Missão Garoto Perfeito *Interativa escrita por katnissberry


Capítulo 11
Peter Pan




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*Catarina

Arrumei os últimos cachos de cabelo, botei o figurino e fiquei pulando de nervosismo no camarim.

As cenas passaram rápido. Essa era uma outra versão de Peter Pan, onde Wendy Darling vive com seus irmãos João e Miguel em Londres. E depois de Bae invadir sua casa, para não morrer de fome, é recebido de braços abertos pela família, e passa a viver como um dos filhos, mas, Wendy não o via como irmão, e sim como algo a mais. Ela toda noite recebia a visita de uma sombra, e sempre quis saber quem era o dono dela. E depois de descobrir que quem era, era o Peter Pan, ela o encheu de perguntas, e acabou desenvolvendo fortes sentimentos por ele. Já ele, a amava desde antes mesmo de ter falado com ela, só de ouvir escondido em sua janela, todas as histórias que ela contava. Ele a convida para ir até a Terra do Nunca, e ela o convence a levar João, Miguel e Bae. Bae não gostou da ideia, mas foi para proteger Wendy já que ele também sentia uma coisa especial por ela. Lá, Bae e Peter meio que disputaram a Wendy, mas ela acabou ficando chateada com os dois, já que além de discutirem, eles também fizeram uma luta de espada, e acabaram se machucando, mas nada de mais. Um dia, chateada com os dois, Wendy é capturada pelo Gancho, o inimigo de Peter, e para salvá-la, Peter e Bae trabalham juntos, enviando Sininho para libertá-la, mas com ciúmes de Wendy e Peter, ela vira amiga de Gancho, e acaba rolando um clima entre os dois.

Estávamos em uma das últimas cenas. Eu entrei, depois de um blackout, e me sentei no canto do barco que fazia parte do cenário.

–Ora, ora... O que deve ser aquilo? –perguntou Gancho(Ricardo), para Sininho (Clarice).

–Provavelmente disputando quem vai salvar a Wendy. Apenas um vai poder desamarrá-la, enquanto o outro morrerá lutando com você.

Ele deu uma risada.

Peter (Fred) apareceu com os braços na cintura, bem em cima do barco, lá no topo.

–Estou pronto para lutar com você, Gancho.

–Então vai deixar que o outro fique com a menina? –perguntou Sininho.

–Pensei que fosse minha amiga.

–Esse era o problema. Eu nunca quis ser sua amiga, e você nunca me entendeu.

–Cuide da menina, deixa que eu cuido desse aqui. –falou Gancho erguendo a espada.

Os dois começaram a lutar com as espadas, até Bae (Léo) se aproximar.

–Você realmente acha que vai passar por mim, garotinho?

Ele continuou quieto. Assim que ele correu, para tentar passar por ela, ela fez uma mágica, fazendo uma corda aparecer e amarrar seus braços e pernas.

–Quero ver passar agora.

–Tem um jeito. –falei.

–O que? –ele perguntou.

–Os dois estão amarrados. É impossível. –ela disse.

Peter continuava lutando com Gancho, e Miguel(Fernando) e João (Lucas) estavam amarrados perto de Wendy.

–Eu não acredito em fadas, não acredito, não acredito!

Sininho olhou confusa.

– Eu não acredito em fadas, não acredito, não acredito! –todos falamos juntos.

–Aí! Parem, isso dói!

–Eu não acredito em fadas, não acredito, não acredito!

–Parem!

–Nos solte!

–Não!

–Eu não acredito em fadas, não acredito, não acredito! Eu não acredito em fadas, não acredito, não acredito!- todos disseram juntos.

Sininho desmaiou.

–SININHO!- gritou Gancho, que saiu correndo para ajudá-la.

–Vamos! –disse Peter, desamarrando todo mundo, e jogando pó mágico(farinha) na gente.

Mais um Blackout e o barco sumiu. Estávamos na floresta, cercados de meninos perdidos.

–O Peter e a Wendy são heróis! –disse Bae.

–Você também foi muito corajoso. –disse Peter.

–Perdi alguma coisa? –perguntei assustada.

–Agora o Bae e o Peter são amigos! –disse um menino perdido.

–Que bom.

–Wendy! Quanto vamos voltar para casa? –perguntou Miguel.

–Estou com saudade dos nossos pais. –disse João.

–Daqui a pouco nós partimos. –eu disse.

–Wendy, podemos conversar?- perguntou Bae.

–Claro.

Todos saíram do palco.

–Wendy, eu vou ficar.

–O que? –perguntei assustada.

–Wendy, eu não tenho pais, e você pode falar que eu fugi, ou que eu os achei... Pode inventar qualquer coisa para os seus, mas aqui é o meu lugar, entende?

–Mas eu não posso viver sem você!

–Wendy...

–Eu te amo Baelfire.

–Eu sei. Eu também te amo, mas você já se perguntou quem ama mais? Eu ou Peter?

–O que adianta? Os dois vão ficar aqui!

Ele me abraçou.

–Pronta?- perguntou Peter.

–Sim. –disse Bae. –Vai ficar tudo bem.

–Adeus, Bae. –eu disse acenando.

Me juntei ao Peter, e voltamos para casa.

João e Miguel deitaram. Fui até a janela. Peter me esperava lá.

–Acho que isso é um adeus.

–Nunca diga "adeus", porque dizer "adeus" significa ir embora e ir embora significa esquecer.

–Peter, eu vou sentir saudades.

–Então venha comigo, onde nascem os sonhos, e o tempo nunca é planejado. Basta pensar em coisas alegres, e seu coração vai voar nas asas, para sempre, na Terra do Nunca!

–Eu não posso.

–Então, até mais.

–Espera, Peter! Preciso te falar uma coisa!

Ele olhou para trás.

–Então... Lá na Terra do Nunca... O Bae disse para eu me perguntar quem eu amava mais: ele ou você. E eu me perguntei. E a resposta é você. Eu te amo Peter Pan.

–E eu te amo Wendy, Moira, Ângela, Darling.

–E agora? O que vamos fazer? Eu não posso ir embora daqui.

– Você conhece aquele lugar entre dormir e acordar, o lugar onde você ainda pode lembrar de sonhar? É onde eu sempre te amarei. É onde eu estarei esperando.

–Peter, lembra que uma vez, eu te ofereci um dedal?

–Sim.

–Eu posso te dar um agora?

–Pode.

Me aproximei, e o beijei. Ficamos nos olhando por um tempo. Aquele beijo tinha sido estranho. Mas... De um jeito bom. Para falar a verdade, foi o melhor beijo do mundo. Não era que nem os do Léo, que era apenas um beijo. Aquele era o beijo. O beijo que dava vontade de levantar a perninha, que você via fogos de artifício. De acordo com o roteiro, eu iria para a cama, e ele sairia, e assim, acabaria a peça. Mas não podia perder a oportunidade de sentir aquela sensação especial de novo. E pelo visto ele também.

–O que achou?

–Acho que agora devo te dar outro.

Mais uma vez aquela coisa mágica. A professora de teatro nos olhou furiosa do camarim.

Paramos o beijo, e fizemos o que deveríamos fazer. Assim que a peça acabou, Léo foi falar comigo.

–O que foi aquilo, Cat?

–Eu não sei, eu juro que não sei. Foi só...

–Perfeito. –falou Fred, aparecendo atrás de mim.

Léo continuou nos encarando.


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