Dois meses antes.

A luz que irrompia pelas janelas incomodavam meus olhos e eu não tive outra escolha além de acordar. Foi como uma pancada na cabeça: forte e instantâneo. A dor espalhou-se por meu corpo e eu não tive outra reação que não fosse gemer e xingar muitos palavrões.

A enxaqueca se tornou tão insuportável que eu mal conseguia manter os olhos abertos. Demorou alguns minutos para que eu pudesse me lembrar de quem eu era e onde estavam as minhas roupas.

Chamo-me Elena Marie Gilbert. Tenho 18 anos e acabei de me formar no colegial. Teve uma festa idiota noite passada na casa da minha melhor amiga e acho que transei com alguém. Ok. Bebi demais e transei com um cara. Ok. Respirei fundo e tentei concentrar-me em alguma ideia de quem teria sido o tal cara, mas não dava com essa dor de cabeça do cão.

–Elena! Até que fim que você acordou, pensei que ia entrar em coma! – Ouvi uma voz adentrar o quarto. Abri meus olhos e encontrei uma Caroline Forbes muito estressada a minha frente. Seus olhos azuis-esverdeados estavam escuros e o cabelo loiro estava preso em um coque mal feito.

–Diga-me que ele era bonito. – murmurei massageando minhas pálpebras.

Care abriu um sorriso que não sei de onde veio. Um sorriso malicioso.

–Você realmente não se lembra? Elena eu podia ouvir vocês lá de baixo! Com a música alta...

–Caroline você por acaso está querendo que eu vomite toda a aquela tequila aqui na sua cama?

A loira riu.

–Vá para o banho e tome o remédio que eu coloquei na pia, vai ajudar com a dor de cabeça. Depois desce para me ajudar a arrumar as coisas.

Resmunguei enquanto me levantava, ou pelo menos tentava fazer isso. Percebi que estava mesmo completamente nua, e tinha até um belo chupão no meu ombro esquerdo. Enrolei-me no lençol e me voltei para Care.

–Não vai mesmo me dizer quem era o cara?

–Você vai lembrar, Lena. Não consigo imaginar alguém que tenha passado uma noite daquelas com ele e não se lembre disso o resto da vida. – ela disse com aquele sorrisinho que eu odeio.

Revirei os olhos e fui me arrastando para o banheiro.

Pelo menos ele devia ser gostoso mesmo, ou Care nunca teria feito um comentário daqueles. Então comecei a pensar em todos os caras gostosos da minha escola, e não eram poucos. Listei os mais prováveis e menos prováveis enquanto deixava a agua morna tirar parte da minha ressaca.

Tyler Lockwood é muito gostoso, mas ele é ex da Care e ela nunca teria feito um comentário daqueles se tivesse sido ele, além do mais, não teria transado com Tyler nem se estivesse chapada. Então Tyler definitivamente não.

Matt Donavan é lindo de morrer, mas ele provavelmente estava trabalhando naquela noite, ou talvez não, então Matt talvez.

Elijah, ele é o professor de literatura e acho que não teria ida para uma festa de adolescentes bêbados. (Obs: eu não precisava coloca-lo na lista, mas não custa sonhar, né?).

Fiquei pensando em muitas probabilidades durante meia hora. Estava ficando difícil pensar com essa enxaqueca que não passava nunca, então resolvi apenas relaxar a mente e deixar meu consciente vagar por alguns flashes da festa. Eu estava usando um vestido perigosamente curto preto e um salto agulho que Care me obrigou a calçar. Meu cabelo estava enrolado e a maquiagem não muito forte.

A casa estava lotada de gente e a maioria estava se embebedando no mini bar de Care. Eu não queria beber no começo, mas Tyler me convenceu com o argumento de que todos estavam bebendo e comemorando, então me deixei levar por um completo idiota e virei uns 3 copos de vodca com algum amigo dele. Talvez fosse Alex, não sei bem.

Em determinado momento Caroline estava começando a ficar com raiva da minha bebedeira perto dela, então passei boa parte da festa ao lado dos jogadores do time. Alex e Tyler apostavam que o Salvatore não conseguia virar 5 copos de vodca comigo... Salvatore. Stefan Salvatore. É isso! Como pude esquecer-me do segundo capitão do time? O cara mais gostoso e pegador de todos. Claro que era ele. Estava me secando desde que comecei a beber com eles. Caroline deixou tão explicito! Sorriso malicioso só implicava nisso.

Lembrava-me de Stefan! Os pais eram donos de uma empresa ou algo assim, podres de ricos e às vezes seu nome aparecia em revistas de fofoca. Ele não era alguém com quem eu me socializava tanto, na verdade, estudávamos em turnos diferentes e nossos amigos não eram os mesmos, ou seja, nunca nem nos víamos. Pensando bem... Acho que nunca nem tinha falado com ele. Mas flashes da noite adentraram a minha mente quase que instantâneo. Nós dois no quarto, ele por cima e eu por baixo e depois o contrario... CÉUS. Agora sim sabia como tinha conseguido aquele chupão no braço...

–Foi o Stefan! – gritei para Care quando sai pronta do banheiro. Ela estava varrendo a sala e se assustou quando apareci de repente.

–Eu sabia que você ia lembrar hei sua danadinha.

Corei instantaneamente.

Stefan e eu não nos falávamos muito, nunca fomos amigos nem nada, mas também não éramos inimigos. E eu transei com ele. E foi ótimo, melhor impossível. Até bêbado ele conseguia ser... Ok.

–Ele disse alguma coisa pra você?- perguntei rapidamente.

–Antes de sair se desculpou pela bagunça no quarto. – ela disse simplesmente.

Não me decepcionou, mas também não fiquei totalmente feliz. Não esperava nada dele mesmo.

–Não me surpreendo. – murmurei dando de ombros.

–Elena você transou com um Salvatore, o mais gostoso deles. Então não reclama.

Eu ri.

–Não estou reclamando. – caminhei até a cozinha com Care logo atrás. Ela pegou um bule de café e me obrigou a toma-lo amargo mesmo, pra curar a ressaca.

–Você e Tyler...?

Eu sabia que a separação deles tinha sido recente.

–Não, Lena. Nós acabamos e só. – ela disse, totalmente decidida.

Concordei silenciosamente.

–Então... Você ficou com alguém?

Ela riu.

–Matt?

–Oh meu Deus. Vocês...

–Não! Não chegamos a isso, mas ficamos algumas vezes.

Sorri. Matt era um carinha super legal e lindo!

–Fico feliz que não tenha ficado na seca enquanto eu...

–Argh você é muito chata!

Caroline revirou os olhos e jogou migalhas de pão em mim, o que fez com que eu risse ainda mais, esquecendo completamente coisa mais importantes. Como proteções ou pílulas.