Missão Garoto Perfeito *Interativa escrita por katnissberry


Capítulo 6
Desculpa...




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*Clarice

Já eram umas sete horas, e eu não conseguia mais dormir. Assim que bateram na porta, nos mandando acordar levei um susto. Pensei que ainda eram umas três. A noite anterior não foi das melhores. A Serena ficou meio chateada pelo garoto do beijo da Annie ter sido o Fred, e a Cat não ficou contente em me ver conversando com o Léo. Assim que me levantei, estavam todas deitadas, a não ser a Mari e a Jenn, que estavam no banho.

–Annie. Ta acordada? –perguntou Cat, ainda sem se levantar.

–To. –ela disse sonolenta.

–Vamos. –falou Cat, se levantando.

Bem na hora que eu me levantei, a Cat esbarrou no meu ombro e ela caiu.

–Ai! Doeu! –ela disse ainda no chão.

–Desculpa, foi sem querer.

–Ok... –ela falou, sem acreditar.

–Olha, por mais que eu ache o Léo um garoto super bacana, eu não ia te jogar no chão de propósito.

–Eu não disse isso. –ela falou se levantando.

–Qual é o outro motivo então? De achar que eu seria capaz de uma coisa dessas?

–Não se faz de santa Clarice! Eu sei que está a fim do meu Léo!

–Do seu Léo?! Desde quando ele é seu?

–Desde sempre! Não foi você que ele convidou para o baile do ano passado!

–Claro que não. Porque se fosse eu teria dito sim.

–Ele era diferente. E eu tinha namorado.

–Claro que ele era diferente. Ele me mostrou uma foto. Ele era feio. E agora que está bonito você deu em cima dele, não é mesmo?

–Olha garota, você não tem noção do que está falando!

–Claro que tenho! E posso confirmar que você também não confia nele, porque é só eu dar oi para ele que você já se morde de ciúmes.

–O QUE?!

–Vem Cat. – falou Annie, a levando para o banheiro.

Eu não era daquele jeito. Nunca fui de comprar briga, e acho que a Cat deve ser uma garota muito legal, mas não aguentava mais seu ciúmes bobo, e seus olhares quando eu ficava perto do Léo.

–Vem cá, Clarice. –falou Serena.

Me sentei ao seu lado, em cima da cama dela.

– O que foi?

–Eu sei o que a Cat anda fazendo, eu estava do seu lado, mas acho que exagerou. Você tem certeza que está disposta a acordar todos os dias e olhar de um jeito estranho para as meninas a sua volta sabendo que elas não gostam de você por conta de uma briguinha? E uma briguinha para saber quem vai ficar com o Léo? Um menino que você conheceu a menos de uma semana atrás? Eu fiquei chateada quando a Annie beijou o Fred? Fiquei. Mas já passou. Eu nem o conheço direito, e você também não conhece o Léo. Já a Cat, o conhece a muito mais tempo e você sabe. E se ela disse não porque ele era feio, isso é problema dela, mas e se ela estiver dizendo a verdade? E se ela realmente gostasse do namorado dela, mas depois percebeu que estava errada e que de quem ela gostava mesmo era do Léo? Bom, eu te aconselho a ir até lá e resolver isso.

A Serena era uma boa conselheira. Ao contrário de mim, que não resolvia nem os meus próprios problemas imagina os de outra pessoa?

Assim que fui falar com ela no banheiro, ela passou direto, e foi para o refeitório.

...

Já estava de tarde, e como estudamos de manha significava tempo livre, mas isso para a maioria. Eu ainda não tinha conversado com a Cat, muito menos com o Léo, e eu ainda tinha um teste de inglês no dia seguinte, matéria que eu não sou muito... Boa. A Serena não é da minha sala de inglês e ela tinha teste de português, e combinara de estudar com uma menina da sala dela, no quarto 305. Já eu, sem companhia, resolvi dar um pulinho na biblioteca. Era bem grande, com muitas estantes e livros novos e alguns muito empoeirados. Uma mulher, que não tirava os olhos de um mistério de Sherlock Holmes, estava tomando conta do lugar, que me parecia vazio. Ela não disse nada, nem se quer piscou quando eu entrei, então percebi que deveria me virar sozinha.

Fui até a parte com mesas e cadeiras próprias para o estudo, mas não me contive em frente aquela prateleira cheia de livros de literatura. Eram muito legais, e percebi que meu teste tinha ido para o espaço. Não só esse como todos os outros já que eu tinha uma biblioteca lotada de coisas interessantes bem na ponta do meu nariz. Assim que puxei um livro, para poder ler, muitos outros caíram, fazendo um barulhão, mas a mulher não tirou os olhos de seu mistério. Comei a catar os livros do chão. Eu estava na parte da fileira com aqueles livros de adolescente novos, tipo Mag Cabott ou coisa do tipo. Eu não lia muito sobre a vida de outras adolescentes, mas como o ambiente era novo, e as minhas complicações também, resolvi dar uma chance. Comecei a pegar alguns livros, e sem perceber, quando olhei para o lado, vi um menino me ajudando.

–Romances adolescentes? –ele perguntou, me encarando.

–Talvez sim...

–Eu sei que sou um menino, e talvez não deveria ter lido esse livro, mas posso fazer uma recomendação?

–Claro.

–A Culpa É Das Estrelas, John Green. Espera, você já deve ter lido...

–Para falar a verdade, não.

–Então leia, é muito bom. –ele disse me entregando o livro.

Ele me fazia lembrar o Léo, mas nem tanto. Seu cabelo também era com a franjinha para o lado, mas o corte era menor que o dele. Seus olhos eram mais escuros, e nem um pouco esverdeados, diferente dos do Léo. Seu sorriso era simpático, e ele era um pouco mais alto que ele também.

–É triste? –perguntei, segurando o livro.

–É doloroso. E o problema da dor, é que ela precisa ser sentida. Eu já li a maioria dos livros dessa biblioteca, e acho que esse foi o que mais me emocionou. É realmente muito bonito.

–Você vem sempre aqui?

–Sim. Eu gosto muito de ler. Qualquer tipo de coisa. Desde a Culpa é Das Estrelas à Diário de Um Banana. Isso sem contar que eu preciso muito estudar, por isso a biblioteca é minha segunda casa. Apesar de ter notas boas, estudar é única forma de continuar com a bolsa.

–Você é bolsista? –perguntei surpresa.

–Graças a um concurso de redações sim.

–E você ainda escreve? Que legal!

–Pois é... –ele disse rindo.

Nos levantamos do chão. Ele usava uma blusa polo azul e uma calça jeans.

–Eu sou Clarice Dall’Aglio.

–Eu sou o Lucas Monteiro.

Ele estendeu a mão e eu apertei.

–E então Lucas... Você é bom é inglês?

...

Já eram umas seis e meia, e eu finalmente soube tudo de inglês! O Lucas era um cara muito culto e inteligente, isso sem contar com o seu senso de humor. Depois de um bom tempo estudando, ele me chamou para dar uma volta no lago do parque.

–Está ficando frio, eu vou buscar o meu casaco, você me espera? –ele perguntou.

Fiz sim com a cabeça e ele saiu. Fiquei olhando o lago por um tempo, até sentir alguém do meu lado.

–Me desculpa. Eu exagerei. Fui uma idiota. Por mais que eu goste do Léo, isso não é motivo de agir como eu agi.

–Olha, eu que me desculpo. Mal o conheço e já fui te culpando por tudo, eu que estava errada. Sem contar que eu me apaixonei muito rápido por ele, e como eu disse, eu nem o conheço.

–Eu fui ciumenta e realmente exagerei. Acho que não podemos deixar que um menino influencie na nossa amizade. Afinal, dormimos no mesmo quarto.

–Quer dizer... Que somos amigas?

–Por mim tudo bem.

–Outra coisa, pode ficar com ele. Eu fui muito antecipada em relação a isso. Não se sinta culpada ao namorá-lo.

–Jura?

–Sim. Está livre para isso.

–Obrigada. –ela disse me dando um abraço. –E realmente, me desculpa por tudo.

–Ok.

Ela saiu de perto com um belo sorriso no rosto. Eu estava realmente feliz por termos feito as pazes, e pelo seu olhar, percebi que ela senti ao mesmo. Um tempo depois, senti um casaco em volta dos meus ombros.

–Está ficando frio, senhorita Dall’Aglio.

–Pode me chamar só de Clarice.

–Ok, Clarice. Quer comer pizza?

–Se um dia eu não quiser comer pizza, me leve ao médico.


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Notas finais do capítulo

PS. A Clarice não está apaixonada pelo Lucas, ela só aceitou comer pizza, viu? Não tirem conclusões precipitadas do tipo "Saiu de um, para pular no outro, né safadinha?" Eles são apenas amigos.
Obrigda pela atenção.



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