.

–O que você está fazendo aqui? – perguntei automaticamente.

O olhar de Stefan me percorreu. Repreendi-me por esquecer o que estava usando – a camisa ficava relativamente grande, mas não o suficiente para cobrir minhas cochas.

Stefan parecia um pouco atordoado. Seu maxilar tencionou e ele se virou para a geladeira novamente.

–Eu moro aqui.

–Quero dizer, o que faz aqui agora. Pensei que só viria para casa depois do almoço.

Ele não respondeu.

Carregou um bule de café até a bancada, duas xicaras e, uma torta de morango. Sentou-se e fez um gesto para que eu fizesse o mesmo. Sentei. Ele me serviu um pouco de café e ofereceu a torta. Aceitei. Ele cortou dois pedaços e pôs em um prato á minha frente.

Seus movimentos eram tão minuciosamente calculados.

–Minhas aulas não começam antes das 10h. – disse finalmente.

Olhei no relógio. 07h30min.

Tentei não pensar no fato de que todos os dias nesse mesmo horário ele não estava mais em casa.

–Onde exatamente é o consultório? – ele me perguntou.

Peguei o endereço de debaixo da agenda na sala e corri de volta para a cozinha. Stefan estava mesmo evitando me olhar. Meio que se virava para não me encarar.

Isso é bom ou ruim?

–Aqui. - entreguei-lhe o papel.

Ele leu o endereço em silencio. E ficamos em silencio até ás 9h da manhã, quando ele saiu para as aulas. Fiz uma careta ao pensar que até antes de nos casarmos nosso relacionamento não era tão estranho.

Não tínhamos relacionamento, pensei logo em seguida, nem nos conhecíamos.

Stefan está em completo silencio enquanto estamos no carro.

Demons do Imagine Dragons toca na rádio e ele começa a batucar de leve o volante no mesmo ritmo. Penso em dizer que adoro essa musica, mas a sensação de que estaria invadindo seu momento me alertou e resolvi ficar em silencio também.

Cantarolei mentalmente com o vocalista o refrão e voltei-me para a janela do carro, onde Nova York crescia cada vez mais.

Nunca vi algo parecido com isso. Nunca vi nada por fora de Mystic Falls, para ser sincera, mas essa cidade é tudo o que nunca imaginei um dia conhecer. Os prédios enormes e empilhados frente a frente, lado a lado, costa a costa, em todos os lugares e direções. Pessoas andavam, corriam, gritavam umas com as outras, o transito parava e voltava varias vezes, os altos telões mostravam propagandas de algum produto famoso e eu só conseguia pensar em como aquelas luzes brilhavam durante a noite.

Juro que tentei não soltar nenhum suspiro, mas acho que o brilho no meu olhar atraiu a atenção de Stefan.

Ele estava olhando pra mim quando me virei.

Nunca presenciei algo parecido com o que via nos olhos dele naquele momento.

Estava com um sorriso teimando em aparecer no rosto e quando pensei que faria algum comentário, alguém em algum lugar apitou a buzina do carro e nossa conexão se quebrou. Stefan se virou para o transito novamente e eu perdi o que quer que ele fosse dizer.

E eu queria tão desesperadamente saber.

Quando chegamos ao consultório quase tive um infarto. Ele não era simplesmente enorme, era gigantesco. Para falar a verdade nem parecia um consultório, estava mais para spar 5.0 estrelas.

Olhei para Stefan em busca de orientação, mas ele apenas ria consigo mesmo, como se aquilo fosse algo previsível de sua mãe fazer. E eu sabia que era.

Entramos naquele lugar (que me recuso á chamar de consultório) e uma balconista (com um excesso surreal de peitos) nos atendeu. Sorriu educadamente para mim, mas seu olhar manteve-se em Stefan por uns segundos a mais.

Não poderia culpa-la. Ele estava muito gato naquele jeans e camiseta branca, parecia mesmo um garoto de 19 anos olhando-se de perto, era estranho vê-lo tão despojado.

Não havia como negar sua beleza e atração física.

–O que desejam? – a garota tinha uma voz gentil.

–Consulta. Pré-natal. – respondi.

A balconista ergueu a sobrancelha para mim e depois se voltou momentaneamente para Stefan.

–Tem horário marcado? – perguntou.

–Elena Gilbert.

–Gilbert? Bem, temos Elena Salvatore. – respondeu olhando no computador.

Oh claro. A mãe de Stefan não perderia essa.

–Oh sim. É que com o casamento... Ainda não me acostumo. – respondi tentando parecer doce.

Stefan estava completamente calado atrás bem. Ótima ajuda, hein.

–A maioria das recém-casadas adora esbanjar o novo sobrenome. – disse com um sorriso afetado. Como se eu fosse louca.

Controlei-me mentalmente para não bufar.

A garota me guiou até a sala da médica, e com certa insistência conseguiu que Stefan me acompanhasse.

Estou deitada na cama, e uma senhora de cabelos cumpridos me faz perguntas sobre sintomas, quantos meses estou, se sinto algo de diferente do que sentia antes etc. Respondo todas as perguntas pacientemente, evitando olhar na direção em que Stefan está.

Tenho certeza que estar ali o que está desesperando.

–O senhor poderia ficar aqui, por favor? – a médica pede á ele.

Stefan se afasta de algumas fotos de bebes penduraras na parede e fica perto de mim.

–Nesse momento vou fazer a ultrassom e podemos ver um pouco do seu bebe, tudo bem? – aceno com a cabeça, meu coração acelerado. – Vou passar um liquido na sua barriga que pode ser um tanto gelado, mas não dói nada.

Aceno novamente.

Não falo nada.

Ela passa o liquido gelado em mim e eu estremeço. Gelado é pouco. Agarro a barra da cama para evitar tremer, e a médica me lança um sorrisinho solidário, levanta um olhar para Stefan e ergue a sobrancelha.

Não sabia o que aquilo significava até o momento em que sinto a mão de Stefan agarrando a minha. A força do contato dele é tanta que preciso reunir toda a minha compostura para não suspirar.

Ele não diz nada.

Uma tela pequena a nossa frente se acende.

–Esse é o seu filho. – ela me disse.

Sinto uma pontada no peito. Consigo ver uma cabecinha pequena e isso esmaga meu coração. Como um salto agulha sambando em uma avenida. Meus olhos teimam em lacrimejar e eu penso nos meus pais. Na minha mãe. Sem perceber estou segurando forte demais a mão de Stefan, mas ele nem faz sinal de irritação.

Seu olhar está voltado para o bebê. O meu bebe. Ou nosso.

Meu coração está se despencando do Cristo.

–Posso ouvir... Posso ouvir o coração? – pergunto.

Sei que isso provavelmente vai piorar a situação, pois minha compostura está por um fio, mas se eu pudesse apenas...

A médica sorri.

–Ótimo pedido. – respondeu mexendo em algo atrás de si.

E de repente a sala é inundada por pequenas batidas de coração.

A primeira vez que ouço as batidas do coração do meu filho. Uma lagrima escapa de meus olhos e sinto a mão de Stefan apertar um pouco a minha.

Levanto o olhar e o vejo tenso ao meu lado, sua respiração é irregular.

Olha para médica, que também estava olhando para nós dois e a vejo sorrir para mim.

Quando saímos da sala eu estava perturbada demais para pensar em qualquer coisa, Stefan parou perto da balconista e engatou com ela uma conversa de três minutos, enquanto eu esperava no lado de fora, perto das enormes piscinas.

Irritei-me pelo fato dele estar flertando justo com aquela garota. Não podia ser qualquer outra? Era arriscado e ele sabia.

Não disse nada quando ele entrou no carro com uma pasta nas mãos, não disse nada quando chegamos ao apartamento. Não disse absolutamente nada. Apenas tranquei-me no banheiro e chorei absurdamente por tanto tempo que não sei.

As lagrimas caíam e caiam e quando eu via estava soluçando novamente.

Ouvi batidas relutantes na porta depois de algum tempo

–Elena? – era Stefan.

Sequei o rosto.

–Oi.

–Você está bem?

Suspirei uma ou duas vezes.

–Estou. Não se preocupe.

Um minuto.

–Eu queria muito falar com você, será que podia vir até a sala?

–Claro. – murmurei.

Liguei o chuveiro e tomei um longo banho. Vesti o pijama de ursinho que comprei antes do casamento (mesmo Caroline insistindo que eu devia comprar uma lingerie). E caminhei relutantemente até a sala de estar.

Stefan estava sentado de maneira preguiçosa no sofá. Quase esparramado.

Olhei no relógio e percebi que já era 6h da tarde.

Sentei no sofá perto dele.

–Eai? – ergui a sobrancelha.

Stefan parecia quase em conflito, usava a mesma roupa de horas antes. Passou a mão pelo cabelo nervosamente, bagunçando-o todo.

–Sobre hoje...

–O que que tem? – meu coração despencava.

–Olha... – um suspiro. – Sei que ultimamente não tenho sido a melhor companhia de todas e, provavelmente não tenho estado presente.

Não respondi.

–Acho que a gente podia resolver isso. Sei que não somos casados de verdade, e que nosso relacionamento é estritamente profissional, mas essa criança... Sei que prometi não me envolver com vocês dois depois do prazo...

... Mas acho que preciso ficar perto dela. Foi o que quis silenciosamente que ele dissesse. Mesmo tendo o feito prometer aquilo. Mesmo achando que não queria.

–... Mas estou com vocês agora e queria que nossa relação fosse amigável. Aquela garota no consultório... Ela realmente não acreditava que estávamos juntos, e a médica me olhou como se eu fosse seu irmão mal humorado... As pessoas não nos enxergam como um casal e isso é ruim.

Dei de ombros.

–Não é culpa minha se você está sempre com a cara fechada perto de mim.

–Não estou te culpando. Estou dizendo exatamente isso, precisamos nos falar mais, talvez sei lá, nos conhecermos...

Hesitei por um momento. Eu queria isso mesmo? Queria ficar amiga de Stefan?

–Ok. Mas pra começar, você poderia aparecer de vez em quando. – murmurei.

Ele sorriu um pouco.

–Sinto muito por isso, geralmente tomo café e janto no café perto da faculdade, mas prometo que vou tentar fazer a maior parte das refeições com você.

Ok. Isso pode dar certo. Mais confiança, Elena.

–Estou cansada de ficar nesse apartamento. Estou ficando claustrofóbica presa nesse lugar dia e noite. Preciso sair mais.

Stefan concordou.

–Prometo leva-la para sair e mostrar a cidade.

Ótimo.

Mas falta algo.

–Preciso de um emprego.

Minhas palavras fizeram Stefan recuar.

–O quê?

Franzi a testa.

–Preciso de um emprego, Stefan. Viver sem fazer nada é um tédio, minha faculdade só estará aceitando os novos alunos daqui a cinco meses. Não posso ficar parada todo esse tempo.

–Elena você não precisa de dinheiro. Tudo o que precisar eu posso te dar.

–Não se trata disso. – respondi duramente.

–Sobre o quê se trata, então?

–Independência, Stefan. É tudo sobre isso.

Stefan pareceu ofendido.

–Você acha que não tem independência aqui comigo?

–Não é exatamente o modelo de liberdade. – respondi.

Senti que minha voz se elevou uns 2 tons.

Stefan levantou do sofá e ficou andando pela sala.

–Isso é ridículo! O que planeja fazer exatamente?

Dei de ombros.

–Qualquer coisa serve. Posso procurar um restaurante pelas redondezas e perguntar se precisam de garçonete...

–O QUE?

A voz dele estava uns 5 tons mais alto.

Nunca ouvi Stefan falar daquela força. Aborrecido.

Revirei os olhos.

–Você é um idiota.

–Sem chances de deixar você virar garçonete, Elena.

Qual é o problema?

–O problema é você ser casada comigo. Um dos herdeiros milionários nessa cidade e que tem uma esposa que trabalha como garçonete. – respondeu com desprezo.

Aborreci-me.

–Nunca ouvi tamanha idiotice e estupidez.

Stefan passou a mão pelo rosto, frustrado.

–Já dei a resposta final. – avisou.

Estreitei os olhos.

Sem chances.

–Veremos.

Andei a passos pesados e bati a porta do meu quarto.


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Notas finais do capítulo

ps: todo mundo briga. ps2: stefan precisa de uma surra. ps3: shippaveis mesmo assim. ps4: stelena feels no próximo cap! beijos